Todo Bom Romance Começa no Porão escrita por Juno


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores, desculpem-me se destruí os feelings de alguém aí :(
Obrigada pelos comentários, amo muito vocês! A propósito, me digam, vocês estão querendo algum POV em especial? Deixem nos comentários!



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POV Nico

“Espera, Loretta, eu posso explicar!” eu supliquei, enquanto Lolie abria a porta da casa de Annabeth e saía.

Apanhei minha camiseta e coloquei-a. Corri para fora também, em busca dela. Uma lufada de ar quente atingiu meu rosto, e eu fechei a porta com um estrondo. Olhei para os lados, procurando Lolie, mas a única coisa viva ali era um grande ipê cor-de-rosa, balançando ao vento quente, alheio à minha confusão.

Procurei em volta da casa, mas ela não estava ali. Quando já me afastara alguns metros da casa de Annabeth, percebi que ela já tinha ido embora. Idiota, pensei. Eu tinha a garota perfeita ao meu lado, e tive que estragar tudo. Chutei uma pedra que estava na calçada, e uma dor aguda despontou em meu dedão do pé. Droga, droga, droga., gritei internamente, com raiva de mim mesmo.

Continuei andando para lugar nenhum, por algum tempo, até que percebi até onde meus pés tinham me levado. Aos portões do parque. Nosso parque. Entrei, e segui em frente, até perto da grande árvore retorcida, e notei uma figura pequena, encolhida, encostada ao tronco dela. Loretta.

Fui andando devagar até Lolie, com medo de assustá-la. Sua cabeça estava pousada sobre seus joelhos, os braços envolvendo as próprias pernas. Os cabelos castanhos formavam uma cortina que ia até suas canelas. Ela chorava baixinho.

“Loretta...” sussurrei, e ela parou de chorar, o rosto ainda escondido. “Eu... Eu nunca quis te ferir.”

Ela levantou o rosto, o nariz vermelho, as bochechas manchadas pelas lágrimas. Sentei-me à sua frente, e envolvi suas pequenas mãos com as minhas.

“Eu te amo, Loretta.”

Ela soltou suas mãos das minhas, e limpou as lágrimas. Me abraçou, enterrando o rosto em meu peito, soluçando baixinho. Afaguei seus cabelos, e ela soluçou ainda mais alto contra minha blusa.

“Shhhh...” fiz, passando os braços em volta de seu corpo. “Eu te amo, Lolie, te amo.”

Ela me soltou, e se encostou novamente na árvore.

“Não, Nico.” Ela falou, me deixando confuso. “Venha.” Ela levantou-se e pegou minha mão, me puxando até o banco em frente a árvore.

Sentei-me, mas ela ficou de pé, atrás de mim.

“O que você vê?” perguntou.

“Uma árvore” respondi o óbvio.

Ela colocou os dedos macios sobre minhas têmporas, e inclinou minha cabeça levemente para a direita.

“O que você vê, Nico?”

Fiquei alguns segundos olhando para a árvore, tentando entender o que Lolie queria dizer. E então eu vi. Um rosto. Um rosto gravado na árvore, ali, claro. Como eu nunca havia o notado? Tantas tardes parado ali, observando a árvore, observando Lolie. E eu nunca tinha visto.

“Um rosto.”

Ela soltou minha cabeça e se sentou ao meu lado. Pegou minhas mãos.

“Você não me ama, Nico. Você só acha que ama. Você precisa olhar aí dentro” ela colocou umas das mãos sobre meu peito. “e procurar o rosto, Nico.”

Suspirou.

“Eu sou só uma árvore comum.” ela disse, seus olhos marejados pousados sobre os meus.

Então ela se levantou e foi embora.

[...]

POV Thalia

Depois de um tempo, o meu choro cessou, e eu desenterrei meu rosto do ombro de Connor.

“Vou lavar meu rosto” sussurrei para ele, que assentiu.

Levantei-me e fui até o banheiro de Annie, fechando a porta. Abri a torneira e apoiei as duas mão na pia, me inclinando sobre ela. Joguei um pouco de água fria no rosto. Olhei para o espelho.

Fiquei tentando entender o que era aquela pessoa no espelho. Olhos inchados, nariz vermelho, rímel e lápis escorridos pelas bochechas, o cabelo bagunçado. Aquela não era Thalia Grace. Aquilo era qualquer coisa, qualquer garota, mas aquilo não era eu.

Assoei o nariz e peguei alguns lenços de remover maquiagem de um armário. Limpei o rosto, tirando o rímel e o lápis borrados. Lavei bem o rosto com água gelada, até que a vermelhidão dele diminuísse.

Procurei a gaveta de maquiagens e escovas de Annie. Penteei os cabelos e prendi-os em um rabo de cavalo. As maquiagens de Annabeth não eram as ideais, mas quebrariam um galho. Passei um pouco de base, e passei rímel e lápis nos meus olhos, tentando destacar o azul deles.

