Os opostos se atraem ? escrita por Evil Queen 42


Capítulo 36
Razão e emoção


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu demorei, mas a faculdade tá me sugando se um jeito que, quando tenho um tempo livre, não tenho ânimo pra nada, só quero ficar jogada na cama... Enfim, eu ando meio esgotada durante esses dias.
Sei que ainda não respondi os comentários, mas responderei assim que postar esse capítulo.
Espero que gostem ;)
Boa leitura.



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Pensei em um milhão de coisas que a rosada poderia estar planejando -inclusive alguns pensamentos pervertidos passaram pela minha cabeça, mas com certeza estou viajando... Enfim, podemos esquecer isso-, mas acho que passei longe, uma vez que aquela criatura é completamente imprevisível e eu já tive milhões de provas disso. 

 Tô ansioso pra caramba, admito... Mas, pensando bem, não tem como ela me surpreender mais do que surpreendeu no dia do meu aniversário. 

Acho que eu seria bv até hoje se ela não tivesse tomado aquela iniciativa. 

Saí do meu quarto para poder então sair de casa e ir até a casa dela, mas, chegando na sala vi meu gato parado e olhando pro nada, enquanto isso meu irmão o encarava meio desconfiado.

– Sai daí, Thor ! - Ele berrou e bateu os pés forte no chão para assustar o pobre felino - Vai ver visagem no inferno !

"Ver visagem", qual é a necessidade do pleonasmo ?

– O que é isso ? - Questionei, pois ninguém assusta meu filho e sai impune ! - Itachi, por que você fez isso com ele ?

– Ele fica aí, parado, olhando pro nada - Explicou - Parece que tá vendo coisa...

– Misericórdia - Revirei os olhos. Será possível que meu irmão acredita nesse mito de que gatos são capazes de ver coisas do além ? - Itachi, tenha dó... E você assustou o Thor, coitado.

– Ah, ele deve ter ido pedir consolo pro tapete - Ele se jogou sobre o sofá - Relaxa, ele não vai fugir de casa por causa disso.

– Aham... - Olhei para ele todo desconfiado - Não ouse fazer nada contra o Thor. 

– Só se ele não chegar perto do Cachaça.

Cara, o Cachaça é um peixe. Nós comemos peixe, por que o Thor não poderia comer ?

Será que o Itachi é como o Bruce ? "Peixes são amigos, não comida". 

– Vem cá, você não tem aula hoje à tarde ? - Perguntei. 

– Não. Meu professor que daria aula dispensou a minha turma hoje, mas vai ter que repor no sábado - Ele fez uma cara de desânimo que deu até pena. 

– Tá bom... Tô indo pra casa da Sakura, volto mais tarde.  

Virei as costas para sair da sala, mas parei no meio do caminho após uma pergunta super sem noção do Itachi : 

– Tá levando camisinha ?

A criatura perguntou da forma mais natural  do mundo e eu simplesmente travei, sem falar que fiquei roxo de vergonha.

– Não - Respondi sem ao menos olhar pra ele.

– Pô cara... - A voz dele era de desgosto - Sério que tu vai arriscar ? Mano, eu tô muito novo pra ser tio.

O que ele está querendo insinuar ?

Itachi acha que eu sou algum tipo de pervertido, só pode.

– Eu não vou transar com ela - Falei entre dentes - Para de insinuar essas coisas - Olhei para ele por cima do ombro - Eu não gosto disso.

– Se você diz - Deu de ombros. 

Revirei os olhos e saí de casa para poder me encontrar com a rosada na casa dela. 

Durante o curto trajeto deixei minha mente viajar... O que a minha namorada está aprontando ?

Minha namorada. Minha namorada. Minha namorada... Ainda é estranho chamar a Haruno dessa forma, mas admito que estou adorando. 

Chagando lá fui logo atendido por ela... E pelo Anakin. Cruz credo, por que esse cachorro me odeia tanto ? 

– Anakin, quieto ! - Ela segurou o demônio canino pela coleira - Pode entrar, Sasuke. 

Entrei todo desconfiado, olhando para os dentes enormes do Anakin, então Sakura fechou o portão. 

