Nunca Fui Beijada escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 10
Nova Chance


Notas iniciais do capítulo

Perdão pelo atraso. Minha vida ta meio enrolada galera, mas aqui estou eu, entre atrasos e barrancos para trazer-lhes mais um capitulo. Vou começar a aumentar mais eles. E quero propor algo para vocês.
Ainda falta uns capítulos bem longos para o fim, não estamos perto não, mas para o desenrolar da história, preciso de uma opinião. Estou pensando em uma possível segunda temporada!
Quem topa?

Boa leitura!



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POV Dimitri.

– Não dei nenhuma autorização para me seguir. – gritei depois de abrir violentamente a porta do escritório.

– Não preciso de autorização quando você some. – gritou minha mãe. Eu parei para encará-la. Ela nunca tinha gritado assim, nem comigo, nem com Vikka.

– Eu ia te contar. – murmurei.

Ela suspirou.

– Não querido, eu fiquei eu fique feliz por seu emprego. – disse, colocando sua bolsa no sofá. – Mas fiquei chateada por não ter me dado os detalhes.

– Eu queria fazer alguma coisa, por mim próprio, sozinho.

Ela sorriu. Eu amava quando ela sorria. Minha mãe andou até mim e sorriu ainda mais, colocando suas mãos em cada lado do meu rosto.

– Eu te amo, querido e entendo que queira provar que não precisa de ninguém, mas você precisa. – disse. – Eu preciso de vocês e quero lhe dar tudo que eu conseguir, Dimka.

– Eu sei. – murmurei, envergonhado. Ela sorriu.

– E quanto à garota... – começou. Eu balancei a cabeça para os lados.

– Não era... – tentei falar, mas ela me cortou.

– Traga-a aqui amanha. – disse minha mãe.

– Não. – falei, hesitante.

– Sim. – disse minha mãe. – Traga-a.

Minha mãe beijou minha testa e sorriu ao ter que ficar na ponta dos pés mesmo de salto. Ela pegou sua bolsa e saiu do escritório, deixando-me sozinho e frustrado. Como eu ia dizer para Rose que minha mãe queria conhece-la?

Pior...

Como eu ia protege-la de mim mesmo?

***

– Desculpa. – disse antes que ele começasse a me xingar.

– Não. – disse Cristian.

Ele me deu espaço e eu entrei na casa.

O cheiro das flores parou quando eu cheguei à sala. Sonya estava na cozinha e sorriu quando percebeu minha presença. Eu acenei para ela e sorri.

– Tio Dimka. – gritou Meredith. Eu sorri, enquanto ela descia as escadas e corria até mim.

Meredith era a criança mais doce que eu já tinha conhecido. Ela lembrava-me um pouco Vikka quando mais nova. Eu sorri assim que a peguei no colo. Seus cabelos lisos tinham em si um laço rosa e seus olhos azuis brilhavam.

Ela parecia com Cristian. E consequentemente Tasha.

– Oi princesa. – disse. Ela sorriu.

– Você vai ficar aqui? – perguntou em sua vozinha de criança. Eu não evitei meu sorriso.

– Hoje não, pequena. – eu disse. Ela não evitou seu bico e eu sorri.

– Poxa... – murmurou. – Mas você tem que conhecer a minha tia.

– Que tia? – perguntei, às gargalhadas.

– A nova baba. – disse uma voz. Virei-me e me deparei com os olhos de Sonya em nós. Ela estava sorrindo.

– Babá? – perguntei.

– Sim, daqui a pouco ela está ai. – disse Sonya.

– Acho que você vai gostar dela – gritou Cristian. Eu sorri sem graça.

Meredith pulou do meu colo e foi até a sala, atrás de algum desenho na televisão. Enquanto Sonya subia para se arrumar. Ela tinha um salão de festa e Cristian na maioria de vezes tomava conta da Meredith quando ela tinha que organizar algum casamento.

