Você, Paixão escrita por Camila J Pereira


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Mudanças de planos, raiva sendo sanada, amizades sendo feitas, tudo isso nesse capítulo.
espero que gostem.



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Havia aqueles que saiam de condições difíceis de vida para as melhores possíveis feito mágica. Essas pessoas eram privilegiadas, a sorte, o cosmos, algo que não se pode prever ou ao menos é perceptível ao toque, lhes faziam reverter o jogo. Eram vitoriosas.

Não foi o mesmo que aconteceu com a família do Sam Uley. Já haviam se endividado muito e os negócios não iam bem. Quando os seus avós, donos da casa morreram, eles já viviam com o resto dos fundos de seus últimos lucros. Seu pai não quis lutar pelos negócios, uma pequena empresa de advocacia. Abriram uma loja nos arredores da cidade e viviam dela até aqueles dias.

Sam herdou a loja e a casa, mas não a conseguiu manter. Também não conseguia vender por um preço que achasse justo. Foi com alegria que recebeu o recado do Daniel sobre um dos Cullen que gostaria de ver a casa como um admirador. Vê-lo olhar para a sua antiga casa com aquele olhar sonhador, lhe fez bem. Pensou que a sua família pelo menos deixou algo admirável na sociedade, o que lhe doía era não conseguir mantê-la.

Dias depois não pôde recusar aquela oferta, era muito para que ele fechasse os olhos. Além do mais, sabia que estaria em boas mãos. Ele amava aquela casa, dava para ver quando foram visita-la. Sabia que em pouco tempo veria a casa como nos seus primeiros dias.

***

– Então, Ed, quando voltará para Washington? – Rosie o fez lembrar-se de sua decisão. Não ousou olhar para os pais, mas sentia que todos à mesa o observavam.

Todo eles sabiam que a Ângela não havia dado sinal de vida. E Edward estava sendo bem informado de que ela continuava a sua carreira e em breve terminariam as gravações. Ângela voltaria para casa, pelo menos, era o que aparentava.

Quando saiu do hotel quase a 1 da manhã, pensou que a vida poderia ser bem mais simples, como estar com Bella Swan parecia ser. Nada de ambição desmedida, de quereres extraordinários. Foi como vê-la diante de si novamente, sentada preguiçosamente no assento do banco do seu carro. Um sorriso quase carinhoso foi lhe ofertado.

– Sentirei falta dessa cidade. A pesar de tudo, aqui é um bom lugar para se viver.

– A pesar de tudo? – Não entendeu o que ela quis dizer com aquilo. Bella às vezes se retraia, era como se alguma lembrança ruim lhe invadisse. Aquilo nunca durava muito, mas era o bastante para perceber. – Se refere ao assunto que te deixou triste e te levou a beber no Daniel, quando nos beijamos pela primeira vez? E é o mesmo assunto que te fez “esquecer” de se alimentar ontem? – Bella pareceu incomodada com as suas observações, mas engoliu em seco e sorriu.

– Lembra-se do nosso primeiro beijo, Cullen? – Edward estava ficando constantemente sem jeito com o que Bella falava.

– Você estava ardentemente sensual naquele dia.

– Só por isso... – Ele não respondeu a sua sugestão maliciosa.

– Você parece amar esse lugar, porque não faz uma faculdade por perto? Para qual irá? – Ele realmente queria saber.

– Estou achando que você quer me visitar. – Bella estava muito debochada aquela noite. Edward estalou a língua entre os dentes.

– Pode levar as minhas perguntas à sério?

– Não farei uma faculdade perto e ainda tenho um tempo para escolher.

– Mas já sabe que não fará uma faculdade por perto. Isso porque? – Edward parecia muito interessado para Bella. Além de tudo o que parecia estar sentindo, ainda tinha as reações do Cullen que a deixavam com o coração ainda mais saltitante. O que ela achava, que ele se apaixonaria? E ela, o que era tudo aquilo?

– Renée. – Ela enfim lhe disse para que ele parasse de questionar.

– Quer ficar longe da sua mãe?

– Preciso. – Bella pigarreou. – Mas e você, também parece amar esse lugar. – Ela estava redirecionando a atenção da conversa. – Porque saiu daqui e porque não volta? Agora a cidade ficará segura, a Bella Swan está indo embora em breve. Ou.... Tem que ir por sua noiva? – Aquelas perguntas não eram tão fáceis para ele também.

