O renascimento de Jon Snow escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 20
Gêmeas


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura.
Obs: Tem um aviso muito importante nas notas finais, leiam por favor.



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Arya

Arya se deixou banhar por algumas servas nas Gêmeas. Após o banho, vestiu um vestido simples, porém bonito. De um azul bem claro e com algumas rendas de Myr. O vestido devia pertencer a alguma das muitas jovens que habitavam as Gêmeas. Todas as meninas se mostraram muito gentis com ela, mas Arya sabia que não poderia confiar nelas. Havia algum interesse por trás de toda a gentileza.

Quando uma das meninas falou, Arya logo descobriu o porque delas serem tão gentis :

–Deve se sentir muito sozinha. Sem damas de companhia, senhora Arya. Se fosse de seu agrado poderia lhe fazer companhia.

Falar de solidão mexeu com Arya. Ela lembrou do longo período que passou sozinha no mundo. Mas esse tempo havia passado. Ela tratou logo de afastar esses pensamentos e se lembrar que Sansa e Rickon estavam em Winterfell.

–Agradeço. – falou Arya com o máximo de gentileza que conseguiu encontrar.

As meninas ainda falaram de futuros pretendentes para Arya, tudo isso a irritou. Elas também comentaram sobre Jon:

–Ele é tão bonito. Como os cabelos dele ficaram meio prateados?

Antes que Arya respondesse uma outra respondeu:

–Ouvir dizer que tem a ver com a rainha dele. É verdade que ela mexia com magias e veio de Asshai?

–É verdade... Ela ainda tem conhecimento de magias.

Arya não queria entrar em muitos detalhes. A bem da verdade ela não queria ficar mais na companhia delas. Por isso quando Jon a chamou ela agradeceu aos deuses.

Ela foi encontrar Jon em um quarto com Melisandre sentada ao seu lado. Os dois estavam cercados de guardas. Jon sorriu ao ver Arya com o vestido e lhe convidou a se sentar perto dele.

Nos próximos minutos, Jon falou da conversa que teve com o herdeiro das Gêmeas. Falou de como Walton se mostrou contente quando falou de levar a pequena Bassie como protegida para ser criada em Winterfell.

–A família de lady Joyeuse ficará contente também. É uma grande oportunidade. – falou Melisandre com uma voz um pouco diferente. – Planejamos passar a noite aqui e amanhã seguir caminho até as terras dos pais dela.

–E você vai para Winterfell na companhia da bebê e de alguns guardas. – falou Jon

Arya queria ir para Winterfell, mas sentia que seria mais útil ao lado do irmão. Lembrou do que Melisandre falou sobre Jon ainda ter algumas lutas e que o dom dela seria necessário.

–Mas, talvez eu seja mais útil do seu lado.

Jon olhou longamente para ela e depois disse:

–Guardas dêem-los licença. Quero conversar a sós com minha irmã e com minha esposa.

Os guardas se retiraram.

Antes de começar a falar, Jon abraçou fortemente a irmã. Depois do abraço disse que sentiu muitas saudades e que a procurou por todo lado. Também disse que por conselho de Melisandre não iria perguntar por onde ela andou, mas que queria que Arya prometesse que nunca mais ia sumir sem deixar pistas. Arya prometeu.

–Ótimo. – disse Jon bagunçando os cabelos de Arya – Quero ter você para sempre perto de mim. Essa batalha contra o exército do Bolton será a última. Depois dessa vitória o Norte ficará em paz...Pelo menos até a batalha contra os Outros.

Quando os Outros foram citados um estranho frio tomou conta do quarto. Arya teve que se abraçar por alguns instantes para que o frio passasse.

–Eu posso ser útil nas batalhas... Quero que você veja uma coisa.

–Não creio que seja uma boa idéia ...- Melisandre falou tarde demais, pois Arya já havia passado a mão por seu rosto e sua face havia se alterado.

Jon ficou branco como leite e caiu desmaiado no chão. Melisandre se ajoelhou perto dele e gritou pelos guardas. Antes dos guardas entrarem, Arya fez seu rosto voltar ao normal e ficou se perguntando se realmente fez o certo.

Muitos Freys entraram junto com os guardas e ficaram desesperados ao ver o rei desmaiado no chão. Um deles voltou correndo para buscar um antídoto achando se tratar de envenenamento. Melisandre tentou dizer que foi apenas um susto, mas parecia que ninguém ouvia.

