Imaginary Love escrita por Woodsday


Capítulo 16
Capítulo 15.


Notas iniciais do capítulo

Eu separei, porque tipo, odeio trocar de POV no meio do capítulo e acho que vocês finalmente merecem esse Oliver. Sério. A fic já está alcançando seus acontecimentos finais. laspasksapsa Pra nossa tristeza ): Ou seja, as coisas vão começar a acontecer. Espero sinceramente que vocês gostem! A musica do capítulo é Bennie and The Jets [https://www.youtube.com/watch?v=p5rQHoaQpTw]



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Oliver.

Eu encarei com desgosto o pequeno pedaço de pano que Felicity chamava de vestido. Ela estava absurdamente linda, mas as pernas de fora faziam com que um inusitado e horrível sentimento nascesse dentro de mim: Ciúmes.

– Negativo. - Neguei rapidamente.

– O que?! - Felicity praticamente gritou e então abaixou os olhos, encarando as próprias pernas e então me olhou chocada. - Porque? Você não gostou? - Sua expressão murchou chateada.

Um sorriso brotou em meus lábios, apesar de querer manter minha carranca. - Acredite, eu gostei.

– Então qual é o problema? - Perguntou inocentemente, as bochechas adquiriram o característico tom avermelhado e eu não consegui refrear meu sorriso.
– Felicity. - Eu soltei o ar, aproximando-me dela e vi Felicity prender a respiração, encarando-me com os ansiosos olhos azuis. Eu a fitei com diversão, completamente maravilhado pelas expressões tão sinceras da minha garota. Deus, havia coisa mais linda do que ela? - Acredite, você está muito linda.

Ela sorriu e então corou ainda mais. - Está com ciúmes?

– Talvez. - Eu balancei a cabeça e Felicity arqueou a sobrancelha, acusadora. - Tudo bem, eu estou. - Murmurei aproximando-me ainda mais dele e seu sorriso se tornou ainda mais aberto. - Você é minha, Felicity. - Pontuei com uma possessividade que me era desconhecida.

Era simplesmente... automático. Eu não queria outros homens olhando-a dessa forma. Parte de mim tinha consciência do quanto isso era absurdo, considerando que eu era o seu anjo da guarda e não deveria ter esse tipo de sentimentos em relação a ela, mas uma outra parte, uma parte irracional e quase humana... Bem, era realmente complicado conciliar os sentimentos dessa parte. Era uma confusão constante em minha cabeça, mas inevitavelmente, a parte mais humana e irracional se fazia presente, como um alerta vermelho.

Felicity era minha.

– Claro. - Ela assentiu ainda sorrindo. - Porque de quem mais eu seria, certo? Quero dizer, eu amo você e essas pernas aqui, são tipo, suas não é? Ninguém tocará nelas além de você... Não que eu esteja te pressionando... - Felicity arregalou os olhos, preocupada. - Você pode tocar quando quiser, quero dizer, se você quiser tocar não é?

Eu ri, observando-a atingir um tom ainda maior de vermelho.

– Vou parar de fala agora. - Murmurou escondendo o rosto em meu peito.

Eu a puxei para ainda mais próxima de mim. - Eu adoraria tocá-las. - Murmurei em seu ouvido e senti Felicity estremecer em meus braços. A reação causada nela me rendeu satisfação. Eu conhecia todos esses sentimentos em tese. Conhecia a ordem das coisas e como elas funcionavam. Mas estar vivendo isso? Era completamente diferente.

Sentir meu corpo corresponder a Felicity era diferente. Era como estar vendo tudo pela primeira vez - ainda que, tecnicamente, eu já soubesse de tudo isso.

– Ei! - A voz divertida de Sara fez com que Felicity e eu separássemos nossos olhares e minha loira corou ao fitar a amiga, eu simplesmente sorri, ajeitando-a em meus braços. - O casal Olicity está pronto para ir?

– Olicity? - Tommy questionou confuso. Ele fazia algo em seu celular e levantou a cabeça de repente, surpreso pelo apelido.

Eu ri quando Sara tornou a explicar o que ela chamou de "shippar" nossos nomes.

– Bem, vamos logo! - Cantarolou batendo palmas e Tommy resmungou algo sobre não ter mais idade para aguentar a animação da própria noiva. Felicity riu e caminhamos juntos em direção ao carro de Tommy.

