Looking escrita por Paperfriend


Capítulo 3
Here


Notas iniciais do capítulo

Acho que será depois desse capítulo que as coisas vão ficar um pouco mais animadas xD

Demorei um tempo para concluir esse capítulo, pois tive que pesquisar algumas coisas e quanto mais eu escrevia mais eu me estressava pelo meu jeito de escrever, achava que não estava bom. Mas passou-se um dia e eu vi que nem estava ruim xD

Boa leitura ♥



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Warren não poderia ter ficado mais contente quando soube que levaria alta do hospital naquele dia. A cor branca daquele quarto lhe doía os olhos e ver o mundo exterior depois de tanto tempo poderia ser o melhor remédio para aquietar sua mente que constantemente lhe lembrava que ainda restavam muitas dúvidas a serem sanadas.

Mas nem tudo é um mar de rosas, afinal, também existem os espinhos. Além de ter que passar pomada para tratar dos roxos espalhados pelo corpo, teria que usar o apoio de duas muletas para se locomover por conta de sua perna direita estar seriamente fraturada, o que o fez pensar se realmente havia se envolvido em uma simples briguinha besta de adolescentes.

E agora, ao caminho da saída do hospital, a única coisa que queria ter que pensar seria na sua vida escolar, e não em todos os problemas que parecia ter se metido até então. Mas se olhar no espelho e ver aquela enorme mancha roxa contornando seu olho direito causava-lhe certo mal-estar.

E, diferente das outras vezes em que arriscou sua própria saúde, não se sentiu alguma espécie de herói.

Não pôde deixar de inflar seus pulmões de ar assim que as portas do hospital se fecharam atrás de si, sentindo o cheiro do lado de fora; um cheiro que sentia falta. Isso o fez parar de pensar tanto em seus conflitos pessoais, se preocupando apenas em descer as pequenas escadas do hospital delicadamente para que não sofresse nenhum acidente com os apoios recém ganhos.

Não foi tão difícil assim achar quem o iria levar para casa. As duas mãos, estendidas e balançadas escandalosamente e seu nome sendo chamado repetidamente já havia lhe chamado atenção o suficiente. Abrindo um pequeno sorriso, Warren caminhou a passos lerdos até a mulher e seu carro que reconheceria em qualquer lugar.

— Oi, mãe — Cumprimentou Warren, dando um beijo na bochecha da mulher.

— Filho, eu estava tão preocupada com você! — Exclamou a mãe, o abraçando levemente para que ele não sentisse tanta dor.

— Também estava com saudades mãe... — Balbuciou Warren, um pouco cabisbaixo.

Todo o cuidado foi necessário para que Warren pudesse se sentar no banco passageiro. Desde remover as muletas do braço ao ajeitar as próprias pernas para dentro do carro. Não tinha demorado muito tempo, e logo já estavam a caminho de casa – mãe e filho – e Warren se sentia desconfortável, de certo modo. Não estava acostumado a ver sua mãe depois de ter entrado em Blackwell e ela simplesmente ter aparecido foi como reencontrar uma estranha.

— E então? Como você está na escola? — Perguntou a senhora Graham, com um sorriso nos lábios: estava evidentemente tentando não tentar tocar no assusto dos machucados.

— Legal — Simplesmente respondeu Warren, tombando a cabeça para o lado da janela, a fim de captar o clima que a Baía de Arcádia emanava com suas estruturas belíssimas e pessoas agradáveis: o bom de morar em cidades pequenas. Logo, a mãe de Warren percebeu que ele não estava muito receptivo a conversas e decidiu encerrar o assunto por ali, desmanchando o sorriso que empunhava nos lábios.

E tudo ficou em um silêncio absoluto.

Era tão vergonhoso ver sua mãe lhe olhar com pena. Pena pelos machucados, pena por ter chegado a esse ponto de brigar com alguém sem motivos bons – sendo que nem se lembrava de quem era. Não queria que as pessoas o vissem dessa forma, um garoto brigão sem causas, o vilão da história, e esperava profundamente que essa fosse sua primeira e última briga daquele estilo.

Mas apenas esperava.

Sair do carro assim que chegou em casa foi tão desafiador quanto entrar, e assim que apoiou as muletas pela primeira vez naquele piso de concreto e decidiu olhar ao redor ele percebeu que não estava em Blackwell, no cinema, ou em qualquer outro lugar.

Ele estava em casa.

E não havia nada mais estranho do que estar em casa naquele momento.

