Touch-me only like you do. escrita por Sexiest, Director of dreams


Capítulo 25
Fraqueza


Notas iniciais do capítulo

Bem...



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Capítulo 25

"Fraqueza"

Loren Hannigan

Minha respiração alterada deve ter soado mais alto do que eu pensei, porque Logan levantou a cabeça e olhou diretamente para mim.

Foi a primeira vez que eu não pude ler seu olhar.

Eu queria dizer alguma coisa, eu queria correr para ele. Abraça-lo, respira-lo. Queria sentir sua pele na minha, seus braços ao meu redor. Mas ele apenas ficou lá, sem mover um músculo do lugar.

Meu olhar não desviou um segundo, totalmente focado nele. Talvez por isso eu tenha perdido a grande figura que caminhava até mim. Cambaleei dois passos para trás quando um grande corpo se chocou contra o meu. Braços me envolveram, me impedindo de cair de bunda no chão. Desviei o olhar do homem que tinha estrelado cada um dos meus sonhos, bons e ruins, por dois meses, para ver quem me segurava.

Calebe tinha a expressão mais perdida que eu já vi alguém sustentar. A emoção crua carregada em seu olhar trouxe novas lágrimas ao meu rosto. Ele parecia jovem e tão assombrado. Ele não falou nada, apenas me abraçou, como se ele precisasse desesperadamente de alguém para segurá-lo. Eu sabia que todos os meninos estariam sofrendo por Chris, mas Calebe era o que mostraria mais, ele não está acostumado a inibir ou tentar esconder suas emoções, ele deixava-se sentir e, enquanto qualquer pessoa normal estaria tentando fugir ou bloquear a dor, ele correria diretamente para ela, enfrentando-a.

— Oh, querido — eu arquejei quando finalmente saí do meu torpor e coloquei meus braços ao redor dele. Calebe dobrou todo o seu grande corpo para ficar ao meu alcance, enterrou a cabeça no meu pescoço e então ele chorou, grandes lágrimas silenciosas.       

Foi um tempo antes que Calebe estivesse preparado para me soltar. Quando suas lágrimas estavam sobre controle, ele desembaraçou os braços de mim e segurou meu rosto, olhando profundamente dentro dos meus olhos, antes de beijar minha testa e sussurrar — Obrigado.

Pela intensidade nos seus olhos e no seu tom de voz, eu sabia que ele estava se referindo a obscena quantia de dinheiro que eu tinha depositado para cobrir qualquer despesa que Chris tivesse, inclusive a cirurgia que salvaria sua vida.

Eu queria dizer a ele para não me agradecer, porque eu não me sentia merecedora dessa gratidão. Eu poderia ter feito isso antes. Inferno, eu poderia ter feito isso enquanto ainda morava debaixo do mesmo teto que eles. Chris não precisava ter passado por nada disso, se eu tivesse sido boa o suficiente para enxergar a carga das outras pessoas, invés de apenas a minha.

Esse tipo de gratidão, tão sincera e desinibida, que eu sabia que vinha da solução de um problema desesperador; essa genuína demonstração de alívio, me humilhou.

Me fez doer em locais profundos.

Eu não pude dizer nada, no entanto. No minuto que Calebe me soltou, Matt estava lá me abraçando.

Matt não chorou, seu rosto era duro, mandíbula apertada. Ele não estava confortável em mostrar suas fraquezas, por isso segurou tudo que sentia para si mesmo. Mas ele estava sofrendo tanto quanto Calebe. Ele me segurou apenas por um momento, mas o pequeno aperto, logo antes de me soltar, me disse que ele também precisava disso. Ele também precisava ser segurado.

Pobres meninos quebrados...

Eles não tinham ninguém para isso. Ninguém para dizer que era tudo bem estar triste, ou que os segurasse quando chorar fosse necessário. Ninguém que os confortasse. Nenhum deles.

Eu senti mais lágrimas deslizarem pelo meu rosto quando Matt me soltou. Ele limpou-as, e, como Calebe fez, segurou meu rosto entre suas mãos enormes e me olhou nos olhos profundamente. Matt, no entanto, não disse uma palavra quando beijou minha testa. Ele não precisava. Seu olhar me contou tudo que eu deveria saber.

Haviam mais cinco pessoas na sala de espera. Beth se levantou quietamente, Elle deitada em seu peito, se aproximou e me abraçou usando seu braço livre. Antes de se afastar, ela disse no meu ouvido: — Fico feliz que você está aqui. Eles precisavam disso.

Eu fechei os olhos por um momento e suspirei, repetindo na minha cabeça. Eles precisavam disso.

Porra.

Rachel foi a próxima. Ela veio para mim em um turbilhão de lágrimas e soluço. E eu a abracei, sentindo o desespero fluindo dela. Eu sabia que ela amava Chris, mais do que qualquer um dos dois jamais teve a coragem de admitir. Eu sabia que estava matando ela não ter resolvido a situação entre eles antes que todo esse drama acontecesse. Eu sabia como machucava o pensamento de perder alguém a quem se amava, por isso eu tentei consola-la, dizendo a ela que ia ficar tudo bem, que ele ia sair dessa.

Ela precisava acreditar. A desesperança é um poço sem fundo, mesmo a dor da incerteza era melhor que isso.