Quando nos sentamos no banco de trás, ela se aconchegou em meus braços e a sensação era inédita, dei-me conta de que tinha tudo que precisava exatamente aqui, em meus braços. Meu mundo se resumia em Felicity, desde que eu vira seus olhos pela primeira vez, quando ela sorrira pela primeira vez. Era sempre Felicity.

– Você já cantou karaokê, Oliver? - Tommy questionou e Felicity me lançou um olhar matreiro, como sempre fazia quando compartilhávamos um segredo que só nós dois sabíamos.

– Na verdade, não. - Respondi com diversão exagerada e recebi uma cotovelada da loira. - Mas adoraria experimentar. - Continuei, agora mais contido.

Felicity me lançou um olhar aprovador e eu revirei os olhos. Logo, ela seguiu com Sara para dentro do bar, para colocar nossos nomes na lista do karaokê e Tommy me deu dois tapinhas nas costas, parecendo compreensivo.

– Acredite, cara. - Ele suspirou. - Elas ficam cada vez mais mandonas. Espere até se casar.

Eu tossi, surpreso com o rumo da conversa e Tommy riu ainda mais. Balancei a cabeça e adentramos o bar. Era um lugar movimentado, tocava uma música country diferente do que Felicity estava acostumava a ouvir. As mesas eram de madeiras e havia um balcão do lado esquerdo do bar, assim como um palco na parte da frente, onde dois microfones esperavam. Felicity e Sara voltaram-se para nós com sorrisos animados.

– Somos os segundos! - Cantarolaram e Tommy e eu nos entreolhamos com receio.

Ele estava tão animado para a cantoria quanto eu. O que eu não fazia para deixar Felicity feliz?

– Consegui um emprego. - Contei a ela depois de alguns minutos, uma mulher começava a cantar desafinadamente no palco e Tommy e Sara se entretinham em assobiar e a incentivar como se realmente conhecessem a moça.

– É mesmo? - Felicity abriu um sorriso animado para mim. O sorriso mais lindo do mundo.

Eu passei os braços pelo encosto de sua cadeira, e assenti com um pequeno sorriso. - John precisa de um treinador de boxe.

– Boxe? Você sabe lutar boxe? - A loira arqueou uma sobrancelha, parecendo genuinamente surpresa.

Eu dei um sorriso presunçoso para ela. - Sei fazer muitas coisas, Fel. - Pisquei e Felicity corou. Eu ri, sem me controlar. Sabendo o que provavelmente se passara por sua mente, ao constatar a mesma coisa Felicity grunhiu dando-me um soquinho.

– Acho que você está ficando muito engraçadinho, Oliver. - Revirou os olhos, tentando manter a expressão seria, mas quando me aproximei, depositando alguns beijos em seus rosto, ela voltou a sorrir. - E muito fofo. - Murmurou unindo nossos lábios em um beijo rápido.

Eu a puxei para mim, saboreando o gosto dos lábios macios de Felicity. Mais uma das sensações inéditas. Beijar Felicity. Eu provavelmente poderia fazer isso pela vida toda. E então, a frase sobre casamento de Tommy me veio a mente. Tentei imaginar Felicity vestida de noiva e ficou óbvio em minha mente o quanto isso seria incrível. Meu coração sobrenatural fazia-se presente em pensamentos como esse.

– Então você vai dar aulas? - Ela perguntou novamente, afastando só o suficiente para podermos nos olhar.

– Sim.

– De boxe.

– Sim.

Felicity soltou o ar, de repente as bochechas ficaram vermelhas. - De roupa.

– Sim. - Concordei rindo.

Ela abanou o ar, fazendo um gesto de mãos. - Não, quero dizer, de roupa decente certo? Porque eu juro, Oliver. Se eu chegar lá e você estiver sem camisa ou de regata com esses enormes e sexys braços de fora, eu vou ó... - Ela fez uma careta, jogando a cabeça para o lado e a língua para fora. Não pude evita rir ainda mais. - Não ria. Isso é muito sério. Você vira um anjo-homem.. morto.

– Sim senhora. - Concordei com divertimento. - Meus braços sexys são exclusividade sua. - Murmurei próximo aos seus lábios e vi Felicity prender a respiração mais uma vez, depositei um beijo suave na ponta do seu nariz, então outro em suas duas bochechas e finalmente em seus lábios. As mãos pequenas de Felicity apoiaram-se em meus ombros e ela aproximou-se ainda mais de mim. Um grunhido escapou de meus lábios ao sentir a ponta das suas unhas arranhando minha nuca.