Arya estava ajoelhada do lado de Melisandre e segurava a mão de Jon. Quando o jovem rei abriu os olhos a menina temeu que ele voltasse a desmaiar.

Cersei

Cersei no meio de sua dor, ao ver seu querido Tommen naquele estado, com os gatinhos próximos, lembrou de quando ele ganhou os gatinhos. Lembrou que no momento que os viu achou que eles podiam significar mau agouro, pois a filhinha de Rhaegar também havia tido um gatinho. Um gatinho preto que ela havia nomeado de Baelor, em homenagem a um antigo dragão. Os gatinhos de Tommen também tinham cada um seu nome, mas no momento Cersei não lembrava e nem se importava com isso. A única coisa que importava era que seu filho estava morto.O corpo de seu querido menino que era uma parte importante dela estava no chão cercado pelos gatinhos que miavam.

Agora tudo que ela tinha era Myrcella. A menina estava firmemente abraçada nela e chorava muito. Cersei tentou se segurar e não chorar na frente do usurpador que se sentava no trono de ferro, mas o sofrimento era demais e ela acabou chorando. Acabou derramando as lágrimas que mostravam toda a sua dor de mãe.

Aegon, o usurpador, e o responsável pela morte de seu menino olhava para o corpo de Tommen com meio sorriso no rosto e chegou a dizer que era justiça pelo que ocorreu com Elia e Rhaenys no saque em Porto Real. Para que a morte de Tommen lembrasse ainda mais a morte de Rhaenys o corpo do menino foi envolto em um manto nas cores da casa Targaryen e colocado aos pés do trono de ferro.

Logo que viu aquela cena Cersei tentou correr até o corpo de Tommen, mas foi segurada pelos guardas e por Myrcella que se agarrou nela. Tudo que ela pode fazer a partir daquele momento foi chorar e torcer para que tudo aquilo fosse um pesadelo do qual ela logo acordaria assustada. E que caso fosse realidade torcer para que quem tirou seu filho tivesse uma morte dolorosa.

Melisandre

Jon depois de acordar ficou a maior parte do tempo em silêncio, olhando para o nada como se buscasse respostas. Ele tinha reforçado a segurança na e ordenado que não fosse perturbado por ninguém. Apenas Melisandre e Arya tinham a autorização para ficar no quarto com ele.

Arya estava tão quieta quanto Jon. Estava sentada perto da janela olhando para fora com uma taça de água na mão. Depois de um tempo, ao ver que o irmão estava quieto demais saiu e foi para o quarto onde Bassie estava com a ama de leite.

–Como você está?- perguntou Melisandre se sentando perto de Jon.

–É tudo muito confuso. É uma época muito confusa. Magia, dragões, os Outros e agora descubro que a Arya tem uma habilidade de trocar de faces. É tudo complicado. – Jon se virou para Melisandre e olhou nos olhos dela – Você sabia dessa habilidade dela?

–Sabia. Achei que você não estava pronto para saber disso.

Jon nada disse. Apenas levou as mãos a cabeça como se sentisse uma forte dor de cabeça e fechou os olhos.

– Onde a Arya está?

–Está no quarto ao lado com a bebê.

–Amanhã quero ter uma conversa com ela. Minha reação pode a ter assustado.

–Agora que já sabe da habilidade ela pode ser de grande ajuda nas próximas batalhas.

–A batalha contra os Outros pode ser perigosa para ela.

–Não estou me referindo sobre essa batalha.

–Então sobre qual?

– Enquanto eu estava a caminho vi nas chamas que aquele dragão de pano que diz ser o Aegon tomou a fortaleza vermelha com apoio do próprio povo. Nesse momento ele já deve está ocupando o trono de ferro. Temos que agir rápido. A Arya pode ser útil na nossa guerra contra ele.

–Travar uma guerra contra ele não está em meus planos. E muito menos envolver a Arya nisso. Se ele tomou a fortaleza vermelha é porque tem um grande poder ao seu lado. Tentar o enfrentar e o tirar do poder poderia custar muito. Fará o Norte sangrar.

–Mas o Trono de Ferro tem que ser seu. Não pense que esse Aegon vai deixar o Norte em paz caso você não o desafie. Lembre- se daquela carta que ele lhe mandou. Tem que...

