A Prometida escrita por Temperana


Capítulo 9
Destination


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos anjinhos!
Muito obrigada pelos comentários no capítulo anterior, eu fiquei bem feliz. E agradeço também a LaviniaHiccstrid e Sófis S2 Violetta e TMJ por terem favoritado a fanfic. Vocês são divas demais!!
Sobre esse capítulo. É o penúltimo relacionado ao filme. E espero que gostem. Música de Imagine Dragons, porque é muito linda. Link nas notas finais e até lá...



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Soluço e eu entramos lado a lado na Arena. Ele parecia muito nervoso. Talvez porque o seu pai estivesse o assistindo de longe. O que podia ser muito perigoso, já que ele usava truques.

Era um lindo fim de tarde. Um lindo pôr do sol. Um lindo dia para que os vikings vissem pessoas matando dragões. Triste realidade de diversão.

–Está tudo bem, nós vamos conseguir – eu lhe digo.

–Talvez. Eu não vou conseguir matar um dragão Astrid. Eu não sou capaz de fazer isso – ele diz nervoso.

–Nem eu. Mas temos que dar um jeito. Por enquanto, você tem que vencer.

–Eu? Eu não posso vencer, o que eu faria se vencesse? Mataria o dragão na final? Eu não posso fazer nada se vencer.

–Você pode mudar o mundo.

Eu não dei a ele tempo para responder. Bocão nos anunciou e eu e ele tivemos que entrar na Arena. Soluço olhou para Stoico que sorriu para ele.

Eu particularmente queria pular em seu pescoço. Mas ele era o líder não é verdade? Ignorei os meus pensamentos novamente.

Bocão abre a porta da sela. Era um Nader. O mesmo Nader que eu machuquei. Talvez ele não confiasse em mim então.

Recuei até as armas enfileiradas e peguei um escudo. Soluço avançou até o dragão do outro lado.

Eu o segui. Quando cheguei atrás do dragão Soluço olhou em meus olhos. Ele usaria um truque para vencer. Um truque eficiente por sinal.

Os dragões tinham um ponto sensível abaixo do queixo. Ele usaria para deixa-los calmos e parecer que estavam desmaiados.

Ele me olhou como se perguntasse se podia fazer isso. Eu assenti e sorri. Dei cobertura para que ninguém visse.

E então aconteceu mais uma vez. O Soluço derrotou o dragão. Para os outros vikings. Não para nós.

Ele olhou para baixo cabisbaixo. Bocão se pôs atrás de nós e a Anciã da Ilha, a Gothi, deu o seu veredicto: Soluço estava na final. Ele teria a honra de matar um dragão.

Grande honra. Para eles. Não para mim. Não para ele.

Soluço desviou de algumas comemorações desnecessárias para ele. Eu o segui quando ele saiu da Arena. Embora soubesse sem dúvidas para onde ele iria.

Ele entrou na Clareira e Banguela animou-se para recepciona-lo.

–Olá amigo – ele diz. – Eu não trouxe peixes para você, desculpe. Mas eu trago mais tarde se você estiver com muita fome.

Eu desço até os dois. Ele não percebe a minha presença, mas Banguela sim, de modo que vem me recepcionar.

–Oi Banguela – eu digo para ele, que dava voltas ao redor de mim. – Tudo bem com você? - ele ronronou e voltou para o Soluço que sorriu. – E com você Soluço, está tudo bem?

–Não. Nada bem. Nunca vou poder matar um dragão.

–Eu sei que não. Mas será que você não pode pensar num jeito? Numa solução?

–Que solução? Contar para todo mundo que... – ele se calou e eu arqueei uma sobrancelha. Ele não estava considerando essa ideia estava? – É isso!

–Você não está pensando em contar desse modo para todos está?

–Não, é óbvio que não. Eu irei mostrar para eles quem são verdadeiramente os dragões e... – ele diz animadamente – ...e você não vai me impedir de fazer isso – ele sorri.

–Longe de mim fazer isso. Embora eu sempre impeça as suas loucuras insanas.

Ele se sentou na grama e suspirou. Me aproximei e sentei ao seu lado. Banguela foi até o lago e se deitou em frente a ele.

–Eu sei que você não vai me dizer o que tem em mente. Então eu só posso te desejar sorte não é mesmo?

–Sim, é claro que sim. Astrid, eu tenho que fazer isso. Do contrário, viveremos com mentiras pelo resto de nossas vidas. E dragões e vikings continuarão morrendo injustamente.

