Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 55
Capítulo 53


Notas iniciais do capítulo

Novamente: 1 milhão de desculpas. E novamente: Eu não abandonei e nem abandonarei a fic. É tempo e criatividade gente, quando tem um, não tem o outro. :(
Agradeço a Larinha Moura pela recomendação, muito obrigada!
Nem esperava receber mais recomendações a essa altura do campeonato... enfim, obrigada querida!

Enjoy!



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Quanto tempo havia se passado? Horas? Dias? Steve sentia-se desnorteado e perdido. As pálpebras pesavam e a luminosidade que atravessava as cortinas da janela semiaberta não ajudava em nada. Ele tenta levantar-se, mas tudo o que consegue é cair de volta nas almofadas, a cabeça parecia pesar um tonelada.

“Bom dia!” ele ouve uma voz feminina, mas não consegue reconhece-la de imediato.

“Onde...” ele tosse e engasga um pouco. Parecia que ele tinha comido uma lã de aço e ela saíra fazendo um estrago em sua garganta.

“Aqui.” A mulher coloca-se entre Steve e a janela. Ela estende um copo d’agua que Steve bebe sem hesitar.

“Sharon...” ele pigarreia. “Onde eu estou?” pergunta. Steve apoia-se no cotovelo, erguendo um pouco o tronco.

“Na minha casa.” a loira responde calmamente. “Você está melhor?” pergunta preocupada.

“Hum, eu...o que eu estou fazendo na sua casa?”

“Você apagou antes que pudesse dizer o seu endereço, então achei melhor traze-lo para cá. Espero que não se importe.” Ela dá um sorriso sem graça.

Steve sentia-se ainda mais confuso. Nada parecia fazer sentido... por que ele precisou ir para a casa de Sharon? Por que sua cabeça pesava tanto? E que gosto horrível era aquele na sua boca?

“Bom, você estava bêbado.” Sharon diz, parecendo ler os pensamentos conturbados de Steve.

“Isso esclarece alguma coisa...” o loiro divaga. Steve faz um retrospecto do dia anterior, ou da noite anterior, tudo estava bagunçado em sua cabeça. Ele respira fundo e fecha os olhos. Em um instante lembranças nubladas brotam em sua cabeça – ele sendo acusado no aeroporto, Natasha e Bucky, a foto, Natasha contando uma história maluca sobre ter uma vida dupla, cometer... ao pensar naquela palavra ele sente a bile subindo e seu corpo se contorce em um espasmo. Sharon prontamente aproxima-se, o semblante sério e preocupado. Steve sente como se tivesse uma bola de golfe entalada na sua garganta, o impossibilitando de respirar.

“Assassinatos.” Ele cospe a palavra que o estava sufocando. “Natasha é uma assassina.” Completa. Sharon revira os olhos e suspira.

“Você vai mesmo insistir nessa loucura?” ela pergunta sem disfarçar a descrença. “Steve, você devia dormir mais um pouco. Acho que ainda tem muito álcool no seu organismo.”

“Não.” Steve murmura. “Não.” Repete, dessa vez com mais força. Ele levanta-se num átimo e cambaleia um pouco. Sharon aproxima-se dele, com ar confortador, mas ele parece transtornado e se afasta. “Eu preciso ir.”

“Steve, você não está bem, pode ser perigoso e....”

“Eu não estou bem e não vou conseguir ficar bem enquanto não esclarecer algumas coisas.” Ele retruca. “Eu agradeço sua ajuda, mas eu realmente preciso ir.”

“Ir pra onde?” ela insiste. “Você vai pra casa? eu levo você.” ela oferece.

“Sharon, eu já te causei dor de cabeça de mais.” Steve fala, ele passa a mão no rosto e no cabelo desgrenhado.

“Com certeza eu ficarei com dor de cabeça, mas de preocupação, se você não aceitar minha ajuda.” Ela pega as chaves do carro e o casaco, abre a porta e espera por Steve que suspira, resignado.

“Obrigada Sharon.” Agradece, embora seu semblante deixe claro que ele não estava muito afim de companhia.

“Não por isso.” Eles entram no carro. “Para onde?”

Steve encara o céu levemente nublado, seus pensamentos voando em todas as direções. “Para minha casa.”

********* x **********

“Devemos avisa-la?” uma voz indistinta murmura.

“Não sei... ela finalmente conseguiu dormir, depois de sabe-se lá quanto tempo acordada.” Outra voz responde no mesmo tom.

“Ela vai acabar acordando com vocês discutindo tão perto dela, idiotas.” A voz de Wanda soa clara, embora baixa.