Jon pareceu irritado e a interrompeu:

– Não vou permitir que você me conduza para mais e mais guerras. Não quero acabar como o Stannis acabou. Vou tentar algum dialogo e esperar como o rei Aegon agirá quanto ao Norte..

Aquilo doeu em Melisandre mais do que um soco. Quando as palavras a atingiram ela recuou uns passos para trás e disse:

– Como queira, Vossa Graça. Se tiver a sua licença vou consultar as chamas.

Jon apenas fez um sinal com a mão e ela saiu triste. Sentou-se de frente para a lareira e ficou observando as chamas até que conseguisse ver figuras se formarem. Viu com clareza novamente a filha. A menina com os olhos de Jon. A linda menina de olhos cinzentos que apresentavam um brilho violeta. Também viu que a criança tinha cabelos ruivos.

Depois de um tempo, olhando mais atentamente, viu a imagem da criança novamente duplicada, porém olhando mais atentamente viu que de alguma forma eram crianças diferentes, mas muito parecidas. Foi então que a verdade caiu:

–São gêmeas. Estou esperando duas meninas.

Melisandre se sentiu mal. Ela temia pelas filhas. O mundo era um local ruim e perigoso para meninas. Principalmente em épocas de guerra. Mesmo que elas fossem criadas com todo conforto, em época de paz e como princesas elas não teriam as mesmas chances de um menino.

Pensar nas meninas fez Melisandre se lembrar de seu passado triste. De como, quando ela era apenas uma menina, o mundo se mostrou duro com ela. Lembrar disso a fez chorar. Lágrimas por ela e por todas as mulheres que sofreram injustiças.

–Desculpe. Não devia ter falado com você daquele jeito. – falou Jon chegando por trás e se sentando ao lado dela.

–Tudo bem. Você apenas está cansado. E esse lugar trás muitas sensações ruins. – Melisandre falou tentando esconder as lágrimas, mas falhou.

–Essas lágrimas não são por causa disso... São por causa do que?

Melisandre continuou em silêncio. Olhando as chamas.

– Viu algo nas chamas? O que viu nas chamas?

–Vi a criança que espero, ou melhor, as crianças. Carrego gêmeas.

–Isso é ótimo. Duas meninas. Elas terão a companhia da pequena Bassie. Cresceram com ela, como irmãs. Não entendo o porque das lágrimas. Espere. As chamas mostraram algo ruim acontecendo com elas?

–Não... Foi que quando vi isso fiquei pensando o quanto o mundo é injusto com as mulheres. E tive algumas lembranças desagradáveis. Não se preocupe.

Jon a abraçou e disse:

–Elas terão uma boa vida. Vou as proteger e as amar de todo coração. Você quer falar sobre seu passado? Sobre o que lhe machuca tanto?

– Não. – Melisandre colocou um sorriso malicioso no rosto e disse- Acho que devemos ir para a cama e viver o presente.

Jon sorriu e se deixou guiar. Enquanto os dois se amaram não existia mais nada. Não existia guerra, passado e o local não importava. Depois de se amarem, Jon a abraçou e falou:

–Você já pensou nos nomes?

– Não. Pode escolher.

– Uma das duas tem que se chamar Lyanna. Disso tenho certeza. A outra ainda tenho dúvidas. Talvez algum nome que pertenceu a alguma mulher que fez algo grandioso.

– Como a Rainha Nymeria.

– Nymeria já é o nome da loba da Arya. Seria engraçado nossa filha ter o mesmo nome.- Jon se virou e a olhou- Você não gostaria de homenagear sua mãe?

Melisandre ficou novamente triste e disse:

–Não creio que seja uma boa idéia. A lembrança de minha mãe me causa tristeza. Quando ela nascer escolhemos o nome.

– Sim. Parece que o sol já está nascendo. – falou Jon olhando pela janela- Mas vamos ficar mais um pouco na cama, pois quando saímos pela porta vamos ter muitas coisas para enfrentar.- Jon pegou na barriga dela e completou - Vamos ficar aproveitando esse tempo somente nosso... e de nossas filhas.


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Notas finais do capítulo

Oiii, primeiramente queria agradecer a todos que leram e acompanham e depois queria avisar que a fanfic ficará parada por aproximadamente um mês devido a minha preparação para prova do ENEM que irei fazer nos dias 24 e 25 e outubro. Agradeço pela compreensão. Abraços



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