Touch-me only like you do. escrita por Sexiest, Director of dreams


Capítulo 14
Perfeita pra caralho.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é inteiramente dedicado a Luna Lima, porque ela foi a incrível leitora que nos deixou nossa primeira recomendação, e foi uma senhora recomendação!

Garota,
eu não sabia se ria de felicidade, se chorava de emoção ou se ficava tocada com suas palavras bonitas, então, eu fiz as três coisas.
Eu não tenho nem como começar a te agradecer. Acho que você resumiu Logan e Loren perfeitamente, e demonstrou em suas palavras o mesmo amor que eu tenho por eles dois.
Obrigada pelo sorriso que eu não consigo tirar do meu rosto desde que eu li a sua recomendação. Foi muito importante e especial para mim.
E falo por mim, porque eu tenho certeza de que a Ava vai querer agradecer por ela mesma.
De qualquer forma, me senti no dever de escrever um capítulo e dedica-lo a você, apenas para minimamente lhe agradecer por esse carinho tão especial! Aqui está ele.
Do fundo do meu coração, espero que goste.
Com amor,
Adely.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/624383/chapter/14

Eu realmente não sabia o que era pior: saber que ela ia me deixar, ouvir sua triste história de vida ou ver ela quebrar. Se eu tivesse que escolher, eu não saberia dizer. Todas as opções me deixavam com o coração quebrado por ela, e por mim também. A essa altura, eu tinha bastante certeza do que eu sentia por ela, e, depois de ouvir tudo que ela tinha a dizer, eu não soube como reagir. Não saber estava se tornando uma coisa muito fodida.

Neste momento, eu queria muito ser uma pessoa egoísta, porque assim eu apenas cairia de joelhos e imploraria para que ela ficasse, mas eu tanto não era desse jeito, quanto não podia me obrigar a ser. Não importa o quanto sua partida iria causar de danos irrecuperáveis ao meu coração, eu colocaria as necessidades dela em primeiro lugar. E, se Loren, realmente, tinha que ir, eu a deixaria ir.

Um pouco de desconforto se instalou no meu peito no momento que eu entendi a dimensão daquilo que ela me contou, de quem ela era, e o que ela tinha, principalmente. Fui capaz de compreender que ela não gosta do que seu avô deixou para ela, porém, a realidade factual não pode ser mudada, nesse caso. E assim, eu sabia que tudo que eu podia oferecer a Loren, não seria o suficiente.

Não importava o quanto eu a amava, eu, literalmente, não tinha nada para oferece-la. Nada além do meu amor.

Ela ainda estava envolvida nos meus braços, suspirando um pouco depois que terminou de chorar, quando o seu celular (aquele que eu não fazia ideia de que existia) tocou. Então, Loren lentamente se afastou, olhando para mim com um pedido de desculpa inaudível. Eu lhe ofereci um pequeno sorriso tranquilizador, e ela sorriu de volta antes de levantar do meu colo e ir atender.

Eu apenas fiquei sentado na minha cama, sem saber que porra fazer. Dizer que estava surpreso, era pouco. Eu estava chocado pra caralho. Talvez fosse culpa da minha ingenuidade, porque, uma vez que eu tive Loren contra mim, na minha casa, dormindo nos meus braços, eu apenas supus que ela ficaria lá para sempre. E agora, ela está indo de volta para sua casa, em Chicago, a 3.446 desesperadores quilômetros de mim, com nenhuma chance de retorno.

Eu não podia quantificar o quanto isso estava me matando. Não podia sequer formular alguma coisa para dizer a ela, nem mesmo quando eu sabia que ela estava sofrendo. Eu não tinha ideia de como agir, ou reagir, ou do que fazer, ou de como seguir em frente depois que ela se fosse.

Gostaria de dizer “eu vou com você, amor”, e tanto quanto eu queria, eu sabia que tinha mil e uma coisas que me impediam de fazer exatamente o que o meu coração queria tão desesperadamente que eu fizesse. Eu não tinha dinheiro para ir com ela; eu não podia me dar ao luxo de parar de trabalhar; eu tinha meus irmãos para cuidar; eu tinha um aluguel atrasado e a porra de uma conta média fodidamente gigantesca para quitar daqui a alguns meses. Eu tinha responsabilidades, e eu queria que Loren fosse uma delas...

Mas ela não precisava de mim para absolutamente nada. O que era, bem, porra, triste pra caralho.