“Já acordei.” Natasha fala, ainda com os olhos fechados.

“Idiotas.” Wanda fala e Natasha ouve o som de dois tapas e reclamações.

“O que aconteceu?” ela pergunta, sentando-se no sofá. Ela espreguiça-se e estica os braços para frente e para cima. O som dos ossos estalando é audível.

“O Steve está se movendo... ou melhor, estava.” Bucky mostra o pequeno aparelho para Natasha que observa o pequeno ponto vermelho piscando intensamente.

“Ele foi pra casa.” ela sussurra.

“O que vamos fazer?” Bucky pergunta, ansioso. Natasha passa a mão no cabelo de palha de o prende com um elástico.

“Eu preciso de um banho.” Ela afirma, como se não tivesse ouvido a pergunta do moreno.

“E Steve?” insiste.

“Se ele voltou pra casa, é porque precisa de uma prova de que o que eu contei é verdade.” Ela suspira. “Fica de olho, qualquer mudança, você me avisa, okay?” ela fala e ruma em direção as escadas, sem esperar por respostas.

********** x **********

“Que porra aconteceu aqui?!” Steve exclama ao ver o estado na casa. As janelas estavam quebradas, havia vidro, cerâmicas e reboco para todo lado. A mesinha de centro jazia sem as pernas... estava um verdadeiro pandemônio.

“Oh” é tudo o que Sharon fala. Ela segue Steve que caminhava atônito. Havia sangue seco também.

“Agora você acredita?” Steve pergunta sem olhar para Sharon.

“Isso... Isso é loucura! Deve haver alguma explicação lógica para isso.” A loira afirma.

“A explicação é a que você tanto se negar em acreditar.” Ele afirma, embora pareça estar se referindo a alguém mais.

“Talvez seja melhor irmos embora.” Sharon murmura, preocupada.

“Pode ir. Eu preciso dar uma olhada.” O loiro comenta, meio em choque.

“Steve, eu acho que você tá meio...” a frase da loira é interrompida pelo som de carros parando.

Steve cruza a sala com passos rápidos e abre uma fresta na cortina da janela para poder ver.

“Quem é?” Sharon pergunta, num misto de curiosidade e apreensão.

“Não sei.” Steve afasta-se da janela. “Mas não parecem estar aqui para conversar.” Ele agarra o braço de Sharon e sobe as escadas correndo.

“Steve, o que está acontecendo? Quem tá ai?” Sharon pergunta, claramente alarmada.

“Eu não sei quem são ou o que querem, mas estão armados.” O loiro sussurra, também alarmado. “Precisamos nos esconder.”

“Precisamos chamar a polícia.” Sharon fala numa voz fina e chorosa. “Eu não quero morrer.”

“Ninguém vai morrer.” Steve afirma, pouco convincente. Eles ouvem som de passos no andar de baixo. Steve põe o dedo indicador sobre a própria boca, pedindo que Sharon faça silencio, ela concorda com um aceno e segue o loiro.

Ele caminha em direção ao quarto do casal, indo diretamente até o closet. Ele procura em meio a bagunça deixada por Natasha uma pequena caixa de madeira.

“Aqui.” Ele estende uma pequena arma prateada para Sharon, que arregala os olhos e se afasta.

“Não, de jeito nenhum.” Ela murmura.

“Você precisa se defender caso esses caras tentem...”

“Então use você!” ela exclama, alto demais.

“Merda!” Steve xinga ao ouvir passos na escada. “Eu vou tentar afasta-los, distrai-los, enfim, você fica com a arma e foge, okay? Chame ajuda!” Steve enfia a arma na mão de Sharon que observa tudo descrente.

“Eu não consigo...” ela murmura, a voz embargada.

“Vai ficar tudo bem.” Steve afirma, mais convincente dessa vez.

“Eles estão armados, você pode se machucar e....” Steve segura o rosto de Sharon entre as mãos.

“Eu sei me defender, okay? Não se preocupe.” De certa forma, era como se Natasha o tivesse preparado para aquele momento. Ele relembra a insistência da ruiva para que ele frequentasse as aulas de boxe e academia. Nunca se sabe quando você terá que se auto defender, ela costumava dizer sempre que Steve começava a faltar os treinos. “Fique em silencio.” Steve ordena e se afasta de Sharon.

“Steve...” ela murmura e ele voltasse para ela. Antes que ele pudesse processar o que estava acontecendo, Sharon grudou seus lábios num beijo. Gentilmente, Steve afastou-a dele, completamente confuso. “Desculpe, eu...”