– As coisas aconteceram e me mantiveram longe daqui. Nunca amei tanto um lugar como este, a não ser talvez.... Não... – Ele respondeu depois de pensar um pouco. – Londres está em segundo lugar em meu coração.

– Edward Cullen, até nas escolhas dos lugares você é romântico. – Bella constatou novamente com o sorriso debochado.

– Bella Swan, a senhorita está terrível hoje.

– Você que estava terrível hoje, selvagem e insaciável. – Sussurrou debruçando-se para um beijo.

– Vá para dentro antes que eu te carregue novamente para longe. – Aquilo pareceu promissor e ela quis que ele o fizesse de verdade, mas dali a poucas horas teria que ir à escola.

– Boa noite, Ed.

– Boa noite, Bella. – Edward esperou que ela entrasse em casa, observando de longe aquela garota cheia de mistérios.

Ele a queria conhecer, sentiu a grande necessidade invadindo-o. Foi naquele momento que a decisão o assaltou. Talvez estivesse ficando louco, talvez aquilo fosse te levar a um grande problema, maior ainda do que o afastamento e a raiva do Emm. Edward tirou a aliança do dedo anelar da mão direita. Aquilo não valia nada, Rosie estava certa.

Se a Ângela não o procurava, ele também não faria. Não foi ele quem errou, quem colou as vontades egoístas a cima das necessidades do casal. Não era ele quem estava sempre ausente, sempre distante, mesmo quando ao lado um do outro. Era um relacionamento unilateral sim, estava cansado daquilo. Não sustentaria mais um status vazio, ficaria um pouco mais em São Miguel. Ele precisava de mais tempo naquele lugar.

– Edward? – Rosie o chamou novamente e Edward voltou ao tempo presente.

– Desculpe. – Bebeu um pouco do suco para aliviar aquela aspereza. Seus pais, como entenderiam aquilo? – Não voltarei para Washington nesta próxima semana. Mudança de planos. Tenho um novo projeto aqui na cidade. Aquela casa do primo do Daniel, eu a reformarei.

– Isso é fantástico, filho! – Esme vibrou. Era mesmo o que ela sempre quis, ter Edward perto, ainda mais agora que o Jas iria ficar distante.

– Ele tem renda para custear uma reforma dessas? – Edward não estava pronto para dizer toda a verdade. Ele estava comprando a casa e não simplesmente fazendo apenas a reforma do lugar.

– Parece que sim. – Edward pediu descrição para o vendedor da casa. Não queria alarde para aquilo, não ainda. Estava tudo muito confuso, inclusive a razão para ele fazer aquilo.

– Será muito bom ter você aqui. – Carlisle aprovou a sua permanência, o que o deixou aliviado.

– Obrigado, pai.

– Isso vai ser legal. – Rosie disse. – Não é, Jas?

– Muito legal. – O que foi aquele olhar cheio de uma suspeita divertida no rosto do Jas?

– Ed, me passa a geleia. – Rosie pediu ao irmão que a atendeu prontamente. – Edward Mansen Cullen! – Ela fez o alarde e todos a olhavam em suspense. – Cadê a sua aliança? – Era o sorriso mais largo que a Rosie podia dar e deixou Edward constrangido. Todo estavam olhando para a sua mão, nua, apenas com a marca da aliança.

– Obrigado, Rosie. – Ele disse baixo contento o desgosto.

– Rosie, seja discreta, filha. – Esme pediu, mas Rosie não estava nem aí. Ela queria saber o que tinha acontecido.

– Mãe, ele tem que dizer o que aconteceu. – Falou. – Isso é maravilhoso.

– Rosie! – Esme a repreendeu. – Por favor, respeite o momento do seu irmão. Quer nos dizer algo, filho? – A sua mãe agora perguntava para ele.

– Estava esperando quando tudo fosse oficial. – Edward lançou a Rosie o seu olhar costumeiro de irritação. – Ainda não falei com a Ângela, mas acredito que o nosso noivado terminou.

– Se isso for o melhor, se achar mesmo que é o melhor... – Carlisle ficou ao seu lado.

– Tudo ficará bem, Edward. – Esme sorriu pare ele incentivando-o. Ela sentia que o filho havia mesmo conhecido alguém e aquilo podia ser sustentado por suas saídas misteriosas e até mesmo por seu constante sorriso mesmo com o fim do noivado.

