A Boneca de Emily escrita por Obake Suripu, Tia Luka Kane


Capítulo 16
Orquídeas Brancas


Notas iniciais do capítulo

Olá smiles! Demorei?

Tá, eu sei que demorei um pouquinho...

Bom, já vou dar um aviso pra vocês, é necessário.

Eu estava relendo a história um outro dia e fiquei insatisfeita. Não com o andamento, sinto que estou indo bem na evolução da escrita, mas o começo e alguns itens da história estão péssimos (vamos lá, concordem comigo)

Por esse motivo eu decidi fazer uma revisão (ou reescrita, sei lá como vamos chamar isso). Por este motivo, a história entrará em um hiatus sem data de término.

Por isso, peço que tenham paciência e que depois do hiatus releiam os capítulos anteriores para que não haja nenhum desentendimento.

Já aviso que muitas coisas mudarão, inclusive algumas relações com Alice in Wonderland, considerando que eu não quero promover nenhum tipo de plágio e sim uma original. Algumas coisas ficarão, pois isso ainda é um tributo aos autores Lewis Carroll e Neil Gaiman.

Espero a compreensão de todos ♡

Obrigada a Pietra por favoritar a história :3

Obrigada a Bruna Targaryen pelo comentário ♡

Sem mais delongas...
Boa leitura, smiles!



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Abro os olhos, sentindo uma terrível dor de cabeça. Sonhara com os garotos do livro, mas no lugar da rosa branca estava Dolleye. Esfrego os olhos, tentando me lembrar. Um beijo com a Dolleye e depois... Ah, certo, ela sumiu. Não que isso fosse novidade.

— Emily! - grita mamãe de lá de baixo, me fazendo contrair em agonia.

Me levanto e fecho as cortinas, que acidentalmente havia deixado fechadas na noite anterior. Me deito na cama novamente, cobrindo a cabeça com a corberta. Minha cabeça pulsava em dor.

"Garotinha má..."

Aquela voz voltou, e eu resolvi ignora-la. Embora eu soubesse que se ela pronunciasse qualquer palavra novamente, minha cabeça explodiria.

"Que gatinho manhoso!"

Diz uma voz diferente e ri. Espera, essa voz eu nunca ouvi...

Ouço passos no chão de madeira, como se alguém estivesse pulando logo ao meu lado. Tiro o cobertor da cabeça e olho em volta. Tem uma menina no meu quarto. Ela está de costas para mim, mas tem um cabelo loiro que, mesmo no escurinho do quarto, é muito dourado, ele é enrolado e vai até a cintura, e usa um vestido longo e cheio, todo branco. Quando ela vai se virar para me olhar, a porta do quarto se abre e ela desaparece.

Encaro o ponto onde a garota estava, totalmente atônita.

— Emily, você vai se atrasar! - exclama mamãe na porta do quarto, mas eu não a olho - O que está fazendo na cama ainda? Vamos, se vista e desça, não dá tempo de tomar café...

Continuo observando, como se esperasse que a garota reaparecesse e dissesse como ela fez isso e quem era ela. Mas isso não aconteceu. Na verdade, mamãe caminhou até mim e me chacoalhou os ombros, irritada.

— Vamos Emily, você não tem tempo para enrolação! - mamãe já estava impaciente.

— Ai, mãe! - exclamo - Não grita, tô com dor de cabeça...

Mamãe para e me avalia, tentando decidir se eu dizia a verdade.

— É sério, minha cabeça tá explodindo! - digo para convence-la.

— Filha, você dormiu bem a noite? - ela pergunta suavemente, sentando-se ao meu lado na cama.

— Dormi... - digo, não mais que a verdade.

— Está com olheiras - ela se levanta - Descanse um pouco então... Qualquer coisa me ligue. - diz ela saindo do quarto.

Me olho no espelho que tinha atrás da porta. Eu tinha a aparência de quem não dorme há dias, embora tenha tido uma boa noite de sono. Tento me lembrar com detalhes do sonho, mas muitos deles me faltam. A única coisa que me lembro com exatidão, é que o sonho fora mais real como nenhum outro que tive.

Dolleye não contava histórias como a rosa do livro. Dolleye cantava uma música bonita e suave, embora tivesse uma expressão de pesar em seu rosto delicado. Não me lembro da melodia, mas lembro que senti como se já a conhecesse antes, mesmo que não me lembra de onde.

Acabo adormecendo em seguida.

~~*~~

Levanto-me meio grogue da cama. A dor de cabeça sumira magicamente, e meu relógio no criado-mudo me dizia ser 8:00. Ainda faltavam algumas horas para mamãe chegar. Olho meu reflexo no espelho atrás da porta. Eu estava normal, como quem dorme muito bem a noite e acorda de muito bom humor. Nada de olheiras, olhos vermelhos ou palidez. Normal.

Saio do quarto e analiso a sala, no andar de baixo. Ainda estou com sono, então fico um tempo ali, parada e pensando, encarando o chão bem abaixo de mim.

Penso por um instante. Sinto um formigamento nos meus lábios e percebo, com certo pavor, que eles sentem falta dos de Dolleye. Fecho os olhos e permito-me viajar nas lembranças que tinha deles. Macios e suaves, com uma calma deliciosa que me fazia querer mais.

Balanço a cabeça em negativa. O que eu estava pensando? Querer mais beijos de uma amiga? Tenho certeza que Dolleye nem sonhava em querer mais beijos meus, considerando sua fulga logo em seguida. É, eu devia ser horrível mesmo.

Mas de qualquer forma, ela me devia uma explicação do porquê me deixou sozinha daquele jeito no jardim, então resolvo procura-la. E qual o melhor lugar para começar? Onde eu a vi pela última vez, claro. No jardim.

