Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 52
Capítulo 50


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada Guys!

Então, acabei de escrever o capítulo e decidi por posta-lo logo. Infelizmente não tive tempo de responder os comentários, mas li cada um e agradeço imensamente tanto carinho. Provável que eu responda mais tarde (são exatamente 01:21 pelo horário da Bahia), então não deixem de comentar só porque eu não consegui responder a tempo. Please!

Espero que vocês curtam bastante, desculpem qualquer erro e lá vamos nós!



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“Alguém pode me explicar o que está acontecendo?” Pietro pergunta pela vigésima vez, encarando o semblante sério do cunhado. “Aconteceu alguma coisa com a Nat?” agora ele pergunta virando-se para a irmã que estava pálida.

  Wanda apenas nega com a cabeça e fecha os olhos. Pietro continua reclamando sobre a falta de consideração e informação, mas a morena não precisa se esforçar para ignora-lo, as imagens que ela virá no celular de Steve ainda não haviam saído de sua cabeça. Ela tinha certeza que nada ali era verdade, Natasha nunca faria algo daquele tipo com Steve... e nem com ela. Apesar de todos os defeitos e erros que Natasha cometera, ela era uma boa esposa e irmã, mesmo quando Wanda não havia merecido tanta complacência, Natasha se mostrara fiel aos irmãos. Ela não magoaria Steve e a própria irmã de forma tão cruel.

Nova Iorque

  Natasha tinha a expressão fria e séria, mas todos ali sabiam que o cérebro dela estava entrando em colapso.

“Quanto tempo até eles chegarem?” Clint pergunta, preocupado.

“Pouco mais de uma hora. Parece que o avião já estava prestes a decolar quando a Wanda mandou a mensagem. E considerando que eu levei pelo menos 50 minutos até vê-la...” Bucky responde, cabisbaixo. Sua cabeça latejava e ele queria voltar a dormir, mas era impossível.

“Me pergunto qual o motivo dessa volta super antecipada...” Maria comenta, para ninguém em especifico. A testa franzida, pensativa.

“Temos de evitar que ele chegue em casa.” Pepper avisa. Sua imagem em alta resolução aparecia no notebook. “Nat? Alguma ideia?” a loira chama pela amiga que parecia alheia a situação.

“Não.” Ela se põe de pé, tremula. “Acabou Pepper. Não há mais nada que eu possa fazer. Eu já perdi meu trabalho, minha carreira foi destruída, daqui a algumas horas o meu casamento terá acabado e eu perderei a guarda dos meus irmãos. Acabou.” Ela abaixa a cabeça. Todos permanecem em silencio, ninguém sabia o que dizer e todos sabiam que não havia nada que eles pudessem dizer para tornar as coisas menos piores.

 O silencio prolongado é quebrado por um soluço, depois outro e logo Natasha está com ambas as mãos pressionadas fortemente contra a própria boca. A princípio parece que ela tenta controlar o choro, mas então fica claro, ela está controlando o riso.

“Eu acho que ela surtou...” Clint comenta num sussurro.

“Isso não é irônico?” Natasha pergunta encarando os amigos. Até mesmo Pepper parece petrificada. “Logo eu, que sempre achei que tinha o controle de tudo, nesse momento – ela engasga numa tentativa de controlar o riso – não controlo nada!” ela gargalha e todos se encaram boquiabertos. Bucky observa a cena com uma expressão assustada, seu corpo virado em direção a porta, como se estivesse pronto para correr ao menor sinal de insanidade completa. 

 Então o estouro esperado acontece e enquanto Maria corre até a amiga e a segura pelos braços, Bucky salta para trás da poltrona e Clint tropeça na pequena mesa de centro, na tentativa de se afastar.

“Acabou! Acabou! Acabou!” Natasha grita entre soluços e gargalhadas. Maria a chama várias vezes, mas a mente de Natasha parece a milhas de distância, isolada em alguma ilha de dor.

“Faz alguma coisa!” Pepper praticamente grita para ser ouvida acima dos berros de Natasha.

“O que?!” Clint e Bucky berram de volta, assustados.

Maria larga os braços de Natasha e dá uma passo para trás. O som da palma da  mão da morena chocando-se com força contra a face de Natasha parece fazer até mesmo o tempo parar. Todos parecem petrificados. Os olhos de Bucky estão tão arregalados que ele parece ter acabado de presenciar um exorcismo. Clint tem a boca escancarada e Pepper aperta uma mão contra a própria boca e a outra mão está estendida no peito. O silencio perdura e somente quando Natasha leva a mão ao rosto e arfa surpresa é que todos voltam a respirar.