Arriscou olhar para a Rosie que parecia aliviada e então encarou o Jas. Ele sim tinha no rosto um ar esquisito, era como se tivesse surpreso, mas feliz. O seu noivado era tão terrível aos olhos da família, daquela forma?

***

– O que... – Emmet calou-se ao ver quem estava a sua porta. Ela estava reluzente, era como se não a tivesse visto a poucas noites antes. Rosie Cullen era realmente uma mulher linda. – Desculpe, pensei que fosse...

– Um outro Cullen. – Ela brincou, mas acertando em cheio.

– Sim. – Admitiu um tanto envergonhado. Quando começou a sentir-se envergonhado diante da pequena Rosie?

– Imaginei que estivesse em casa a essa hora. Posso entrar? – Era final de tarde e ele estava pensando em beber alguma coisa sozinho enquanto assistia ao jogo.

– Imaginou certo. Acabei de vir do escritório. – Ele abriu a porta receptivo aquela presença. – Entre, por favor.

– Obrigada, Emm.

– Está vendo o jogo? – Rosie ouviu a tv ligada.

– Sim, gostaria de ver comigo? – Aquele era o primeiro convite que o Emmet lhe fazia na vida para algo junto. Não era como se ele houvesse lhe chamado para sair, mas porque não?

– Claro, precisamos apenas de cerveja.

– Isso não é problema. – Emmet adorou aquele jeito dela. Parece que arrumou uma boa companhia para ver o jogo aquela noite.

Conversaram sobre o jogo no primeiro tempo e foram fazer pipoca para assistirem o segundo. Estava impressionado por Rosie saber tanto de futebol. E para Rosie, Emmet parecia bem aos seus olhos e então arriscou falar sobre o Edward.

– Edward está mesmo sentido pelo o que aconteceu.

– Rosie, não quero falar sobre o seu irmão. – De repente, sua expressão ficou fechada. – Não me diga que veio aqui para isso.

– Também, mas vim ver você. – Rosie olhou para ele sugestivamente.

Ela notava que ele estava olhando para ela e vendo uma mulher, só aquilo já era um grande passo. Tinha recebido a ligação do Michael, o homem que conheceu no aeroporto. Decidiu deixar ele no congelador, investiria pela última vez no Emmet Rechear e veria no que dava.

– Obrigado, Rosie. – Emmet abaixou o olhar e fingiu se ocupar com a pipoca. Eles voltaram e sentaram no sofá, muito próximos um do outro.

– Deixe-me falar algo e depois me calarei. A garota, era apenas um caso, Emmet. Edward não poderia se envolver com ela, mas e se ele estiver apaixonado?

– Edward não estaria apaixonado por ela. – Ele não acreditou, mas assim que falou parou para pensar.

– Ele ainda não sabe, mas está. – Ela garantiu e se calou voltando a assistir ao jogo. Emmet tentou prestar atenção no que se desenrolava a sua frente, mas ficou pensando no que a Rosie tinha dito.

– Mas e a Ângela? – Ele não se conteve.

– Edward não está mais usando a aliança. – Aquilo era realmente algo revelador. Edward Cullen estava enlouquecendo, ele estava se apaixonando por Isabella Swan de verdade?

– Acho que a minha praga vai pegar no velho Ed. – Emmet se referia a sua última conversa com o amigo, quando disse que desejaria que Bella deixasse mais hematomas do que ele deixou.

– O que quer dizer? – Rosie não entendeu.

– Nada, Rosie. – Emmet balbuciou mais para si.

***

Aquela seria a sua segunda tentativa, estava contente com as últimas decisões que tinha tomado em sua vida. Precisa do seu amigo por perto, esperava sinceramente que ele estivesse aberto a aproximação aquele dia.

– Esqueceu alguma coisa? – Emmet estava sorrindo de orelha a orelha. Aquilo pegou Edward desprevenido, esperava um Emmet carrancudo. Claro que ele achava ser outra pessoa que parecia ter saído de lá a pouco tempo, mas a fisionomia do amigo estava ótima.

– Oi, Emmet. – O sorriso do amigo morreu e ele pareceu um tanto envergonhado.

– O que faz aqui, Edward?

– Você já foi mais simpático. – Edward tentou descontrair, aquilo não podia durar por muito mais tempo.

– Não estou para gracinhas contigo, cara.

