Choices escrita por Kaah, Luh Chris


Capítulo 5
Seguir em frente


Notas iniciais do capítulo

Oiii amores!!!

Estamos de volta, demoramos só um pouquinho né?

Esse capítulo é sobre a chegada do Tobias na audácia, no próximo começa a Tris fazendo a escolha e as coisas ficando tensas por ali, espero que gostem e comentem!!!

:*



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Tobias

Após um tempo, ao dobrar uma esquina, quando eu achei que tinha superado o susto inicial eu tive que saltar do trem em movimento em cima de um telhado, e em seguida pular lá de cima, em um buraco aberto no meio dos prédios, a entrada para o complexo da audácia. Nem sei por que me surpreendi, não é a toa que chamam os audaciosos de loucos.

O prédio era muito alto e eu nem me atrevi a pular primeiro, fui o último. E só fiz isso por que sabia que eu não tinha escolha, era o único modo de entrar, era isso ou ser um sem facção.

Após a queda, e durante um tempo depois que cheguei aqui eu não conversei e não disse meu nome a ninguém, ninguém perguntou tampouco. Logo após a apresentação aos membros da Audácia, Amah, nosso instrutor, nos aplicou um teste para saber quantos medos nós tínhamos e para a minha surpresa eu só tenho quatro medos, e que medos. Por ser um número muito incomum, e por ter visto a simulação junto comigo, e saber sobre quem é um dos medos, Amah me apelidou de Quatro, estranhei no começo, mas em seguida gostei da ideia, eu não queria continuar carregando meu nome, muito menos o meu sobrenome, ser um Eaton nunca foi orgulho para mim.

Desde então as pessoas me chamam assim. Ninguém aqui sabe sobre meu passado, exceto Amah e Tori. O ex-erudito que costumava zombar de mim na escola e que se transferiu junto comigo se chama Eric, também sabe meu nome e por algum motivo tem uma rivalidade estranha comigo, ele sempre tenta me provocar.

Hoje eu me sinto um pouco mais à vontade em minha nova facção. Fiz amigos, Zeke e Shauna, dois nascidos na Audácia que também fizeram a escolha esse ano.

Eu nunca imaginei que me tornar um membro da audácia seria tão difícil. São treinos exaustivos, não só físicos, como mentais. Sem falar que os membros da audácia têm uma tendência enorme a se expor a riscos de vida, e por pura diversão.

A iniciação termina em duas semanas e hoje teremos o último dia de treino físico e em seguida sairá a classificação da primeira fase, todos querem saber quem ficará em primeiro lugar e nós sabemos que a classificação terá um grande peso na escolha dos nossos cargos, o que nos deixa ainda mais ansiosos pelo resultado.
Embora eu não esteja interessado em um cargo alto no final da iniciação eu também não desejo ficar com o que sobrar, quero poder escolher um cargo bom, que me dê acesso ao que eu preciso, à segurança da cerca.

Chego a sala de treinamento e Amah, nosso instrutor, está parado na entrada nos esperando. Está sério e de braços cruzados.

—Bom, iniciandos, como vocês sabem hoje é o último dia do treino físico e eu formei algumas duplas que irão se enfrentar. E de acordo com o resultado de cada luta eu irei formar a classificação.

Ele se afastou por um instante e logo voltou com o quadro, onde começou a aparecer os nomes das duplas.

Eu iria lutar com Eric.

Eu já esperava por isso porque ele é o primeiro colocado e eu o segundo, eu não perdi nenhuma luta até hoje, Eric também não, mas pela forma que ele sempre ganha suas lutas, com nocaute rápido e quase sempre levando seu oponente a inconsciência eu acredito que seja por esse motivo que ele esta à minha frente. Ele é uma pessoa cruel, posso ver isso em seus olhos e nesse
momento ele esta olhando para mim e sorrindo, com certeza ele acha que sairá
vencedor dessa luta, mas eu não pretendo deixá-lo ganhar.

Eu cheguei aqui um rapaz magro, sem músculo e pouca força e apesar de ter treinado por apenas 3 semanas posso dizer que sou bem mais forte do que antes, não tenho músculos visíveis, mas sinto que posso derrubá-lo só com a técnica e força que adquiri nesse tempo que estive aqui, foram dias e noites de muito treino.

Me posiciono no tatame e aguardo a liberação de Amah, Eric me olha com raiva, sei que ele não vai poupar força contra mim.

Assim que Amah dá o sinal Eric vem em minha direção, no começo ele apenas observa e rodeia esperando a melhor oportunidade de me atacar. Nesse momento me lembro das instruções de Amah durante os treinos “Aguardar a retaguarda dele baixar e atacar com força”.

Observei seus movimentos e ele aproveitou minha distração e desferiu o primeiro golpe, por sorte foi de raspão, um soco no rosto, mas logo eu estava atento novamente, isso serviu para me despertar.

— E então careta, acho que ninguém aqui ouviu seu nome ainda. Acho que podemos dizer a eles quem você é, ou o por que você tem ido bem nas lutas, teve um bom professor não é mesmo? – Ele sussurrou dando um sorriso debochado. O que me encheu de raiva e me fez chutá-lo com força, mas ele foi mais rápido e me derrubou e em seguida me deu vários golpes na cabeça.