–Eu sei disso. Apenas... – eu engulo em seco. - Tome cuidado, por favor. Eu não suportaria perder você – eu deixo escapar.

–Eu também não suportaria perder você – ele diz.

Eu desvio o olhar. Por um momento aquela frase significou mais do que nossa amizade. Muito mais. E aquilo confundia ainda mais o que eu sentia.

–Olha, já está bem escuro agora – ele disse e pela primeira vez reparei no céu. – Não gostaria de voar com a gente.

Banguela ao ouvir a palavra “voar” ficou super animado. Eu ri.

–Eu adoraria – eu digo verdadeiramente.

*****

Eu saí de casa no dia seguinte completamente nervosa. Era o teste final de Soluço e com certeza ele iria fazer uma grande besteira. E com certeza seria a melhor besteira que ele já teria feito.

Ele poderia mudar anos de nossas vidas em um momento. Ou poderia piorar a sua situação. E isso seria horrível.

Andei rapidamente até a Arena, pois queria falar com Soluço antes do teste. Por sorte não havia começado nada ainda. Eu o avistei com o elmo feito do peitoral de sua mãe (nem me pergunte se isso era verdade) na mão.

“Se alguém me dissesse antes que o Soluço seria o melhor no treino de dragões eu o colocaria em um barco e o mandaria para longe por estar maluco.”

Eu escuto Stoico dizer. Muito encorajador, eu sei. O mais próximo de um elogio que ele poderia estar.

–Oi Soluço – eu digo calmamente, mas com o coração a mil.

–Oi – ele diz, encarando os meus olhos.

–Tome cuidado com esse dragão Soluço. Ele não é como o Banguela.

–Eu vou ter – ele diz confiante. – Astrid, se algo acontecer comigo, promete que não vai deixar que eles achem o Banguela?

–Claro Soluço. E você promete que não vai dar nada errado?

Ele não tem chance de me responder. De me prometer. De me acalmar. Bocão chega e o leva para dentro da Arena, trancando-o lá dentro.

Eu observei cada movimento seu e de Stoico.

Soluço pegou uma adaga e um escudo. Stoico diz algo sobre preferir um machado. Mas a porta é aberta e um Pesadelo Monstruoso já incendiado invade a Arena, quase acertando alguns vikings na plateia.

Eu me agarro as grades que me separavam da Arena. Estava começando a me desesperar. Vejo o dragão se aproximar de Soluço. E então ele larga o seu escudo. Larga a sua adaga. E joga o seu elmo no chão.

–Eu não sou um deles – ele diz. Eu prendo a minha respiração.

–Parem a luta – Stoico diz entre dentes.

–Não, vocês tem que ver isso – Soluço diz. – Todos tem que ver isso. – Ele estica sua mão direita em direção ao Pesadelo Monstruoso. Ele iria treiná-lo na frente de todos.

–Você consegue Soluço – eu sussurro de trás das grades.

–Tudo o que sabemos sobre eles está errado. Eles são muito mais do que feras.

O Pesadelo estava quase se rendendo. Porém Stoico bateu com força com seu martelo na grade, fazendo barulho demais e descontrolando o dragão.

–Eu disse “Parem a Luta”! – ele gritou.

O dragão se descontrolou e se incendiou indo atrás de Soluço na Arena. Ele começou a correr e tentou pegar o seu escudo.

Eu me desesperei e usei o meu machado para abrir um espaço na grade, para que eu passasse. Eu entrei na Arena e fui atrás do Soluço. Eu distraí o dragão, mas não por muito tempo. Vi Stoico entrar na Arena.

–Soluço! – eu gritei chamando a sua atenção. Poderíamos sair.

Ele veio atrás de mim, mas o dragão cuspiu fogo nele. Stoico me puxou para fora e eu não pude voltar. E então escutamos o barulho característico do Fúria da Noite.

Não. Banguela não.

Ele deve ter sentido, escutado. Ele sabia que Soluço estava em perigo e veio salvá-lo. Mas isso pioraria muito as coisas.

Vi Banguela e o Pesadelo brigarem dentro da Arena. E vi também o jeito protetor de Banguela com Soluço. Aquilo não acabaria bem.

O Pesadelo desistiu e eu corri para dentro da Arena em direção ao Soluço e Banguela.

–Ele tem que sair daqui agora! – eu gritei para Soluço.

