Mandei uma mensagem para Charlie e Katy falando que havia chegado em Nova York assim que meu voo pousou.

Havia decidido fazer uma surpresa para a minha Ruiva. Eu tinha o endereço do campus e iria direto para lá.

Peguei minha mala na esteira e ajeitei minha mochila no meu ombro.

Faziam quase três semanas que eu havia me formado no ensino médio e havia conseguido ser aceito na Academia de Artes do Brooklyn. Karma ainda não sabia e preferi contar para ela pessoalmente. Iria poder estudar desenho e ficar perto da minha namorada.

O taxi parou em frente a entrada do prédio chique de Karma e pedi para o motorista esperar um pouco enquanto deixava minhas coisas na recepção para poder ir a universidade ver Karma que ainda estava no campus devido a hora.

Depois de vinte minutos devido ao transito finalmente cheguei no campos.

Haviam várias pessoas indo e vindo pelos corredores e procurei pela cabeleira ruiva que eu tanto conhecia, mas não a encontrei em lugar nenhum então fui seguindo as placas que indicavam o refeitorio.

Encontrei Karma sentada na grama embaixo de uma árvore lendo um livro com fones de ouvido. Seu cabelo estava bem maior do que eu me lembrava e se soltava de um coque. Ela usava uma calça jeans escura e cheia de rasgados e um sueter cinza escuro justo que eu havia dado para ela. Fui me aproximando da ruiva que estava muito concentrada em seu livro e nem reparou em mim.

— Oi, Megera. - Falei tirando seus fones e me sentando ao seu lado em baixo da árvore.

Karma arregalou os olhos sorrindo e soltou seu livro pulando em cima de mim e me derrubando no chão.

— O que faz aqui? - Ela perguntou e então revirou os olhos. - Tanto faz. Me beija, idiota.

Sorri e a puxei pela nuca juntando nossos lábios em um beijo cheio de saudades.

— Não acredito que você está aqui. - Karma disse quando nos separamos. Ainda estavamos deitados na grama com ela em cima de mim e sorriamos igual idiotas. - Seus pais sabem que você está aqui?

— Quem você acha que pagou pela minha passagem? Minha mãe sabe que você está aqui? Eles adoraram o fato do filho problema ir visitar sua namorada estudiosa e perfeita. Sua mãe até me levou no aeroporto e me deu um sanduiche.

Karma deu risada deitando ao meu lado e colocando a cabeça no meu ombro.

— Vejam se não é o Sr. Sotaque Molha Calcinha.

Sorri de lado.

— Oi, Grace. - A meia-irmã de Karma sorriu para mim. - Bom te ver.

Junto com a garota estavam o irmão gêmeo de Karma, Aaron, uma garota asiática e um garoto que usava óculos que supus ser Simon. Me levantei a ajudei Karma a se levantar da grama.

— Você é o Sebastian? - O garoto de óculos perguntou.

— Sebastian Lewis. Em carne, osso e charme britânico. E você? - Perguntei arqueando uma sobrancelha.

— Simon Bane. Amigo das garotas. - Ele respondeu estendendo a mão para eu apertar. A apertei e me virei para Aaron que estava de mãos dadas com a garota asiatica que pelo o me lembrava das conversas com Karma era a namorada de Aaron e se chamava Ailee.

— Fico feliz que Karma tenha feito amigos. - Baguncei o cabelo da ruiva. - Ela costuma ser um pé no saco com quem quer ser amigo dela.

Karma revirou os olhos enquanto seus irmãos concordaram rindo. A ruiva juntou suas coisas as enfiando em sua mochila.

— Que tal irmos para o apartamento? - Ela perguntou.

— Mas e suas aulas? Não quero que você falte por minha causa.

Queen sorriu de lado.

— Não se preocupe. Eu não tenho mais nada importante e posso pegar as anotações de alguém. Faltar metade de um dia não vai causar mal nenhum. - Ela olhou para seus irmãos. - Vejo vocês depois.

Antes que eu pudesse me despedir de todos, Karma já me puxava pela mão. Não tínhamos tanta pressa para chegar no prédio da garota então não chamamos um taxi e fomos apé. Abraçava Karma pelos ombros e ela ria das coisas idiotas que eu falava. As vezes revirando os olhos e tentando me dar um soco.

— Eu tenho que te contar uma coisa. - Falei enquanto Karma apertava o botão do elevador para o seu apartamento. A garota arqueou as sobrancelhas. - Lembra que eu falei que não queria fazer faculdade ainda?

— Lembro. - Karma respondeu franzindo a testa.

— Eu mudei de ideia. Queria fazer uma surpresa. - Tirei um envelope da minha mochila e entreguei para Karma que arregalou os olhos. - A Academia de Artes do Brooklyn me pareceu uma ótima oportunidade.

— O meu Deus! - Karma gritou e pulou em cima de mim me dando um beijo. - Parabéns, Selly!

O elevador chegou a cobertura e entramos na casa de Karma. Ela me puxou para o seu quarto e deixei minha mala em seu closet.