– Oliver... - Ela murmurou, afastando-se quando o ar nos faltou e eu encarei seus olhos azuis com devoção, os lábios estavam avermelhados e inchados e então ela sorriu. - Você beija tão bem! - Completou e logo em seguida fechou os olhos. Eu ri, tendo certeza de que esse era um pensamento que ela queria guardar para si mesma.

– Obrigada, senhorita. - Murmurei voltando a beijá-la rapidamente.

Um pigarro nos tirou da concentração que mantínhamos um no outro e Fel corou sob o olhar dos amigos.

– É a nossa vez beijoqueira! - Sara cantarolou e vi Felicity fuzilar a amiga, ela se levantou desajeitadamente e então me olhou por um momento, parecendo envergonhada.

– Ok, seja lá o que for que você ouvir agora... É um momento de fraqueza. - Murmurou para mim e eu ri, assentindo.

– Já vi você cantar, Fel.

– Acredite, Olie. - Ela suspirou pesarosa. - Ficou muito pior depois que eu cresci.

Felicity subiu ao palco ao lado de Sara e as duas se curvaram como se fossem de fato cantoras.

– Isso vai ser um pesadelo. - Murmurou Tommy com diversão.

Eu o olhei compreensivo. - Ela não pode ser pior que Felicity.

– Acredite, ela é. - Ele afirmou com certo desespero e então rimos juntos.

Eu a amava, absolutamente. Mas Felicity era a pior cantora que eu já conheci. Sua voz atingia notas altíssimas e completamente desafinadas. E tanto quanto ela, Sara era igualmente horrível. As pessoas do bar eram carismáticas, porque as incentivavam e animavam para continuar a cantando, quando, provavelmente, todas elas queriam arrancar as duas de lá nem que fosse a força.

– Eu disse. - Tommy comentou categoricamente. - Muito ruim mesmo. E você tinha razão sobre Felicity.

Eu ri de sua careta. - Tommy, meu caro, você a ouvirá cantar pelo resto da vida, é bom se acostumar. Não é tão ruim depois de um tempo.

Tommy me encarou de repente, com a expressão séria.

– Você a ama, não é?

Eu assenti lentamente. - Mais que qualquer coisa. - A frase saiu sem dificuldade dos meus lábios. - Felicity é tudo para mim.

– Fico feliz por vocês, cara. - Ele sorriu abertamente, dando-me um tapinha camarada nos ombros. - Felicity é incrível, fico feliz que ela tenha alguém tão bom para cuidar dela.

– Eu também, Tommy. - Respondi e o assunto se encerrou.

Logo, Sara e Felicity voltaram animadissimas do palco, Sara sentou-se ao lado de Tommy, porém Felicity me encarou com os olhos pidões enquanto estendia a mão em minha direção. O músico começava a tocar uma melodia divertida e antes que eu pudesse controlá-la, Fel estava cantando para mim.

Hey kids, shake it loose together, the spotlight's hitting something. That's been known to change the weather... Vem, Oliver! Uma música? - Pediu com um sorriso gigantesco.

E completamente rendido pelo charme da loira, eu me levantei, acompanhando-a e seguindo até o palco, um enorme telão estava de frente para mim, onde passava a letra da música que Felicity maravilhosamente fazia o favor de estragar.

Say, Candy and Ronnie, have you seen them yet? But they're so spaced out, Bennie and the Jets!– Ela cantarolou mais uma vez, dando um empurrãozinho e eu revirei meus olhos.

But they're weird an they're wonderful. Oh, Beannie she's really keen.– Felicity riu maravilhada ao ouvir minha voz e eu me senti absurdamente ridículo em meio aquele palco.

Sara e Tommy assoviavam e davam gritinhos animadores. E no entanto, ainda que tudo fosse muito ridículo, havia aquele enorme sentimento que parecia tomar conta de mim sempre que se tratava de Felicity.

Era era linda, doce, inteligente e incrível. E quando a música terminou, eu a observei com verdadeiro fascínio e paixão. Me aproximei de Felicity, puxando-a e em meio aos aplausos de todas aquelas pessoas, eu a beijei. E então, não havia mais nada ao nosso redor, somente Felicity e eu. E toda aquela novidade que parecia me preencher.

Felicity era minha luz e eu a amava absolutamente por me fazer descobrir o que era viver verdadeiramente.

– Eu amo você, Felicity. - Sussurrei próximo ao seu rosto. Felicity piscou surpresa e então jogou em meus braços, beijando-me outra vez.

Essa era a verdade, afinal.

Eu estava completamente e vergonhosamente rendido a essa humana.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?