The Kiss Of Midnight escrita por Nárriman


Capítulo 43
Capitulo 43


Notas iniciais do capítulo

Só queria dizer que a fic esta entrando na reta final e que contando com esse existe aproximadamente 5 capítulos para ela acabar.Queria pedir mais uma vez que vocês comentassem e que inclusive estou com saudades das minhas antigas leitoras e só.
Boa leitura.



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Pov’s Ally

—Tem certeza de que quer deixar ela sozinha em casa?-Cassy perguntou novamente apreensiva.

    Já havia horas que estávamos no telhado da minha casa. Posso afirmar com toda a certeza do mundo que isto é algo muito maduro.

—Não tenho outra escolha e ela vai ficar bem. -Dei de ombros.

—Não tenha tanta certeza assim Ally. Você na sabe do que Sarah é capaz. -A loira me alertou.

—E o que eu posso fazer?Não tenho como deixar ela com alguém.

—Poderia pedir ao Alex. -Ofereceu.

—Esta louca?Ele não sabe de nada.

—Qual é Ally?Acha mesmo que tudo esta passando despercebido por um dos vampiros mais antigos que existe na terra?

—De qualquer forma ele não faria isso por mim. E eu nem confio nele Cassy. -Admiti.

—Dê um desconto a ele. Alex perdeu tudo na vida. Deve se sentir um monstro e com razão, mas já parou para pensar como deve ser os dias dele?Ele não tem um propósito para seguir Ally.

   Lembrei de minha conversa com ele há um mês. Não aparentava, porém ele realmente estava desolado.

—Não. Vamos arrumar outro jeito. -Não dei o braço a torcer.

   Ela bufou já começando a se irritar, não duvido nada que daqui a pouco tenhamos uma discussão.

—Você poderia ficar com ela. -Levantei meus olhos em sua direção.

—Não vou deixar você sozinha naquele lugar Ally. Estarei lá para o que der e vier e você não vai me impedir. -O brilho nos olhos de minha amiga por um momento pareciam estar mais decididos do que os meus. Eu podia jurar de baixo d’água que ela faria o que fosse possível para me defender.

  Dei um meio sorriso, preocupada com o que podia acontecer a ela.

—Que tal seus pais?Ela estaria segura lá.

—Você sabe que as coisas ainda estão muito complicadas com eles. -Tomei cuidado para que minha voz não vacilasse.

—E quando irão descomplicar?Sabe que pode nunca mais voltar a vê-los?-Ela aumentou o tom de voz e rapidamente virei meu rosto em sua direção.

   Meu olhar foi o bastante para ela se recompor. Meus pais não eram um assunto muito aberto em meus diálogos. Eu não tinha absolutamente ninguém para cuidar de Audrey pra mim naquele momento. Todos estariam ocupados demais salvando a minha vida inútil.

—Problema resolvido. Ela vai com a gente.

   Tirei do meu bolso um maço de cigarros. Já com um em mãos o acendi no isqueiro que eu também havia trazido.

    Dei a primeira tragada e Cassidy parecia ao ponto de me jogar dali mesmo. Sorri de forma sarcástica e lhe estendi o maço.

—Quer um?-Ofereci.

   Ela tomou o maço de minhas mãos e o jogou para o outro lado da rua.

—Era só dizer que não. -Revirei os olhos e soltei à fumaça em minha boca.

—Desde quando esta fumando?-Perguntou horrorizada.

—Acho que faz exatamente um minuto.

—Se quiser morrer me avisa que eu mesma dou um jeito.

—Relaxa Cassidy. Isso não vai mudar nada no meu corpo. Ainda sou uma vampira, se quiser pode me jogar daqui do alto que ainda estarei respirando ou pelo menos fingindo. -Ri comigo mesma.

—Acredite. Estou pensando seriamente em te jogar desde que disse que quer levar sua filha com a gente. -Acrescentou respirando fundo.

—Sabe, nós não precisamos respirar, mas fazemos isso para os humanos não desconfiarem e porque é divertido.-Continuei falando sozinha.

—Para de bancar uma de adolescente de 16 anos problemática que esta fumando para impressionar o namoradinho de dois dias porque os pais não lhe dá atenção e vamos focar no real problema.-Ameaçou tirar o cigarro dos meus dedos.

—Eu te ofereci e você não quis, agora fica quieta. -Dei uma piscadela.

—Porque insiste em ignorar o que esta acontecendo ao seu redor Ally?-Me olhou agora decepcionada.

   Ai meu Deus.

  Dei uma última tragada, talvez a mais forte e girei o cigarro com as pontas dos meus dedos em minha perna o apagando.

