A Boneca de Emily escrita por Obake Suripu, Tia Luka Kane


Capítulo 12
Errado


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amoris ♡
Voltei mais cedo dessa vez rsrsrs.

Boa leitura, smiles.



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Depois de passar pela sala e ouvir o aviso de minha mãe dizendo que iria dar uma saidinha, Mia e eu seguimos para o meu quarto, o qual Mia ficou maravilhada.

– É ao mesmo tempo dark e sweet! Meigo, com todos os móveis e a parede rosa, mas com um toque obscuro com os pôsteres e a roupa de cama. Você é um gênio, Mily!

Fico muito feliz com o seu comentário, e sento-me na cama, observando Mia andar pelo quarto maravilhada. Depois de algum tempo em silêncio, decido pegar meu celular e colocar alguma música. Mia sorri ao som de "Rape me", do Nirvana.

– Gosto dessa música - ela sorri de lado, sentando-se ao meu lado.

– É realmente boa. - comento.

– Embora sua letra seja meio estranha. Quer dizer, quem pede para ser estuprado?

Olho em seus olhos, quase não acreditando.

– É como um apelo silencioso de uma vítima de estupro, Mia. É como se ele dissesse "Isso, me estupre, e quando menos esperar o estuprado será você".

Mia sorri.

– É uma ótima visão.

Dou de ombros.

– Na verdade, o próprio Kurt disse isso.

Ficamos em silêncio, apenas ao som da música. Fito o chão, pela primeira vez parando pra pensar no que diria a Sra. Red no dia seguinte, o da entrega do trabalho.

Perdida em meus pensamentos, nem percebo a movimentação de Mia até esta me puxar pela cintura para si, encaixando seu queixo em meu ombro. Olho para ela, confusa, e esta me olha sorrindo.

– Seus olhos são ainda mais bonitos de perto, Milly - ela sussurra e eu sorrio - Seu sorriso também.

Ela se aproxima, roubando um beijo. Entro em desespero. Porque ela estava fazendo isso? Não era, tecnicamente, errado? Uma garota beijar a outra assim? Mas se fosse errado, porque era gostoso?

Mas havia algo de errado ali. Mia era minha amiga, não algo mais que isso. Seu beijo era bom, mas desesperado. Mia parecia ansiar aquilo por anos, antes de finalmente consegui-lo. Sua língua travava uma batalha com a minha, ferozmente experimentando cada espaço de minha boca.

Eu já beijara garotos. Não muitos, mas o suficiente para saber que não havia muita diferença entre os masculinos e femininos. Apenas que o de Mia era um pouco mais dedicado, escolhendo perfeitamente quando virar sua cabeça ou onde por sua mão.

Mas, assim como os outros garotos que beijei, faltava sentimento. Eu não sentia nada por Mia, ela era apenas uma amiga muito boa. Eu não me considerava lésbica, mas também não podia dizer com toda certeza que era hétero. Mamãe sempre dizia que era bom experimentar antes de dizer que não gosta de alguma coisa. Eu levava isso para minha orientação sexual também.

Mas, naquele momento, eu não podia dizer com toda certeza a que classe eu pertencia. Mia estava me deixando confusa com aquela atitude, fazendo meu cérebro entrar em colapso. E a ideia de que tinha algo errado não saía de minha cabeça.

Mia não pareceu satisfeita com aquele longo beijo, me empurrando suavemente para a cama, fazendo-me deitar. Desabotoando minha camisa, Mia larga finalmente meus lábios para se ocupar com meu pescoço.

Se eu não fizesse algo rápido, algo de muito errado poderia acontecer.

– M-Mia... - tento manter minha voz firme, mas esta só sai meio desafinada e entrecortada - Pare...

– Oh, Milly. Esperei tanto por isso...

Tentei empurra-la, mas ela não parecia me ouvir.

– Se fazendo de difícil - ela ri maliciosa - Não se preocupe, você vai gostar.

– N-não Mia... - tento empurra-la mais uma vez, enquanto esta desce seus beijinhos lentamente. - Por favor, pare.

