A Incrível História do Garoto que Ofegava escrita por PepitaPocket


Capítulo 5
Dois Amadores e Uma Missão




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— Quando criança minha mãe me contava de um espírito semeador de arvores, que presenteou esse mundo, com uma fauna exuberante. Mas, decepcionado com a violência, ele se retirara para outro plano, mas deixou as plantas para que não esquecêssemos dele. Porém cada árvore cortada, cada pétala desperdiçada, não será devolvida.

— Dona Nana, tinha cada história. – Shunsui dissera risonho, desmanchando o sorriso quando vira os olhos tristes de Ukitake.

— Mas, o que importa é que cumpriremos nossa missão... – Shunsui dissera esperançoso, depois de terminar a última armadilha.

O mundo em que eles viviam era um caos. Existiam clãs poderosos que dominavam grandes porções de terra, e controlavam toda sua economia.

O poder ali era medido por poder espiritual, que permitia alguns pouquíssimos habitantes, fazerem proezas sobre-humanas.

Tanto Shunsui quanto Ukitake tinham habilidades latentes, mas que não foram desenvolvidas, porque eles não tinham ninguém que pudesse instruí-los em seu meio.

Algumas pessoas usavam suas habilidades para dominar as massas. E, outros usavam essas habilidades para ajudar os cidadãos comuns, e foi assim que apareceram os murais.

Os grandes clãs pegavam as melhores missões, restando apenas as missões básicas e mal remuneradas, que qualquer pessoa de boa saúde poderia realizar.

Por isso, eles deram relativamente sorte, de conseguirem ir atrás daquele demônio em troca de um pagamento vultoso como aquele. A dinheiro era dividido em três tipos de moeda: bronze, prata e ouro.

E, o câmbio entre essas três medidas variava em cada distrito de Rokungai. E esses somavam mais de 320, o que era uma ampla abertura para injustiças, nas quais as classes menos privilegiadas se tornavam mais suscetíveis.

— Só espero que consigamos terminar antes da noite. – Ukitake disse temeroso, porque apesar de ter uma forte energia espiritual, ele não era capaz de manipulá-la com maestria. Shunsui tinha um pouco de talento, mas também não conseguia ir muito além dele, por causa de sua natureza indolente e preguiçosa.

— Eu não contaria com isso meu amigo. – Shunsui dissera pousando sua mão no ombro de Ukitake que fizera uma careta profunda por causa disto.

— Demônios não gostam da luz do dia. – Shunsui dissera aquilo em um tom jocoso que desagradara Ukitake.

— Deveria ter mais respeito pelas coisas que você não compreende. – Ukitake falou com velada indignação.

O mundo que eles viviam, era um mundo estranho. Em que coisas mais estranhas ainda aconteciam.

Pessoas comuns, podiam serem consumidos por uma força espectral geradas em seus próprios corações e tornarem-se monstros com máscaras grotescas que devoravam seres humanos.

A energia espiritual permitia a geração de habilidades sobre-humanas que geraram conflitos sanguinários por toda parte.

Mas, para Shunsui toda realidade tinha seus limites.

E, a existência de demônios era algo que ele achava que aquela realidade não podia comportar.

— Ao menos considere a possibilidade de ser algo apavorante o suficiente para deixar essas pessoas assustadas.

— Camponeses se assustam com qualquer coisa... – Shunsui disse dando uma risada escandalosa demais para quem deveria agir com o máximo de discrição possível.

— Ei, Kyoraku... Vai denunciar a nossa localização assim.

Shunsui acabara rindo mais alto, achando que Ukitake estava sendo excessivamente medroso.

Mas, então um ruído de galhos se quebrando chamou atenção dos dois amigos, que olharam para a direção do ruído, e perceberam uma sombra que desapareceu no instante seguinte.

— Seria o animal? – Shunsui murmurara pensativo, e Ukitake o encarou como se esse fosse um idiota.

 ...

Não muito longe, alguém corria em alta velocidade, embora em seu coração ele sentisse que encontraria os dois viajantes idiotas mortos.

Já havia lutado contra “demônios” daquele tipo. Seres com uma grande sede de sangue, que só saciavam-se matando ou morrendo.

Seus dedos, nodosos apertaram com força o cabo de sua espada.

“Farei tudo que estiver ao meu alcance para vinga-la... Yumiko”.

Uma voz rouca murmurara, enquanto sua sombra projetava-se no chão mostrando a silhueta de um homem alto, com uma espada nas costas.

...

Uma hora passara-se e depois de amordaçar Shunsui duas vezes, este enfim ficara quieto, sendo possível escutar apenas a respiração deles e os ruídos da fauna da floresta, sendo que uma parte adormecia e outra despertava para um ciclo de caça e sobrevivência, não tão engenhoso quanto aquele que eles estavam se propondo naquele momento.

— Está se deixando levar pelo alarido do povo, meu irmão... – Shunsui dissera ainda convicto de que eles estavam caçando apenas animais.

— Animais com a cabeça e as patas decepadas, assim como o coração. Dois homens desaparecidos e uma mulher com uma criança no colo também. Acho que simples animais selvagens, não fariam coisas assim.

Shunsui soltara um bocejo de aborrecimento.

— Só porque o povo contou essas histórias, não quer dizer que tenha acontecido assim. – Shunsui dissera com um olho aberto e um fechado, fazendo uma expressão ainda mais zombeteira. – É aquela velha história: quem conta um conto, aumenta um ponto.

Ukitake nada disse, mas naquele momento Shunsui estava deixando-se levar por sua educação elitista. Só porque aquele era um povo humilde, não queria dizer que seus problemas e suas histórias, não tivessem seu valor.

