Por Uma Lembrança escrita por Prisca, Najara


Capítulo 4
MAIOR IDADE


Notas iniciais do capítulo

Como manter uma fic sempre atualizada?
Estou começando a achar que não tenho essa resposta.
Mais pelo menos, tenho sempre um capitulo em mãos pra vocês.



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Sua respiração ficava cada vez mais próxima e meu coração parecia estar em uma velocidade capaz de perfurar minha pele e saltar para fora. Sua mão permanecia em meu rosto e pude sentir que ele ansiava o encontro dos nossos lábios. Ele declinava sobre mim devagar e eu apenas torcia para que ele me beijasse e acabasse com meu sofrimento. Foi ai que nossos lábios roçaram.

- Sakura! Naruto! Vocês estão em casa?

Com o grito de minha mãe Naruto pulou de susto e caiu para fora da cama. Eu respirei fundo e sentindo uma enorme decepção, me espreguicei e fazendo um falso bocejo enquanto me sentava na cama respondi em alto e bom som.

- Estou no meu quarto mãe. Precisa de algo? _ Olhei para Naruto que estava perdido sentado no chão e olhando para o nada. – O que aconteceu Naruto? Por que esta no chão?

- Não querida! Só queria saber se tinha alguém em casa. _ Respondeu minha mãe da parte de baixo da casa.

- Não foi nada Sakura! Vou indo. Ate mais. _ Disse ele levantando-se rápido e saindo do quarto.

Joguei-me na cama. Por que minha mãe tinha que chegar à uma hora tão propicia? Havia mais de dez anos que eu esperava pelo nosso terceiro beijo e ela tinha que estragar tudo? Sim! Dez anos sem beijar quem eu realmente gostava. Meu segundo beijo com Naruto foi aos treze anos antes de nossa separação forçada.

Por falar em treze anos, passaram-se quatro anos desde meu primeiro beijo com Naruto. Ignorei meus sentimentos por ele. Tinha nove anos e não compreendi na época o que sentia. Assim, voltei a meus sentimentos imaturos por Sasuke, sentimentos que pesaram por tempos conforme vou contando aqui, e ignorei o que Naruto significava para mim.

Como sempre, eu e Naruto voltávamos da escola juntos. Brincávamos de pega-pega. Embora já fossemos adolescentes, não tínhamos medo de mostrar que ainda tínhamos um lado infantil em nós. Éramos só nos dois e mais ninguém. Confiávamos plenamente um no outro e o que acontecia entre agente, ficava entre a gente.

- Ei Sakura? Não vai mesmo me dar um pouco do seu sorvete?

- Deixa de ser esfomeado Naruto. Você já tomou o seu. Deixa o meu em paz!

- Só um teco Sakura.  Você pegou o último de flocos. Me dá um só pouco vai.

 Naruto sempre fazia aquela cara de pidão que me fazia sentir como se o estivesse torturando. Eu simplesmente me sentia a pior garota do mundo quando o via olhar-me assim. Por conta disso, eu estendi minha mão em sua direção, mais antes que ele desse a tão desejada mordida que ele queria, um menino passou de bicicleta e derrubou o sorvete deixando a nós dois na vontade.

- Naruto a culpa é toda sua! _ Gritei morrendo de vontade de esganar ele.

- Minha? Não fui eu que derrubei. Foi aquele garoto mal educado...

- Não me importa quem foi. Só sei que eu quero outro sorvete. _Eu disse segurando a gola da camisa dele.

- Tá certo Sakura! _ Ele disse meio apavorado. – Me encontre na minha casa em uma hora que eu vou te pagar outro sorvete.

Eu fui pra casa, me troquei e fiquei enrolado e ajudando minha mãe na casa enquanto esperava dar a hora de ir pra casa do Naruto.  Mas enquanto eu arrumava a sala, notei algo estranho acontecendo. Olhei pela janela e vi que tinha alguém na casa de Naruto. Ele não era de receber visita mais tinha um homem lá dentro e pelo que aparentava os dois não estavam tendo uma conversa muito amigável.

Acabei a sala o mais rápido que pude e do portão gritei para minha mãe que estava indo à casa de Naruto. Ela me apenas me disse pra trazê-lo para o jantar e não comer muita besteira por lá. Minha mãe conhecia perfeitamente o que eu Naruto fazíamos. Sorvete, bolo, bala, chocolate eram apenas parte de nossa dieta regada também de passeios de bicicleta e patins, vôlei, futebol, dança, não importava onde estávamos mais sempre nos divertíamos juntos. Exatamente por isso, meus pais praticamente adotaram Naruto como um segundo filho.

