Host Club V - escrita por LiLy Uchiha


Capítulo 16
Cap. XVII – Quase um primeiro beijo


Notas iniciais do capítulo

finalmente!!
shuashuahs



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Narrado por: um vampiro determinado

 

            Eu dirigia enquanto ela bocejava, no horizonte o sol fraco já começava a nascer. Seria um dia quente.

            - Quer tomar um café-da-manhã antes de ir pra casa?

            - Não, acho melhor não.

            - Quer assistir ao nascer do sol comigo?

            - Na verdade Heid....eu preciso muito dormir.

            Eu sabia disso, mas estranhamente estava tentando prolongar esse momento com ela. Longe dela eu teria que pensar sobre nós. Pensar que um vampiro não pode ter uma humana. Eu sorri pra ela, tentando parecer calmo.

            - Desculpe. Eu sei disso. Já estamos chegando.

            Depois de mais alguns minutos eu cheguei na rua dela, um quarteirão antes de sua casa. Parei o carro e olhei para ela. Aquela estranha compulsão veio de novo. Tão forte como enquanto eu a olhava no palco, talvez mais forte. Só que agora eu estava focado nos lábios dela. Eu queria beija-la. Então comecei a me aproximar, sem pensar muito sobre isso. Eu podia sentir a pele dela mais quente, podia vê-la corando, quanto mais perto eu chegava. O coração dela também batia disparado e eu acho que se tivesse um coração ele também bateria forte assim. Eu toquei a bochecha dela, caminhando com meus dedos pelo pescoço dela, até chegar na nuca, e delicadamente a puxei pra frente, nossos lábios a apenas um centímetro de distancia. Os olhos dela já estavam fechados e eu sabia que ela queria aquilo tanto quanto eu. Mas uma pergunta pousou na minha mente no instante que eu ia beija-la. O quanto era isso? O quanto eu estava envolvido com ela? Eu não podia responder essa pergunta, e consequentemente não podia beija-la. Não que eu tenha medo da Alex – embora se for pensar bem, eu tenho – mas eu pensei na Mizi, e um beijo poderia magoa-la mais tarde, poderia destruir nossa amizade. Meus lábios tocaram a bochecha dela. E depois me afastei totalmente. Ela me olhou surpresa e talvez um pouco decepcionada. Um sorriso estranho surgiu em seus lábios e ela bocejou em seguida.

            - Até depois Heid.

            - Tchau, Mizi.

            Ela se foi, caminhando rapidamente no quarteirão que separava de casa. Ela entrou, mas eu não dei partida no carro para ir para casa. Eu fiquei sentado lá, enquanto o sol nascia.

            Eu fiquei por tanto tempo lá que vi o pai e a mãe dela saírem de carro. até onde eu sabia só estavam a Mizi e uma irmã em casa. A idéia se formou na minha cabeça e eu já a tinha posto em prática antes de pensar em me impedir.

            Eu olhava pela janela da sala, e irmã mais nova de Mizi estava concentrada vendo algum programa na TV. Eu fui para os fundos da casa e comecei a escalar a parede na esperança de encontrar alguma janela aberta. Não foi difícil. Como o dia estava claro – e quente, o que estava me deixando cada vez mais fraco – tinha algumas janelas abertas no segundo andar e eu pude escolher a melhor para entrar. A janela ficava num corredor com quatro portas. Foi fácil encontrar o quarto de Mizi, e não só pelos adesivos fofos na porta. O som do coração dela – que agora parecia mais alto e mais forte para minha audição – vinha daquela porta. Eu entrei sorrateiramente, sem fazer barulho. Ela estava meio enrolada em algumas cobertas, a respiração um pouco forte para alguém que dormia. Bem pelo menos eu achava isso, por que eu não passo meu tempo observando humanos dormir. Eu parei e pensei no que eu estava fazendo. Eu havia invadido o quarto da Mizi. Invadido a privacidade dela. Eu me senti na cadeira do computador dela. Somente por olha-la lá, eu me sentia bem. A compulsão veio de novo, mas não desesperada dessa vez, eu estava a entendendo agora. Eu tinha que ir embora antes que alguém notasse o carro no outro lado da rua, e antes que os pais dela voltassem e antes que ela acordasse.

            Eu me deixei levar pelo meu desejo, me aproximei da cama, me sentei. Olhei pro rosto dela sereno, seu peito – e poxa e Mizi tinha peitos – levantando e abaixando rápido. O som do coração dela era estável. Eu me aproximei do rosto dela e toquei seus lábios devagar com os meus. Eu senti a maciez da boca dela, e puxei um pouco o lábio inferior dela com o meu.

            Bem, foi um beijo inesquecível.

 

 

            [narrado por uma humana sonolenta]

            Eu acordei, sem noção nenhuma de quantas horas eram. Minha mãe deveria achar que eu era uma inútil, mas eu tinha certeza que só poderia passar pouco tempo com ela. Logo eu teria que estar no club de novo.

            Eu abri meus olhos e respirei fundo, para enfrentar mais uma noite de trabalho duro. Depois que soltei o ar tive que respirar fundo novamente, e mais uma vez e mais uma. Eu poderia ter enlouquecido, ou talvez os acontecimentos de ontem a noite foram demais pra mim. A dança, o quase beijo no carro. Eu não entendia bem o que estava causando tudo isso, mas eu podia sentir o cheiro do Heid em meu quarto. Eu sentia nitidamente o rastro doce do cheiro dele ali. Eu saí do quarto em direção ao banheiro, pensando em que tipo de doença eu poderia ter para imaginar cheiros...


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Notas finais do capítulo

eh... e não de quase aconteceu mesmo!!


espero que vc tenha gostado!
bjinhus!



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