E então eu vejo, por cima do ombro de Mia: Dolleye abre a porta do quarto lentamente, olhando a cena. Tento lançar um olhar de súplica a ela, mas esta parece realmente com raiva. Chego a ver seus olhos marejados de lágrimas quando esta sai correndo do quarto, batendo a porta com força.

Mia se assusta com o barulho, finalmente me soltando para olhar a porta.

– Você ouviu...

– É Dolleye! - digo cortando-a.

Corro para a porta e a abro, ouvindo outra porta no final do longo corredor bater: o quarto de meus tataravós. Corro até lá sem pensar duas vezes, ignorando o frio que fazia quando o vento batia contra minha barriga nua, minha blusa aberta graças a Mia.

Entro no quarto, encontrando Dolleye ao pé do relógio, chorando.

– O que...?

Ela não me deixa terminar, gritando:

– VÁ EMBORA!

– Dolleye, o que houve?

– O QUE HOUVE? PORQUE NÃO PERGUNTASTES A TUA NAMORADINHA RUIVA?

– Ela não é minha namorada.

– NÃO? MESMO? ENTÃO PORQUE ESTAVAM AOS BEIJOS NA TUA CAMA?

– Dolleye, você não...

– CALA-TE E SAIA DAQUI!

– EU NÃO VOU SAIR! PORQUE ESTÁ TÃO IRRITADA? E SE EU ESTIVESSE MESMO NAMORANDO A MIA? O QUE VOCÊ TEM COM ISSO?

– O QUE EU TENHO COM ISSO? O PROBLEMA É QUE...

Dolleye se cala assim que a porta se abre e Mia entra, com uma expressão preocupada.

– Eu sinto muito atrapalhar... - Mia olha em volta, antes de me fitar horrorizada, impossibilitada de continuar sua frase.

– O que foi?

– Você estava brigando consigo mesma?

– Não, eu estava brigando com a Dolleye - aponto para ela.

Mia se aproxima, com uma expressão de pura preocupação.

– Milly, não tem ninguém aqui, só eu e você.

Meu mundo cai. O chão some e a escuridão aparece. Caio infinitamente pelo mar do desespero, ansiando a luz que nunca chegará. Aquelas palavras cravam em meu peito como a adaga crava o coração, matando-me lentamente, enquanto agonizo com a dor.

~~*~~

– Emilly?

Percebo que estou de joelhos, e as lágrimas lavam meu rosto desesperadamente.

– Ei, Emilly? - Dolleye chama novamente, me olhando preocupada, ajoelhada à minha frente.

Olho em volta, mas Mia não está mais lá. Estou no meu quarto agora, chorando ao pé da cama.

– O-o que...?

– Eu a trouxe pra cá, pois achei que serias mais confortável para ti.

– Onde...?

– Mia fostes embora, pois tu não saías do estado de choque e ela começou a ficar com medo. Tua mãe ainda não chegastes, então não tens com o que preocupar-se.

Assinto lentamente. Abaixo a cabeça, as lágrimas vindo com força novamente.

– Eles não veem você... - consigo dizer.

– És somente um detalhe.

– Você não existe, é só fruto da minha imaginação... Eu sou mesmo esquizofrênica.

– Não, Emily. Você me vê porque és uma Jones. Apenas os Jones têm esse poder. Vocês me veem porque são descendentes de Chessie, e precisam cumprir a profecia.

Estou tão atordoada que não me dou ao trabalho de perguntar quem é Chessie ou que profecia ela está falando. Isso não importa agora. Meus medos foram provados: Dolleye é só fruto de minha imaginação, e isso me deixa abalada demais para me importar com outra coisa.

Dolleye sorri meigamente e se levanta. Ela pega um bule que eu não tinha notado que estava em cima da cômoda e serve uma xícara com o líquido âmbar fumegante. Ela se abaixa e me oferece a xícara.

– É camomila. Vai ajudar-te a acalmar.


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Notas finais do capítulo

Eta porra e agora? Hauehsueha

Gostaram? Comentem pra tia saber!

Continuo querendo saber suas teorias, amores.

Até a próxima o/



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