— Eu vou começar a ver as coisas da mudança daqui um mês. Katy vai vir da Inglaterra e quer me ajudar com isso. Eu falei para os meus pais que eles não precisavam me dar um apartamento por que eu podia ficar no dormitorio da faculdade, mas eles falaram que fazem questão em me dar um apartamento. "Se você quer estudar Arte temos que te apoiar e te ajudar".

— Isso é ótimo. - Karma disse sorrindo. Ela tirou seus tênis e meias e o sueter ficando com a regata branca que usava por baixo. - Me impressiona seus pais estarem aceitando bem a coisa de filho artista e não advogado.

Concordei. Estavamos deitados na cama de Karma com ela deitada com a cabeça no meu colo e eu brincava com seus cachos ruivos e ela via em meu celular as fotos que eu, Charlie e Dylan haviamos tirado no baile de formatura.

Senti Karma ficar rígida de repente e franzi a testa olhando para a garota que havia ficado muito vermelha.

— O que é isso, Sebastian? - Ela rosnou e me mostrou uma foto no meu celular. Arregalei os olhos. Era uma foto de Mônica só de calcinha e sutiã. - ME RESPONDE. O QUE É ISSO?

— Eu-u...

— O QUE?! VOCÊ NÃO SABE? NÃO É O QUE EU ESTOU PENSANDO? POR QUE ESSE É O SEU CELULAR, SEBASTIAN.

— Isso não estava ai ontem. Não sei de onde surgiu, Karma. Me escuta, por favor, eu não estou tendo nada com a Mônica. Essa garota é maluca e deve ter mandado isso por que sabia que iria estar com você hoje.

Karma fechou os olhos e respirou fundo. Ela foi até seu closet e voltou com minha mala e jogou a mesma em mim assim como minha mochila.

— Fora. Quero você fora da minha casa. AGORA! - Tentei me aproximar de Karma, mas ela se afastou. Ela abaixou a cabeça e esfregou os olhos e quando levantou a cabeça seus olhos estavam vermelhos. - PRA FORA. NÃO QUERO VOCÊ PERTO DE MIM. NUNCA MAIS.

Ela pegou seus tênis e jogou em mim. Senti um bolo na minha garganta. Realmente não sabia de onde aquela foto havia surgido afinal me mantinha o mais longe possivel de Mônica na escola e havia a expulsado da minha casa o dia que ela apareceu na minha porta.

— Eu vou. - Falei para Karma pegando minhas coisas. - Mas volto mais tarde quando você estiver mais calma e então vamos conversar.

Karma me empurrou para fora de seu quarto e me levou até o elevador.

— Agora você está livre para ir atrás da vadia se quiser. - Disse quando o elevador fechou e respirei fundo me apoiando na parede do elevador.

Peguei meu celular (que Karma também havia jogado em mim) e procurei pelo número de Grace. Liguei para a meia-irmã de Karma e expliquei tudo que havia acontecido e qual era a verdade. A garota me passou o endereço de Ailee e falou que a namorada de Aaron havia falado que eu podia ir para lá e que todos estariam indo para lá.

— Eu deveria ir para o Texas só para dar um boa surra nessa garota. - Grace disse cerrando os punhos.

Passei a mão pelo meu cabelo. Estavamos eu, Ailee, Aaron e Grace sentados no sofá da sala de Ailee comendo comida chinesa que eles haviam trazido.

— Uma hora ela estava toda feliz por pelo fato de que vou me dar para Nova York e no outro jogando coisas em mim. - Murmurei. - Espero que ela me escute quando estiver calma. Já tentei ligar e mandei mensagens contando a verdade, mas ela simplesmente ignora.

— Karma não confia em garotos. - Aaron falou suspirando. - Quando ela namorava Spencer os dois não se desgrudavam e ela o amava muito e então ele a traiu. Karma chorou por semanas. Nunca tinha a visto daquele jeito. Charlie, Grace e nossa mãe ajudaram ela a superar Spencer e ela acabou voltando ao normal. E então agora na cabeça dela a história parece se repetir. Imagino o quão mal minha irmã deve estar se sentindo.

— Eu deveria ir para casa. - Grace disse se levantando. - Vou tentar acalmar ela e te mando uma mensagem quando a for pra você ir.

Concordei e então Grace foi embora.

— Aqui no prédio tem apartamentos a venda. - Ailee disse de repente. Vendo minha expressão confusa ela completou. - Você disse que quer se mudar para a cidade e que vai estudar na Academia de Artes do Brooklyn. Ela não fica muito longe daqui. Os apartamentos são perfeitos para quem quer morar sozinho.

Concordei tentando sorrir.

— Meus pais queriam que eu tentasse uma faculdade na Inglaterra. - Falei. - Mas então pensei em Karma e em como não queria ficar longe dela. Por sorte meus pais adoram a Karma e concordaram em eu me mudar para cá.

— Acredite, ela gosta muito de você, cara. - Aaron falou. O ruivo revirou os olhos. - Chega a ser irritante. Grace sabe conversar com ela. Não se preocupe.

— Estou tentando, cara.

...

Já era de noite. Grace me mandou uma mensagem cheia de letras maiusculas e pontos de exclamação e peguei um taxi para o apartamento de Karma. Aaron falou que ficaria com Ailee quando perguntei se ele iria comigo. O garoto não parecia nada animado com o fato de ver eu e Karma conversando.

