O renascimento de Jon Snow escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 19
Herdeiros


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Desculpem pela demora é que ando sem tempo e o fato do capítulo anterior não ter tido comentários me deixou desmotivada. Boa leitura.



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Arya

Arya estranhou ouvir seu verdadeiro nome ser chamado, mas sorriu ao ver que era Melisandre. A menina reparou que a mulher estava com a barriga um pouco grande e que olhava de forma curiosa para Joyeuse que estava amamentando a bebê. Ela se aproximou de Arya.

–Quem é ela?- perguntou Melisandre baixo apontando para Joyeuse

–Ela é, ou melhor, era a mulher do Walder Frey. As Gêmeas estavam em guerra. Estamos indo para Porto Real – Arya falava tudo de forma rápida e enquanto falava reparou que era muito estranho Melisandre está lá – O que faz aqui?

–Estou indo me encontrar com o Jon. Preciso falar com você, mas acho melhor que seja a sós. – disse Melisandre puxando Arya para mais longe possível da jovem mãe. – Eu vi nas chamas o que você fez. Conseguiu a sua vingança, em partes pelo menos, contra quem machucou sua família. O que pretende fazer em Porto Real com essa moça? Me conte a parte da história que eu não vi nas chamas.

Arya contou toda história para ela, falou de tudo até do nascimento da pequena Bassie e de como ela havia matado Walder Frey. Melisandre também lhe falou de como havia se tornado rainha de Jon e do que viu nas chamas. A mulher falou até que viu a fortaleza vermelha cercada por um exercito de um dragão de pano. Quando ouviu isso, Arya reparou que talvez não fosse preciso ela ir para Porto Real, pois parecia que a Rainha Cersei estava acabada e conseqüentemente os Lannisters também.

–Acho que não vou mais para Porto Real.

–Mas talvez sua missão não tenha terminado ainda. Aconselho-lhe a me acompanhar. Seu irmão ainda tem muitas lutas e esse seu dom pode ser útil mais para frente e ele ficou muito mal depois que sumiu.

Arya ia concordar, mas antes um barulho na porta a interrompeu

–Rainha, está tudo bem?- perguntou um guarda entrando na cabana de repente- A senhora demorou tempo demais.

–Está tudo ótimo. Obrigado por vir, mas desejo que me aguarde do lado de fora.

O guarda por um momento pareceu que ia questionar sobre quem eram as moças que estavam na cabana, mas no fim apenas disse:

–As suas ordens, minha rainha.

–Rainha? – perguntou Joyeuse assustada, mas com uma voz fraca, logo depois do guarda sair- O que está ocorrendo aqui? Quem é a senhora? A senhora é realmente rainha?

–Digamos que sim...

–Com todo respeito, mas o que uma rainha faz andando por aqui?

–É uma longa história, querida. Mas não vamos falar de mim, vamos falar de você e de sua filha. Soube do que ocorreu com seu marido e do que está ocorrendo nas Gêmeas. Acho que seria bom para você voltar para a casa de seus pais. Ainda é jovem e logo vai arrumar outro casamento. Posso mandar alguns de meus guardas a escoltarem até lá.

Joyeuse não parecia animada com a idéia. Pelo que ela havia contado a Arya ela não seria mais querida em seu lar do que seria nas Gêmeas. Sua família logo cuidaria de a casar com outro senhor velho e mal educado. Sem falar na humilhação de ter voltado.

–Talvez ela e a filha possam ir com a gente.

–Se ela desejar, mas ela deve saber que estamos indo para as Gêmeas.

– As Gêmeas não estão em um bom momento, vossa graça. Mas não é por causa disso que eu não vou com a senhora.. - falou Joyeuse com voz triste – Agradeço pela sua gentileza, mas estou muito fraca. Talvez não tenha muito tempo de vida mais. Acho que não agüento nem a viagem de volta para a casa de meus pais.

–Posso mandar meus guardas entrarem com alguns suprimentos e estamos a cavalo, não terá que andar. E quanto as Gêmeas não se preocupe, meu esposo já deve ter chegado lá e eles devem está em relativa paz.

Joyeuse olhou longamente para Melisandre e depois disse com uma voz triste e fraca:

–A senhora é esposa do Rei no Norte. Tem sorte, Vossa Graça... Muita sorte. A criança que espera terá uma boa vida... Será herdeira de um rei. A minha filha foi a última herdeira do senhor meu esposo, mesmo que eu volte para as Gêmeas ela nunca herdará nada. Seria até difícil para lhe arrumar um casamento... Na casa de meus pais a situação não será diferente. Mas se ela crescesse sobre sua proteção talvez tivesse uma vida melhor. Tenho certeza que meus pais iram permitir e verão nisso uma grande chance. Quando eu morrer cuide dela, por favor e leve meus ossos para serem enterrados nas terras de minha família.- Joyeuse ficou em silêncio e depois disse de uma forma mais séria- Se não for desagradar o rei é claro.

