Forsaken escrita por IngridN


Capítulo 3
Tre


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente... (Desviando das pedras e paus, kkkk)
Olha, eu nem tenho muito o que falar. Sei que demorei horrores. Mas vou tentar explicar: minha faculdade estava de greve, e depois que voltou, foi tudo uma correria. Trabalhos e provas de várias disciplinas para serem entregues em curtíssimos períodos de tempo. Principalmente por ser final de ano.
Então eu tinha que dar o meu máximo.
E eu ainda faço um curso, que é quase uma outra faculdade, então eu realmente não tive muito tempo livre.
Esses últimos meses foram hiper estressantes! Quase enlouqueci. Infelizmente fiquei reprovada em uma disciplina, mas passei em todas as outras e já fico contente por isso. Não é um problema grave, eu posso fazer essa disciplina com outra turma e recupero.
Ok, é isso. Desculpas pela demora meeeesmo. E, mesmo eu não tendo muito tempo de férias (minhas aulas voltam dia 11 de janeiro - tristeeee) eu vou aproveitar grande parte desse tempo para escrever. Não apenas Forsaken, mas também os meus outros projetos, que quero postar ano que vem.
Espero que não tenham me abandonado! Boa leitura!
E FELIZ NATAL, GENTE!



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— Vamos, menina. Tem que ser mais rápido! Ainda faltam muitas janelas.

Arendelle já não suportava o próprio peso sob seus pés. Há horas que esfregava o chão e tirava pó de objetos e esculturas. Antes disso teve que lavar algumas roupas de cama e algumas cortinas. E agora tentava se equilibrar em uma escada de madeira para limpar os vitrais das enormes e altas janelas do palácio.

Ela definitivamente não nascera para isso.

— Elle, eu sei que está cansada, mas vai ter que se acostumar se quiser permanecer aqui.

Arendelle não se importava com as dores e o cansaço. Apesar de Skyrim ser um povo pacífico, eles já estiveram em muitas batalhas, e a princesa desde cedo esteve em muitas delas. Seu corpo estava acostumado ao esforço em demasia.

Mas aquilo? Além de ser exaustivo, era entediante e estressante! Não havia nada de divertido em esfregar o chão e lavar roupas.

— Elle... — Eillen voltou a advertir.

Como Frigga dissera, Eillen era realmente de confiança. Assim que a rainha deixou-a no corredor do alojamento dos criados, Arendelle dirigiu-se aos aposentos de Eillen e explicou sua situação da maneira que a rainha lhe orientara. A criada parecia ser uma mulher muito sábia, pois mesmo sem saber de tudo por trás da história da princesa fugida, ela percebeu que Arendelle escondia algo. Porém, se sua rainha confiava em Elle, ela também confiaria. E a jovem menina parecia estar carregando um grande fardo.

Eillen aparentava ser sábia. E com certeza sua aparência fazia jus a isso.

Uma senhora de idade avançada, com seus cabelos longos grisalhos sempre em um coque alto. Mas enganava-se aquele que presumia que ela era frágil. Eillen, apesar de doce e compreensiva, possuía um corpo resistente e parcialmente flexível, graças aos muitos anos servindo ao palácio e a rainha. E se mostrou um verdadeiro carrasco quando se trata de seu trabalho e de ensinar seu ofício.

— Bem, já está ficando tarde. Eu preciso ir até a cozinha verificar o andamento do jantar. Você ficará bem até terminar, certo? – perguntou Eillen.

— Tudo bem, pode ir. — Arendelle direcionou a cabeça para o longo corredor e suas colunas, onde entre cada uma delas possuía uma janela — A diversão está longe de acabar.

Eillen riu.

— Quando terminar pode ir até a cozinha que eu guardarei o seu jantar. Porém não se acostume.

— Antes de jantar eu vou me banhar primeiro. Então não me espere.

— Eu não poderia, de qualquer forma.

Arendelle deu um sorriso e balançou a cabeça para a idosa enquanto a mesma desaparecia pelos longos corredores do palácio.

“Só espero não me perder na volta...”

Ela continuou a exercer a sua tarefa, não com a mesma disposição de antes, claro. Se é que se pode chamar sua resistência de disposição. Ela estava acostumada a longas horas de serviço árduo, sim, porém para ela isso se referia a horas seguidas de treinamento com a maior diversidade possível de armas e com diferentes tipos de oponentes.