Steve não teve tempo de responder, pois um homem chutou a porta do quarto, a escancarando. O homem todo de preto entrou no quarto, sendo seguido de perto por mais dois. Os homens trocaram um rápido olhar e dois deles lançaram-se contra Steve, que desferiu e recebeu um potente soco.

Steve caiu no chão e o homem que lhe deu o soco partiu para cima dele, o loiro defendeu-se como pôde e assim que viu uma brecha, nocauteou o homem, que caiu desacordado. Um filete de sangue escorria por sua boca e ele sentia o gosto de vomito subindo, mas tentou manter-se focado.

Steve colocou de pé e lançou-se em direção ao homem que havia arrombado a porta. Os dois agarravam-se e trocavam socos.

“Fuja Sharon!” Steve gritou para a mulher, que parecia ter acabado de despertar de um sonho. Ela tentou correr em direção a escada, mas Steve e o homem estavam exatamente ali. Steve conseguiu desviar de um soco, mas infelizmente não foi rápido o bastante e recebeu um chute no peito que o mandou escada abaixo. Sharon gritou e em um movimento que pareceu impensado, apontou a pequena arma prateada e puxou o gatilho. O homem bateu-se contra a parede e escorregou, deixando um rastro vermelho na parede antes branca. Sharon correu em direção a Steve, ignorando completamente o homem morto.

Ela agachou-se ao lado do loiro e pôs a cabeça em seu peito, colando o ouvido ali, onde para seu alivio, era possível ouvir o coração de Steve que continuava batendo rápido, embora a respiração dele estivesse fraca.

“Steve! Steve!” ela chama pelo loiro, mas teme sacudi-lo, pois ele pode ter quebrado algo na queda.

“Vo-Você precisa fugir...” Steve balbucia, a voz fraca.

“Não. Eu vou ficar com você.” a loira afirma. “Por favor, alguém ajuda!” ela grita a plenos pulmões, mas é um ato idiota, pois estão dentro da casa e apesar do tiro ter feito bastante barulho, era muito cedo ainda.

“Não adianta gritar loirinha...” um homem adentra a casa, mais 4 homens no seu encalço. “Vocês vem com a gente.” Ele afirma.

Ela apontou a arma para os homens, que pararam.

“Podemos fazer isso do jeito fácil.” Os quatro homens sacaram e apontaram suas armas. “Ou do jeito difícil.” Sharon abaixou a arma, sentindo-se completamente devastada.

Dois homens agarram-na pelos braços enquanto ela debatia-se e gritava, e os outros dois foram até Steve, que gemia de dor.

“E eu achando que você tinha escolhido o jeito fácil.” O homem fala e suspira teatralmente, em seguida desfere um violento soco no rosto de Sharon, que desmaia.

“Não toca nela!” Steve fala num tom que deveria soar ameaçador, mas que soa mais como um lamento. O homem aproxima-se de Steve, que estava sendo carregado brutalmente pelos dois homens e desfere um violento soco no abdômen do loiro, que desmaia imediatamente.

“Bem melhor.” O homem afirma e enquanto seus capangas levam Sharon e Steve, ele espalha gasolina e ateia fogo a casa.

********** x **********

Pietro zapeava pelos canais da imensa TV na sala de estar, enquanto Wanda e Bucky cochichavam no sofá, mais afastado. Era possível ouvir Natasha mexendo em algo na cozinha, provavelmente preparando algo para comer.

Ela chega a sala alguns minutos depois com um prato com 2 sanduiches inteiros e um parcialmente comido e um grande copo de suco.

“Que bom que decidiu se alimentar!” Wanda exclama, observando a irmã sentar-se numa poltrona.

“E lavar o cabelo, porque aquilo ‘tava’ horrível!” Bucky debocha e Natasha revira os olhos, sem se dar ao trabalho de responder. Seu cabelo caia sedoso novamente.

“Céus!” Pietro exclama, atraindo a atenção de todos.

Wanda abre a boca para perguntar o que havia acontecido, mas então seus olhos recaem sobre a TV, onde em letras garrafais brilhava o alerta de perigo. A imagem transmitida em tempo real mostrava uma casa em chamas, enquanto bombeiros desesperados tentavam controlar o fogo. A repórter dava algumas informações, mas ninguém escutava.

“Bucky, cadê o Steve?” Natasha pergunta, a voz completamente sem vida.


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Notas finais do capítulo

Como vocês devem ter percebido, reta final. Eu havia planejado muitas coisas, mas depois deu um branco e eu fiquei "okay, como encaixar isso agora?" então decidi pular algumas coisas e tentar dar o melhor final possível a fic.
Espero que tenham curtido e até logo!
Um beijo e sejam bem vindos, novos leitores!