  Natasha finalmente encara Maria, sua pele antes branca agora estava molhada e vermelha, parecia quente.

“Você é melhor que isso.” É tudo o que Maria diz. Natasha dá um passo à frente e abraça a amiga, que retribui. Não há lagrimas ou pedidos de desculpas e quando elas se afastam poucos segundos depois, todos sabem que um acordo mutuo e silencioso foi feito. Natasha não perdera mais o controle e Maria não a abandonara jamais, não importa o que aconteça.

“Desculpem.” Natasha pede sem realmente encarar nenhum dos presentes e sai da sala.

“Deixa ela.” Maria avisa, quando Clint faz menção de falar algo. “Ela precisa esfriar a cabeça, talvez um banho a ajude.”

“Isso foi intenso.” Bucky fala por fim, sentando na poltrona.

“Vocês são uns covardes!” ela acusa e ambos se fazem de ofendidos.

“Eu não sabia o que fazer, nunca tinha visto uma mulher surtar assim antes e olha que eu já fui motivo de muito surto.” O moreno explica.

“Nunca fui motivo de surtos, mas nunca imaginei que a Nat fosse capaz disso...” esclarece Clint.

“O que vamos fazer?” Bucky questiona. Os três se encaram e então uma terceira voz masculina é ouvida.

“Vamos impedir que o marido da ruivinha saia do aeroporto.” Os três olham para a tela do notebook onde Tony os observa, entediado.

“Tony...” Pepper começa num tom reprovador, mas Clint a interrompe.

“Qual sua ideia?”

“Bom, primeiro eu pensei em ligar dizendo que uma bomba foi colocada no aeroporto, isso impediria o avião de pousar, mas também causaria muito transtorno.” Ele dá de ombros, sem realmente se importar. “Então a segunda opção é: Vamos roubar os documentos do Steve e dos irmãos da Nat e eles ficarão retidos no aeroporto até segunda ordem. É o máximo que posso fazer.” Finaliza.

“Ótimo. Isso nos dará algum tempo.” Clint olha as horas no seu relógio de pulso. “Acho melhor você começar a agir, eles estarão pousando logo, logo.” Informa.

“Eu irei com o Tony, para garantir que todos ficarão bem e serão bem tratados e também manter vocês informados.” A loira assegura.

“Obrigada Pepper.” Agradece Maria.

“Cuidem da Nat.” Ela pede e a chamada de vídeo é encerrada.

“Pelo menos ganhamos algum tempo.” Bucky fala.

“Mas a questão agora é: o que faremos com esse tempo?” Clint retruca e todos mergulham em silencio.

“Pelo menos ganhamos algum tempo.” O moreno repete, confortador.

Aeroporto

   Steve esperava impaciente enquanto a esteira abarrotada de malas seguia lentamente. Wanda e Pietro já estavam com as suas e Steve não conseguiu segurar um rosnado de indignação quando viu sua mala aberta. As roupas pareciam ter sido reviradas e a bagunça era geral. Com certa dificuldade ele conseguiu retirar sua mala da esteira e a colocou no chão.

“Como isso aconteceu?” Pietro pergunta curioso.

“Não sei, mas eles terão que me explicar direitinho!” exclama Steve, irritado e Wanda tem a sensação de que ele não está se referindo – apenas – a companhia aérea.

“Eu te ajudo.” Wanda oferece, e antes que Steve pudesse rejeitar a oferta, ela já estava abaixada, ajeitando as roupas. Com um suspiro resignado, Steve abaixasse também.

“Eu preciso ir ao banheiro.” Pietro avisa.

“Não demore. Já vou chamar um taxi.” Steve fala, sem olhar para o cunhado.

Pietro afastasse com passos rápidos e Steve e Wanda continuam com o trabalho de organização.

“Steve, eu...Ai!” Wanda grita quando um homem tropeça nela e praticamente cai sobre Steve.

“Qual o seu problema cara?!” Steve questiona, realmente irritado.

“Desculpem! Eu não vi vocês.” O homem esclarece enquanto ajeita os óculos fundo de garrafa no rosto.

“Tudo bem.” Steve fala, mais calmo. “Acho que a culpa foi nossa também.” Admite, ajudando o homem a se levantar.