— Ela está um tanto alterada. - Avisou Grace parecendo envergonhada. - Karma pode ter tomado uma garrafa de uisque sozinha.

Arregalei os olhos e corri para o quarto de Karma.

— Eu preciso saber, Karma. Qual é a minha chance? Ainda mais com as coisas que estão acontecendo. - Simon falava segurando Karma pelos ombros e estando muito perto da minha namorada.

— Sai de perto dela. - Rosnei cerrando os punhos. Simon se assustou e pulou para longe de Karma que cerrou os olhos olhando para mim.

— Sebastian? O que está fazendo aqui? - Ela perguntou com a voz embargada e vindo até mim um tanto cambaleante. Ela tentou me dar um soco no peito. - Eu disse para você sumir. Pode pegar um avião e ir foder a Mônica.

— Karma. Preciso conversar com seu amigo. Pode se afastar? - Perguntei tentando manter meu tom de voz calmo. Fui até Simon e o segurei pela frente da camisa dele. - O que pensa que estava fazendo com a minha namorada?

— Eu-u... Não era o que estava pensando, cara. Eu só estava perguntando...

— Quais eram as suas chances com ela? Eu percebi. - O empurrei para fora do quarto e ele bateu com força na parede do corredor. - E eu achando que você queria ser amigo dela.

— O que vocês estão fazendo? - Karma perguntou aparecendo na porta de seu quarto. Ela tinha uma garrafa quase vazia de uisque na mão.

— Volta pro quarto, Karma.

— Você não manda em mim, Lewis!

Revirei os olhos e voltei minha atenção para Simon. Pulei em cima dele e lhe deu vários socos. Ele não revidava apenas tentava bloquear meus socos. Karma gritava para eu para com aquilo, me xingava e gritava por Grace.

— Eu não gosto da Karma, cara! Eu gosto da Grace! Estava perguntando minhas chances com a Grace!

Parei meu punho a centimentos de acertar o maxilar do garoto.

— Você gosta de quem? - Grace perguntou do começo do corredor com os olhos arregalados. Simon suspirou.

— Pode me soltar para eu tentar resolver isso? - Simon perguntou e concordei. - Obrigado. Podemos ir conversar em outro lugar, G?

Grace pareceu pensar um pouco, mas concordou.

— Vem. - Tirei minha jaqueta e a joguei em cima da cama de Karma junto com meu celular e carteira. Peguei Karma pelo braço depois que escutei a porta da frente sendo fechada. - Vou te deixar sobria.

Levei Karma até seu banheiro e liguei o chuveiro na água gelada. Ela gritou tentando correr, mas a segurei em baixo da água.

— Eu te odeio. - Rosnou tirando o cabelo molhado do rosto. Ela já parecia melhor.

— Eu te amo. - Falei sentado no chão ao lado do box.

Karma ficou corada.

— Você nunca tinha me falado isso. - Murmurou.

Dei de ombros.

— Já estava na hora de falar. Se eu queria fazer isso com você bêbada e nesse estado depois de uma briga? Não.

— Grace me contou a "verdade". Devo acreditar?

— Não posso forçar você a acreditar em mim. Fica ao seu criterio. - Respondi.

Karma suspirou e abriu a porta do box e me puxou para dentro do mesmo. Ficamos os dois sentados no chão lado a lado se molhando.

— Agora estamos os dois molhados. - Ela falou sorrindo de lado. - Se você me beijar quem sabe eu não posso esquecer de tudo isso por enquanto.

— Você está bêbada. - Falei rindo.

— Ou você que pode estar sobrio demais. - Contrapos e revirei os olhos.

Tirei meu cabelo molhado dos olhos e puxei Karma para o meu colo. Ela claramente não usava um sutiã por baixo de sua regata branca que por conta de estar molhada revelava muita coisa. Seus lábios estavam gelados e tinham gosto de uisque. A ruiva tirou minha camiseta e depois de abrir meu cinto e meus jeans tirou a própria blusa enquanto eu tirava meus coturnos.

— Você é tão linda. - Sussurei e senti o sorriso de Karma em meu pescoço. Suas pernas rodeavam meu corpo então segurei em suas coxas e me levantei. Minhas calças cairam sozinhas e as joguei do outro lado do box.

Nos beijavamos e nem ligavamos mais para a água gelada caindo em cima de nós. Afastei o cabelo molhado de Karma de seu pescoço e deixei um chupão ali enquanto massageava seus seios. Suas pernas apertaram meu tronco com força e ela gemeu um tanto alto.

Karma me olhou um tanto confusa quando a coloquei no chão e sai do box indo para o quarto, mas seus olhos brilharam maliciosos quando viu os pacotes de camisinha na minha mão.

Ela mesma tirou seus jeans enquanto eu voltava para o box e mudei a água do chuveiro para quente.

— Eu realmente senti falta disso. - Karma disse maliciosa e se aproximando de mim. Seus olhos haviam passado de verde claro para verde musgo. Sorri de lado colando nossos corpos e beijando Karma.