– Cachorro louco... - Murmurei enquanto passava pelo jardim até enfim entrar na casa. 

Quando eu já estava finalmente seguro, a rosada soltou o Pastor Alemão furioso.

O que esse bicho tem contra mim ? 

– Seu medroso - Sakura riu de mim e entrou em casa também, então parou de frente para mim, segurou em meu rosto e me deu um selinho nos lábios - O segredo é não demonstrar que está com medo, sabia ?!

Aham, ela fala como se ver um Pastor Alemão enorme, latindo e mostrando os dentes fosse a coisa mais linda e natural do mundo. 

Esse cachorro não vai com a minha cara e pronto ! Acho que ele me cortaria em pedaços se pudesse. 

Bicho horroroso... Coisa demoníaca... 

– Prefiro manter uma certa distância dele - Admiti - Então... - Cocei a nuca e sorri meio sem graça - Por que você me chamou aqui ? 

– Bem... É que... - Sakura pareceu um pouco insegura e nervosa, então começou a bater um dedo no outro como a Hinata costuma fazer - Eu não quero que você ache bobo - As bochechas da garota ficaram levemente rosadas, algo extremamente fofo - Na verdade também era uma desculpa para que você viesse aqui...  Só pra passar um tempinho a sós comigo. 

Sério que ela estava nervosa por isso ? Não parece bobo, mas se ela queria ficar a sós comigo era só pedir. 

Gente, minha namorada é um amor... 

Tô me sentindo um bobo apaixonado -se bem que é por aí mesmo-, pois fico realmente encantado com tudo que ela faz. 

Esse negócio de amor deixa as pessoas meio idiotas, não é mesmo ?! 

– Não é bobo - Não consegui conter uma risada -  Não tem coisa melhor do que passar um tempo com você.

Sakura me abraçou e eu retribuí o carinho. 

– Ainda não consigo acreditar que você criou coragem pra me pedir em namoro - Ela falou com a voz risonha em meu ouvido e eu senti minhas bochechas esquentarem de vergonha. 

Na verdade, nem eu sei de onde tirei coragem pra vencer de uma vez por todas a minha timidez e pedir em namoro a garota que eu amo. 

Até eu me surpreendi comigo mesmo. 

– O importante é que eu consegui - Falei com um sorriso sem graça que arrancou risos dela quando separamos nosso abraço.

– Eu fiz uma coisa que acho que você vai gostar - Sakura falou empolgada e então correu para a cozinha como uma criança levada.

Fiquei curioso, mas continuei na sala para esperá-la. 

Ela fez algo que vou gostar ? Hum... Será que vai dar o Anakin pra outra família criar ? Nossa, isso seria ótimo. 

Sakura voltou com um prato e uma colher, logo se sentou no sofá da sala e me olhou como se me mandasse sentar também, então obedeci. 

– Isso é... - Arregalei os olhos e encarei a Haruno. 

Isso me traz lembranças... 

– Uhum - Assentiu - É beijinho. Você provou meu brigadeiro, mas não provou meu beijinho ainda.

Uma vez Sakura e eu comemos brigadeiro aqui nesse mesmo lugar. Ela me disse algo meio ambíguo, que eu precisava provar o beijinho dela.

Bem, já provei o beijinho no sentido literal, mas o doce ainda não.  

– Eu vou provar agora - Peguei a colher para provar um pouquinho do doce. 

Nossa, isso tá uma delícia. A Sakura é uma artista na cozinha, estou sentindo que ela vai querer me engordar - Isso tá muito bom.

– Eu falei que era uma delícia - Ela pegou a colher da minha mão para comer um pouco de beijinho também - Diz se você já provou um melhor ?

De fato não sou um amante de guloseimas -na verdade eu prefiro até evitar-, provei esse doce só porque foi a Sakura que fez, mas realmente está muito bom. 

– Esse é o melhor - Respondi e ela sorriu satisfeita e orgulhosa de si mesma. 

Passar uma tarde na companhia da Sakura e comendo doce foi realmente algo muito gostoso. É ótimo passarmos um tempo juntos longe da escola. 