 — Carter... — Loren suspirou ao telefone, fazendo com que todos os pelos do meu braço se arrepiassem de ciúmes. Eu não conhecia o tal do Carter, tudo que eu sabia é que eles eram amigos; que ela confiava nele; que ele era rico e podia dar a ela uma vida que eu não podia; que ele estava onde ela deveria estar, e eu não. Isso me fez odiá-lo com tanta intensidade que eu, literalmente, tive que cerrar os punhos apertados na beirada da cama, onde eu permanecia sentado.

Foi a primeira emoção não embaralhada e completamente reconhecível que veio até mim desde que ela me contou tudo o que estava acontecendo, e eu dei boas-vindas a ela. Não importava que eu não tinha nenhum direito sobre Loren, ou que eu não tinha certeza de como era a relação entre ela e Carter. Eu estava cego de ciúmes, e eu não me forcei a engoli-lo. Eu não conseguia distinguir meus outros sentimentos muito bem, de forma que, eu me agarrei ao que eu pude nomear. Era mais fácil lidar com a raiva que eu sentia dele.

Eu baixei meu olhar para o chão, no exato local onde uma talisca de madeira se encontrava com a outra, pensando o quanto eu gostaria de conhecer o tal engomadinho nomeado de Carter, apenas para socar o rosto ridiculamente caro dele. Minha respiração era praticamente um chiado raivoso no momento em que Loren proferiu suas próximas palavras exasperadas, chamando minha atenção de volta para ela.

— ELE FEZ O QUÊ? — Ela praticamente gritou. — Carter, como assim o Chase FUGIU de casa, caramba?! — Loren perguntou em um tom ligeiramente desesperado, e então encontrou meus olhos com alarme colorindo suas feições. — Porra! Porque ele faria isso? Onde ele foi? Você falou com o Colin? — Ela atropelou.

Então ouviu, ouviu e suspirou.

— Merda. Sim, okay. Eu vou encontra-lo. — Ela disse ao cara do outro lado, e então parou para escuta-lo, mais uma vez. — Eu sei, eu sei. Marque os compromissos para a segunda, okay? São apenas quatro dias, Carter. Você pode lidar com Harris. Eu vou encontrar o Chase e a Nicole, e então vou pra aí no domingo, eu prometo. — Ela suspirou, novamente. — Certo, mande para o meu e-mail, eu vou checa-lo. Obrigada, vejo você em breve, C.

“C.” Eu repeti mentalmente em desgosto, antes de registrar o restante da conversa. Porra, ela estaria indo embora daqui a quatro dias. QUATRO. MALDITOS. DIAS.

Como eu poderia simplesmente digerir essa informação sem morrer de indigestão? Não podia. Eu praticamente já conseguia sentir ela me deixando, sentir meu coração partindo em pedaços irregulares e então murchando. Eu aprendi a viver cada minuto do meu dia em favor dela. Loren era tudo que eu pensava. Não haviam doenças, trabalhos muitos pesados, falta de dinheiro ou qualquer outro problema que eu não esquecesse com um simples sorriso dela.

Isso foi o quanto Loren iluminou a vida mais ou menos que eu vinha levando. Eu pensava ser feliz antes de conhece-la, agora, eu tenho certeza que qualquer período antes dela ficaria pálido em comparação. Tanto quanto eu tenho certeza que, depois que ela se for, eu, pela primeira vez, viverei a infelicidade.

— Logan?

Sua voz doce se infiltrou nos meus pensamentos cada vez mais cinzas e depressivos. Eu não gostava do meu prospecto de futuro, e eu estava fazendo careta para o chão de madeira imaginando ele. Eu não tinha percebido que havia tirado meus olhos dela, mas sua voz me fez levantar a cabeça e encontrar seu olhar, mais uma vez.

— Sim, querida?

Ela sorriu com o termo carinhos que eu descuidadamente empreguei para ela. Não foi de propósito, ele apenas escorregou para fora diretamente do meu coração para a minha boca. Loren tentou esconder sua reação, mordendo o lábio inferior, mas era inútil. Ela gostou tanto do termo que ela não podia conter.

Ela caminhou para mim, com um meio sorriso ainda em seus lábios. Parou na minha frente e eu abri minhas pernas dando espaço para ela se aproximar tanto quanto ela desejasse. E ela fez isso até que eu podia sentir seus seios contra meu peito a cada vez que eles subiram e desceram com a respiração dela.

Eu amava senti-la contra mim. Muito. Tanto...