—Talvez assim eu possa fingir que esta tudo bem. -Joguei o cigarro fora.

—Porque pelo menos uma vez não desabafa como esta se sentindo comigo?-Indagou.

   Respirei fundo.

—Cassidy talvez essa seja a última vez que nós duas possamos sentar e conversar como duas mulheres normais. Não estrague isso. -Fui sincera.

—Mas...

—Talvez eu perca muitas pessoas daqui a algumas horas ou elas me percam. Não irei lamentar com antecedência porque não importa o que aconteça eu irei ser forte, ok?-Apontei para mim mesma.

  Ela me deu uma rápida examinada. Não sei as conclusões que tirou, no entanto, parecia ter enfim notado que eu não mudaria de pensamento.

—Tudo bem. -Assentiu sem sorrir.

—Vem. Precisamos nos arrumar para cavarmos nossa própria cova. -Brincou me ajudando a levantar.

—Morrer com estilo. Gostei. –Gargalhei.

    Demos uma rápida olhava para ver se alguém estava passando na rua e assim pulamos até a minha sacada.

—O que você prefere vestir?-Perguntou praticamente arrombando a s portas de vidro da sacada que davam para o meu quarto.

—Calça com certeza. -Caminhei a passos lentos pelo quarto.

—O seu guarda roupa da um leve ar de que você vive em uma vida de constante luto. Nunca vi tanto preto em toda a minha vida. -Reclamou jogando minhas roupas de qualquer jeito no chão.

—Pode jogar o dinheiro não saiu do seu bolso mesmo. -Reconheci me sentando em uma cadeira perto das portas de vidro.

—Acho que esse colete irá combinar com esse cinto. -Ouvi a voz de Kira ao fundo.

   Rapidamente virei à cabeça em direção a porta do meu quarto. A morena estava lá com um sorriso brincalhão no rosto.

—Olha só quem deu as caras. -Bati palmas.

   Ela veio a passos largos e jogou um dos meus vestidos em mim.

—Estive treinando feitiços Ally e é tudo culpa sua. Preparada pra hoje?-Perguntou se jogando na minha cama.

—Sim ela esta Kira. Agora por favor, me diz que você não vai com essa roupa. -Cassy se intrometeu apontando para a roupa da amiga. Kira usava uma saia vermelha, blusa de manga comprida branca e uma sapatilha.

—Iremos matar pessoas e não ir para uma balada Cassy. -Kira zombou.

—Isso não significa que precisamos estar bregas. Audrey venha aqui. -Cassy gritou a última parte e em três segundos minha filha apareceu na porta do quarto.

—O que é?-Perguntou com a maior cara de tédio. Audrey ama Cassy e o único motivo para ela estar assim na presença da minha amiga sem sombra de dúvida era porque estava fazendo algo que na visão dela era muito importante. Ela não gosta que a atrapalhem e eu nem vou me dar ao trabalho de perguntar o que de tão interessante estava fazendo.

—Eu que deveria perguntar o que é isso que você esta usando. Como ousa deixar sua filha sair na rua desse jeito?-Cassidy exclamou.

   O vestido da minha filha realmente estava fora de moda.

—Não sei talvez eu não seja uma designer de moda querida. -Sorri.

—Não, não e não. Audrey traga suas melhores roupas agora e Kira e Ally levantem seus traseiros agora e me ajudem a encontrar roupas decentes, por favor. -Pediu jogando os cabelos sobre os ombros e eu e Kira como se já tivéssemos combinado demos o dedo meio para a loira quando Audrey foi se arrastando para o quarto.

—Uma mordida e eu arranco o dedo de vocês. Uma mordida. -Sorriu desafiando nós duas.

                                                                  ***

    Joguei o colete por cima dos meus ombros e finalmente estava pronta. As botas pretas cano alto me caiam bem assim como a calça de couro preta parecia ter sido moldada para o meu corpo. A blusa um pouco decotada e sem mangas junto ao colete me davam um ar de superioridade. Sem falar das minhas luvas de couro que qualquer um que as visse pensaria serem para incrementar a roupa, mas a verdade era que serviam para me ajudar a atirar melhor com o revolver carregado em minha cintura. Por parte as luvas deixavam meus dedos à amostra.

—Formaríamos um ótimo esquadrão. -Cassy me puxou pelos ombros junto à kira que estava com minha filha em seu colo.

—Um perfeito esquadrão. -Admiti admirando nosso reflexo em meu espelho.

   Talvez essa fosse a última vez que estivéssemos juntas desse jeito.

