My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 21
I'll Wait For You


Notas iniciais do capítulo

:'(



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— Vai a algum lugar? – assustou-me Jim enquanto me arrumava para ir ao encontro de Stefani. Faríamos o meu teste... de gravidez.

— S-sim – forcei um sorriso, fui até ele e o beijei rápido – Vou me encontrar com Stefani, amanhã ela voltará para Nova York.

Ele assentiu e se deitou na cama, acendeu um cigarro.

— Quer? – estendeu a carteira de cigarros em minha direção.

— Não, obrigada – ele franziu o cenho. Estranhando talvez? Se eu realmente estivesse grávida teria que parar com o cigarro.

— Então tá... – deu de ombros.

Me sentei na ponta da cama e calcei meus sapatos, Jim me observava, eu sentia. Debrucei-me sobre seu corpo para lhe dar um beijo de despedida, mas Jim virou seu corpo rapidamente sobre o meu, sorri.

— Tem mesmo que ir? – indagou fazendo feição de inocente, ri de sua atitude.

— Sim – toquei seu rosto com meu indicador, fiz biquinho – Preciso ir, sério, Jim...

— Ahh, não, fica aqui – ele beijou meu pescoço – Posso te convencer de vários modos – soou malicioso.

— Tenho certeza disso, Jim – beijei seus lábios rapidamente – Mas é sério, preciso ir! Stefani me espera e ela partirá amanhã cedo – o empurro pro lado e me ponho em pé ao lado da cama. 

Jim me encara sério, ele não gosta de ser contrariado, porém é por uma boa causa, não? Ah, se ele soubesse...

— Amo você – assoprei um beijo e me dirigi para fora do trailer.

Entrei no meu carro – o qual não dirigia há séculos. Dirigia em direção até o Hotel em que Stefani estava hospedada com Taylor e a pequena filha deles. Guiando o carro mansamente através das ruas avistei uma farmácia, parei instantaneamente. Comprei dois testes e voltei para o carro. Saquei o celular, disquei o número de Stefani:

— Amiga, comprei os testes! – foi a primeira coisa que disse, foi espontâneo.

— Não era pra nós duas irmos juntas? Mas ok! Venha pra cá, no Hotel, vou estar te esperando.

— Tudo bem, chego aí num minuto – meu nervosismo aflorava.

Chegando no Hotel me identifiquei na recepção e subi para o quarto onde Stefani estava. Parei em frente da porta e um medo me abateu, uma apreensão. Bati duas vezes na porta.

Uma Stefani sorridente, mas ansiosa me atendeu e logo me abraçou.

— Entra logo, mulher – disse-me, pois eu estava paralisada na porta, movimentei as pernas e entrei no quarto – Cadê os testes? – mostrei a sacola da farmácia pra ela.

— Cadê o Taylor? E a Lisa? – indaguei-a.

— Ah, inventei uma desculpa qualquer pra Taylor sair – ela riu e eu tentei rir também, em vão. Estava muito nervosa.

Fui em direção da cama de casal e me sentei, apoiei os cotovelos nos joelhos enquanto tapava o rosto com as mãos.

— Amiga, calma! – tentou acalmar-me, se agachou em minha frente – Se for pra ser será – olhou-me nos olhos depois se levantou – Eu sei que não é o melhor momento e que... Ah bom, é melhor fazer isso o quanto antes.

— Como eu não percebi, Stefani? Sempre fui tão atenta... – tentei justificar a mim mesma.

— Olha, “certeza certeza” é só depois do teste feito... E mesmo assim, às vezes é incerto, faremos os dois, ok?

— Sim, eu sei. Tudo bem – suspirei e peguei um dos testes de dentro da pequenina sacola.

Levantei-me e fui em direção ao banheiro, talvez algo que mudasse minha vida radicalmente estivesse prestes a acontecer.

Não, de modo algum eu via isso como algo ruim... Eu só não estava preparada, não mesmo.

 

— E então Stefani? – já haviam se passado os minutos para sair o resultado.

Eu sacudia minhas mãos, Stefani encarava o teste.

— Você sabe, não é cem por cento de certeza... – disse ela com a voz falha, minhas pernas bambearam na mesma hora.

— Deu...? – não consegui pronunciar o resto.

— Positivo! – completou minha frase. Ela sorriu, porém eu, arregalei meus olhos. Stefani se pôs a me abraçar, tentei fazer o mesmo, mas para onde havia ido minha reação? – Ai, meu Deus! Não acredito, Lizzy! Você está realmente grávida!

— Estou? – franzi o cenho e fiz careta, coloquei a mão no ventre.

— Sim! Sim! – ela me fez sentar na cama – Mas como aconteceu? Vocês não se cuidavam?

Suspirei e olhei pra baixo, algo veio em minha mente.

— Eu tomo anticoncepcional, mas em uma de nossas viagens eu acabei atrasando algumas pílulas e... – lembrei de quando fizemos sexo num motel qualquer de estrada, estávamos ardentes – Bom, é isso... Mas vai que está errado? Vou fazer o outro – estendi minha mão até o outro teste, ainda intacto.

— Amiga... – falou mansa e pegou o teste de minha mão – Não tente pôr coisas na sua cabecinha, ok? Você está grávida, agora o que resta a se fazer é... contar ao Jim.

Baixei meu olhar, suspirei, passei as mãos sobre minhas coxas, encarei Stefani. Sim, era o certo a se fazer.

— Você não está pensando em...