– Desculpe. – Edward ergueu as mãos em sinal de paz. Não conseguia se sentir bem-humorado. – Acabei de ligar para a Ângela. Na verdade, falei com a caixa postal dela. Já não estou noivo. – Por impulso, Emmet olhou para a sua mão. Rosie tinha dito a verdade, ele tirou a aliança. – E eu não sei o que será agora. Peguei um projeto na cidade. – Agora Emmet franzia a testa, aquilo estava cada vez mais interessante. – A casa do Sam Uley, primo do Daniel. Uma casa de herança... Muito antiga e incrível. Estou com as chaves dela, eu imaginei que talvez você quisesse ir lá comigo antes de começar a reforma, sentir o clima.

– Esse foi o pedido de desculpas mais gay que já ouvi. – Edward riu, mas ficou nervoso passando a mão nos cabelos rebeldes. – Isso tudo tem a ver com ela?

– Claro que não! – Rosie também estava certa em dizer que ele ainda não sabia que estava apaixonado. – Só estou dando um rumo em minha vida sem a Ângela. – Eles sustentaram o olhar por um segundo. Emmet soube que o amigo estava enrascado.

– Você está fodido, Edward Cullen, totalmente. – Edward ficou confuso com aquilo, pois Emmet sorriu para ele. – Ainda estou chateado, mas quero ver essa casa. Passamos lá amanhã pela manhã.

Edward caminhou de volta para casa, estava cada vez mais sentindo-se melhor. A sua volta para o lar, aquela cidade tinha sido a sua decisão mais acertada de todas. Aquilo o revigorou, estava deixando-o mais disposto e feliz. No caminho encontro com o Jas que vinha da casa da Alice. Ele também parecia feliz.

– Vocês dois como estão?

– Oficialmente namorados. Os pais dela não são assustadores, mas fiquei um pouco aflito. – Jas mostrou as mãos tremulas.

– Eles nunca foram assustadores.

– O olhar muda quando você está namorando a filha deles. – Jas brincou.

– E como será depois da formatura?

– Iremos para a mesma faculdade. – Aquilo era bom para eles se estavam mesmo se gostando.

– E a Bella, para onde irá? – Jas já não se importava mais para as perguntas relacionadas a amiga.

– Parece confusa. Teve muitas respostas positivas, mas acho que isso pirou um pouco a sua cabeça.

– Ela tem que escolher logo. – Edward preocupou-se e Jas o deixou envergonhado com o seu sorriso debochado. – Não me olhe assim. – Pediu. – O que pode me dizer sobre a relação dela com a Renée?

– Vocês não conversam? – Jas estava muito engraçadinho para o seu gosto.

– Incrivelmente estamos a cada dia mais falantes, mas tem coisas que ainda não consigo alcançar. – Pensou que o relacionamento dos dois seria estritamente sexual, mas estavam se conectando de outra forma, tinha que admitir.

– Não posso entrar muito em detalhes, é um assunto muito pessoal e somente ela poderá te dizer. No entanto, afirmo que o relacionamento dela com a mãe nunca foi tão bom, ela gostaria de ter ficado com o pai.

– E porque não ficou?

– Ela tem uma teoria. – Jasper respondeu deixando-o mais curioso. – Renée a está decepcionando. Bella está triste por isso e acredito que será bom que ela fique longe da mãe.

– Então é muito sério. – Edward chego à conclusão.

– Muito.

***

– Bella Swan! – Edward a alcançou um pouco além de sua casa. Tentou imaginar a hora que sairia para a escola e experimentou caminhar pelas ruas para ver se a encontrava. Poderia falar ao telefone, mas queria vê-la. E ela parecia tão incrível aquela manhã, com os cabelos soltos ao vento e aquele batom rosa nos lábios.

– Edward Cullen. Exercitando-se! – Bella notou suas roupas e calçados de caminhada. – Isso é bom.

– Sim, aproveitar o tempo que ficarei aqui.

– Pensei que estivesse perto de voltar à Washington. – Observou.

– Tenho outros planos. – Ele ficaria na cidade mais tempo? Ficou feliz ao ouvir aquilo. – Gostou de estar comigo em outro lugar da última vez?

– Foi bom. – Bella lembrou-se dos momentos de paixão dos dois.

– Tem permissão para viajar? Uma curta viagem de final de semana? – Aquilo a fez parar. Como assim uma viagem? Eles dois, sozinhos?