Conversamos um pouco e depois fomos para o quarto dela com a finalidade de ver um filme... Só que, sinceramente, eu nem sei dizer qual é o filme que estamos "assistindo".

Acontece que estamos sozinhos na casa dela... No quarto dela... Na cama dela...

Enfim, o clima esquentou bastante e carícias se tornaram o objetivo principal, não o filme. 

Tomei os lábios dela e demos início a um beijo pra lá de intenso, senti as mãos dela passarem delicadamente pelos meus cabelos, o que sempre me causa um arrepio muito gostoso.

Passei a mão pela coxa dela enquanto beijava sua boca e apertei de leve, fazendo-a soltar um gemido baixo que me atiçou. 

Senti um frio na barriga e um arrepio por todo o corpo. Era como se eu não controlasse meus próprios atos, como no dia do elevador. 

Certo ou errado ? Não sei, mas meu corpo está implorando por isso... Eu sei o que está para acontecer, mas quem liga para as consequências ? 

Quando me dei conta, meu corpo já estava por cima do corpo da Sakura, posicionado entre as pernas dela. 

Beijei seu pescoço e a ouvi suspirar. Sim, isso vai deixar o pescoço dela marcado amanhã, mas a única coisa que importa é o agora.

Meu óculos já está até caído sobre a cama, mas não preciso enxergar direito agora... O importante é só sentir. Apenas isso. 

Por falar em sentir, o fato é que estou excitado e isso pode não terminar bem. 

– Sasuke, você está... - Sakura falou e logo me olhou um pouco confusa e envergonhada, o que me fez ressuscitar minha sanidade - Você... É sério isso ?

Ela estava envergonhada demais pra terminar a frase, mas com certeza sentiu que eu estou extremamente excitado. 

Minha nossa, agora eu também estou queimando de vergonha. 

Saí de cima dela rapidamente, peguei o óculos e coloquei, mas fiquei encarando a parede. Não consigo olhar diretamente para a rosada depois dessa.

Ela deve estar achando que eu sou um pervertido. 

– Desculpa... - Falei cabisbaixo após colocar um travesseiro sobre as pernas para que ela não veja o que já sentiu - Eu não queria... Acontece que fugiu do meu controle... Perdão... 

Droga, mil vezes droga ! 

Por que eu não consigo controlar esse tipo de coisa ? 

Essas coisas infelizmente acontecem quando não queremos que aconteça. Agora, por exemplo, meu companheiro se animou e estragou tudo ! 

Com que cara vou olhar para a Sakura de agora em diante ? Tá certo que eu sou homem, produzo testosterona, portanto uma ereção é perfeitamente natural e eu sequer preciso estar consciente para isso; afinal, acontece até quando eu tô dormindo... Mas ainda assim estou roxo de vergonha por isso ter acontecido numa situação como essa, e o pior, Sakura percebeu. 

– Tudo bem, Sasuke - A Haruno está tão desconcertada quanto eu - Acho que isso é um sinal. 

– Sinal ? - Questionei, finalmente olhando para a garota que está com as bochechas levemente coradas - Sinal de quê ?

– Sinal de que estávamos indo longe demais - Suspirou - Nos deixamos levar pela emoção do momento, sem pensar direito nas coisas... 

– Você está certa - Concordei - Desculpa mesmo, Sakura. 

– Tudo bem, não precisa ficar encabulado por causa disso - Ela riu pra tentar descontrair e me deu um beijo na bochecha - Vamos esquecer, tá bom ?!

– Tá, mas foi constrangedor pra mim, ora essa - Desviei o olhar para o chão. 

Que saco, ainda é estranho olhar pra ela depois disso ! 

Acho que nunca fiquei tão sem graça em toda a minha vida... Droga, por que eu deixei isso acontecer ? 

Eu não sou assim, não sei o que está acontecendo comigo. Não pensei em consequências de nada, não pensei racionalmente, apenas me deixei levar por instintos. 

Fiquei dividido entre a razão e a emoção. Inicialmente me deixei levar apenas pela emoção, mas quando voltei para a realidade deixei a razão falar... Bem, a razão me disse que eu preciso parar de me deixar levar apenas pela emoção ou então posso acabar fazendo uma besteira da qual me arrependerei.