–Banguela, vai. Saí daqui! – Soluço insistiu, mas ele se recusou a ir embora.

Os vikings vieram armados em massa atrás de nós. E Banguela deve ter pensado que tudo era contra o Soluço, de modo que lutou contra eles.

Stoico entrou na Arena e Banguela pulou em cima dele. Ele iria mata-lo. Eu vi isso acontecer. Porém ele se deteve. Ele se deteve, pois Soluço pediu.

Eu segurei Soluço para que ele não avançasse nos vikings. Não adiantaria. Banguela olhou para Soluço com seus olhos doces. Lágrimas surgiram nos meus olhos.

–Não machuquem ele. Por favor – ele dizia.

Vi os vikings prenderem Banguela e o levar para as prisões. Ele seria maltratado como os outros e isso fazia com que as minhas lágrimas rolassem. Junto com as de Soluço.

Stoico veio em nossa direção e Soluço endireitou a sua postura. Ele com certeza levaria muito mais do que uma bronca daquela vez.

Eu tentei me colocar em sua frente, mas Soluço me afastou. Ele me olhou solidário e deixou-se levar pelo seu pai. E eu fiquei sozinha na Arena. Observando Soluço ir.

Depois de um tempo, Soluço voltou com os olhos banhados de lágrimas.

–Ele vai obrigar o Banguela a leva-lo para o Ninho – ele disse.

Eu olhei para ele desesperada. Aquilo não iria dar certo. Não com o que tinha lá. Não com a Rainha do Ninho lá. Aquilo seria muito ruim.

Soluço correu para fora da Arena e eu o segui. Porém o perdi de vista. Uma multidão acompanhava Banguela ser levado pelos vikings para os barcos.

O pobre Banguela se debatia. Ele nunca trairia os dragões daquele jeito. Condenar todos eles a morte. E ele estava sendo forçado a fazer isso.

Vi Soluço no penhasco, observando Banguela ir. Corri até lá e observamos, um a um, os barcos sumirem no horizonte.

–Isso não vai dar certo. Isso vai ser o fim – ele diz tristemente. – Isso tudo foi acontecer por que eu fui fraco. Eu não podia mata-lo. O primeiro viking em séculos que não consegue matar um dragão. Ao contrário, faz dele o seu amigo.

–Mas você foi o primeiro a montar em um, não foi? – eu digo e ele sorri. – Soluço, ele não é o seu melhor amigo? – eu pergunto.

–Claro que é Astrid. Bom e você sabe que também é minha melhor amiga.

–Estou falando de dragões e bom... Você entendeu. O que você vai fazer por ele?

–Ele estava tão assustado. Vi em seus olhos – ele diz. – Vou fazer alguma besteira com certeza.

–Claro, mas isso você já faz sempre.

–Então eu vou fazer alguma loucura.

–É assim que se fala...

Reunimos aqueles que treinavam para matar dragões. Soluço era o melhor treinador de dragões de todos. Fez com que cada um de nós tivéssemos confiança nos dragões presos. E voássemos até lá.

Nós iríamos atrás deles. Iríamos atrás da Rainha. Iríamos salvar nossa Tribo. E Soluço? Era o herói que eu sempre sabia que ele era. Todos podiam ver.

We stay up late and drawn the lines

To every constellation

We live with all our sorrows

Tied to age and separation

These are the days of love and life

These are our expectations

We stay up late to live tonight

This is our destination

Ficamos até tarde desenhado as linhas

Para cada constelação

Vivemos com todos os sofrimentos

Ligados à idade e separação

Estes são os dias de amor e de vida

Estas são as nossas expectativas

Ficamos até tarde para viver esta noite

Este é o nosso destino


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Notas finais do capítulo

Ah pois é. A ASTRID NÃO RESOLVE ESSES SENTIMENTOS, PELO AMOR DE DEUS! Enfim, apenas no próximo ela vai saber o que sente. E somente com os seus 18 anos vai se resolver essa história (opa, olha os spoillers dona Temperana!!).
Astrid preocupada com o Soluço, frases significando mais do que devem... Sinto amor no ar queridos... Só acho.
Espero que tenham gostado, que gostem dos próximos, que não me matem (tem duas pessoas aqui que conhecem o meu endereço, com medo) e que estejam ansiosos para o próximo...
Link de Destination: https://www.youtube.com/watch?v=ksP3Tn7R7mU
Até o próximo capítulo queridos... Temp