O homem acena com a cabeça e se afasta, logo sumindo de vista. Steve fecha o zíper da mala e se põe de pé, ele ajuda Wanda que parecia bastante desconcertada com o pequeno incidente.

“Como eu estava falando antes de ser brutalmente interrompida, eu não acredito que...” Steve ergue a mão, a silenciando.

“Wanda, eu entendo que seja difícil para você acreditar naquelas...” ele engole seco “imagens. Mas está claro o que aconteceu ali. Por favor, eu não quero que você ou o Pietro se metam nisso, okay?” os olhos azuis de Steve revelam tanta tristeza que Wanda se pergunta como ele não arrebentou em lagrimas ainda.

Ela apenas concorda com a cabeça. O cansaço dificultava um pouco seus pensamentos e ela sabia que não havia nenhum argumento que pudesse mudar o que Steve estava sentindo, não vindo dela, pelo menos. Tudo o que ela podia dizer e fazer, ela já havia dito e feito. Pietro se junta aos dois poucos instantes depois e juntos eles caminham em direção a saída do aeroporto.

“Ei!” um dos seguranças do aeroporto chama. E os três o encaram confusos. “Vocês mesmos.”

“Algum problema?” Steve pergunta, tomando a frente dos cunhados.

“O senhor poderia nos acompanhar...” um segundo homem fala. Ele usava um terno preto e tinha os cabelos cuidadosamente penteados. Um distintivo é exibido e Steve fica bastante surpreso. “Por gentileza?” Steve concorda.

“Fiquem aqui. Eu volto logo.” Ele fala para os gêmeos, que assistem calados.

“Eles também virão conosco.” O homem avisa e um arrepio percorre a espinha de Steve.

“Por que? Eles são apenas crianças e....”

“Por favor, Sr. O quanto antes resolvermos essa situação, melhor.” O homem fala num tom educado, mas Steve sente a ameaça. Em um átimo, mas três homens aparecem e Steve, Wanda e Pietro são guiados pelo aeroporto até várias salas, onde provavelmente funciona os setores responsáveis pela migração e imigração de passageiros.

Steve é separado dos gêmeos e assim que a porta é fechada atrás de si, o homem de terno se apresenta.

“Meu nome é Coulson, Phil Coulson e eu trabalho no setor antiterrorismo dos EUA.” Steve permanece em silencio, aquilo não fazia sentido nenhum. “Nós recebemos a informação de que o senhor é um terrorista em potencial e até que essa informação seja devidamente averiguada, o Sr. e os dois jovens ficaram retidos até segunda ordem.” As palavras são despejadas como uma torrente e a boca de Steve se abre em total descrença.

“Isso só pode ser uma piada.” Ele se larga na cadeira, derrotado.

 

“É impossível ajeitar a casa em tempo.” Maria conclui.

“Podemos dizer que aconteceu um ataque terrorista.” Bucky sugere.

“A essa altura tudo é válido.” Clint concorda.

“Estou mais preocupada com o motivo que trouxe o Steve de volta.” Natasha comenta.

O telefone de Maria toca e ela atende imediatamente.

“Acho melhor você falar diretamente com ela.” A morena fala com seja lá quem está na linha e passa o celular para Natasha.

A ruiva pega o celular e se afasta, tudo o que os outros escutam são “humm” e “Ah” até que Natasha dá um berro que provavelmente deixou a pessoa do outro lado surda. Ela rosna algumas ameaças e xingamentos e os outros apenas observam a distância.

“O imbecil do Tony teve a ideia genial de deter o Steve no aeroporto alegando que ele é um ‘terrorista em potencial’!” Natasha exclama devolvendo o celular para Maria.

“Isso é bom, nos dará ainda mais tempo para resolver as coisas!” Bucky fala, animado. “Não?” seu sorriso se desfaz quando ele vê as expressões dos colegas.

“Não exatamente.” Clint começa. “Esse lance de terrorismo é levado muito a sério e logo essa notícia vai vazar... o nome do Steve pode ir parar no jornais em poucas horas e ai meu chapa... a coisa vai ficar feia para ele.” completa.

“Uou.”

“Pois é. E agora?” Maria questiona.

“Eu terei de ir até o aeroporto buscar o Steve e os meus irmãos. Não posso deixá-los lá.” Natasha informa.

“Eu vou com você.” afirma Bucky.