–Cuidaremos dela – respondeu Arya antes que Melisandre pudesse dizer alguma coisa. – E levaremos seus ossos para a terra de seus pais.

–Obrigada. – ela respondeu entregando a criança para Arya – Morrerei mais tranqüila e apenas... – ela não conseguiu terminar a frase, pois seus olhos perderam o brilho e a vida deixou seu corpo.

Arya derramou algumas lágrimas e disse que tinham que levar o corpo de Joyeuse para a terra de seus pais, como ela desejou. Melisandre disse que os guardas iriam cuidar disso. Antes de os guardas entrarem, Arya tirou a máscara, esperando que assim o remorso diminuísse. Ela conseguiu sua vingança, mas isso custou a vida de uma inocente. Ela convenceria Jon e Melisandre a cuidar do bebê.

Melisandre

– O Jon e os nortenhos não vão gostar da idéia de levar uma bebê com sangue Frey para Winterfell. O Norte se lembra do que os Frey fizeram no Casamento Vermelho. – avisou Melisandre para Arya, quando as duas estavam a uma distancia um pouco grande dos outros guardas.

Melisandre sentia que não era uma boa idéia levar a criança com elas. Os guardas não questionaram nada sobre a criança e o corpo da jovem por ordem dela. Mas Melisandre sabia que as outras pessoas fariam perguntas que levariam a verdade.

–Eles não precisam saber que a bebê é filha de Walder Frey. – respondeu Arya – Podemos inventar alguma história.

– As pessoas nas Gêmeas vão reconhecer a criança. Além disso vamos falar com os avós da bebê, então a notícia de seu parentesco logo vai se espalhar. Mandei uma carta para os pais de lady Joyeuse, pelos soldados que foram levar o corpo, falando que quando os assuntos nas gêmeas estiverem resolvidos vamos lá.– disse Melisandre, mas encerrou o assunto imediatamente ao ver que um de seus guardas selvagens se aproximava.

–Estamos quase chegando, Vossa Graça.

Quando eles estavam bem perto, ela se virou para Arya e disse:

– Vamos ver como está a situação e depois decidimos o que fazer

Arya concordou com a cabeça.

Melisandre estava ansiosa para ver como Jon iria reagir ao ver ela, Arya, a loba gigante de Arya e a bebê.

Jon

O novo Senhor das Gêmeas veio a cavalo, acompanhado de dois de seus irmãos ou primos, os Frey eram tão numerosos que Jon não sabia dizer se quem acompanhava Walton Frey eram seus primos ou irmãos.

Walton Frey sorriu ao ver Jon cercado por seus guardas e com seu exercito logo atrás. Jon não sorriu. Ele nunca iria sorrir para algum membro dessa casa. Jon nunca esqueceria o que eles fizeram com Robb. Foi com grande sacrifício que ele aceitou não destruir todos os membros dessa casa quando esses se renderam.

Quando Jon entrou nas Gêmeas, viu que talvez o novo Senhor tenha feito o que Jon gostaria de fazer. Mesmo com o esforço das servas para limpar, era claro que algumas pessoas haviam sido assassinadas ali recentemente.

Jon também reparou, no momento em que entrava no salão para se sentar no cadeirão das Gêmeas que muitas pessoas estavam assustadas e que, pelo que um de seus guardas comentaram, faltavam muitas pessoas também. Jon ignorou tudo isso. Apenas queria acabar logo com aquilo e com as batalhas ir embora para Winterfell. Para seus irmãos que o esperavam e para Melisandre.

Quando a carta de Melisandre chegou dizendo que Rickon e Sansa estavam em Winterfell seu coração se encheu de alegria e ele se permitiu derramar algumas lágrimas. Esse fato também lhe deu esperanças de que logo iria se encontrar novamente com Arya e Bran. Outro fato que lhe alegrou foi Melisandre ter falado do filho deles na carta. De como a criança teria os olhos de Jon.

– Além de declararmos Vossa Graça como nosso rei, também temos um presente para vossa pessoa.- a fala de Walton o tirou de seus pensamentos – Fizemos justiça pelo terrível casamento vermelho. Lavamos a honra de nossa casa com o sangue dos traidores.

Jon sentiu a dor voltar a lhe atingir. Não disse nada e deixou que Walton continuasse:

–O crime cometido por alguns de nossa casa manchou nossa imagem diante dos homens e dos deuses. Para tentar reparar ofereço a Vossa Graça a cabeça dos principais responsáveis.

Quando ele disse isso, dois jovens garotos entraram cada um segurando a ponta de um grande saco que estava manchado de sangue. Jon não deixou de reparar que algumas jovens crianças se puseram a chorar. Jon pensou que aquelas criança talvez fossem parentes dos mortos, por isso disse:

–Não precisa me mostrar as cabeças apenas me digam a quem pertencem.

–As suas ordem, Vossa Graça. Nesse saco estão as cabeças de Lothan Frey que foi quem junto com Roose Bolton organizou o casamento vermelho e escolheu até as músicas.