Me olhei no espelho novamente. Essa sim era Thalia Grace. Linda, forte e poderosa. Nenhuma variação disso seria aceita.

Quanto a Nico? Bem, a fila anda.

[...]

Connor me levou para uma sorveteria ali por perto da casa de Annie. Já eram quase 17:00, e o lugar estava vazio. Connor estava sendo um amigo tão bom. Estava ali, logo agora que eu mais precisava de alguém.

Estávamos sentados em uma mureta na rua, concentrados em nossos respectivos sorvetes. O céu estava nublado, mas as nuvens não anularam o calor sufocante em New York. Ficamos conversando um tempão, sobre assuntos aleatórios, até que começou a chuviscar.

“Droga! Vamos voltar pra Annie, Lia, vem rápido.” Ele me chamou, já correndo pela chuva.

“Ah, Connor, meu cabelo vai ficar toda encharcado e armado!” reclamei, correndo atrás dele.

“Toma, Thalia, agora anda rápido, criatura.” ele disse, tirando o agasalho da GAP e me entregando, sem parar de andar.

Vesti o agasalho rapidamente, colocando a touca sobre meus cabelos. A chuva ficou mais forte. Depois de uns dez minutos com os pingos pinicando minha pele por baixo do agasalho, rindo quando um de nós escorregava e tentando não cair, finalmente chegamos à casa de Annabeth.

Entramos encharcados na casa dela, rindo por causa da situação. Demos de cara com todos sentados na sala, e o som de todos os pescoços se virando em nossa direção foi audível.

“Finalmente chegaram!” Annabeth exclamou. “Vou buscar umas toalhas, esperem aí. Se molharem a casa toda, vocês que vão limpar.”

Notei que Bianca e Percy tinham ido embora. Silena, Travis, Katie, Leo e Piper nos encaravam.

“Tá tudo bem, Thals?” Silena perguntou, levantando-se e me abraçando.

“Tá, Si. Fica tranquila. Eu tô ótima.” eu respondi, sorrindo para Connor e me soltando do abraço.

“Então, cadê o Percy e a Bianca?” Connor questionou.

“Bianca estava bem irritada depois de... ahm, tudo que aconteceu, e pediu pra Percy se eles podiam ir pro apartamento dele logo.” Leo esclareceu.

Annabeth voltou e nos entregou toalhas. Eu tirei o agasalho de Connor e me sequei o máximo que pude. Pedi a Annie que me emprestasse algumas roupas, e nós duas subimos para o quarto dela.

“Tem certeza que está bem, Lia?” ela falou, enquanto separava uma roupa quente para mim.

“Sim, Annie. Não se preocupe. Nico não pode me abalar assim tão fácil.”

Ela me entregou as roupas, e deu um sorriso culpado, como se estivesse sentindo pena de mim. Eu odiava isso, que sentissem pena de mim, então só tirei as roupas molhadas e coloquei as dela, sem devolver o sorriso.

“Vamos descer?”

“Vamos.”

[...]

Já estava meio tarde. Eram quase 22:00, e estávamos todos sentados na sala de Annie, assistindo um filme de terror. Eu estava sentada entre ela e Connor, e me divertia vendo os sustos que a loira levava com o filme. Eu já estava ficando entediada e com sono. Apoiei a cabeça no ombro de Connor, enquanto alcançava a pipoca que estava em seu colo.

O filme finalmente acabou, e eu não achei muito graça nele. Foi um saco na verdade. Péssimo mesmo. Eu estava bocejando de sono já, então eu avisei que ia embora.

“Espera, Lia, quer uma carona?” Connor perguntou, e eu aceitei a oferta. Já era meio tarde pra entrar em um taxi qualquer, então era ótimo ter uma carona.

“Ei, cara, e eu?” Travis falou, indignado com o abandono.

“A Katie pode te deixar em casa, né?” ele falou, levantando uma sobrancelha para a menina, que corou até a raiz dos cabelos.

Eu dei beijos em todos e nós dois saímos da casa de Annie. Entramos no carro dele, um Focus prateado, e ele ligou o rádio.

“Você sabe onde é minha casa, né?”

“Claro que sei.” Ele disse, dando uma piscadela.

Minha casa era bem perto dali, uns 5 minutos de carro, então o trajeto foi bem rápido.

Entramos no meu prédio, e subimos até o 11o andar. Connor parou em frente da minha porta. Eu lancei meus braços em torno de seu pescoço, e escondi o rosto em seu peito.

“Obrigada. Por tudo. Por ser tão bom pra mim.” Eu soltei um pequeno soluço, e ele me abraçou mais forte. “Obrigada, Connor.”


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Tenho uma pergunta pra vocês, o que vcs acham de cabelos coloridos? Pq eu meio que pintei o meu de verde, além do azul/roxo que já tava antes, hehe…

Beijos e comentem, amorecos



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