Mas ele parou de fazer isso quando eu comecei a vir para cá. Sonya dizia que eu e Ivan a deixávamos agitada e levando em consideração algumas coisas, eu concordava com ela.

Cristian tinha subido para ajeitar algumas coisas no quarto e eu fiquei de esperar Ivan do lado de fora da casa. Dormir naquele sótão foi uma experiência horrível para a minha coluna e eu só repetiria o que eu fiz, caso Rose estivesse ao meu lado novamente.

– Terra chamando Dimka. – gritou Ivan. Pisquei algumas vezes e sorri. Ivan estava bem à minha frente. Os cabelos com um gel fedorento e as calças e a jaqueta jeans perfeitamente alinhadas.

– Desculpe. – murmurei. Ele pareceu não se importar.

– Cadê o Cris? – perguntou. – Estou com fome.

– Ele está terminando de arrumar algumas coisas no quarto.

– Oh, vamos ter que ficar com a Meredith? – perguntou. Seus olhos arregalados com a possibilidade de ter saído de uma casa para ficar enfurnado em outra.

– Não. – falei. – Ela tem uma baba agora. – em minha voz podia-se identificar um pouco de rancor. Eu adorava tomar conta de Meredith.

– Oh, ela é gostosa? – perguntou Ivan. Eu rolei os olhos, desencostando-me da pilastra de tijolos da entrada da cada de Cristian.

– Não sei. – murmurei. – Deve ser uma velha sem coração que vai obrigar a Meredith a dormir às nove.

– Ou... – começou Ivan, desviando seus olhos para o outro lado da rua. – Pode ser aquela delicia que está vindo direto pra cá.

Eu rolei meus olhos, virando-me para onde os olhos de Ivan tanto brilhavam. Meu coração bateu mais forte quando a figura baixinha e cheia de curvas, em um short jeans surrado e uma blusa regata manchada, destacou-se em meio à escuridão da rua de Cristian e Tasha.

Era ela.

Era Rose a babá.

– Se chama-la de delicia de novo, eu afundo você só com uma mão. – disse pra Ivan. Ele engoliu a seco.

– Alguém ficou com ciúmes? – perguntou Ivan. Agora, ele tinha aquele sorriso cafajeste no rosto. Que ele aprendeu comigo.

– Claro que não. – retruquei. – Ela é só uma aposta. – falei por fim.

Ivan sorriu para que só eu escutasse o som irônico.

– Claro Dimka. – disse irônico. – Só uma aposta que você tá louco pra complementar.

– O que? – gritei baixo. Ele gargalhou. Rose estava andando devagar, então eu arrancaria esse complemento de Ivan, mais cedo ou mais tarde.

– Ah, qual é Dimitri. – disse Ivan. – Achou mesmo que Jesse ia deixar você ganhar a aposta?

– Do que está falando?

– Ele quer a Rose.

– Como assim? – perguntei.

– Eu escutei quando ele disse para o Mase, que não ia deixa-lo ganhar a aposta.

– Mas ele já conseguiu a Tasha. – falei.

– Mas ele quer ser você. – rebateu Ivan. – Toma cuidado com ele Dimka, e tome pela Rose também.

Eu virei meu olhar para ela. De cabeça baixa, nem se dando conta na nossa presença ali. Eu e Ivan nos deparamos com o jeito inocente e doce.

– Eu não vou deixa-lo tocar nela. – murmurei.

– Eu sinto muito Dimitri, mas ela vai saber da aposta a qualquer minuto, e sugiro que a aproveite ao máximo. – disse Ivan. – Se o Jesse não conseguir o que quer, você também não vai conseguir. E sabe muito bem disso.

Eu respirei fundo, olhando agora para Ivan. Ele parecia preocupado e eu sabia que ele tinha muitos motivos para se preocupar. Eu abri a boca para dizer mais algumas coisas, porém uma mão parou em meu ombro.

Cristian.