Preciso encontrar um equilíbrio, mas nunca pensei que isso fosse tão difícil. 

Comecei a ver a Sakura com outros olhos, pois passei a desejá-la e não sei por quanto tempo conseguirei controlar essa vontade de tê-la. Não sei se da próxima vez conseguirei ouvir a voz da razão. 

– Sasuke - A voz doce me tirou dos meus pensamentos, então olhei para a rosada que estava com um sorriso estampado no rosto - Sabemos que em algum momento isso pode acontecer, você não precisa agir como se fosse coisa de outro mundo. 

– Eu sei, mas não quero que as coisas aconteçam no momento errado, entende ?

– Entendo sim - A Haruno assentiu - Mas o meu pai costumava dizer que as coisas, quando têm que acontecer, sempre acontecem na hora certa. 

– Meu pai também diz isso... - Comentei - Eu só não quero que você pense que eu... Enfim, não quero que pense que eu não te respeito ou que estou com segundas intenções. 

Na verdade eu tive, por uns instantes, segundas intenções. Acho que, se Sakura não tivesse me interrompido, pode ser que teríamos avançado o sinal. 

Claro, é só uma hipótese. 

– Fica tranquilo - Ela riu - Vamos parar de pensar nisso e deixar que as coisas aconteçam naturalmente, ok ?

– Ok.

[...]

Cheguei em casa ainda pensando no que aconteceu mais cedo. Embora Sakura e eu tenhamos lidado com isso da melhor maneira possível, ainda é difícil de acreditar que eu deixei as coisas chegarem no ponto que chegaram.

Minha nossa, por quanto tempo conseguirei me controlar perto dela ? 

Eu a desejo, será que isso é errado ? 

– E aí, como foi lá na casa da rosinha ? - Itachi perguntou assim que passei pela sala, então me joguei no sofá ao lado dele e agarrei uma almofada. 

– Não foi legal... - Murmurei - Era pra ser uma tarde legal, mas eu consegui estragar tudo. 

– Vocês brigaram ?

– Não. 

– Então o que aconteceu ? - A curiosidade do meu irmão era quase palpável. 

Como eu vou contar isso pra ele ? Itachi vai me zoar com certeza, sem falar no meu constrangimento.

Ah, dane-se, eu vou contar. 

– Rolaram alguns amassos... - Tentei meter minha cor natural, mas foi impossível, uma vez que só fui ficando cada vez mais vermelho - O negócio foi esquentando... Eu acabei me animando e a Sakura percebeu. 

– Sério ? - A cara de incredulidade dele é o melhor - Você até que chegou bem longe. Eu não esperava isso.

– Itachi, com que cara eu vou olhar pra ela de agora em diante ? - Me desesperei. 

– Mano, calma - Pediu - Primeiro: Você não precisa ter vergonha disso, já que é algo perfeitamente natural e acontece com todos os homens... Exceto com quem sofre de impotência - Revirei os olhos diante de tal colocação inútil - Segundo: Se  ela percebeu, paciência, a culpa não foi sua. 

Na verdade a culpa foi um pouquinho minha sim, pois isso não teria acontecido se eu não tivesse deixado aqueles amassos chegarem onde chegaram. Eu só não tenho culpa de ter me animado, pois eu não consigo controlar muito bem esse tipo de coisa. 

– Sei lá, foi constrangedor - Admiti.

– Mano, então você vai desmaiar quando transar pela primeira vez - O traste caiu na gargalhada... Eu mereço. 

– Ora, por que você diz isso ? 

– Irmãozinho, não sei se você sabe, mas pra transar com alguém, além de ficar animado você também precisa tirar a roupa.

Que idiota ! Ele acha que eu tenho quantos anos mesmo ? 

Por ser o caçula, posso até ser um eterno bebê na cabeça da minha mãe, mas não é possível que o meu irmão também pense assim.

Eu sei como essas coisas funcionam... Na teoria, mas sei. 

– Como se eu não soubesse disso - Bufei. 

– Então fica sussa e vai aprendendo a lidar com isso. 