Todos os finais de semana meu pai o levava pra jogar futebol com os amigos dele. Meu pai o ensinou também a pescar e arrumar um carro. Enfim, sempre o que meu pai sonhou em ensinar a um filho menino, ele ensinou a Naruto. Sinceramente, às vezes eu tinha ciúmes. Até por que, Naruto era meu melhor amigo não o do meu pai. Poxa, ele tinha que ir pescar e jogar bola com os amigos dele não com o meu. E meu pai era meu, não do Naruto. Para mim, ele tinha que ficar contente com o avo dele e não tentar monopolizar o meu pai. Era egoísta da minha parte pensar assim mais eu era criança. O que podia fazer se coisas desse tipo passavam pela minha cabeça?

Mais logo esses pensamentos sumiram ao saber a verdade sobre Naruto e o avo dele. Sempre tive curiosidade de saber quem era o velho que tinha deixado o meu melhor amigo sozinho e até quando isso se seguiria. Só não imaginava que teria meu dia premiado tão rápido.

- Eu já disse para você, não quero que fique trazendo seus amigos pra casa ou você pode ser descoberto e te levaram para um orfanato ou sei lá pra onde. Lá você estará sozinho e sem nenhuma chance de sobreviver com dignidade.

- Grande diferença! Se não fosse pela Sakura e pela família dela eu já estaria assim há muito tempo. Não sei por que você fingi se importar quando na verdade torce para que isso aconteça logo. Assim ficara livre de mim de uma vez por todas. _ Uau! Rebeldia adolescente! Essa era a primeira vez que vi Naruto demonstrar que também a tinha. 

- Por favor! Não seja ignorante comigo ou sabe que corto sua mesada. E quem é essa tal de Sakura? Você não para de falar esse nome toda vez que venho aqui. Por acaso é alguma mão leve que conheceu por ai e te ajuda nos seus atos rebeldes?

- Mão leve é o senhor! Quem pensa que é para falar de mim assim? Naruto quem e o vovozinho ai? _ Quando eu disse a palavra “vovozinho foi que me toquei. Era o avo de Naruto.

- Sakura esse é o ero-sennin. Ela é a Sakura!

- Já disse para não me chamar assim! _ Ordenou o velho e Naruto fez cara de quem estava pouco se importando. – Agora entendo por que ela é tão importante para você. Até que ela é bonita. Vai ser uma bela mulher quando ficar mais velha. Você tem bom gosto. Também, com um avo como eu.

Naruto logo veio para o meu lado e fez cara de poucos amigos para o avo.  Achei aquilo engraçado. Era como se estivesse com ciúmes daquele velho cara de idiota comigo.

- Por favor, Naruto. Ela é uma criança como você.

- Ainda não disse o que veio fazer aqui dessa vez. Aposto que seja o que for já esta de saída novamente. _ Ele foi duro. O cutuquei por isso. Naruto rebelde estava começando a me dar nos nervos.

- Vim apenas te trazer uma grana e ver como estava.

- Sempre me manda pelo banco. Por que dessa vez fez diferente? _ Sou só eu ou será que o velho também queria voar no pescoço de certo loiro mal educado?

- Cansei de você Naruto! Desculpe pela falta de educação dele mais acho que você o conhece melhor do que eu. Com licença.

- Com assim com licença? É só isso? Vem aqui fala duas ou três palavras e vai embora? Ele é seu neto tem apenas treze anos passa maior parte do tempo sozinho e quando você aparece apenas deixa dinheiro e vai embora?

- Sakura deixe-o ir. Ficaremos melhores sem ele acredite.

O senhor apenas se virou e caminhou em direção a porta. Naruto e eu ficamos parados na cozinha. Até que mais uma vez, minha raiva ultrapassou minha razão e eu fui atrás daquele senhor e o alcancei quando estava abrindo a porta para sair.

- Que tipo de monstro você é?

- Sakura! _ Naruto segurou o meu braço tentando segurar minhas palavras.

- Ele tem apenas treze anos. É seu neto não um adulto. Precisa de cuidados precisa de carinho e de conselhos como qualquer adolescente da idade dele. Nunca passou pela sua cabeça que ele pode se meter com pessoas que não prestam ou ficar doente e precisar de alguém para lhe dar um remédio para febre à noite?

- Ele não precisa de mim. Sempre se cuidou e sabe se cuidar muito bem sozinho. Eu sou apenas um peso no caminho dele.

- Se pensa assim..._ Fiz Naruto soltar meu braço o puxando com força. _ Não merece conhecer o neto maravilhoso que tem. Vá embora e é melhor que não volte mais.

Ele saiu e eu me virei para Naruto. Eu nunca o tinha visto com um olhar como ele demonstrava agora. Estava confuso, triste e muito nervoso. Eu o abracei mais ele ficou apenas parado.