– O que estão fazendo ai? – perguntou. Ele estava cheirando como um cara virgem louco para acabar com isso. – Por que não me avisou que o Ivan chegou?

Ivan sorriu.

– O motivo vai tocar a sua campainha agora mesmo. – disse Ivan.

Virei meus olhos para Rose. Ela estava apertando o botão da campainha e balançando sua perna impacientemente. Eu sorri, quando lembrei que ela odiava qualquer forma de espera.

– Essa boca aberta, confirma a minha hipótese de que você ia gostar da baba. – disse Cristian para mim.

– Vão para o carro. – eu disse. – Eu já vou.

– Dimka, chega de ir atrás dela, esquece a aposta. – disse Cristian. Ele parecia irritado.

– Não. – falei. – Agora mesmo que eu vou ganhar essa aposta. Vou ganhar o coração dela.

– Se ela descobrir essa aposta, é bem capaz de você ganhar um soco, não o coração. – disse Ivan.

– Calem-se os dois. – gritei baixinho. – Eu já vou, agora saiam.

– Depois não diz que não avisei. – disse Cristian, puxando Ivan.

Eles começaram a ir em direção ao meu carro do outro lado da rua, e eu voltei o caminho de pedra para a porta da casa de Cristian e Tasha. Sonya ainda não tinha atendido a porta, o que me favoreceu.

– Rose. – gritei. Ela virou-se, o que me fez parar. Seus cabelos soltos, emoldurando seu rosto, fez meu coração bater mais forte.

– Dimitri? – perguntou espantada. – O que faz aqui?

– É a casa do Cristian. – falei. Seu rosto pareceu se iluminar e ela pareceu mais aliviada.

– Ah sim. – disse. – Sua mãe brigou com você? – perguntou. Ela parecia culpada e eu sorri com isso.

– Não. – falei. Aproximei-me mais dela, ficando a um degrau de distancia. E mesmo assim, ela ainda era pequena.

– Oh... – ela disse como quem entende. Eu sorri e esperei que ela também sorrisse.

– Você tem algo pra fazer amanha? – perguntei. Ela tremeu com a pouca distancia que nossos rostos estavam.

– Não. – falou. – Minha mãe me deixou de folga do bar, depois de ontem à noite.

Eu sorri.

– Então agora você já tem algo pra fazer.

– Tenho. – perguntou. Ela parecia divertida com o meu comentário.

– Sim. – falei. – Vai jantar lá em casa.

Ela tremeu.

– Não, obrigada. – disse.

– Sim, você vai. – falei. – Minha mãe mandou chamar você e a Vikka te adora.

– Mas, eu não quero atrapalhar nada. – disse. – Quer dizer, eu nem me encaixo lá...

– Rose. – cortei-a. Peguei sua mão e ela estava quente e tremula. Eu sorri ao pensar que eu a deixava assim. – Seria uma honra.

Ela me encarou por longos segundo, com a minha mão apertando delicadamente a sua, seus olhos estudando meu sorriso e sua boca ansiando por um beijo meu.

– Tudo bem. – disse depois de um tempo. – Eu vou ao seu jantar.

– Ótimo. Te busco às sete. – falei.

– Não. – falou. – Eu vou sozinha.

– Por favor, me diga qual das casas aqui é a sua, e eu te busco.

– Não. – repetiu. – É a minha condição para jantar na sua casa.

Eu revirei os olhos.

– Tudo bem. – falei. – Esteja lá às sete.

– Vou estar. – falou. Ela mordeu a boca delicadamente, em sinal de nervoso. Eu fitei-a.

Agora seria a hora que eu a agarraria e a beijaria de um jeito que ela nunca esqueceria, mas eu a respeitava, e sabia que por mais que ela queira ser beijada por mim, e os sinais dizem isso, eu teria que esperar. E ai, eu ganharia seu coração. Ganharia mais que uma simples aposta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
E ai? quem topa a segunda temporada?
Beijos