Daydream escrita por Lulu Delite


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

OIIIIII gente. To meio atrasada. Eu sei, mas ando sem criatividade nenhuma ;-;.
Só eu já cansei das férias? To ansiosa para ir pro terceiro ano logo. Bjs da Lulu.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/638659/chapter/20

Olhei para Grace que recolhia as caixas da nossa mudança que agora estavam vazias. Havíamos passado os primeiro dias em nosso apartamento arrumando tudo em seu devido lugar. Suspirei cansada passando a mão pelo meu cabelo que estava uma confusão de cachos.

— Pizza ou vamos de chinesa? - Perguntei e Grace deu de ombros.

— Tinha pensado em pedirmos comida indiana.

Concordei e Grace pescou o celular no bolso de seu moletom e levei as caixas de papelão até a dispensa enquanto ela pedia nosso jantar.

— Sheldon mandou uma mensagem. - Grace disse olhando para o celular e franzindo a testa. - "Uma surpresa está chegando no apartamento. Espero que gostem." O que acha que é, Queen?

— Espero que sejam aqueles cosméticos novos que ele prometeu. Estou precisando de uma base nova para esconder as sardas. E eu nunca acho uma do meu tom de pele.

— Você é tão branca como leite. - Grace revirou os olhos. - Quer o que?

Cerca de vinte minutos se passaram e nossa comida chegou e o pobre entregador quase teve um ataque epilético ao ver Grace. Isso por que ela só vestia um moletom cinza e velho que era meu e shorts de pijama e estava com o cabelo bagunçado e sem maquiagem.

— Talvez sejam roupas daquela grife que ele comprou ações. Ela tem uns sobretudos lindos que você vai adorar. - Grace comentou com a boca cheia e sorri animada. - Amanhã temos que ir a um mercado e ir dar uma olhada na academia do prédio.
Arqueei uma sobrancelha.

— Academia?

Grace deu um sorriso diabólico.

— Eu prometi a Charlie que iria te manter em forma. Esse prédio é tudo de bom tem uma academia e até mesmo um mini SPA. - Grace disse com os olhos brilhando e deu risada. A campainha tocou e me levantei para atender. - Estranho. O porteiro não avisou que ninguém estava subindo. Talvez seja o Sheldon.

Olhei confusa para os entregadores que praticamente invadiram o apartamento carregando caixas que com certeza não eram minhas ou de Grace.

— Onde deixamos tudo, Sr. McQueen? - Um dos homens perguntou e então meu querido irmão gêmeo, Aaron McQueen, surgiu na porta com um sorriso que teria deixado qualquer psicopata no chinelo.

— No último quarto do corredor, por favor. Oi, maninhas. Surpresa! Sou o novo colega de quarto de vocês.

...

— Você não pode nos obrigar a morar com ele, papai. - Choraminguei no telefone. Meu pai suspirou ruidosamente do outro lado da linha. Eu podia o imaginar trabalhando até tarde em seu escritório com olheiras e a gravata frouxa.

— Karma. Aaron é o irmão de vocês e o apartamento é enorme. Aposto que você pode muito bem ignorar ele. Você é muito boa em ignorar as pessoas.

Revirei os olhos.

— A missão de vida dele é fazer a minha vida um inferno, pai. Se eu acabar sendo presa por assassinato e todos os jornais falarem disso e o preço das ações caírem vai ser sua culpa. Lembre-se que sou muito boa em química, leio livros sobre assassinato e vejo séries policiais. Sei como matar uma pessoa.

— Apenas tente ter paciência com o seu irmão. Foi difícil convencer ele a ficar ai com vocês, mas quero meus três filhos se dando bem. Estou velho e cansado e gostaria de ter um pouco de paz pelo menos no que envolve minha família.

Suspirei.

— Tudo bem. Eu vou tentar e Grace também.

Grace me olhou brava de onde estava mexendo nos meus livros e cerrei os olhos para ela falando "Você vai sim" sem emitir som algum.

— Te amo, Joaninha. Qualquer coisa me mande uma mensagem.

— Também te amo, papai. Tchau.

Desliguei o telefone e me joguei na cama. Ela era enorme e meus pés nem chegavam na metade dela.

— Você sabe que Aaron vai nos irritar até que papai dê um apartamento só pra ele. Não, sabe?

— Sei, mas prometi que vamos tentar. Apesar de tudo ele é meu irmão gêmeo e seu meio-irmão.

...

— Karma! - Acordei assustada e quase cai da cama com o grito de Grace. - Aaron quer comer seu café da manhã! Levanta essa bunda logo!

Grunhi saindo da cama e me arrastando até a cozinha.

