Touch-me only like you do. escrita por Sexiest, Director of dreams


Capítulo 26
Foi pra a gente


Notas iniciais do capítulo

Eu prometi a mim mesma que não abandonaria minhas histórias, então, aqui estou eu. Para mim mesma e para todos que ainda esperam ler o fim dessa história: Voltei!
— Adely :*



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Capítulo 26

“Foi pra a gente”

Loren Hannigan

 

Eu senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, uma lágrima solitária, que desceu lentamente pelo meu rosto, como se apenas para me lembrar que eu havia atingido o limite de água que eu derrubei dos meus olhos hoje. Eu estava bastante familiarizada com o ato de chorar, eu fiz tanto disso desde o momento em que eu tive que confrontar minha vida, um pouco mais de dois meses atrás, no meu lugar feliz, também conhecido como o quarto de Logan Heidy, que eu tenho certeza que eu poderia transbordar a piscina da mansão de Yolanda com as minhas lágrimas. Mas essa, que desceu totalmente solitária pelo meu rosto agora, foi a mais dolorida de todas, porque essa foi para Logan. Foi para dor que eu vi espelhada em seus olhos, para o peso de responsabilidade que eu conseguia enxergar, fisicamente, pesando sobre seus ombros. Foi para a saudade, para o coração partido, para o sentimento de abandono que eu consegui enxergar nos seus olhos. Foi tudo para ele, para o ‘a gente’ que nunca pode ir para lugar algum.

Eu não sabia o que fazer, não havia um protocolo, não havia um manual, uma regra de etiqueta, uma ordem de decoro ou alguém para me dizer o que fazer aqui. Não havia Carter ou Colin para sussurrar no meu ouvido meu próximo movimento. Não havia nada, e, ao mesmo tempo, havia tudo. Aqui, a vida era real. Aqui, a Loren mecânica que havia sido forjada por todas as situações impostas, a que poderia lidar com qualquer coisa com uma cara séria, para apenas desabar quando estivesse sozinha, em seu apartamento meio-vazio, não existia. E quando a realização disso bateu, todos os sentimentos, toda saudade, toda tristeza, toda dor, preocupação, desespero, desolação, todo amor; todo maldito sentimento me atingiu como se fosse uma carreta desgovernada e eu, um muro sólido de frieza no meio do caminho.

Meu corpo inteiro tremeu. Minha garganta se apertou tanto que eu sentia que eu ia sufocar a qualquer momento. Meu corpo se moveu sozinho em direção a Logan e eu parei na frente dele, sem saber o que fazer.

Sem saber se eu deveria toca-lo. Se eu poderia ir com todo o desejo do meu coração e me jogar nele. Sem saber se ele me pegaria se eu fizesse. Eu abrir a boca, e as palavras não saíram. Havia muito o que dizer, sobre nós, sobre Chris, sobre ter ido embora; e, ainda assim, não havia nada que eu pudesse dizer que alcançaria a dimensão do todo. Eu tentei novamente abrir a boca, e tudo que saiu foi um pequeno barulho de engasgo. Meus olhos ainda estavam nele, que ainda estava encostado na parede, punhos apertados, como se ele não soubesse o que fazer com eles, ou como se ele estivesse tentando muito duramente se manter parado. Sua cabeça e o ombro esquerdo estavam inclinados contra a parede e ele me observava, sem mover os olhos e sem reagir, enquanto eu lutava com tudo o que estava fervilhando dentro de mim. Logan estava estático, e o ar parecia suspenso ao nosso redor, como se até ele ansiasse sobre o que aconteceria a seguir.

Eu não sei por quanto tempo isso se estendeu, mas quando eu finalmente conseguir forçar alguma coisa através do nó apertado que era minha garganta, a única palavra que saiu foi seu nome, e isso foi tão quebrado, trêmulo e sem folego, que soou doloroso até aos meus próprios ouvidos.

­­— Logan.. — eu disse, minhas pernas tremendo, meu corpo quase fisicamente cedendo a todo ocorrido.

Eu ainda olhava diretamente em seus olhos, e dor brilhou nos dele. Ele tinha todo o direito de apenas olhar para mim, de não retornar a única palavra que eu consegui cuspir, mas, em um flash de movimento abrupto, Logan estendeu a mão e alcançou a parte de trás do meu pescoço, ao mesmo tempo em que desencostava da parede. Então ele me puxou diretamente para ele, guiou minha cabeça para o seu peito, a mão direita enrolada na minha nuca, a esquerda foi para a minha cintura e me trouxe perto. Quando não havia mais um milímetro entre nós, ele enterrou o nariz no meu cabelo, que estava empilhado no topo da minha cabeça, e puxou um folego profundo.

Eu senti o seu aperto familiar ao redor do meu corpo, respirei o cheiro da sua camisa, onde meu rosto estava enfiado, minhas mãos indo em volta dele desesperadamente, e ouvi ele sussurrar uma única palavra.

— Porra

E então eu comecei a chorar novamente.     


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui: Muito obrigada por ainda estar aqui!
Vejo vocês em breve, no proximo cap.



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