— Não! – exclamei rapidamente, antes dela poder terminar a frase – Claro que não! Nunca! – Stefani suspirou aliviada – Bom, acho que agora é a hora de contar a Jim – engoli em seco. Por que eu temia em contá-lo?

— Sim! Vá! – aproximou-se de mim e me abraçou fortemente, me aconcheguei no abraço de minha melhor amiga, pequenas lágrimas escorreram – Vai ficar tudo bem – assenti ainda enlaçada em seu abraço – Agora vá e conte ao Jim – nos separamos e sorrimos.

— Tá bom – levantei-me – Boa viagem amiga e obrigada por tudo! Te ligarei assim que possível!

— Bom mesmo, hein! – vi que ela teimava em segurar as lágrimas também.

Despedi-me calorosamente de minha amiga e parti.

Eu ainda não estava acreditando que era real, como poderia? Como contaria pra Jim? Claro que eu não mataria essa vida dentro de mim, era parte de nós dois. Ele não o negaria, claro que não, não faria algo assim... Acho que eu temia mais por mim mesma, nem eu mesma sabia o que temia.

 

Eu já estava chegando perto do Trailer de Parques, vim dirigindo igual uma tartaruga, torturando a mim mesma, eu não sabia qual seria a reação de Jim. Poderia ele me abandonar? Não, nunca. Ele não seria capaz. Eu confiava em seu amor.

Estacionei o carro longe do trailer de Jim, não sei o porquê, eu estava sentindo que algo estava prestes a acontecer. Algo ruim.

Desci do carro e caminhava em direção ao nosso trailer, vi algumas crianças correrem na minha frente, brincando de pega-pega.

Jim havia me prometido que nos mudaríamos, teríamos uma casa, porém qualquer lugar com ele seria o paraíso.

Chegando quase perto do nosso trailer pude ouvir sirenes de apenas um carro policial – pude distinguir. Um aperto em meu coração se fez. Fiquei ali parada observando o carro policial parar no Parque e um oficial alto e bronzeado sair dele, o outro era baixo e mirradinho.

Pensei em correr em direção ao nosso trailer, eu sabia do porquê aqueles homens estarem aqui. Quando ia correr até o trailer, onde Jim provavelmente estaria, uma mão forte me segurou:

— Melhor não correr – era Ronald me segurando, alertando-me – Relaxa, espera aí e não corre – soltou-me e foi em direção aos oficiais, que agora estavam perto.

— Oficial Brown, algum problema? – perguntou Ronald amigavelmente para o Oficial Brown, o alto.

— Sim! – foi a voz ríspida e grossa do homem alto – Cadê o Morrison? – ele ajeitou o cinto ao falar.

No momento que ele falou Morrison meu coração disparou e eu saí correndo em direção ao trailer. Merda! Foda-se se me prendessem junto.

Abri a porta do trailer com tudo, Jim se levantou e eu o abracei forte, muito forte, comecei a chorar.

— Não, Jim! – eu chorava, o abraçava fortemente, o necessitava como uma drogada. Ele retribuiu o abraço – Amo você!

— O quê foi? – indagou-me confuso. Comecei a soluçar.

— Morrison! – ouvi a voz grossa do oficial Brown e sua batida na janela – Saia já!

O encarei, ainda em seu abraço, ele me encarou, ele compreendeu.

— Não, por favor... – chorei mais – Jim... – ele não disse nada, somente me afastou do abraço.

— Morrison! Saia já! Você está preso! – novamente foi o policial gritando o óbvio.

Jim me encarou com um olhar que eu nunca havia visto antes e saiu...

Foi uma bagunça quando ele saiu do trailer, as crianças estavam ao redor, vi Deborah chorar enquanto Ronald a abraçava, alguns amigos nossos olhavam a cena sem reação.

Eu chorava mais que todos, Jim dizia-me:

— Tudo bem, Lana, vai ficar tudo bem! – queria tocá-lo mas os policias não deixavam – Eu te amo!

— James Morrison, eu sou o policial Brown, você está preso por roubo a mão armada, você tem o direito de permanecer em silêncio, tem direito a um advogado, tem direito a um telefonema e tudo que disser será usado contra você no tribunal.

 

Nunca mais esqueceria esse dia, nunca mais. O dia que conheci o desespero de perto.

Eu nem tive a chance de contar sobre o nosso filho. Parece que os problemas nos seguem, nunca haveria sossego.

O carro policial partiu com Jim dentro da viatura, o quê eu faria agora? Meu Deus! Ele seria julgado, pegaria no mínimo uns cinco anos.

E tudo isso um dia depois do nosso casamento!

Me ajoelhei no chão rochoso e somente deixei as emoções aflorarem, chorei.

Senti mãos em meus ombros, nem dei-me ao trabalho de mover um músculo sequer, queria que tudo fosse apenas um pesadelo.

— Eu sinto muito, não preocupe-se, vamos dar um jeito – escutei a voz de Deborah, logo após ela me abraçou – Vai ficar tudo bem.

Apoiei minha cabeça no ombro dela, eu não estava ligando pra mais nada, eu estaria morta se algo acontecesse... E se descobrissem tudo. Tudo que ele fez ou faz.

Eu só queria sumir e arrancar essa dor que sinto agora, dar um jeito de fugir com Jim e vivermos bem, em paz.

Nunca o deixaria, esperaria por ele. Por mais que eu esteja morrendo de medo e me sentindo sozinha, o esperaria e lutaria sozinha.

Vou esperar por você, meu amor.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem. Beijos.



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