Finalmente paro de encarar o chão da sala e desço a escada. De pijama mesmo, não estava nem aí. Minha aparência não ia ajudar em nada mesmo. Mas de nada adiantou, pois um cheirinho gostoso me chamou a atenção ao passar pela cozinha. Entro na mesma encontrando meu café da manhã e um bilhetinho de minha mãe, me desejando melhoras, ao lado de um analgésico. Eu não ia precisar dele, então resolvo comer o meu café da manhã já que eu estava ali mesmo.

Comi com pressa e fui ao jardim. Não havia nenhum sinal dela, então, derrotada e sabendo que eu ia acabar fazendo isso mais cedo ou mais tarde, tentei chamar alguma flor para perguntar. Porém, elas pareciam todas flores normais que ficavam paradas fazendo nada. E não adiantou chama-las, já que nenhuma respondeu.

Penso por um instante. Talvez ela estivesse no bosque, nunca se sabe. Quem sabe eu até achasse sua casa ali. Pra ela viver por aqui, teria que morar bem perto, e uma casa num bosque, no meio do nada, parecia-me bem a sua cara.

Entro no bosque ainda meio indecisa, mas não chego nem a procura-la quando avisto um punhado de flores brancas em uma árvore. Acho-as curiosas, pois elas têm uma única pétala saindo do centro de uma cor rosa forte. São lindas, na verdade.

Me aproximo sem perceber, analisando a beleza daquelas flores. Elas me lembravam Dolleye. Delicadas, mas ao mesmo tempo com um ar determinado. Pareciam buscar a liberdade de umas das outras constantemente. Era como ver Dolleye em forma de planta.

— O que tanto olha? - pergunta uma vozinha fina.

Olho para a flor mais perto de mim, que abriu seus olhinhos. Então as outras flores estavam me ignorando? Porque só ela me respondeu?

— Eu fiz uma pergunta! - exclama irritada.

— Vocês são bonitas - respondo por fim.

— Obrigada. Nós somos orquídeas brancas - ela diz com orgulho.

— Hum... Porque tem uma única pétala rosa? - pergunto com cautela.

— Oh, isso? Essa é a pétala mais importante de uma orquídea. Aqui contém nossa essência, o que somos. Se tira-la não morreremos, mas esqueceremos de quem somos, o que é o mesmo para mim.

— Uau! - exclamo surpresa. Nunca esperei uma resposta complexa assim - Eu estou procurando alguém...

— Que tipo de planta esse alguém é?

— Não é planta, é pessoa - exclamo levemente irritada - Dolleye Jackstone. Ela é mais ou menos desse tamanho - coloco a mão a poucos centímetros abaixo da minha cabeça - E ela usa um vestido rosa. Tem o cabelo castanho com as pontas rosa...

— Não conheço.

— ... E tem um olho castanho. O outro ela não tem...

— Eu não conheço - insiste a pequena orquídea.

— O cravo a chama... A chama de... Boneca do Olho de Cristal.

— Não faço ideia de quem seja - ela estava irritada, e desviava o olhar constantemente. Resolvo não discutir.

— Ok... Então... Vou continuar a procura-la... - digo me virando para sair.

— Espere! - diz a pequena orquídea e eu volto. - Não volte ao quarto do pai e da mãe de Margareth.

— Porquê?

— Às vezes existem coisas que nem as paredes impedem de existir. - ela diz apenas.

— Que coisas?

— Lembre-se: Se tudo der errado, o nascer do sol banha suas rosas vermelhas de manhã.

— Como sabe que tenho rosas vermelhas?

Ela balança as pétalas em direção à minha janela, muito visível mesmo ali. Era possível ver formas vermelhas no parapeito, mas estava longe demais para distinguir se eram rosas.

— Entendi - digo simplesmente. - Até mais.

Ela não responde. Já fechara os olhos e voltara a dormir.

~~*~~

Só depois, ao tomar um banho, que parei para pensar na estranha conversa com a pequena orquídea. Afinal, como ela saberia da existência do quarto? Será que ela conheceu Margareth?

Impossível, Emily. Flores não vivem tanto assim.

"Depende", diz a voz estranha que eu já me acostumara com a presença.

Ela me seguia por onde eu ia. Não estava apenas no quarto do relógio, mas sim em todos os lugares. Sempre dando palpites estranhos ou dizendo o quanto eu sou lerda ou burra. A primeiro momento, eu me irritara com sua presença, mas resolvi ignorar. Era o melhor a se fazer.

Depois do banho, me visto e procuro Dolleye pela casa toda. Não estava a nenhum canto. O único lugar que eu não fora era o quarto do relógio, o qual a orquídea me proibiu de entrar.

Mas o que poderia acontecer de ruim lá? E se Dolleye estivesse lá? E se eu achasse pistas para entender as coisas estranhas que vinham acontecendo? Talvez a orquídea não quisesse que eu as achasse e me proibiu de ir lá por isso.

Decidida, caminho até o quarto. Paro na porta e penso por uns segundos. Bem, se eu era louca, era tudo minha imaginação. Então nada jamais me faria mal. Respiro fundo e abro a porta. Espero que eu esteja certa. Entro no quarto.

Ele estava diferente. Não era apenas um quarto vazio com uma miniatura da torre de Big Bang. Ainda estava vazio, e ainda tinha a miniatura. Mas na parede a minha direita, ocupando a parede toda, estava um espelho.

E, sentada em frente a esse espelho, estava Dolleye. Ela olhava fixamente para o reflexo sem notar que eu entrei. Meu coração quase sai pela boca ao perceber que o reflexo não era Dolleye. Pelo menos não a Dolleye que eu conhecia.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Comentem pra tia saber!

Até depois do hiatus amores, eu amo vcs!



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