Por um momento eu pensei em deixar ele ganhar e me entregar naquela luta, sempre odiei a maneira como meu pai agia e não queria, nunca quis ser igual a ele, mas aí me lembrei que eu estava fazendo aquilo para não ter mais que lutar, não ter que brigar. Eu acredito em fazer algo por um motivo justo.

Me virei rapidamente e em poucos segundos eu já estava de pé, não dei tempo para Eric pensar, pulei para cima dele e comecei a socá-lo sem parar. Ele estava caído e eu só me via batendo e batendo nele. No começo ele tentou se soltar, mas logo parou, só senti quando Eric fechou os olhos e nesse momento eu me dei conta de que era hora de parar.

Zeke venceu sua luta facilmente, e Shauna, após algumas aulas práticas de como se defender e atacar, que ela insistiu para que eu desse, conseguiu deixar Lauren no chão.

—--

Depois da luta com Eric todos passaram a agir de um jeito diferente comigo, até o próprio Eric que se sentiu ofendido por perder a luta e me evitou por vários dias, eu fiquei em primeiro lugar na classificação e na última fase eu passei também em primeiro lugar, mas nesse caso foi mais por conhecimento do que por mérito, eu sabia que a paisagem do medo não era real e isso me dava vantagem sobre os outros, Amah me explicou que eu sou divergente, só os divergentes tem esse poder sobre a própria mente, mas isso eu devo manter em segredo, pois as pessoas tem medo dos divergentes.

Após a iniciação tivemos a comemoração, apesar de satisfeito não estou completamente feliz, mas um passo dos meus planos está cumprido, falta descobrir como sair da cidade em segurança.


Zeke e Shauna têm sido bons amigos. Sempre tentam me arrastar para os passeios noturnos que eles costumam fazer. Normalmente envolve saltar em algum trem, andar pela cidade de madrugada bebendo ou pular de bungee jumping. Eu que nunca tinha colocado um pingo de álcool na boca hoje nem me reconheço, mas estou me sentindo bem aqui como nunca me senti. Longe do meu pai tudo é mais fácil, mais leve. Se não fosse pela saudade que sinto de Beatrice estaria tudo perfeito agora, mas procuro não pensar muito nela, pretendo focar em treinar e cumprir meu objetivo que é me tornar forte para fugirmos. Sempre esperei que ela viesse me visitar, mas ela não veio nenhuma vez durante a iniciação, nem meu pai, mas ele eu já achei bom que não viesse, não quero mais ver ele, se possível nunca mais.

O tempo tem passado lentamente, apesar de Max, um dos líderes ter me procurado para assumir um lugar na liderança, preferi não ficar na linha de frente, e ficar mais escondido, tendo chance de procurar o que preciso sem ser descoberto e sem chamar muita atenção. Decidi trabalhar no monitoramento das câmeras existentes na Audácia, no perímetro da cerca e em alguns pontos da cidade. Zeke trabalha comigo, e Shauna acabou indo trabalhar na cerca.

A alguns dias Zeke propôs sairmos em um encontro duplo. Shauna não ficou nada feliz com isso, mas ele não consegue enxergar o que está bem em frente ao nariz dele. Apesar de protestar e não querer ir, acabei cedendo. Fui ao encontro. No começo estava muito nervoso, mas após beber quase uma garrafa inteira da bebida escura que Zeke levou, fiquei mais solto. Zeke saiu com seu par, e eu fiquei conversando com a Lauren. Ela é uma moça bem legal. Marcamos de nos encontrar de novo, e no fim do encontro, rolou um beijo. Meu primeiro beijo, não sabia como agir diante dela, mas foi calmo e muito bom. Nos despedimos, e ao virar um corredor, vejo em um cantinho Zeke aos beijos com a Talia, a acompanhante dele. Fui pro meu quarto e pensei no que aconteceu. Foi bom, e espero que continue assim.

—--

Muito tempo se passou. Não sou mais aquele que entrou na Audácia para fugir de um pai abusivo. Hoje sou exemplo de profissional para alguns Audaciosos, e já me tornei o chefe de vigilância da Audácia, além de ter sido instrutor da ultima turma de iniciados, e continuar com esse trabalho sempre que tivermos mais iniciações.

A algum tempo venho notando uma movimentação estranha na Erudição, tenho percebido que as luzes não se apagam no horário de recolher, como acontece em todas as outras. Também percebo que Max, Eric e Jeanine têm se encontrado bastante. Estou coletando informações de forma discreta, e quando descobrir o que está acontecendo, vou agir.

Às vezes saio com algumas meninas, mas nunca me interessei em nenhuma a ponto de querer algo mais sério. A última com quem tenho saído é a Maria, ela é um pouco grudenta, mas compensa bem por outro ponto de vista.

A nova turma de iniciados chegará em algumas semanas, e já estou me preparando para o treinamento junto com Lauren, que se tornou uma grande amiga e é instrutora dos que nasceram na Audácia.

Tivemos uma reunião com Max, que informou que a iniciação será um pouco diferente dessa vez, e que Eric estará presente durante os treinamentos. Não ficamos muito satisfeitos com isso, mas o que podemos fazer? O jeito é encarar a presença dele e continuar fazendo o nosso trabalho.


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Notas finais do capítulo

Digam o que vocês estão achando, ok?

:*



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