Ser mulher em Skyrim não era sinônimo de realizar afazeres domésticos. Ambos, homens e mulheres, dividiam seus serviços, tanto os domésticos quanto os demais. E existiam muitas mulheres em linhas de guerra defendendo sua terra natal com honra. E Arendelle não era diferente delas.

Arendelle amava a forma que sua mão se moldava no aço frio de sua espada. Como o calor de seu corpo e seu suor contribuíam para alimentar a energia que fluía através de si e a fazia lutar com mais afinco. Ela não gostava de matar, e o fazia apenas quando necessário; mas não negava a beleza da morte quando a via através do brilho apagado dos olhos de suas vítimas.

Era desse tipo de serviço que sua mente e seu corpo estavam acostumados.

Agora sua vida se resumia a esfregar janelas e varrer chãos. E por mais que gostasse de Eillen, ela jamais a faria se esquecer disso.

— “Elle, coloque mais força nesses braços. Elle, querida, não é essa a maneira de segurar uma vassoura. Elle, assim você só está manchando mais o vidro. Elle isso, Elle aquilo, Elle, Elle, Elle...” — E foi assim até ela quase terminar todas as janelas. Seguiu imitando Eillen, de uma forma cômica, como uma forma de se distrair e tornar a ocupação um pouco menos tediosa. Enquanto subia e descia da escada, reproduziu todas as frases que ela ouviu de Eillen desde que começara.

— Acho que essa é a imitação mais fiel da Eillen que eu já ouvi. E olha que não foram poucas.

Arendelle se assustou ao ouvir uma voz que lhe era totalmente desconhecida em meio aquele silêncio e sua profunda concentração, quase a fazendo cair da enorme escada. Porém o estranho segurou a escada com uma de suas mãos, fazendo-a parar de balançar.

— Perdoe-me. Eu não queria tê-la assustado.

Ela finalmente voltou seus olhos na direção do sujeito. Ele era alto. Aparentava ser musculoso, embora suas formas estivessem parcialmente escondidas por pedaços de roupas pretas cobertas com uma armadura. Seu rosto era harmonioso. Possuía um belo sorriso, que Arendelle teve certeza de que devia proporcioná-lo muitos problemas com algumas mulheres, envolto em uma barba rala e loira. Assim como seu bigode e cabelos lisos.

— Deve ser nova por aqui, lady... — Ele esperou que ela completasse sua frase.

— Eu não sou uma lady... Como pode ver. — disse, levantando os braços para mostrar o pano úmido que tinha em uma mão e o balde que segurava com a outra.

— Todas as mulheres são ladies. Ou pelo menos deveriam ser tratadas como uma. Principalmente uma tão linda como você.

“Galanteador...” Pensou Arendelle, com uma imensa vontade de revirar os olhos. Já tivera que lhe dar antes com homens do tipo. Sempre persistentes. E quanto mais ela negasse, mas eles insistiam, ela sabia.

— Eu sinto muito, senhor. Eu posso ajudá-lo com alguma coisa?

O sorriso dele se alargou ainda mais.

— Com toda certeza. Eu gostaria de uma companhia pelo caminho até a sala de jantar.

Arendelle levantou uma sobrancelha para ele, não acreditando no que ele estava pedindo.

— É que eu... Bebi um pouco demais, eu acho. Não quero correr o risco de tropeçar em alguém. Ou derrubar alguma relíquia do palácio. — Ele riu de leve, dando a impressão de que estava um pouco envergonhado. Porém Arendelle não saberia dizer se ele estava bêbado ou não. Não aparentava estar.

— Eu... Eu estou ocupa...

— Por favor. Eu prometo que não vai se arrepender. De qualquer forma você já terminou o que estava fazendo. Acho que tem direito a uma pausa.

Ela teve vontade de rir. Ele era esperto, tinha que admitir. Não tinha argumentos para usar contra ele. Então ela não fez outra coisa que não fosse jogar o tecido sujo dentro do balde e começar a descer os degraus.

No final da escada ele a segurou pela mão e a ajudou a descer, pegando o balde logo em seguida. Ela se virou para pegar a escada, mas ele a interrompeu.

— Não, eu levo isso.

— Senhor, por favor. O senhor não deve fazer isso.

— Me chame de Fandral. — Ele a ignorou, pegando a escada e colocando sob o braço.

Ela não se importaria. Nunca teve que chamar alguém de senhor na vida. Nem mesmo seu pai. Porém agora ela não era mais uma princesa, ela era uma criada. E como tal deveria se comportar.

— Será senhor Fandral, então.