Na verdade esse idiota falou algo realmente importante e que me deixou encabulado... Mesmo que eu perca o controle com a Sakura, mesmo que a deseje de uma forma insana e mesmo que eu queira tê-la, como eu agiria se nós de fato chegássemos aos finalmentes ? 

Não seria uma coisa fácil, principalmente pra alguém como eu que é a personificação da timidez. Realmente eu não iria conseguir ficar tranquilo se visse que o negócio realmente iria evoluir pra uma coisa mais íntima. 

Eu conseguiria ? 

Sinceramente, nem eu sei responder essa pergunta e acho que só saberei a resposta quando esse momento de fato chegar... Se ele chegar. 

– Eu acho que é um pouco cedo pra pensar nisso - Falei.

– Sasuke, não tem hora certa pra acontecer - Meu irmão explicou - Basta os dois quererem e sentirem que estão prontos... Aí é só alegria. 

É fato que eu perdi bastante a vergonha perto da Sakura, antes eu era bem mais tímido. Mas, mesmo que eu me sinta mais à vontade perto dela, ainda não chegamos a tal nível de intimidade. Com certeza não. 

Uma vez eu disse para Sakura que ela poderia me repreender se achasse que estou passando dos limites, mas até agora ela não falou nada. Mas, mesmo que ela não diga, eu sinto que às vezes passo dos limites e o ocorrido de hoje é um exemplo disso. 

– Itachi, mesmo que você diga isso, eu ainda acho que é muito cedo pra pensar em sexo - Expliquei - Eu preciso aprender a me controlar pra não acontecer de novo o que aconteceu hoje.

– Ah, então quer dizer que vocês vão namorar como na época dos nossos avós ?! - Ele perguntou indignado - Só segurando na mão e olhe lá. 

– Também não é assim... - Cruz credo. Isso não é namoro, é amizade - Eu só não posso deixar as coisas esquentarem que nem hoje. 

– Sasuke, esquece - Ele começou a rir - Tudo começa com um beijo inocente, porque nesse quesito as pessoas são como ferro de passar: Liga em cima e acende em baixo. 

– Me poupe dessas suas comparações - Bufei. Foi quando vi meu gato, aparentemente ileso, se aproximar de mim - Oi garoto... Vem cá. 

Thor pulou no meu colo e começou a ronronar quando fiz carinho em seu pescoço. Enquanto isso meu irmão assistia a cena com cara de nojo. 

– Coisa horrorosa... - Ele olha para o Thor como se ele fosse o ser mais desprezível da face da Terra - Agora pouco eu fui na cozinha pra pegar um pouco de água e tropecei no tapete, quase que arrebento a testa na mesa... Tudo culpa desse gato pervertido. 

Realmente o Thor roda a casa todinha com o tapete, mas na maioria das vezes ele sequer chega a sair da cozinha. Acho que meu gato é preguiçoso demais pra isso. 

– Deixa o bichinho... - Continuei fazendo carinho no Thor e logo ele se deitou no sofá e abriu as pernas pra receber carinho na barriga. Tem como ser mais fofo ? - Realmente acho que ele precisa de uma fêmea.

– Sasuke - Itachi suspirou, falando pausadamente - Eu juro... Se você trouxer outro gato pra dentro dessa casa... Eu me livro de você e deles. 

– Para com isso - Não pude deixar de rir - E outra, você não precisa nem se dar ao trabalho, sabia ? - Questionei de maneira retórica - Se eu arrumar outro gato, com certeza a mamãe fará questão de se livrar de mim também. 

– Eu tinha me esquecido desse detalhe - Itachi caiu na gargalhada e eu também. 

Ora essa, minha mãe já não gosta muito do Thor, se outro gato vier pra casa com certeza quem sofrerá as consequências serei eu. 

Mas eu não tenho culpa, quem me deu o Thor foi a minha tia. Eu sempre quis um gato Persa, mas esses bichos são muito caros e, por mais que meu pai quisesse comprar um pra mim na época, minha mãe disse que jamais daria dinheiro numa porcaria de um gato. 

Sim, ela usava exatamente essas palavras. Chamava o bichinho de porcaria. 

