UM TEMPO DEPOIS...

– Pra trás gente! Deixem ele em paz! – Falou Perna-de-peixe em um tom elevado afastando os vikings enquanto Soluço entrava no vestiário, onde Bolor estava.

– Soluço, você está bem? – Perguntou Astrid que já o estava esperando no vestiário.

– Acho que sim e o Bolor? – Perguntou Soluço.

– Ele não quis ir com a Ghoti enquanto você não chegasse – Respondeu Astrid.

– Soluço, o tempo é importante, ele precisa ir agora – Respondeu um dos vikings que estava tomando conta do Bolor.

Soluço colocou a toca que estava no seu roupão para que Bolor não vesse seus ferimentos. Soluço se aproximou lentamente do Bolor, que estava deitado no banco que havia lá.

– Bolor – Chamou Soluço se aproximando.

– Soluço? A luta já acabou? – Perguntou Bolor com dificuldades.

– Sim, terminou – Respondeu Soluço.

– Como foi? – Perguntou Bolor.

– Foi nocaute – Respondeu Soluço.

– Quantos rounds durou? – Perguntou Bolor.

– 2 rounds – Respondeu Soluço e Bolor sorriu.

– Eu sabia. Conseguimos! – Falou Bolor achando que Soluço havia vencido.

– É, conseguimos – Mentiu Soluço – Você não precisa se preocupar com mais nada, acabou tudo – Respondeu Soluço com os olhos marejados.

– Soluço, nesses últimos anos, você foi meu orgulho, você é um vencedor e eu tive muito orgulho de ser seu técnico. Te amo garoto, te amo – Falou Bolor fechando lentamente os olhos.

– Não, não! NÃO! Bolor por favor! – Começou a chorar Soluço – Bolor por favor, eu preciso de você! – Gritou Soluço aos prantos colocando a cabeça no corpo d Bolor e Astrid e Perna-de-peixe começaram a chorar também

Soluço abraçava o rosto de Bolor enquanto chorava sem parar. Astrid veio para perto e colocou a mão no ombro de Soluço.

– Bolor! EU NÃO SEI O QUE FAZER SEM VOCÊ! – Gritou Soluço em seguida começou a berrar em uma mistura de choro e grito, Soluço ficou abraçado ao corpo dele chorando pelo resto da noite.

NA MANHÃ SEGUINTE...

– Que os céus o tenham, que todos saibam que ele tomou o lugar de direito na mesa dos justos – Falou Stóico enquanto via o barco onde o corpo de Bolor estava se afastando, perto dele estava Soluço, Astrid, Perna-de-peixe, Bocão e outros vikings. Todos eles estavam com os olhos marejados, mas Soluço era o que mais estava sofrendo – Pois hoje um grande homem se foi. Um lutador, um técnico, um amigo...o melhor amigo que uma pessoa poderia querer e o melhor treinador que um lutador poderia querer – Falou Stóico enxugando as lagrimas de seu rosto.

Em seguida, Stóico atirou a primeira flecha flamejante no barco e em seguida, todos os presentes também atiraram as flechas e Soluço apenas ficava olhando o barco pegando fogo e se afastando até desaparecer no meio da neblina. Bérk inteira ficou de luto pelo resto do dia até que a noite caiu.

Soluço voava com o Banguela pelos céus com sua armadura viking e seu capacete, tentando afastar as tristezas e a angustia, mas não estava funcionando, ele avistou o Grande Salão e pousou por lá. Soluço tirou seu capacete e olhou para sua estátua, na parte de baixo dela estava escrito: Soluço: Um verdadeiro campeão. Soluço encarou os olhos de sua estátua e em um momento de raiva, jogou seu capacete nela. Banguela fez alguns sons tentando acalmar seu dono. Soluço colocou as mão em seu rosto tentando se recompor.

– Vamos lá amigão – Falou Soluço levantando voo novamente.

Soluço voo por mais algum tempo até pousar perto de uma casa que ficava no topo de um penhasco, uma casa vazia e sem dono. Soluço desceu do dragão e entrou na casa lentamente, ele abriu a porta e viu todo o equipamento de luta na casa, ele olhou em volta por um momento e sua mente foi enchida de várias lembranças. Ele enfiou a mão em seu peito e tirou uma espécie de colar, esse colar tinha uma espécie de um dente preso nele e imediatamente, vaio mais lembranças na mente de Soluço.

Flash back on.

– Anda! Vai, um cruzado, isso! – Elogiava Bolor enquanto Soluço batia no saco de pancadas – Isso, você está ótimo, o Melequento nem vai saber o que lhe atingiu – Falou Bolor.

– Valeu Bolor – Falou Soluço.

– Soluço, eu quero lhe dar isso – Falou Bolor lhe entregando um colar com um dente preso nele.

– O que é isso? – Perguntou Soluço.

– Foi minha primeira luta, um exilado tentou me atacar e eu arranquei um dente dele com um cruzado de direita, eu sempre o usei para me lembrar de quem eu era e agora eu quero te dar, para que nunca se esqueça do que você é – Respondeu Bolor.

– E o que eu sou? – Perguntou Soluço.

– Você é um campeão e meu orgulho – Falou Bolor abraçando Soluço.

Flash Back off.

Ao vir a tona todas essas lembranças, uma lagrima solitária desceu no rosto de Soluço. Ele continuou andando pela casa e parou e bateu no saco de pancadas que havia por lá, ele bateu sem jeito no saco, apenas para trazer de volta aquelas lembranças.

– Não é assim que se faz – Falou uma voz vindo da entrada, Soluço olhou a figura que estava parada na entrada – Por que não bate direito? Com um pé adiante? – Perguntou o sujeito se aproximando, como estava de noite, não dava para ver seu rosto, mas Soluço conhecia o dono daquela voz.

– Melequento? – Perguntou Soluço.

– Eu mesmo. Eu esperei uma hora na sua casa, a Astrid disse que você estaria aqui – Respondeu Melequento.

– O que você quer? – Perguntou Soluço.

– Negócios – Respondeu Melequento.