Eu abracei Rachel até que minhas pernas doeram e nós duas ameaçamos colapsar no chão frio do hospital.

Calebe veio até nós e puxou Ray de mim, levando-a de volta para as cadeiras, onde ela se enrolou no peito dele, ainda chorando.  

Quando eu fiquei sozinha, ainda de pé, um passo dentro da sala, encarei as duas pessoas que faltavam. Meu irmão me deu um aceno triste, mas não fez nenhum movimento na minha direção. Nós dois sabíamos que havia mais um garoto quebrado com que eu precisava lidar antes que pudéssemos resolver nossas recentes desavenças.

Deixei meus olhos caírem em Logan.

Ele ainda estava olhando para mim. Durante todo o tempo em que os outros estiveram comigo, eu podia sentir o peso do seu olhar em mim. Estávamos a uma pequena sala de distancia um do outro, mas havia um abismo gigantesco nesse espaço. Havia um monte de palavras não ditas, dois meses inteiros de dores não avaliadas. Havia ansiedade, medo, arrependimento. Havia mágoa, solidão, abandono.

Havia um amor nunca declarado, mas despedaçado.

Uma profundidade de emoções, uma profusão de lembranças.

As vontades impalpáveis tornavam pesado o ar a nossa volta. O desejo de consolo, de um abraço, um beijo, um cheiro.

A dor daquilo que não se pode ter, ou devolver.

O tempo estava parado ao nosso redor, os ruídos do ambiente ficaram distantes. As cores empalideceram.

Minha respiração estava presa no meu peito.

Com muita dificuldade, dei um passo para frente, para ele.  

.♥.

(Para o caso de ainda não estarem surtando...)

Logan Heidy

 

Como era possível que todo o seu corpo fosse consciente da presença de uma pessoa? Era como se eu estivesse dormente por meses, e, de repente, apenas a presença dela na mesma sala que eu, fazia todo meu corpo formigar.

Ela vestia calça de pijama, o cabelo estava uma bagunça, mas ela ainda era a porra da mulher mais bonita que eu já tive o prazer de pôr meus olhos. Ela ainda tirou todo o fôlego do meu peito quando olhou para mim.  

O desejo de leva-la em meus braços era tão grande que eu tive de tencionar todo o meu corpo na força de permanecer parado, cerrar meus punhos até que minhas unhas beliscassem as palmas das mãos.

Assisti parado enquanto ela abraçava cada um dos meus irmãos e as meninas. Eu não podia tirar meus olhos dela, como se a qualquer minuto ela fosse desaparecer. Não posso dizer que não aconteceu antes.

No momento em que os olhos dela estavam no meu novamente, eu tremi. O desejo correndo por todo o meu corpo. De senti-la, de segurá-la.

Ela deu um passo na minha direção e eu quis correr.

Dois meses, porra.

Dois meses sem olhar para ela, falar com ela. Dois fodidos meses sem sentir seu corpo contra meu, seus lábios. Sem ver seu sorriso de manhã, ou ouvir seu pequeno suspiro antes de adormecer.

Dois meses onde parecia que eu estava vivendo sem parte de mim mesmo.

E agora, com ela parada na minha frente, ao alcance dos meus braços, eu desejei que ela não estivesse, porque eu sabia que, um toque dela, e eu desmoronaria.

E eu não podia me dar ao luxo de desmoronar novamente. Não agora, quando todo mundo precisava de mim. Ainda assim, eu era impotente. Eu não podia me forçar a dar um passo para longe dela.

Assisti debilmente ela caminhar até mim, e, no segundo em que ela estava na minha frente, um arrepio passou por todo meu corpo.

Eu nunca me senti tão fraco na minha vida.

Todas as barreiras que vinham me mantendo de pé e funcionando, foram derrubadas pela simples presença dela. Meu corpo sabia a quem pertencia. Sabia onde ela pertencia.

Loren parou a uma respiração de distancia de mim, como se algo dentro dela estivesse a rasgando em duas partes iguais, e eu entedia isso, porque me sentia da mesma forma. Puxado entre o desejo de me agarrar a única coisa que eu quis em dois meses, e o conhecimento de que ela me desmontaria.

Nossos peitos arfavam, as respirações eram ofegantes. O tempo ficou suspenso ao nosso redor.

A dor nos olhos dela era a mesma que eu via refletida no espelho toda manhã. O roxo das olheiras era o mesmo estampado na minha cara. A saudade, o vazio, o desespero, todos sentimentos muitos familiares.

Ela tinha chorado todo o tempo que ela esteve nessa sala, mas, neste momento, quando uma lágrima deslizou pelo rosto dela enquanto ela olhava nos meus olhos, eu senti o impulso incontrolável de colocar meus braços ao redor dela. Porque aquela lágrima não foi para Calebe, não foi para Matt, ou toda a situação de Chris; aquela foi para mim. Para nós dois. Para o lugar infernal que tinha sido os dois últimos meses. Aquela lágrima foi o sinal de que tudo que ela estava contendo dentro dela tinha sido demais, estava transbordando a capacidade.  

E eu podia suportar muito, eu podia fingir que eu era forte. Mas eu jamais pude suportar vê-la sentir dor e não fazer nada.


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Notas finais do capítulo

Me digam: como vcs estão lidando com isso?
Porque eu não estou bem...