Enfim, tenho uma tia que cria um casal de Persas, mas ela mora em outra cidade e uma vez fomos passar uma semana lá nas férias, por coincidência a gata tinha parido e os gatinhos estavam com quase dois meses. Assim ganhei o Thor. 

Ouvimos o barulho do portão sendo aberto e logo o carro da mamãe entrou na garagem. 

– Eu conto pra mamãe o que aconteceu ? - Perguntei para o Itachi, afinal, minha mãe é boa pra dar conselhos. 

– Tu é doido ? - Ele arregalou os olhos - Ela arranca teu pinto fora.

Ai... Doeu só de pensar, então acho que é melhor ficar de bico fechado mesmo.

Segundos antes da minha mãe abrir a porta para entrar, Thor desceu do sofá numa velocidade que eu até estranhei. 

Esse gato não é besta. 

Passei a mão por onde o Thor estava deitado, a fim de não deixar vestígios de pêlos. 

– Oi meus amores - Dona Mikoto entrou em casa e já veio falar conosco - Estão fazendo o quê ?

– Só batendo papo mesmo... - Itachi deu de ombros. 

– E sobre o que estavam conversando que quando entrei em casa vocês pararam ? - Questionou, sentando-se ao meu lado.

Meu sangue gelou.

– Ué... Nada de importante - Respondi. 

– E o senhor estava aonde ? - Mamãe questionou enquanto me olhava dos pés à cabeça. 

Como ela percebeu que eu saí de casa ? Bem, pra início de conversa meu irmão está jogado no sofá de qualquer jeito, sem camisa e com um short folgado -admito que se não tivesse saído, eu estaria mais ou menos assim também-, enquanto que eu estou mais arrumadinho. 

– Eu fui na casa da Sakura - Admiti.

Ela pode saber que eu fui lá, só não será interessante contar o que aconteceu.  

– Já tá sério desse jeito ? - Indagou um pouco surpresa - Ou melhor, já tá nesse grude todo ?

– Mãe, eu só fui lá para nós conversarmos um pouquinho fora da escola - Respondi e escutei meu irmão segurar um riso. 

– Tudo bem - Ela se levantou do sofá. Bem, não sei se minha mãe acreditou cem por cento, mas pelo menos não fez perguntas - Vou tomar um banho e trocar de roupa para preparar alguma coisa pro jantar. 

– Hum... O que vai ser ? - Itachi perguntou todo interessado. 

– Não sei - Respondeu enquanto se apoiava no sofá para tirar os saltos... Por que ela não tirou enquanto estava sentada ? Ah, mulheres... - Alguma coisa rápida.

– Cadê o papai ? - Perguntei. 

– Ele vai chegar um pouquinho mais tarde hoje - Mamãe respondeu, pegando os sapatos de salto que estavam no chão - Alguém se habilita para me ajudar com o jantar ?

– Eu acho que tá me dando uma dor nas costas... - Esse Itachi inventa de tudo pra não ter que ajudar na cozinha quando a mamãe pede. 

– Pois eu ajudo - Respondi. 

– Tudo bem, eu vou tomar banho e já vou pra cozinha. 

Minha mãe subiu para o quarto dela e eu subi para o meu, onde substituí a bermuda jeans por uma calça de moleton mais confortável. 

Mais uma vez as lembranças do que houve hoje voltaram... Droga, ainda é difícil de acreditar que eu deixei as coisas chegarem nesse ponto. 

Não vou mentir, sinto vontade de transar com ela, mas ao mesmo tempo sinto como se isso fosse uma coisa errada. Sinto como se tivesse ultrapassando os limites. Como se o simples fato de pensar nisso fosse um total desrespeito. 

Não consigo controlar minhas vontades, não consigo controlar meus hormônios... Não consigo me controlar perto dela.

Entretanto também tenho medo do que pode acontecer se deixarmos rolar... Se esse momento finalmente chegar, o que eu vou fazer ? Sinceramente, eu não faço a menor idéia. 

E agora... Onde isso vai dar ? 


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Notas finais do capítulo

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Enfim, Beijos e até o próximo ♡