Sem poder conter minhas reações entorno dela, eu levantei meus braços, finalmente deixando meu agarre sobre a ponta da cama, e então circulei-os ao redor da cintura dela, puxando-a mais perto. Seu rosto estava tão perto do meu que eu podia sentir sua respiração quente. Seus olhos pesaram, e encontraram os meus com as pálpebras levemente semicerradas, e então ela levantou as mãos e passou pelos meus cabelos. Suavemente.

Eu não ousei desviar meus olhos dela, mas tudo que eu queria era gemer em apreciação e fechar os olhos de tão bom que esse pequeno toque pareceu. Os olhos de Loren caíram para os meus lábios, e, por breves milésimos de segundo, eu achei que ela fosse fechar a distância entre nós e colocar seus lábios sobre os meus. Eu desejei que ela fizesse exatamente isso, sem me importar nem um pouco se ela fosse a única a tomar um passo para a frente na nossa relação, qualquer que fosse ela. Porém, no segundo em que ela se aproximou minimamente, seu celular, que eu estava aprendendo muito rapidamente a odiar, soou alto, avisando que ela tinha recebido uma mensagem, e quebrando completamente o clima.

Loren não olhou para ele, ou se afastou, mas eu pude ver que a interrupção quebrou qualquer convicção que ela tinha, e, deixando de lado o que claramente ia fazer, Loren deitou sua cabeça na curva do meu ombro, com um leve suspirar triste, e eu concordei com ela, suspirando a minha própria maneira.

Ela ficou por ali um tempo, com minhas mãos automaticamente esfregando suas costas. Havia algo sobre Loren que me fazia ter a necessidade de manter-me tocando nela quando ela estava perto de mim, e de desejar estar fazendo isso, quando ela estava longe. A franca verdade é que eu não me importaria, nem um pouco, de toca-la para o resto da minha maldita vida. Somente ela.  

Depois de um tempo, Loren pareceu se lembrar do que ia me dizer quando chamou o meu nome, antes de quase me beijar e ser interrompida. Ela se recompôs numa postura reta, ainda na minha frente e próxima ao meu corpo, só que dessa vez, ao invés do olhar aquecido de carinho e desejo que ela havia me jogado anteriormente, ela me fitava com gravidade e preocupação.

— Eu tenho que encontrar o meu irmão, Logan. — Loren disse pesarosamente. — Chase saiu de casa no início da semana sem avisar a ninguém. Colin ficou um pouco desesperado e ligou para o Carter, implorando para ele encontra-lo. — Ela soltou o ar que estava segurando, antes de continuar. — Não foi muito difícil, na verdade. Chase levou Nicole, sua melhor amiga, com ele, e a mãe dela sabia para onde eles tinham ido, felizmente. Carter me deu o endereço que a Senhora Dale lhe deu. Eu preciso encontra-lo antes de ir, porque Carter tem a sensação de que algo não está certo, e, honestamente, eu também.

— Onde ele está, querida? — Eu questionei, desta vez, propositalmente empregando o termo carinhoso na frase. Eu queria aquele lindo olhar de volta no seu rosto, e ela não me decepcionou. Novamente, Loren mordeu seu lábio, tentando conter sua reação de prazer em me ouvir chama-la daquela forma. Suas bochechas estavam quentes e num belo tom de rosa, quando ela respondeu.

— Bem, ele está aqui, na Califórnia.

...

O irmão da Loren estava morando em Overland Avenue, próximo ao bairro de Westwood em Los Angeles. Levou pouco mais de uma hora de carro a partir de onde morávamos até a porta do prédio luxuoso que o GPS do celular de Loren nos informou como sendo o local onde seu irmão estava. Era perto de nove horas agora, e eu sabia que estaríamos voltando tarde para casa, mas eu não pude me importar menos com isso. Não me interessava se eu ficaria andando como um morto vivo quando tivesse que acordar às seis da manhã para trabalhar amanhã. Se Loren ficaria apenas mais quatro dias por aqui, eu teria a maldita certeza de estar tanto com ela quanto possível.

Eu até estava seriamente pensando em cobrar alguns favores de colegas meus, para me cobrir no trabalho. Eu gostaria de passar um dia inteiro com Loren, num lugar que se tornaria especial para nós dois, então eu iria beija-la, sem que nada pudesse nos interromper. No caminho quase inteiramente silencioso até aqui, com Loren sentada no lado do passageiro do meu velho carro, e com sua pequena mão na minha, eu cheguei à conclusão de que, não importava se ela estava indo embora em breve. Eu iria deixar bem claro para ela como eu me sinto, tanto porque eu quero quanto porque eu sei que ela precisa saber. Não havia maneira nenhuma de eu deixar ela ir embora sem saber o quanto encontra-la foi um presente para mim. O quanto ela é especial. E o quanto eu a amava.

