A Prometida escrita por Temperana


Capítulo 8
Who we are


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos!
Espero que gostem desse capítulo. É um pouco diferente (okay, bastante) da história do filme, mas muito fofo!! Eu gostou muito dele, porque simplesmente conheço os sentimentos da Astrid a partir desse capítulo.
Muito obrigada pelos reviews! Falta ainda um capítulo para responder, mas eu estou tentando atualizar. Obrigada à Lone Wolf Shadow e ZeroLuliScarlet por terem favoritado a fanfic. Vocês são demais.
Voltando ao Imagine Dragons agora anjos! Who we are



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Eu olhava do Soluço para o dragão. Eu estava pasma. As palavras não saiam de minha boca. Nem se eu tentasse conseguiria dizer algo.

–Bom Astrid, esse é o Banguela. Banguela, essa é a Astrid. Ela é uma amiga não se preocupe – ele diz ao dragão.

O Fúria da Noite, que se chamava Banguela, não avançou em mim ferozmente, como eu imaginei que ele ia fazer.

Ao invés disso, ele me observou por um tempo e se aproximou de mim vagarosamente. Parecia confiar nas palavras do Soluço.

De repente ele pareceu incomodado com algo e começou a rosnar para mim. Eu me afastei dele por reflexo. Ele era totalmente negro. E incrivelmente bonito.

–É o seu machado. Ele pensa que você irá machuca-lo – Soluço me explica calmamente.

A calma dele era assustadora, diga-se de passagem.

–E ele não irá me machucar? – eu pergunto.

–Não se ele puder confiar em você.

–E eu posso confiar nele?

–Você confia em mim? – eu assinto. – Então pode confiar no Banguela.

Joguei o meu machado para longe. As pupilas do Banguela pareceram ficar maiores. Ele era fofo, eu tinha que admitir. Eu sorri e ele se aproximou para me cheirar.

–Me explica direito essa história pelo amor de Thor? – eu digo, ainda receosa em tocar no dragão.

–É claro que sim. Banguela! – ele chama o dragão, que se virou para ele. – Lanchinho para você.

Ele derruba a cesta no chão e muitos peixes caem dela. Pensei em quanto tempo ele demorou para conseguir aquilo tudo.

Banguela pula animado e passa a se concentrar na comida. Soluço senta-se observando Banguela e eu sento-me ao seu lado.

–Naquele dia do ataque, em que eu estava no penhasco, usei uma das minhas redes. Daquelas que eu inventei. E eu realmente acertei um dragão.

“Mas não queria te preocupar nem nada. Aliás, não estava acreditando muito nisso. E ninguém acreditaria que havia acertado um Fúria da Noite mesmo se eu falasse. Nunca acreditam em nada do que eu digo. E por isso decidi ficar calado.

Quando você me deixou em casa, eu saí pelos fundos e adentrei a floresta. Procurei por todas as possíveis rotas de queda do dragão e finalmente o encontrei.

Eu observei aquele dragão. Ele parecia derrotado. Parecia ferido. Cordas em volta do corpo e quando olhei para sua cauda... Uma parte dela havia caído. Presumi que ele não poderia voar. E um dragão que não pode voar é um dragão morto, como o Livro dos Dragões dizia.

Fiquei com pena do dragão. Eu estava ali para mata-lo, mas fiquei com pena dele. Talvez tenha sido fraco, mas eu vi a mim mesmo naquele dragão.

Ele parecia tão assustado quanto eu estava. Eu não podia fazer aquilo. E a faca que eu utilizaria para mata-lo, eu utilizei para cortar as cordas.

Ele me olhou desconfiado. Ele também poderia ter atirado em mim. Me encurralou. Mas ao invés disso, ele poupou a minha vida e se foi.

Mas eu não me esqueci dele. Esperei um tempo e fui atrás dele novamente. Eu o encontrei caído na Clareira. Ele não conseguia sair. Não conseguia pescar. Ele morreria ali. Ele viu que eu o observava. E novamente não atirou em mim.

No dia seguinte eu voltei, após o treinamento, e lhe trouxe peixes. E bom, foi algo tão natural. Foi algo tão natural confiarmos um no outro. Eu via a minha alma nos seus olhos. E simplesmente ele se sentia seguro comigo.