- Não devia ter sido grosso com ele daquela forma.

- Eu sei desculpa! Não consegui me conter. Da próxima vez, por favor, pelo menos tente ser mais gentil. Querendo ou não, ele ainda é seu avo. _ Ele me afastou e o segui para a cozinha.

Sentei-me à mesa e ele foi ate a geladeira. Quando voltou, tinha dois potes de sorvete em mãos. Cada um tinha cerca de dois litros. Tomamos uma parte em silencio ate que Naruto sujou o nariz e eu comecei a rir dele. Ele ficou tentando me entender com a mesma cara de idiota de sempre e eu limpei o nariz dele co o meu dedo. A partir daí, começamos a fazer o que pensei ter sido a pior besteira de nossas vidas: apostamos quem tomava todo o pote de sorvete primeiro.

Claro que vocês talvez pensem: Grande coisa! O que tem de mais fazer uma aposta desse tipo? A questão é simples. Mais deixarei que a continuação da historia lhes explique.

Voltei para casa depois pouco antes do jantar. Naruto ficou na casa dele para tomar banho.  Senti minha cabeça doendo e tive uma leve vertigem. Ri ao pensar que minha disputa do sorvete com o Naruto poderia me render uns dias em casa por estar resfriada. Se isso acontecesse, com certeza essa disputa entre nós se tornaria freqüentes.

- Sakura hora do jantar. Cadê o Naruto? _ Perguntou minha mãe.

- Não sei. Ele deve chegar a qualquer... - Nessa hora a porta bateu. – A senhora esta aqui, pai também esta e eu. Então só pode ser ele.

Fui ate a sala para dar uma bronca nele pela demora. Mais desisti assim que o encontrei.

- Naruto por que está pálido?_ Perguntei e meus pais apareceram ao meu lado em questão de segundos.

- Impressão sua Sakura. Deve ser a fome. O que temos para jantar?_ Ele passou por nós e se sentou a mesa.

Meus pais e eu também nos sentamos mais não tirávamos os olhos de Naruto. Ele sempre parecia um esfomeado comendo e minha mãe sempre brigava com ele por conta disso. Mais naquele dia, ele comeu tranquilamente e como se o fizesse por mera obrigação.

- Tem certeza que está tudo bem Naruto? Você esta estranho._ Comentei.

- Acho que comi muita besteira antes de vir jantar. O que temos de sobremesa?

Minha mãe levantou para ir ate a geladeira mais antes que ela retornasse, Naruto saiu correndo da mesa e entrou no banheiro. Corremos até lá e o encontramos vomitando.

- Naruto o que você tem?_ Foi à única coisa que consegui dizer.

Minha mãe se abaixou ate ele, o abraçou, e pós a mão na testa dele. Ela fez uma cara de preocupação que me assustou ainda mais.

- Ele está queimando de febre. Temos de levá-lo ao hospital.

Os momentos seguintes passaram diante de meus olhos como se estivesse em um filme em câmera lenta. Meu pai pareceu demorar um século para achar as chaves do carro e minha mãe ficou tentando acalmar Naruto para que ele parasse de vomitar. Eu fiquei apenas ali, parada sentindo-me culpada acreditando que minhas palavras ao avo dele acabaram rogando uma praga sobre o meu melhor amigo.

- Vai ficar tudo bem Sakura. Deve ser apenas uma gripe. _ Foi o que ele me disse assim que entramos no carro.

- Não sei o que vocês dois andaram aprontando, mais parece quem ambos vão precisar passar no medico. _ Falou meu pai.

- Eu passo depois do Naruto!_ Falei de imediato. Naruto ia protestar mais teve outra ânsia de vomito e eu o abracei forte.  Fiquei abraçada com ele ate a hora em que ele entrou com meu pai no consultório.

Demorou um tempo e fui chamada por outro medico. Fiquei ansiosa para sair de lá e saber noticias do Naruto.  Assim que sai, vi meu pai e ele chamou minha mãe. Logo depois disso ela me disse que iríamos para casa no carro do meu pai e que Naruto passaria um tempo no soro depois também ganharia alta. Mais não foi bem assim.

Mal dormi a noite e assim que ouvi a porta se abrindo eu desci as escadas correndo ao encontro do meu pai.

- Pai cadê o Naruto? _ perguntei logo e minha mãe desceu atrás de mim.

- Ele mora sozinho e vocês nunca nos disseram nada. _ Meu pai tinha um olhar triste e acusador. Eu apenas fiquei quieta torcendo para que ele respondesse minha pergunta.

- Naruto mora sozinho? Mais como? _ Perguntou minha mãe.