— Saia de perto do meu bacon. - Rosnei para Aaron que se afastou do prato que havia em cima do balcão de mármore da cozinha.

Me sentei em um dos bancos altos que ficavam junto ao balcão e comecei a comer meu café da manhã. Grace vendo que eu não estava no meu melhor dos humores colocou uma caneca cheia de café fumegante na minha frente sem falar uma palavra.

— Alguém está mal humorada. O que aconteceu?

Encarei Aaron por alguns segundos e depois revirei os olhos.

— Charlie me mandou uma mensagem antes de eu ir dormir.

— Mônica ataca? - Grace perguntou e concordei com a cabeça enquanto enchia minha boca com comida. - A vadia é rápida. Só estamos aqui não faz uma semana.

— Seu namoradinho já está pulando a cerca? - Aaron perguntou sorrindo de lado. - Que peninha.

— Ele não está me traindo, Aaron. Charlie disse que Sebastian ignorou Mônica e saiu andando.

— Por enquanto. - Meu irmão disse se levantando e levando seu prato até a lava louças. - Espero só até a carência bater. Só tente não chorar muito alto enquanto eu estiver dormindo.

Grace revirou os olhos e deu um tapa na nuca de nosso irmão.

— Para de falar essas merdas para a Karma. - Rosnou para Aaron que sorriu travesso. - Sebastian não vai fazer isso.

— Veremos. Eu sou homem como ele. Sei das coisas.

Antes que eu mesma pudesse bater em Aaron o mesmo saiu andando para seu quarto.

— Não liga pra ele, K. - Grace murmurou se sentando ao meu lado.

Dei um sorriso fraco.

— Aprendi a muito tempo a não dar ouvidos para o que Aaron fala. Não se preocupe.

Terminei de comer em silencio e deixei Grace lavando a louça e fui para o meu quarto.

Minhas aulas começariam amanhã e toda essa história com Mônica só me deixava mais nervosa do que eu já estava.

Tomei um banho rápido e depois de me trocar arrumei minha cama e o resto do quarto fui arrumar minha mochila para a aula. Mal comecei a mexer nos meus livros e meu telefone tocou.

— Como vai minha namorada Megera? - Escutei logo que atendi e sorri de lado plugando meu fone no celular para poder falar com Sebastian enquanto arrumava minha mochila. - Nervosa por amanhã?

— Muito. Só agora de manhã recebi umas mil mensagem da minha mãe e do meu pai desejando boa sorte. - Respondi suspirando.

Sebastian deu uma risada curta e pelo barulho de folhas soube que ele estava desenhando.

— Não se preocupe. Você é a pessoa mais inteligente que conheço vai acabar com a raça de todos os outros do nerds do curso. E Grace vai estar lá.

— Grace vai só chegar, passar o tempo livre e ir embora comigo. Nossas salas são bem longes uma da outra. Quase não vou ver ela. - Passei a mão pelo meu cabelo. - Mas sei que tudo vai dar certo. Passei noites de mais em claro e não fui a muitas festas para estudar para não dar certo.

— Essa é a minha ruiva. - Sebastian disse animado e dei risada. - Estou com saudades. É estranho acordar e não ver você no seu quarto. Charlie anda tão deprimida quanto eu por conta da saudade, mas Dylan faz ela se sentir melhor. Estamos sentindo falta até de sermos ignorados por você e dos comentários sarcásticos e maldosos.

— Talvez em um dos feriados eu volte para casa, mas isso depende de como as coisas irem. E mesmo que eu tenha aulas durante o verão vocês poderiam vir me visitar. Tem bastante espaço no apartamento. Espaço até demais. Mesmo que esse espaço não me deixe longe do meu querido irmão gêmeo.

— Aaron continua sendo um pé no saco? - Sebastian perguntou.

— Ele é um pé no saco desde o útero. Mamãe fala que ele vivia me chutando dentro da barriga dela e ele enrolou o cordão umbilical dele no meu pescoço. Não ria! É sério! Ele é o demônio em forma de pessoa.

— Você prometeu para o seu pai que iria ser legal com ele. - Sebastian me lembrou e revirei os olhos. - Não revire os olhos. Você sabe que é verdade.

— Eu disse que ia tentar. O que já está de bom tamanho. Hoje mesmo Aaron tentou roubar o bacon que Grace tinha fritado para mim. Isso não é coisas que um irmão faça.

— Na verdade esse é exatamente o tipo de coisa que irmãos fazem com as irmãs. Eu vivo roubando a comida de Katy quando ela não esta olhando. Ela fala que vai me processar um dia por furto.