Ali nasceu uma amizade Astrid. A primeira entre um dragão e um humano, eu suponho. Ele cuidaria de mim, eu sabia. E vi que os dragões não são o que os vikings pensam que são.

Eu fiz um leme postiço para que ele pudesse voar naquela noite que faltei à Fogueira. Porém, ele só pode voar se eu montar nele.

A culpa é minha. Ele nunca será livre novamente. E a culpa é minha.”

Olhei para Banguela. Ele aproximou-se de Soluço ronronando, como se quisesse dizer ao Soluço que não se importava com o que aconteceu. Banguela empurrou Soluço em busca de carinho. Eu sorri.

Eu reparei que nele havia um elaborado equipamento e uma sela. Um leme postiço em sua cauda. E uma expressão super fofa me observava. Eu sorri para ele, que reparou em mim e se aproximou.

–Eles não são as feras que imaginamos – eu deixo escapar os meus pensamentos, enquanto acariciava Banguela.

–Não. Eles não são – Soluço diz.

–Eu tinha razão então – eu disse.

–Sobre o quê exatamente?

–Você seria o maior viking que Berk já viu.

–Como serei isso? Virando amigo das feras que eles odeiam?

–Talvez você possa mudar a opinião deles. Como mudou a minha agora.

Ele olhou para mim e sorriu marotamente.

–Vem – ele diz e se levanta.

–Aonde vamos? – eu pergunto.

–Vou te mostrar Berk. Como você nunca viu antes.

Vejo ele montar em Banguela e acionar um equipamento que abre o leme. Ele estende a sua mão.

–Você está louco? – eu pergunto.

–Um pouco. Mais já voei antes, se isso te acalma.

Eu estava mais louca ainda. Pois pego em sua mão e subo. Pois gosto da sensação de decolar do chão. Pois gosto da sensação de sentir o vento nos cabelos. Pois gosto da sensação de voar. Eu também era louca.

Eu seguro nos ombros de Soluço para me equilibrar. Observo Berk com as luzes do pôr-do-sol. Ninguém nunca a veria assim. Eu nunca a veria assim sem o Soluço. Sem o Banguela.

Olho para a água, para o céu, para tudo. Era o melhor momento da minha vida. O melhor lugar do mundo era estar com ele. Sem dúvidas.

Fecho os olhos e abro os braços, sentindo o tempo, a brisa, tudo passar. Livre. Era assim que eu sempre gostaria de estar.

–Isso é incrível – eu digo. – Obrigada – eu o abraço por trás.

–Obrigado amigo – ele diz ao Banguela, que ronrona animado. Ele era incrível.

De repente, vários dragões surgem. Já estava escuro e Banguela parecia agitado e irritado.

–Se abaixa – Soluço sussurra.

Nós nos escondemos e Banguela segue os dragões. Eu não sabia para onde ele estava nos levando. Os outros dragões tinham presas nas garras. Recusava pensar que éramos a de Banguela.

Uma enorme Ilha surgiu em nossa frente. Milhares de dragões entravam nela. Olhávamos assustados e ao entrarmos a verdade estampou-se em nossos rostos.

–O Ninho – dissemos ao mesmo tempo.

Observamos os dragões jogarem a comida dentro de um enorme vulcão. Olhei espantada. Eles não comiam nada.

–Legal saber que a nossa comida é jogada em um buraco – Soluço diz.

Um Gronckle aparece e joga um pequeno peixe no vulcão. Algo estremece toda a Ilha. Algo parecia surgir. Algo grande. Um dragão enorme emergiu. E o Gronckle deu adeus a sua vida.

–Uma rainha – eu murmuro. – Obriga que eles peguem comida.

–Hora de sair daqui Banguela – Soluço diz desesperado.

Banguela dispara para fora dali, e por um instante o dragão repara em nós. Mas Banguela é um Fúria da Noite. E num instante estávamos de volta a Clareira.

Eu e Soluço andávamos de um lado para o outro da Clareira, pensando. Pensando se contávamos ou não. As vantagens e desvantagens.

–Não podemos contar – Soluço diz por fim. – Vão matar o Banguela – ele concluiu.