— Sei que faz um tempo que você não vem para cá, — Disse a mãe, começando a caminhar em direção ao lar acompanhada de Warren — mas fique tranquilo, não mudei nada de lugar

A porta foi destrancada e aberta, acompanhada de um baixo rangido que Warren nem se deu ao trabalho de reclamar sobre. Estava extremamente entretido na casa em si, já que fazia tempos que não visitava – ou pelo menos, do jeito correto. Deu um olhar discreto para sua mãe, que colocou as chaves delicadamente em um suporte.

Warren cuidadosamente foi caminhando até algum lugar onde pudesse se sentar, achando o sofá da sala de estar. Ficou por lá, passando os olhos por todo o perímetro do cômodo antes de olhar para as próprias mãos, fixar seu olhar por ali e se perder em pensamentos. Havia muitas questões para resolver, muitas coisas para desvendar, e ficar parado ali não parecia lhe ajudar em nenhum problema.

— Quanto tempo eu vou ficar aqui? — Perguntou o adolescente, vendo que sua mãe se aproximou dele e sentou-se ao seu lado. Estava visível que Warren não estava aprovando muito bem a ideia de ficar em casa.

— Olha, — Começou a mãe, olhando fixamente para Graham — eu sei que você deve estar com saudades da escola e dos amigos, mas... — suspirou — o médico recomendou que você ficasse em repouso, então...

Ƹ̴Ӂ̴Ʒ

“Vinte dias”. Foi o que sua mãe disse. Vinte dias. Aquilo soou como uma eternidade. Uma eternidade longe de Blackwell, longe das pessoas, longe de respostas. Ele surtaria se ficasse mais um segundo em casa, em que estado estaria daqui a vinte dias?

E para que ficar em casa vinte dias, sendo que o que precisava ser desvendado precisava de, no mínimo, dois?

O sol começou a gradativamente sumir lá fora, dando ao céu um belíssimo degrade de cores – desde claro amarelo-alaranjado ao escuríssimo azul. As luzes do quarto de Warren continuavam apagadas, fazendo o cômodo ficar cada vez mais escuro, mas ele não se importava. Estava ocupado debruçado em sua cama enquanto, com os dedos, brincava com uma icônica figura de ação do mestre Yoda, personagem de Star Wars, enquanto encarava-a sem ânimo.

Colocou o pequeno objeto de volta ao criado-mudo ao lado de sua cama, lugar este que a figura estava lá de início. Deitou a cabeça novamente no travesseiro, fechando os olhos com calma, mas depois de segundos suas pálpebras estavam sendo apertadas forte antes de abrir novamente os olhos e se revirar na cama. Estava se sentindo incomodado. Ele queria fazer algo, mas não sabia o que fazer.

Desistiu de tentar achar soluções por agora. Pegou seus apoios – que, de certa forma, achava muito legais – e os equipou. Queria olhar para a janela por um momento e ver como é que estava lá fora, tentar relaxar. Warren achava que era disso que estava precisando: relaxar.

Teve que ver a rua com o vidro da janela por causa das muletas, então nem teve como sentir a brisa gelada do lado de fora, mas só olhar já estava de bom tamanho. Por um momento permitiu-se dar um pequeno sorriso, o céu estava mesmo bonito lá fora, mesmo que quase todo tomado pela escuridão da noite. Estava finalmente relaxando.

Se virou de costas para a janela; estava pronto para voltar a cama. Porém, o barulho estridente de uma buzina chamou sua atenção imediatamente e o fez voltar seu olhar a janela. Seus olhos captaram uma picape de cor bege correndo em uma velocidade consideravelmente rápida. Acompanhou o movimento com os olhos, com curiosidade.

E, então, uma luz se acendeu em sua mente.

Ele sabia de quem era aquele carro.

— PRESCOTT DESGRAÇADO! — Escutou ao longe a provável pessoa de dentro do carro gritar com força, enquanto acelerava ainda mais o veículo, saindo da vista de Warren quase que imediatamente.

Naquele momento, ele soube exatamente o que fazer.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado e não tenha decepcionado ninguém :v haha, comentem para que eu possa saber de sua opinião, pode ser até mesmo um "legal", eu irei responder, sem exceção :3
Bem, se vocês puderem (e quiserem) me notificar erros de personagens, acontecimentos ou qualquer coisa assim, peço que me contactem para saber o mais rápido possível. Não é nada legal passar vergonha e vocês podem ajudar uma autora a não parece uma desinformada q

~'Té