Ele a olhou de um modo repreensivo, mas estava claro que não era sério. Prosseguiram pelos corredores lado a lado. Durante todo o tempo, o silêncio foi preenchido com a voz de Fandral, que fazia piadas e nunca perdia a oportunidade de cortejar Arendelle. Ela se esquivava de cada uma delas, de uma maneira educada e sutil. Mas admitia que ele era bonito e parecia ser uma companhia agradável.

— Aqui termina o nosso encontro, milady. — disse ao pararem na frente dos portões fechados da sala de jantar. — Obrigado pela bela companhia. Espero poder reencontrá-la o mais breve possível.

E beijando a mão de Arendelle, os guardas que ali estavam abriram as portas do salão e ele desapareceu de sua vista.

Arendelle ficou um tempo pensando em todo aquele estranho encontro. “Até que ele é divertido”, ela pensou. Riu de leve e balançou a cabeça, afastando seus pensamentos dele e começando a retornar para seus aposentos. Precisava de um banho.

Ao chegar ao seu pequeno quarto, Arendelle retirou seu simples vestido azul claro, que Eillen lhe dera junto com alguns outros no mesmo estilo, e verificou a temperatura da água.

— Finalmente!

Ela suspirou ao mergulhar seu corpo na pequena banheira que havia em seu quarto. Sentiu uma sensação incrível de alívio quando seus músculos doloridos relaxaram na água morna.

Desde o momento em que chegou até agora ela não teve um único tempo livre para pensar em tudo o que aconteceu. Ela, de certa forma, até agradecia por isso. Eillen a manteve tão ocupada o tempo inteiro que não teve tempo para pensar nos últimos acontecimentos.

Infelizmente, esse agora não era o caso.

As cenas da batalha em Porto Sky não saíam de sua memória. Ela tinha certeza de que seria assombrada por isso pelo resto de sua vida. E também tinha certeza de que faria o possível para que esse resto não fosse muito.

Ela apenas queria fazer Argus pagar. E depois poderia ir para Valhalla.

Ela tinha certeza de que Eowyn poderia encontrar outra pessoa para assumir o reino, assim que ele estivesse a salvo de Argus. Apenas bastava encontrá-la, afinal, sem Eowyn, Skyrim jamais voltaria a ser o que era antes. Arendelle sabia que precisava salvar e manter protegida A Ave primeiro, para poder atacar Argus.

Arendelle mais uma vez suspirou.

Não fazia idéia de como iria matar Argus. Não tinha armas. Não tinha um exército. E não sabia nada sobre a atual situação de seu lar. Apenas possuía a certeza de que faria.

Ela apertou com força as bordas da banheira, um ato inconsciente que refletia todo o seu ódio.

Arendelle o mataria. Nem que fosse a última coisa que ela fizesse, ela mesmo assim o faria. E essa seria uma morte que ela ia sentir prazer de ver.

Balançou a cabeça, tentando espantar o caminho por onde seus pensamentos estavam indo. Decidiu se levantar e vestir suas novas roupas, dadas por Eillen, ao perceber que a água da banheira, ao invés de esfriar, estava ficando cada vez mais quente.

E foi olhando para baixo, para a sua imagem refletida na água borbulhante, que ela se assustou com o que viu ali.

Aquela ali não era ela. Cabelos cor de fogo, olhos dourados e uma pele que parecia ter ficado muito tempo no Sol, pois estava levemente dourada.

Ela guiou as mãos lentamente até o topo de sua cabeça, como para que constatar que era realmente ela ali. E era.

Haakon cuidou de você utilizando alguns feitiços, mas foi muito difícil e você vai notar os efeitos que isso causou.”

Arendelle recordou do que sua mãe lhe dissera antes de ir embora. Então esses eram os efeitos que lhe causaram? Uma mudança na aparência? Arendelle se questionava, achando um pouco de graça na situação. Que tipo de feitiços Haakon usou?

Balançou a cabeça, ignorando tudo isso. Ela não podia se importar menos com a sua aparência. Se tivesse ficado careca e cheia de cicatrizes teria sido o mesmo, porém confessou a si mesma de que sentiria falta da cor de seus olhos. Alrik costumava dizer que eram tão verdes quanto o Mar de Dyre.

Afastou seus pensamentos de Alrik. Pensar nele só tornava tudo ainda mais doloroso.

— Logo estarei com você novamente, Alrik.


* * *


O soldado visivelmente estava aflito. Ele e mais um grupo de homens já haviam procurado por toda parte. E não encontraram nada. Nenhum vestígio, nada que pudesse ser usado como pista. Ele sabia que seu comandante não ficaria nem um pouco satisfeito com isso.