—Isso merece até uma foto. -Kira tirou o celular do bolso e o posicionou um pouco a nossa frente.

   Rapidamente abri meu melhor sorriso e o flash disparou em nossos rostos o que quase me cegou.

—Acho que esta na hora de irmos. -Cassy deu uma última conferida no espelho e me encarou.

—É melhor cada uma ir em seu carro.-Olhei para minhas duas amigas.

—Os outros também estão indo certo?-A morena perguntou.

—Sim, separados também. -Falei.

    Dei uma última olhada no quarto e assim fomos em direção às escadas.

—Preciso que vá com a tia Cassy, tudo bem meu amor?-Perguntei ajudando minha filha a descer os degraus.

—Aonde nós vamos?-Audrey perguntou um pouco apreensiva.

—Você logo vai saber. -Falei dando uma rápida analisada em toda a casa.

—Vai ficar tudo bem, eu prometo. -Me abaixei até sua altura.

   Eu via o medo dela.

—O que vão fazer com você mamãe?-Perguntou.

—Não vão fazer nada com a mamãe. Agora me da um abraço. -Pedi abrindo meus braços.

  Quando senti seu corpo em contato com o meu parecia que meu mundo estava completo. A apertei ainda mais conta meu peito e quando nos afastamos dei um breve beijo em sua testa.

—Eu te amo. Nunca se esqueça disso. -Balancei um pouco seus ombros.

—Também te amo mamãe. -Ela disse com a voz agora um pouco embargada.

—Não chore meu amor. Isso não combina com você.

    Ela não respondeu, apenas abaixou um pouco a cabeça.

—Ei. -Levantei seu queixo. —Você tem sangue Dawson e Moon, não deve abaixar a cabeça para ninguém, esta me ouvindo?-Cravei meus olhos nos seus.

    Mesmo ainda querendo hesitar ela assentiu.

—Ótimo. -Me levantei.

—Tchau Cassy. -Abracei minha melhor amiga.

—Isso não é um adeus Ally. -A loira sussurrou em meu ouvido.

—Espero que esteja certa. –Dei um quase sorriso.

—Proteja minha filha. É a única coisa que eu peço. -Segurei suas mãos entre a s minhas.

—Não irei te decepcionar. -Sorriu para mim.

—Vá. Qualquer coisa te mando algum sinal. -Falei lhe devolvendo outro sorriso.

—Tudo bem. Boa sorte. -Disse antes de entrar em seu carro junto a minha filha que ainda me observava calada.

   Dei um último aceno e vi o carro desaparecer ao fim da rua.

—Vai da tudo certo Ally. -Senti a mão de Kira reconfortando meu ombro.

—Veremos. -Cerrei meus punhos.

—Bom acho melhor você também ir. As outras já devem estar lá te esperando. -Me virei lhe dando um abraço aconchegante.

—Se cuida. -Afaguei seus cabelos.

—Lhe digo o mesmo. -Sorriu me soltando aos poucos.

   Quando a morena também desapareceu do meu campo de visão me senti a pessoa mais solitária do mundo.

   Dei uma última conferida na rua e então entrei em meu carro. Recarreguei o revolver e conferi se eu realmente tinha colocado verbena no bolso da calça. Esta última requer o maior cuidado possível, pois se isso chegar a tocar no meu corpo serei queimada viva ou até mesmo chegar a loucura. Definitivamente não é para mim.

   Liguei o carro, respirei fundo e dei a partida. Hoje era o último dia que eu ainda tinha a oportunidade de matar Austin e Sarah há essa hora provavelmente já deve saber que ele esta vivo. Eu e ela havíamos combinado há um tempo que independente de qual fosse o resultado nos encontraríamos no banco Ashfild. Ele esta abandonado a mais de vinte anos e seria de fato o local mais seguro para esse tipo de reunião.

   Ela provavelmente ainda nem deve estar lá, talvez esperando para o meu primeiro passe em falso o que não iria acontecer. Ela pode achar que esta no comando, mas sou eu que jogo os dados.

  Estacionei o carro em frente ao prédio e o observei por alguns instantes. A aparência não era das melhores e eu podia jurar que um sopro e o banco desmoronaria, mas não tinha mais como recuar o que eu não iria fazer de maneira alguma.

  Percebi o carro de Austin a alguns metros do meu, ele estava encostado no capô sozinho. Pelo retrovisor lancei um olhar para o carro de Kira e de Trish. Belinda deve ter chegado com alguma delas. Cassidy provavelmente esta com Dallas e Audrey em algum lugar mais afastado o que é mais seguro.