Loren estava falando com o rechonchudo senhor na portaria, no momento em que eu me aproximei depois de estacionar o meu carro na primeira vaga que pude encontrar, sem deixar de notar o quanto ele parecia deslocado em relação aos outros veículos na rua. Assim como eu mesmo parecia deslocado parado na recepção do luxuoso complexo de apartamentos, usando uma camisa branca simples e uma calça jeans eu já viu dias melhores. E, como se eu não já tivesse consciência de que não pertencia aquele lugar, o olhar do porteiro teria me garantido, quando avistou algumas tatuagens espreitando pela manga direita da minha camisa. Eu não tinha um braço fechado, como Thomas, mas eu tinha algumas lá.

Loren parecia gostar delas, e era o suficiente para mim. Eu não me importava com o porteiro metido a besta me olhando torto por causa delas.

Depois de me olhar de soslaio, ele levantou um dedo para Loren, pedindo que ela esperasse, e então puxou um telefone do gancho e discou. Enquanto ele falava baixo e suavemente com alguém, eu me aproximei de Loren e coloquei meus braços ao redor dela, puxando-a para mim, e, quando ela deitou sua cabeça no meu peito e suas mãos agarraram meus braços para mantê-los, eu beijei sua testa antes de descansar meu queixo sobre sua cabeça.

Foi um movimento tão natural para nós, e nunca tínhamos feito antes.

— Você encontrou ele, baby?

Ela balançou a cabeça, afirmando, mas isso foi tudo o que ela se moveu, parecendo satisfeita em ficar onde estava.

Loren ainda estava nos meus braços quando o porteiro bateu suavemente o telefone de volta no gancho, e então, com um olhar entediado, se virou para onde estávamos.

— Senhorita Hannigan, você pode subir. Senhor Chase está esperado por você.

Eu não perdi que o porteiro não se importou em me incluir, eu apenas lancei a ele um sorriso de escarnio por cima do ombro quando Loren começou a me puxar com ela em direção aos elevadores dourados no fim do salão.

— Quinto andar, Senhorita. — Ele gritou atrás de nós, em um movimento tardio.

Loren não se virou quando respondeu: — Eu sei onde ele está.

A viagem não durou muito tempo, e, em poucos minutos Loren e eu estávamos parados em uma das duas portas do quinto andar. Duas portas num fodido andar. Duas.

Ela levantou a mão com a intenção de bater, mas não chegou a conseguir. A porta se abriu antes que ela fizesse, revelando um garoto alto sem camisa. Eu não reparei naquele momento no sorriso encabulado, porém enorme que ele dava a Loren, ou no quão parecido com ela, ele era. Não reparei no cabelo loiro despenteado, que era apenas um tom mais claro que o de Loren, ou nos olhos verdes como duas gudes.

Meu olhar bateu primeiro no lado direito do seu peito e na tatuagem mais foda que já tive o prazer de por meus olhos. Era comprida, cobrindo todo o lado do peito e a parte de cima do ombro, e tinha incríveis detalhes intricados que formavam uma garota desenhada da cintura para cima, com o cabelo jogado de lado e caindo pesado e sedoso sobre um ombro. Ela olhava para frente, apenas encarando, me encarando, com seus grandes olhos verde-hazel.

Eu conhecia aquela garota.

— Porra... — Eu suspirei em reverência, antes que pudesse me conter.

Era Loren.

Era Loren, lindamente desenhada e tatuada no peito do seu irmão.

Perfeita pra caralho.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí gente, o que acharam do Logan nesse cap? O que esperam dos próximos? Não esqueçam de dizer.
...
Eu ainda não respondi os comentários do cap passado, mas eu vou fazer isso mais tarde. Acreditem, eu ainda não dormir, e já são 05:20 da manhã. Eu estava ansiosa para terminar esse cap, e posta-lo dentro do prazo certinho, então perdoem, ta?
De qualquer forma, MUITO OBRIGADA A TODAS AS MENINAS QUE COMENTARAM!!!
E, LUNA LIMA, muito obrigada, mais uma vez!!! ♥ ♥ ♥
...
P.s.: Viram a capa nova? *o*