Grace entrou no quarto e sorriu maliciosa ao me ver no telefone.

— Sexo pelo telefone? Não esperava isso dos dois. - Comentou minha meia irmã e revirei os olhos.

— Grace está mandando oi. - Disse para Sebastian que deu risada.

— Eu escutei.

— Diga ao seu lorde inglês que temos que sair. Você sabe que está na hora de irmos para a academia. - Grace disse em uma péssima imitação do sotaque de Sebastian.

— Te mando uma mensagem depois da tortura diária que Grace chama de academia. Beijos.

— Beijos, Ruiva. Fique longe dos caras musculosos e bonitos!

Desliguei o telefone e procurei por um elástico para prender meu cabelo já que eu já estava com a roupa que usava para malhar.

...

O táxi parou em frente ao campos e eu e Grace saltamos dele depois de jogarmos uma nota de vinte dólares para o motorista.

— TODOS OS ALUNOS DO CURSO PREPARATÓRIO DEVEM IR PARA O ANFITEATRO. - Uma voz dizia em um interfone.

Eu e Grace nos entreolhamos e ambas sorriamos como idiotas.

— Vamos antes que Aaron apareça. - Falei e Grace enlaçou meu braço com o seu e me puxou para o pequena multidão de alunos que ia para o anfiteatro.

Ao chegarmos lá e conseguirmos um lugar para sentar juntas escutamos meia hora de falação sobre regras (que eu já havia decorado) e sobre horários.

Fomos liberados e eu e Grace fomos andando para onde eram nossas salas.

— Charlie me mandou uma mensagem falando que eu deveria te lembrar que o seu horário está no bolso da sua jaqueta. - Grace disse e ao colocar a mão do bolso vi que ela estava certa. - Te vejo depois. Boa sorte.

— Boa sorte. Tente não distrair os garotos com suas pernas e o decote. - Disse e demos um abraço rápido e fomos em direções opostas.

Encontrei a sala onde minha primeira aula era e me sentei na frente colocando minha mochila no chão ao meu lado.

— Sejam bem-vindos ao curso preparatório de Literatura. - O professor disse e não pude deixar de dar um enorme sorriso.

...

Esperava Grace aparecer.

Nossas aulas da manhã já haviam acabado e iriamos almoçar juntas na lanchonete do campus, mas minha irmã estava atrasada. Já estava quase deitando no banco onde estava deitada de tanto tédio.

Peguei minha edição de A Megera Domada, que havia ganhado de Sebastian, na minha mochila e colocando meus fones comecei a ler.

— Animai-vos com música e poesia; quando pedir o estômago, servi-vos de matemática ou de metafísica. Onde não há prazer não há proveito. Em resumo, senhor: é aconselhável estudar o que mais vos for do agrado. - Uma voz disse bem no meu ouvido e me assuntei tirando meus fones. Um cara havia se sentado ao meu lado e sorria para mim. Um cara MUITO bonito. Seu cabelo era castanho claro cortado em um pequeno topete impecável, seus olhos de um azul piscina e eu podia ver que era alto mesmo sentado. - Desculpe, não consegui me segurar vendo uma garota tão bonita sozinha lendo um dos meus livros favoritos. Sou Simon Bane.

— Os instrumentos e meu livro hão de fazer-me companhia. - Respondi também citando A Megera Domada. - Eu entendo. Também é um dos meus favoritos. Karma McQueen.

— Curso preparatório? - Simon perguntou. Ele não parava de sorrir.

— Sim. Você também?

— Felizmente não. Medicina. Primeiro ano. Você claramente não é de Nova York, percebe-se pelo sotaque, posso perguntar de onde é?

— Texas. - Respondi e vi Grace dispensando um garoto com um aceno de mão e vindo em minha direção com um sorriso malicioso.

— Karma! Estou aqui! - Gritou andando com certa dificuldade na grama por conta dos saltos das botas.

— E está é minha deixa. Tenho que ir. - Me levantei pegando minhas coisas e Simon também se levantou. Ele realmente era muito alto. Até mais do que Sebastian provavelmente.

— Espero te ver de novo pelos corredores, bela dama. - Falou fazendo uma leve referencia antes que eu pudesse sair andando.

— Quem era o engomadinho? - Grace perguntou.

Dei de ombros.

— Apenas um cara que me viu lendo e parou para falar do livro. Nada demais. Estou faminta e você atrasada. Vamos.

Por algum motivo me virei e lá estava Simon ainda sentado no banco sorrindo e ao me ver olhando abanou a mão em um tchau.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Karma finalmente foi para a faculdade, meu povo o/ Bjs da Lulu.