Jon respirou fundo tentando se controlar e ouviu os outros nomes citados com o rosto imóvel. Jon sabia que essas cabeças no saco eram uma forma de eliminar os desafetos e ao mesmo tempo tentar acalmar o Norte e ele. Jon também reparou que Walton teve o cuidado de matar exatamente os que estavam a sua frente na linha de sucessão.

Quando Walton terminou de falar, uma pergunta veio na mente de Jon:

–O que houve com as mulheres e crianças dos mortos?

Um silêncio se instalou, o senhor das Gêmeas parecia está escolhendo as palavras:

–Algumas infelizmente morreram, mas uma boa parte das mulheres voltou para a casa de seus pais levando as crianças e uma parte pequena continua aqui.

Jon sabia que ele estava tentando mascarar a verdade. Com toda certeza ele tinha tratado pessoalmente de eliminar algumas crianças que eram herdeiras. Ele ia falar algo, mas mudou de idéia.

Jon queria ficar lá o mínimo de tempo possível. Aquele lugar lhe dava sensações ruins, mas ele teve que ficar até quase noite para decidir alguns assuntos de guerra. Os Frey lhe ajudaram dizendo onde estava a tropa liderada por Ramsay Bolton e outros detalhes, mesmo assim Jon ainda não confiava neles, por isso pensou em não aceitar o convite para jantar e passar a noite lá, mas seus guardas sugeriram que ele aceitasse.

Ele aceitou, mas deixou seus soldados em alerta para qualquer sinal de armadilha ou traição. Ele mesmo não iria dormir um minuto naquela noite.

Na mesa do jantar comeu pouco. Foi durante o jantar que reparou os olhares que as donzelas lhe lançavam. De todas a que o olhava de forma menos sutil era a filha de Walton, uma donzela de nome Walda que era conhecida por ser muito bonita. Ela estava sentada perto dele.

Jon tentava falar o mínimo possível. Tentava não revelar detalhes, como por exemplo o fato de Rickon e Sansa estarem em Winterfell ou então como estavam as defesas do Norte. Mas depois de reparar nos olhares das meninas fez questão de dizer que já tinha esposa.

–Que bom, Vossa Graça – disse Walton depois de o ouvir. Jon podia notar certa decepção em sua voz – Vou rezar aos deuses para que abençoe seu casamento e para que sejam abençoados com muitos herdeiros.

–Agradecemos.

–Espero um dia ter a honra de conhecer a senhora a sua esposa.

Jon apenas sorriu e disse algumas palavras gentis, mas na mente ele planejava nunca mais voltar a esse lugar e muito menos trazer Melisandre , seus irmãos/primos ou seu futuro filho para o local que lhe lembrar sofrimento.

A noite passou rápido demais para alegria de Jon. Durante a manhã enquanto Jon se preparava para sair um guarda chegou dizendo que a senhora esposa dele estava se aproximando com alguns soldados a protegendo e outras pessoas.

No momento em que ouviu isso, Jon percebeu uma série de vozes sussurrarem coisas ao longo do grande salão. Com toda certeza fofocavam sobre o porque da rainha de Jon está lá e também deviam falar de como seria a aparência dela.

Jon sabia que em algum momento Melisandre iria o seguir. Mesmos com as instruções que deixou aos guardas de Winterfell ela conseguiria achar uma forma de o achar. Ela deve ter se guiado pelas chamas para saber o local exato.

Ele foi para fora a fim de a receber. O novo herdeiro das Gêmeas também foi junto com várias outras pessoas. Quando a distância entre eles era pequena, seu lobo gigante,Fantasma, saiu de perto dele e foi na direção dela. Somente quando Jon se aproximou mais reparou que Fantasma não tinha ido na direção de Melisandre e sim na direção de outro lobo gigante que era familiar. Assim como a sua dona que veio correndo para abraçar Jon.

Enquanto Fantasma brincava com Nymeria, Jon abraçava Arya e brincava com seus cabelos. Ele ficou tão feliz de a ver novamente que por um instante se esqueceu de onde estava e dos olhares que estavam nele.

Depois de abraçar Arya, ele abraçou Melisandre e sussurrou em seus ouvidos:

–O que faz aqui?

–Vim porque irá precisar de mim- falou ela também de forma sussurrada – Vai dizer que não está feliz de ver a gente?

Jon apenas sorriu e cuidou de apresentar ela e Arya para os Frey. No momento ele estava tão surpreso e feliz que nem reparou nas roupas de Arya.

– Foi uma imensa honra as conhecer, senhoras. – disse Walton com um sorriso e olhando para a barriga de Melisandre comentou – Vejo que os deuses lhe abençoaram com um lindo herdeiro que cresce em seu ventre. Aquele bebê que um de seus guardas carregam também é vosso herdeiro?

Foi somente nesse momento que Jon percebeu o pequeno bebê que dormia no braços de um de seus guardas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem. Agradeço de coração a todos os leitores que leram até o final. Abraços



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