  Desci do carro, tranquei a porta e caminhei a passos lentos e calculados até Austin. Ele estava com uma garrafa de uísque na mão.

—Quer?-Ofereceu estendendo o braço.

—Não. Acho que não, quero me lembrar dessa noite. -Falei indicando com a cabeça para que ele me seguisse.

—Ótimo porque eu não vejo problema em não lembrar nada. -Ouvi seus passos logo atrás dos meus enquanto caminhávamos até o portão de entrada do banco.

—Tudo pronto?-Perguntei um pouco mais baixo.

—É claro. -Disse adentrando o enorme pátio do prédio. O banco tinha um andar e o teto já praticamente não existia me dando uma visão privilegiada da lua. A escada rolante totalmente empoeirada e com alguns degraus esburacados parecia sem dúvida ser o menos estranho de todo o lugar.

—Quer repassar o plano?-Austin questionou não dando muita importância para o que estava a sua volta.

—Não. Sei tudo o que preciso fazer, agora vá. Esteja preparado para quando ela chegar. -Fui o mais seca possível. Definitivamente hoje é um dia que eu não preciso dos meus sentimentos. Esta noite irei agir com a cabeça e não com o coração, não importa o que aconteça.

    Austin não disse mais nada, apenas se escondeu em meio às sombras de todos aqueles escombros.

  Passei meus olhos pelo andar de cima onde pude ver Belinda me observando encostada em uma pilastra já aos pedaços.

  Ela não demonstrou nenhuma emoção ao me notar, apenas continuou com os braços cruzados. Belinda era a bruxa mais poderosa entre todas as que estão aqui, mas parece não estar nem um pouco nervosa com o que pode acontecer. Bom, eu não estava tão longe disso. Era surpreendente como eu estava conseguindo me controlar da melhor forma possível.

   Desviei meu olhar do seu e em pé ao seu lado estava Lucy, ela me deu um rápido sorriu que eu respondi com apenas um aceno de cabeça. Kira e Trish conversavam entre si, mas não desviaram por nenhum segundo seus olhos de mim.

   E por último Piper. Eu não a vejo desde a época do colégio, nunca fomos amigas nem nada do tipo, mas ao que parece é uma ótima bruxa e útil para mim hoje.

   Ela já foi namorada do Austin. Lembro de ele ter comentado sobre isso. Não posso negar seu bom gosto para mulheres inclusive.

   E só então me lembrei do que iríamos fazer.

  Meus olhos caíram para o chão a minha volta. Ali estava desenhado com sal um pentagrama incrivelmente perfeito. Exatamente para cinco bruxas.

   Vi também duas estacas perto da escada rolante junto a um pequeno frasco com algum tipo de liquido preto.

  O som de passos se aproximando me fez erguer a cabeça da forma mais graciosa possível. Eu não estava com medo e fazia questão que qualquer um pudesse ver isto.

  Ela estava radiante como de costume. Salto alto, calça e casaco preto. Essa cor realmente parece ser muito valorizada na nossa família.

—Vamos direto ao ponto minha querida Ally. Matou o Moon?-Foi surpreendentemente clara. Ela caminhou totalmente despreocupada até estar a apenas um palmo de distância de mim.

—Não. -Falei o mais devagar que consegui.

—Era de se imaginar. Apenas queria comprovar da sua boca. Tão forte para algumas coisas e tão frágil para outras. -Tocou o meu cabelo.

—Ainda falta uma hora para meia noite querida. Pode matá-lo se quiser. -Sorriu sem mostrar os dentes.

—Oferta tentadora, porém ainda teria que recusá-la.

—Quer mesmo me dar o trabalho de matar três pessoas quando você poderia facilitar a minha vida matando apenas uma miserável vida?Que prestativa. -Prendeu o riso.

—Na verdade eu irei matar, no entanto, será alguém da minha família. -Abri meu melhor sorriso.

—Agnes não esta aqui então deve estar se referindo a sua linda e doce filha. -Sua ironia me fez abrir um largo sorriso.

    Percebi Austin sair de trás das sombras com Elliot ao seu lado, estavam prestes a amordaçar Sarah por trás quando ela fez um sinal com as mãos para que parassem.

—A viagem foi longa demais, estou cansada e sem vontade de fazer drama então vão em frente. Podem me amarrar ou fazer o que bem entenderem. Apenas não digam que não avisei. -Ela juntou os dois braços e se virou para eles.

   O sorriso em seu rosto era a prova viva de que sangue seria derramado, não importava de quem.  


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Notas finais do capítulo

Queria pedir mais uma vez que vocês comentassem.Leitores fantasmas apareçam,quero saber a opinião de vcs também.