- Os pais dele morreram e desde então o avo tem a guarda dele. Mais o avo é negligente e ele mora sozinho desde que mudou para cá. Parece que Sakura o acobertou durante todos estes anos.

- Ele vai ficar bem? _ Perguntei baixinho.

- Vai ficar bem sim. Mais será levado a um orfanato.

- O que?_ Perguntamos juntas eu e minha mãe.

 - Não pode deixar que isso aconteça pai.

- Naruto é parte de nossa família.

- Ele é meu melhor amigo.

 - Ele sempre esteve conosco.

- Acalmem! _ Disse ele tentando nos fazer ficar quietas. – Acham que não passou nada disso por minha cabeça. Não podemos fazer nada por hora. Ele vai ter que ir ao orfanato. Só depois de uns dias poderemos dar entrada a um processo de adoção se vocês concordarem e ele não tiver outro parente próximo.

- Adotar o Naruto? Seria maravilhoso! O que acha disso filha?

- Claro! Assim ele não vai mais ficar sozinho.

- Estamos de acordo então. _ Disse meu pai satisfeito.

Lógico que recebi um castigo e meus pais planejaram o de Naruto também. Mais eu estava tão feliz que nem dei importância para isso.

Naruto havia pego pneumonia e ficou três dias no hospital. No dia em que saiu, eu fui vê-lo antes de ele ser levado para o orfanato.

- Não fique triste Sakura. Prometo que assim que ficar maior de idade e sair de lá eu venho te ver. _ Disse ele. Meus pais me proibiram de dizer a ele sobre adoção para que ele não criasse expectativas e não estragar a surpresa.

- Ainda vai demorar muito. _ Eu disse triste. Não queria ficar longe dele nem por um dia.

- Vai passar rápido. E assim que eu voltar, vou te levar pra ver a neve assim como viemos nos filmes. Eu prometo. _ Disse ele sorrindo. – Só que eu queria te ver sorrindo e não triste.

Dei um sorriso forçado e ele me abraçou. Não me contive e comecei a chorar. Ele se segurou. Logo depois beijou o topo da minha cabeça e me soltou saindo rápido. Eu fiquei apenas ali, parada sentindo pena de mim mesma por ter o visto partindo. Mais então senti uma forte pontada em meu peito e percebi que talvez aquela fosse a ultima vez que veria Naruto antes que ele voltasse para cumprir sua promessa. Sem pensar em nada ou analisar o que iria fazer, sai correndo do quarto do hospital que foi o lugar onde a despedida aconteceu. Fui até o elevador e quando cheguei à porta do hospital vi Naruto a alguns passos do carro do assistente social. Minha mãe esta abraçada com meu pai chorando e ele vendo Naruto partir.

- Naruto! _ Gritei e ele virou para trás surpreso.

Antes que ele dissesse qualquer coisa, corri até ele, o abracei e o beijei. Notei a surpresa que ele teve por ter ficado parado enquanto eu segurava o rosto dele. Depois disso, sorri para ele e ele correspondeu.

- Cinco anos Sakura, e eu estarei de volta.

- Vou esperar.

Dizendo isso ele entrou no carro e me deu tchau pela janela. Fiquei olhando para ele e ele para mim até que o carro sumisse no horizonte. Depois disso, meus pais vieram até mim e eu desabei a chorar.

Durante uma semana, meu pai ia todos os dias ate o juizado de menores tentando dar entrada ao processo de adoção. Todos os dias ele voltava frustrado por nem ao menos ter conseguido contato com o assistente social que cuidava do caso. Somente no meio da segunda semana, ele voltou para casa com uma cara de cansaço maior que os dias anteriores.

- Pai! Alguma noticia do Naruto?_ Perguntei descendo as escadas correndo esperançosa de que a resposta fosse positiva. Mas a cara do meu pai demonstrou certa dor a minha pergunta. – Nada não é?

- Ao contrario! _ Ele disse de cabeça baixa enquanto minha mãe entrava na sala. – Consegui falar com o assistente social.

- E então? _ Perguntou minha mãe impaciente.

 - Naruto foi adotado por um parente que mora em outro estado.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Quem diria! O encontro de Sakura com o avo de Naruto foi surpreendente mais a separação deles foi pior ainda. A família de Sakura tinha uma forte ligação com o jovem amigo dela. Ligação que se estendeu até mesmo ao afeto de pai e filho. Mais ao explodir com ero-sennin, Sakura dispara o que ela depois acreditou ter se tornado uma praga que causou a separação do amigo. A doença de Naruto o tirou dela e trouxe uma promessa: a de voltar quando completar a maior idade e levá-la para conhecer a neve. Agora é só esperar pelo próximo capitulo.
Besitos.