– Viajar? – Ainda não podia acreditar.

– Vamos na sexta depois da escola. Pode tirar uma folga na sexta, não é? – Bella voltou a caminha sendo seguida atentamente por um Edward que quase não respirava. Aquilo não era por causa da caminhada, mas sim pela porcentagem de chances de receber um não.

– Para onde iriamos?

– Blue Hill? – Estava cada vez mais inseguro. Em sua mente aquele convite foi muito mais tranquilo.

– Isso é há umas 3 horas daqui. – Aquele tom surpreso era para ele se preocupar mais?

– Tem medo de passar 3 horas comigo em um carro? Acha que me aproveitaria de você?

– Não seja bobo, Ed. – Gostou mais desse tom divertido. - Porque essa viagem?

– Quero ver o lugar, faz tempo que não vou lá. Um velho conhecido da escola tem uma casa, está tudo acertado. Ficaremos lá, nós dois, sozinhos. – Ele queria mesmo enlouquece-la antes da escola. Não poderia se concentrar em professores cansados do ano letivo tentando prender os alunos na escola por mais algum tempo e nem poderia concentrar-se nos preparativos da formatura depois de ouvir Edward Cullen falando sensualmente daquela forma com ela.

– Tudo bem, vamos para Blue Hill. Até lá então, Edward. – Haviam alcançado a escola, Edward seguiu satisfeito e Bella entrou na escola sorrindo.

Tinha razão, não se concentrou devidamente em nenhuma outra atividade. Estava relapsa e incrivelmente feliz. Edward Cullen era o seu mundo paralelo, onde não existia uma mãe drogada com um meliante drogado como namorado. Ainda havia aquele clima indissolúvel entre as duas. Eric não tinha voltado mais para aquela casa, mas as duas, mãe e filha, não estavam se falando muito.

– Que sorriso é esse? – Jasper apareceu com a pequena Alice a tira colo ao seu lado.

– Oi, Jas. Oi, Alie. – As duas já eram boas amigas.

– Não enrola, o que estava pensando?

– Não enche, Cullen. – Bella voltou a comer a sua maça. Jas não falou mais nada, mas imaginava que Bella estaria pensando no seu irmão. Os dois poderiam estar se apaixonando e ele estava na plateia, talvez torcendo.

***

Se encontraram em frente à casa. Emmet estava diante da construção de dois andares, típica daquela região. Havia um sótão, ele achou aquilo bem interessante, aquela casa era uma daquelas que faria Edward Cullen querer trabalhar. Conhecia o amigo, não descansaria até torna-la uma casa linda, algo que todos admirassem.

– É surpreendente, não é? – Ele havia chegado em silencio e também admirava novamente aquele lugar.

– Quantas vezes passamos por aqui? Todas as vezes você parou por alguns segundos para olhá-la. Eu não entendia antes, mas agora...

– Sabia que era da família do Daniel, não sabia de quem exatamente. Parece que quem herdou não conseguiu mantê-la, muito menos o Sam. Comentei sobre isso, a minha admiração pela venha casa com o Daniel e ele me prometeu apresentar o dono e que ele me deixaria visitar a casa.

– Agora você está com as chaves. – Emmet virou para o amigo com as mãos no bolso. – O tal parente do Daniel agora tem o dinheiro para essa empreitada? – Emmet tinha uma leve suspeita. Edward sorriu, o amigo ainda era quem o conhecia melhor.

– Ninguém duvidou até agora.

– Seu canalha, a casa é sua! – Não era uma ofensa de verdade.

– A papelada está rolando, mas ele foi gentil o suficiente para me dar as chaves.

– Porque não disse a mais ninguém? – Não entendia a maneira de agir do amigo.

– É um investimento pessoal, não sei bem como eles lidariam com isso. É uma bela casa, Emm, mas será mais seguro mostra-la quando terminar. Talvez eles não pensem que enlouqueci. – Emm começou a compreender. – Vamos entrar.

***

Os três amigos foram pegos de surpresa na saída da escola. Rosie estava com o carro do Edward. Bella sentiu o coração palpitar fortemente dentro do peito ao imaginar inicialmente que se tratava dele.

– Vamos lá, meninas! – Rosie as chamou.

– Olá, Rosie. – Falaram quase ao mesmo tempo.

– Vim buscar vocês. A fim de um lanche bem gordice?

