Harry tomava café da manhã em silêncio e de cara fechada quando Ginny apareceu na sua frente vestida e maquiada de forma impecável com um imenso sorriso no rosto.

– Bom dia Harry Potter! – ela puxou a cadeira a sua frente e começou a se servir – Por que essa cara amarrada tão cedo? Não viu Bob Esponja o suficiente? – ela o provocou. O moreno não respondeu apenas a fitou por alguns segundos. Não podia negar a si mesmo que a ruiva o atraia, esse foi um dos motivos que escolheu ela para ser sua falsa namorada, também não podia negar que mal pregou os olhos durante toda a noite imaginando como poderia ter se divertido mais ao lado da menina.

– Vou trabalhar, mas trabalhar de verdade. – ele a encarou de cara fechada e saiu. A ruiva apenas tentou entender a situação e continuou a comer.

– Não ligue para ele. É apenas mal-humor matinal de um menino mimado. – a voz que surgiu do além fez a menina saltar da cadeira. – Desculpe-me, sou Sirus, tio de Harry. – ele lhe estendeu a mão.

– Sou Ginny Weasley, namorada do mesmo. – ela sorriu de forma meiga

– Eu sei de tudo mocinha, desde o contrato ao beijo na porta do quarto e uma certa provoação. – o homem disse com uma voz marota que fez a menina se engasgar com o suco. – Harry me contou tudo... ele sempre me conta.

– Ah bom saber que o senhor não estava aqui ontem para ver seu sobrinho vendo Bob Esponja como uma criança. – ela disse rindo

– Não ligue para ele. Como eu disse é só um menino mimado, com algumas complicações, mas no fundo é um bom homem.

– Foi bom conversar com o senhor, mas preciso ir. Tenho uma reunião importante mais tarde. Até outro dia! – ela se despediu saindo pela porta.

Harry estava tendo mais um péssimo dia. Ginny simplesmente não saia de sua cabeça, ela estava lá o tempo toda e a toda hora, em qualquer que fosse a porcaria de coisa que o moreno estivesse fazia.

– Mas que droga de ruiva irritante! – ele bateu na mesa derrubando o porta-canetas.

– Está tudo bem Harry? – Hermione, sua vice-diretora, acabará de entrar em seu escritório.

– Poderia estar melhor. Você soube de ontem né?

– Claro que sim! Quatro investidores pularam fora. Isso é um absurdo. E gastamos um dinheiro naquele jantar para esses idiotas abandonarem o barco. – ela deu um leve soquinho na mesa de Harry.

– Sei como é... – o moreno suspirou

– Algo mais lhe aflige? Está bem esquisito hoje.

– Não é nada de mais. Mas e você está bem com toda aquela coisa do Comarc Babaca?

– Estou ótima. Só me pergunto por que eu casei com aquilo.

– Por que sua mãe quis. Era um bom investimento. – ele riu

– Verdade. Investimento maravilhoso. Aqui estou eu, não preciso mais dele e daquela cabeça vazia e cheia de ego.

– Posso supor que a senhorita Granger fará o bom e velho “não me amou próximo”? Por que se for assim... – ele lançou a ela um sorriso sacana

– Pode se dizer que sim. Mas você não se encaixa no “próximo”, e até onde eu saiba o senhor tem uma bonita namorada.

– Só por que você era uma mulher casada há um mês. – ele disse rindo

– Pena que você é o comprometido agora. – a morena riu também – Brincadeiras a parte. Como vai o namoro?

– Não sei... Acho que... Estamos tendo complicações de interesses. – a mente de Harry vagou até o mento em que a ruiva bateu a porta do quarto em sua cara na noite anterior.

– Que tenso... – Hermione fitou o amigo por alguns instantes – Leva ela para jantar e dê umas rosas, no fundo é disso que as mulheres gostam.

– Ginny não faz o tipo que goste de rosas... – Harry pensou um pouco na lista que havia feito com a menina há alguns dias e na sua alergia a pólen – Ela gosta da Madonna, eu acho.

– Leva ela para ver um cover dela, deve ter algum no centro de Londres.

– Eu não frequento o centro de Londres. – o moreno disse como se fosse óbvio

– Quer ficar bem com a menina? Vá ao centro de Londres. – Hermione se levantou da cadeira onde estava e foi até saiu do escritório deixando Harry sozinho.

O moreno encontrava-se parado em frente ao prédio onde Ginny estava tendo sua importante reunião há quase quarenta minutos quando ela finalmente saiu pela porta principal.

–Ah quer dizer que o senhor mau humor apareceu? – ela falou com tom de deboche

– Vim te levar pra sair e me desculpar por hoje de manhã.

– Não quero ir, muito obrigada.

– Quê? Como assim não quer ir? – o moreno a fitou irritado

– Tenho outros planos, vou jantar com uns amigos. – a menina cruzou os braços em frente ao peito e ergueu a sobrancelha esquerda.

– Tem certeza? – o moreno tirou do bolso interno do paletó duas entradas para um espetáculo cover da Madonna em um pequeno teatro no centro de Londres. Ginny olhou para eles com brilho nos olhos.

– Tá bom. Conseguiu me comprar. Vamos? – ela foi em direção à porta do carona, com Harry atrás de si para abrir a porta.

– Não vai desmarcar com seus amigos? – o moreno perguntou quando já estavam chegando ao teatro.

– Aquilo era mentira. Só queria me livrar de vocês, mas dadas as circunstancias não pude resistir. – ela disse rindo

– Você não é normal mesmo. – ele disse rindo.

Assim que chegaram ao teatro Ginny nem mesmo quis pegar uma água, ela insistiu em entrarem logo no teatro para pegar um bom lugar. Durante toda a apresentação a menina dançou, pulou e cantou de forma tão empolgada que Harry nem se permitiu pensar em como seria ir com ela ao show da verdadeira Madonna.

– Eu tô meio surdo! – o moreno gritou assim que colocaram o pé na calçada – Você quer jantar?

– Quero comer qualquer coisa! – a menina gritou de volta. Os dois caminharam até um pub próximo e se sentaram em uma mesa ao fundo, a música que tocava era Beatles, mas em um volume tão baixo que não impedia a conversa.

– Viu? Isso é música de verdade! – o moreno disse quando Don’t let me Down, batucando na mesa.

– Admita que você gostou da Madonna.

– Não. E vamos comer! – Harry optou por um cheeseburguer com cerveja, enquanto Ginny pediu hambúrguer de frango e um chá gelado. Passado algum tempo a música ficou mais alta e algumas pessoas tomaram a pequena pista de dança do local.

– Vamos dançar!

– Eu não danço.

– Por favor! – ela fez um beicinho engraçado, como de crianças pequenas e o moreno não pode dizer não. Os dois dançaram ao som dos bons e velhos rock, como Harry disse várias vezes durante a noite. Em determinado momento da noite Harry simplesmente não pode resistir a graciosidade de Ginny, ela levava os braços sobre a cabeça e sorria o tempo todo, sorriso esse que o moreno teve certeza ser só para ele. Que não pensou duas vezes em puxá-la para perto de si e beijar lá como se o mundo fosse acabar.