Narrado por: um vampiro bem normal

            Naturalmente eu já estava lá. É incrível como mesmo morando do outro lado da cidade eu conseguia chegar antes dos outros que moravam ali. Até mesmo a Alex morava mais próxima que eu. Já o Heiderick era outra história, ele não tem horários, nem responsabilidade, ainda assim muitos – lê-se muitas – freqüentavam o bar por causa dele. Ele nem ligavam para os elaborados drinks que eu inventava e preparava. Eu não sei o que essas mulheres vêem, ele é o tipo de homem que certamente não me atrairia. Eu imagino que garotas como a Sam, mimadas, bebezonas são perfeitas para ele, mas uma garota como a Mizi...

            Eu terminei de arrumar o balcão enquanto os outros chegavam , quando o bar foi aberto praticamente todos nós estávamos lá.

            Pouco depois da meia noite eu percebi Mizi entregando pedidos de drinks numa mesa, quando ela voltava aqui para o balcão um cara segurou a mão dela e falou algo que eu não pude entender pois estava tocando uma música alta no momento. Ela tentou se livrar gentilmente dele, mas o otário parecia ser insistente. Alex apareceu ao lado dela no mesmo instante, enquanto Heiderick se dirigia rapidamente para lá. O vampiro soltou Mizi e ela veio para o balcão, segurando o pulço.

            - Tudo bem com você Mizi? – eu perguntei meio aliviado e meio preocupado, até hoje não entendi o que faz trabalhando aqui.

            - Tudo ok! Não se preocupe. Acho que... bem ele deve ter me confundido com alguém.

            - Tudo bem Mizi? O que aquele imbecil queria? Ele te machucou? – adivinhe quem chegou? Um ponto pra quem disse Heiderick. Ele sempre se intromete em tudo.

            - Está tudo certo Heid. Estou bem.

            - Bem... você quer ir lá pra baixo? Acho que não é bom pra você ficar aqui...

            - Não. Está tudo realmente bem, eu vou ficar e continuar meu trabalho.

            - Tudo bem... não se preocupe, eu fico de olho nele. – ela deu um sorriso, tão sereno e doce, como se as palavras dele fossem um encantamento. Acho percebi o que ela faz aqui. Provavelmente ela deseja ficar perto dele.

            Os dois saíram do balcão, e tudo ficou tranqüilo novamente. Tirando a briga de duas fêmeas, por volta das quatro da manhã. Aposto que tinha algum macho envolvido. As duas foram expulsas antes que pudessem causar grandes estragos, pelo dono da delicada cascata de cabelos acinzentados, que nesta noite estavam presos no alto de sua cabeça, seus olhos violeta estavam mais brilhantes e vivos nessa noite e... – o que foi? Além  pagar meu salário ele é assustador.

            Já perto do amanhecer Milles e Sam começaram a cantar no karaokê. Bem, eles não são exatamente nota 100 como cantores e eu já contava os minutos para ir embora.

            - Pai... – ela começou, com a voz doce e delicada. É claro que ela queria alguma coisa, pois aquele não era o tom normal de sua voz – bem... eu estive pensando. Porque não podemos fazer um concurso de karaokê aqui no bar?

            - E com premiação! – Milles acrescentou animadamente. – era difícil imaginar o que eles tinham na cabeça.

            - Claro! Que idéia magnífica! – a animação de Katan foi uma grande decepção para mim. – realizaremos um concurso de karaokê no Host Club V.

            Agora ferrou geral.