Banguela nos olha preocupado. Seus olhos doces e inocentes. Nunca poderíamos condenar a sua vida. Nunca.

–Não podemos fazer isso – eu concordo.

–O que nós iremos fazer?

–Não sei. Realmente não sei. Continuar no treinamento e tentar sobreviver. Continue escondendo o Banguela e fingirei que não sei de nada. Iremos pensar em algo.

–Certo, por enquanto... Só podemos fazer isso.

Eu assinto e ficamos em silêncio por um instante.

–Obrigada pelo voo. Obrigada, foi incrível... Foi magnífico.

–O Banguela e os outros dragões podem nos mostrar coisas incríveis.

–Sei que sim. E ninguém sabe. E não podemos fazer nada por enquanto. Mas realmente obrigada.

Eu o abraço com força. O abraço por sinal me passou mais do que segurança. Passo confiança. E algo mais. Confusão em sentimentos. Confusão em tudo.

Quando dei por mim, eu estava o beijando. De verdade. E bom, o pior de tudo aquilo era que eu estava gostando do beijo. O que era errado, já que ele era o meu amigo e só.

Nos separamos envergonhados. Eu me afastei e balancei a cabeça.

–Desculpa eu... Vamos apenas esquecer isso– eu digo.

–Certo, não vamos acabar com o que já temos – ele diz.

Eu corro para fora da clareira e vou para casa. Não consegui dormir de novo. Repassava o voo. Repassava o beijo. Eu tinha que tirar aquilo da cabeça. Mas não consegui.

Será que eu sentia mais por ele? Será que eu o amava mais do que como amigo?

*****

Os dias que sucederam o episódio pareciam que nada tinha acontecido. Éramos os mesmos amigos e sem culpas. Soluço utilizava truques para sobreviver a Arena. Eu via que usava.

Ele com isso melhorou muito nas aulas. Era melhor do que os outros. E eu tentava não machucar os dragões. Mas mesmo assim eu e Soluço conseguíamos sempre salvar o dragão dos outros.

Stoico e os outros chegaram a Ilha. Não conseguiram achar o Ninho, o que fez com que eu e Soluço suspirássemos aliviados. Eu não voltei a ver o Banguela, mas achei que seria o melhor.

Soluço conversava comigo como sempre. Eu era a sua maior confidente. Disse que seu pai se orgulhava dele agora. Mas não se orgulharia mais ao saber o verdadeiro motivo de ele ser tão bom na Arena.

Eu e o Soluço iriamos para o teste que decidiria quem de nós mataria o Pesadelo Monstruoso no teste final. Stoico estava radiante. Soluço queria fugir, assim como eu.

Percebi que eu não seria capaz de matar um dragão quando entrei na arena naquele dia. E também não seria capaz de mudar nada no final. Aquela era a luta do Soluço. Eu sabia. E ficava feliz por saber disso.

Ele seria capaz de mudar a nós todos. Eu lutaria é claro. Eu sou uma Hofferson. Mas aquele Strondus mudaria o mundo. Isso eu sabia. E podia apostar.

We were never welcome here

We were never welcome here at all

No

It's who we are

Doesn't matter if we've gone too far

Doesn't matter if it's all okay

Doesn't matter if it's not our day

So won't you save us

What we are

Don't look clear

Cause it's all up hill from here

Nós nunca vamos ser bem-vindos aqui

Nunca vamos ser bem-vindos aqui de qualquer forma

Não

Isso é o que somos

Não importa se vamos muito longe

Não importa se está tudo bem

Não importa se não é nosso dia

Então você não vai nos salvar

O que nós somos

Não parece claro

Porque é tudo pra cima a partir daqui


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado. Hiccstrid = vida
Ainda sim, prevejo pessoas pirando, querendo me matar, descobrir meu endereço e me enviar uma bomba atômica. Porque eu falei que eles preferiram esquecer e não falar mais sobre o beijo. Só pensem: acham mesmo que eles esqueceram? Nem por um momento.
Depois disso eles terão certeza dos sentimentos deles.
Se não me engano, são dois capítulos com 15 anos e uma passagem de tempo com eles com 18 anos. Então até o próximo capítulo!
Link: https://www.youtube.com/watch?v=C-W40iW2MRs&spfreload=10
Beijos, Temp