Mais um farfalhar de galhos, chamara a atenção da dupla que averiguara o local do ruído sem nada encontrar.

Ukitake ficara com o coração na boca, diferente de Shunsui que se sentiu aborrecido.

— Estou indo mijar. – Ele disse repentinamente, o que chocou Ukitake.

— Tão de repente? – Juushirou murmurou aborrecido por seu amigo não estar levando as coisas tão a sério quanto deveria.

Shunsui afastara-se pouco mais de cinquenta metros de seu amigo que não estava compreendendo as atitudes de seu amigo.

Ukitake até iria se manifestar, mas uma sombra se projetara a sua frente e ele sentira algo acertar dolorosamente seu rosto, fazendo-o perder o equilíbrio para trás.

“Um soco?” – Ele perguntara-se levando tardiamente a mão do rosto, enquanto tentava recuperar o equilíbrio.

Mas, a sombra que se projetara em sua frente girara o corpo com agilidade, e acertara a parte interna de seu pé, fazendo-o perder a pouca firmeza que ele havia reestabelecido, depois do primeiro golpe e por causa disto, Ukitake caiu de cara no chão.

Sentindo algo pisar dolorosamente sua cabeça, então algo frio pressionara seu pescoço, fazendo-o engolir em seco.

“Seria aquilo uma arma?” – Ele murmurara mais para si mesmo, enquanto tentava lembrar-se novamente como se respirava.

“Merda, tudo que não preciso é de uma crise nesse momento...” – Ele mordera os lábios tentando em vão se acalmar.

— UKITAKE! – Assim que vira seu melhor amigo naquela situação, Shunsui ficara incrédulo, ao ver uma sombra humanoide diante de seu amigo.

Ele tirara de dentro da barra do quimono uma faca, e fizera dois cortes no ar, pois na primeira tentativa ele falhara, mas na segunda ele conseguira cortar a corta que sustentava um tronco que descera na vertical, prestes a acertar o atacante, mas inexplicavelmente ela girara sua arma, e conseguira cortar a madeira ao meio, transformando-a em pedaços, para perplexidade dos dois amigos.

Mas, aquilo deu algum tempo para que Ukitake escapasse do alcance do misterioso inimigo, girando seu corpo no chão, mas aquilo não serviu de muita coisa, pois ele acabou capturado por suas longas madeixas, sendo dolorosamente puxado de volta na direção do inimigo que enlaçara algo em torno de seu pescoço, boca e nariz, e aquilo começara apertara de um jeito incomodativo.

— Ukitake... – Shunsui empunhara sua espada, e ativara sua reiatsu que era algo bem denso, mas aquilo de nada adiantou, pois a sombra arremessara um projetil, que perfurou sua mão e sua faca escapou de seus dedos, por conta de um espasmo de dor.

A seguir uma enxurrada de pequenos projeteis conseguiram voar em sua direção, e Shunsui perguntara-se como é que ela “a sombra” estava fazendo algo assim, então ele notou que era sua reiatsu incomum, que estava pinicando sua pele como pequenas agulhas.

“Isso é mal” ... – Ele pensara tentando colocar-se em posição de luta, quando viu a sombra desaparecer de seu campo de visão e materializar-se atrás dele, e o fio do metal encostou seu pescoço.

— Você é lento! – Uma voz baixa e melodiosa, cantarolou em seus ouvidos fazendo-o estremecer.

“Não pode ser!” – Ele gemeu confuso. Então, uma joelhada dolorosa o acertou no meio das costas fazendo-o cambalear para trás e ele só não caiu de cara no chão porque usou as pernas e tomou impulso, dando uma cambota no chão, parando de joelhos.

— Deveria ter cortado meu pescoço quando teve a oportunidade... – Shunsui dissera calmamente.

Foi então que Ukitake se deu por conta que ainda estava respirando.

“Eu estou vivo?” – Ele perguntou-se tentando afastar em vão os tecidos em torno de seu pescoço.

A sombra ficara imóvel, aparentemente perplexa. Parecia hesitar por alguma razão.

“Acho que eu deveria ter ficado quieto...” – Shunsui pensou aborrecido consigo mesmo.

— Baka, deveria ter calado a boca. – Ukitake gemera baixo, arfando cada vez mais.

Então a reiatsu do inimigo tornara-se potencialmente mais forte, causando uma lufada de ar, que levantara poeira e terra ao redor.

“Ela estava escondendo todo esse poder?” – Ukitake perguntara-se chocado.

Então, ele fechara os olhos achando que aquele seria o momento de sua morte, mas então uma inesperada bola de fogo rasgara a escuridão e fora na direção do inimigo que se dispersara na escuridão.

Não porque havia sido atingido e sim porque havia conseguido escapar por uma fração de milésimos.

Mas, os dois amigos que assistiram a tudo, ficaram de queixo caído sem reação... Até porque uma segunda presença se fez sentir, na extremidade oposta de onde eles estavam.

E, ao virarem para trás notaram que havia alguém que diferente daquele com quem eles lutaram antes, não se escondia, pelo contrário, mostrava claramente sua posição.

E, se ele fazia isto, era porque não tinha medo de ser encurralado. Ao constatar isto os dois amigos, engoliram em seco, torcendo que não fosse um inimigo.

— Quem... Quem... É você? – Ukitake gemeu, e por um momento restou apenas o crepitar incandescente causado pelo ataque anterior.

Mas, então uma voz rouca e repleta de amargura se fez ouvir:

— Eu sou Yamamoto Genryuusai, seus grandes idiotas.


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