“É melhor você ficar e....”

“Não! Ele pode ajudar você a criar alguma distração no caminho.” Clint intercede. “Façamos assim, vocês vão buscar o Steve e os gêmeos, enquanto isso, eu e a Maria vamos atrás de todas as explicações possíveis para a destruição da sua casa, uma mudança e provavelmente teremos de forjar um “serviço de proteção a testemunha.” Ele conclui e Maria o encara, suas próprias engrenagens trabalhando a todo vapor.

“Nós os avisamos assim que tudo estiver pronto.” Ela diz, já pegando sua bolsa e jaqueta que estavam em cima do pequeno sofá.

“Eu dirijo.” Clint avisa. “Melhor vocês irem de taxi, dará mais legitimidade.”

Os dois saem rapidamente e deixam Bucky e Natasha para trás.

“Você acha que seja lá o que eles estiverem planejando dará certo?” o moreno pergunta, pondo seu boné surrado.

“Sinceramente, eu não estou me permitindo acreditar em mais nada.” A ruiva admite, desconsolada. “Vamos lá.” Eles saem do apartamento.

Aeroporto

“Eu não sou terrorista! Quantas vezes terei de dizer isso?” Steve tentava manter a calma, mas aquela situação toda estava ameaçando leva-lo a loucura.

“O senhor só precisa dizer onde estão as bombas e podemos começar a pensar num acordo... talvez exilio.” Coulson fala como se sua oferta fosse extremamente tentadora.

“Agente Coulson?” um segundo agente chama Phil que sai da sala, deixando Steve sozinho. Como diabos aquilo foi acontecer? E por que estava acontecendo justo agora?  Até seus documentos foram roubados! Parecia até que fora uma armação... não. Sua cabeça começa a pregar-lhe peças e ele sabia que não podia permitir que tais coisas acontecessem. Independentemente de qualquer coisa, os gêmeos eram sua responsabilidade naquele momento.

“Parece que houve uma mudança...” ao ouvir isso Steve ergue a cabeça que estava caída sobre a mesa, Coulson pigarreia, claramente desconfortável. “A informação foi retificada.”

“Então quer dizer que serei liberado?” Steve pergunta, esperançoso.

“Sim.” Confirma Coulson. Ele pega a chave e retira as algemas de Steve que massageia os pulsos. “Sua esposa está ai fora.” Ao ouvir aquilo cada músculo do corpo de Steve se retesa.

“A Natasha está aqui?” ele pergunta com a voz fraca. Como se estivesse apenas esperando seu nome ser dito, Natasha adentra a sala como um furação.

“Steve?!” ela estaca diante dele e então se joga sobre ele, num abraço apertado. A falta de retribuição não passa despercebido. “Você está bem? O que aconteceu? por que você voltou tão cedo?” antes que qualquer pergunta do interrogatório fosse respondida, Bucky também entra na sala, seguido por Wanda e Pietro.

“Steve, você não pode estar acreditando...” a frase de Bucky é interrompida por um violento soco desferido por Steve.

Wanda grita enquanto Pietro a segura. Coulson parece completamente perdido e Natasha observa a cena em total descrença.

“Steve... o que você fez?” ela pergunta, finalmente voltando a realidade. Ela se agacha no chão e ajuda Bucky. Um filete de sangue corre da sua boca e ele parece atordoado.

“O que vocês fizeram!” Steve exclama. Alguns guardas chegam até a porta, mas Coulson os impede de entrar.

“Steve, eu não tô entendendo.” Natasha fala, confusa.

“Deixa eu esclarecer então.” Steve mexe no próprio celular e em seguida o joga sobre Natasha, que o pega ainda no ar. Ela olha para a imagem na tela e seus olhos parecem prestes a saltar das orbitas.

 Apesar da imagem ter uma ótima resolução, a casa parecia intacta, somente um observador mais atento notaria uma vidraça quebrada e a varanda com estilhaços, mas ela sabia que não era isso que Steve queria que ela visse. A luz da lua, haviam duas pessoas abraçadas, um aperto claramente íntimo. Natasha não precisou de mais que um segundo para reconhecer o casal: eram ela e Bucky. Ela ergue os olhos do celular e encara o marido. Aquele fora o motivo que o trouxe de volta.

“Steve, eu posso explicar.” afirma. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem, Favoritem e Recomendem!
Um beijo e até breve! ♥♥