E ele estava certo.

— Deixe-me ver se entendi claramente...

O soldado engoliu com dificuldade.

— Você está me dizendo que eu mandei alguns dos meus melhores homens para procurar e capturar, viva, a ave Eowyn, e que nenhum deles conseguiu encontrá-la. — Argus fez uma pausa, enquanto falava palavra por palavra com uma fúria contida, andando de um lado para o outro na frente do soldado. — É isso mesmo?

— Sim, senhor.

— Bom... — O seu sarcasmo era evidente.

Argus já se encontrava em posse de todo o reino de Skyrim. Ele derrubou os Grandes Muros, derrotou os Guerreiros Sky e tomou o Palácio de Eowyn. Tudo aquilo que sempre deveria ter sido dele, ele pegou. Cada pedacinho de terra daquele reino e tudo que havia dentro dele agora lhe pertenciam. E ele deveria estar satisfeito. Deveria estar orgulhoso de si mesmo.

Mas tudo o que ele conseguia sentir era raiva. A raiva nunca ia embora.

Ele por fim parou de andar e sentou-se novamente no trono, que antes era ocupado por seu digníssimo irmão, Agdar.

— Onde está aquela maldita ave?! — Argus gritou para ninguém em particular.

Todo o seu plano, seu objetivo final, fora traçado para no fim chegar a Grande Ave. O seu prêmio. Ele tinha que tê-la. Primeiro porque seria uma espécie de vingança pessoal. Eowyn escolheu Agdar e não ele, para reinar. Argus se sentiria extremamente satisfeito em ter Eowyn sob seu reinado. E segundo porque os poderes de Eowyn eram magníficos. E até então, quase desconhecidos. Ninguém sabia até onde ia a extensão daquele poder.

E Argus sempre quer poder.

— Senhor... Quais são suas ordens?

— Vá. Escolha outros homens até o final da tarde e recomecem as buscas logo em seguida. Revirem cada pedra, cada árvore que encontrarem. Ela não pode ter desaparecido! Em algum lugar ela tem que estar.

O soldado se retirou rapidamente, querendo reparar logo o seu erro perante o seu mais novo rei.

Argus então admirou, como fazia desde criança, todo o esplendor daquele salão. As pinturas que iam do chão ao o teto, todas elas feitas à mão. Nelas, a história do reino estava sendo contada. Desde o surgimento da árvore Yggdrasil e de Skyrim, até o momento da coroação de Agdar. E logo em seguida seria Arendelle, sua tão adorável sobrinha.

Uma a menos. Que ele teve o prazer de sentir a vida se esvair pela lâmina de sua espada.

Agora só restavam dois...

Estava na hora de fazer uma visitinha a sua cunhada e seu digníssimo irmão.

Nos calabouços.


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Notas finais do capítulo

Ok, se você chegou até aqui é porque não me abandonou depois de todo esse tempo, kkkk.
Eu realmente sinto muito. Não estava nos planos. Mas acontece, fazer o quê? O importante é que eu não esqueci de vocês e voltei.
Sei que alguns podem estar sentindo falta de Loki nesse capítulo, mas não se preocupem: no próximo ele aparece.
Eu não quero e nem vou focar apenas no casal. Neles dois. Essa história não é apenas um romance e eu quero mostrar todos os personagens possíveis para que tudo fique dinâmico e balanceado.
Se não estiverem gostando, por favor, podem dizer. É conversando que a gente se entende, kkk.
Loki e Arendelle, principalmente Arendelle, por ser uma personagem original, vão sim receber um pouco mais de destaque, afinal, eles são os protagonistas. E o título se refere aos dois. Mas não quero que a narração seja focada apenas neles. Particularmente, penso que ficaria chato e muito meloso se assim fosse.
~ vozinha de criança ~ : E se chegou até aqui, por favorzinho, comentaaa! Faz a Tia Ing feliz!
Kkkkk, falando sério. Quero muito responder aos comentários. Amo conversar com meus leitores. Se quiserem, podem até mandar MP. Não me importo. Apesar da história não ser movida a comentários (se ninguém comentar, continuarei postando do mesmo jeito), é sempre bom saber o que os leitores pensam. Eu tenho 57 leitores e recebi 18 comentários até agora. Alguns de mais de uma pessoa.
Quero saber o que o resto está achando.
Beijos de Fogo pra vocês e até o próximo! (Que já estou escrevendo!)