– Gordice cairia bem. – Alie respondeu ao olhar para Jas.

– Não, nada disso Alice. Nem olhe para o Jas assim. Neste carro hoje só anda as meninas. Jas pode encontrar o caminho de casa. Vamos para outra direção. – Jas ficou boquiaberto com aquilo mais não discutiu.

– Quando falou em sairmos juntas, não imaginava que seria de surpresa. – Rosie divertida chamou as duas com as mãos.

– Vamos nessa! – Alice beijou o Jas e acomodou-se no banco da frente ao lado da Rosie. Bella piscou para Jas e também entrou no carro do Edward que andava conhecendo bem.

Elas comeram hambúrgueres como meninos costumam comer, tinham batatas fritas e refrigerante. As três ficaram pesadas, mas não paravam de rir. Rosie queria conhecer melhor a amiga e a namorada do irmão mais novo, isso porque as achou interessantes. Alice parecia mesmo combinar com o Jas e Bella, se ela não fosse tão nova e se o Ed já não estivesse gamado, também seria uma boa candidata a sua cunhada.

– Agora Rosie, preciso mesmo que me deixe no trabalho. Nem passarei em casa hoje. Tenho que ir direto. – Bella lembrou-se do seu compromisso.

– Sim, claro. Estava pensando aqui, podemos marcar algo para o fim de semana, assim você não precisa se preocupar com trabalho. – Rosie era tão incrível que Bella quase respondeu que sim, mas já tinha algo marcado para aquele final de semana.

– Pode ser em outro final de semana? Tenho algo para fazer nesse.

– Um garoto? – Rosie arriscou.

– Bella é muito misteriosa com a sua vida amorosa, Rosie. – Alice avisou.

– Isso não pode continuar entre amigas. - A irmã de seu amigo e do seu caso atual a agarrou envolvendo seus ombros. – Quem é o cara?

– Ah... – Talvez pela primeira vez em sua vida perdeu a voz.

– Bella? – Rosie insistiu achando engraçada a maneira atrapalhada que ela ficara.

– Vocês não conhecem. – Disse em um quase suspiro.

– Isso nem mesmo convenceu a você mesma. – Rosie gargalhou, Alice achou aquela cena diferente. Aquelas meninas eram divertidas.

Rosie deixou Bella em seu trabalho em seguida Alice em sua casa. Quando chegou, Edward a seguiu até o seu quarto enquanto ela tagarelava sobre o seu almoço maravilhosamente gostoso.

– E mortal. – Edward completou.

– Você também adora um hambúrguer. – Rosie o lembrou, ele deu de ombros. O que queria saber mesmo era sobre Bella Swan. Estava atento a qualquer coisa que a irmã falasse sobre a garota que o deixava louco, mas não se atrevia a fazer perguntas diretas. – As convidei para sairmos no final de semana, mas acho que não acontecerá. Bella tem alguma coisa para fazer. – Rosie abraçou o irmão implorando. – Vamos fazer alguma festinha nesse final de semana.

– Rosie, você já teve a sua festa de boas-vindas.

– Vamos celebrar o final de semana então. – Edward achou graça da irmã.

– Tenho algo para fazer neste final de semana. Viajarei a trabalho, pesquisa. – Ele de repente ficou travado a medida que respondia.

– A trabalho? – Edward assentiu. – Isso não tem nada a ver com a garota que anda saindo?

– Tem tudo a ver, mas você não pode dizer aos nossos pais. – Ele ergueu o dedo em riste para uma irmã a ponto de dar gritinhos à sua frente.

– Qual é, Ed. Você é adulto. Pode sair com as garotas sem que os nossos pais fiquem no seu pé.

– Não é bem assim, Esme tem tentado conversar comigo sobre ela. Eu consigo fugir sem grandes problemas, mas um dia ela quererá saber de verdade. Você a conhece. – Edward suspirou.

– Até eu quero saber quem é essa garota que te tirou das garras da Ângela.

– Ela não me tirou da Ângela. Nosso relacionamento já estava fracassado antes e isso se trata apenas de algo casual. – Rosie fazia aquele olhar de quem não acreditava em nada.

– Apenas casual e já viajará com ela? Quais os próximos planos?

– Cala a boca, Rosie. – Só estava se divertindo, não tinha nada demais. Aproveitaria o quanto pudesse a companhia da Bella Swan. Ela iria embora em breve e tudo continuaria bem.


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