Hermione Pov’s

— Sabe, você não deve lembrar-se de mim nos tempos de escola. – levantei o olhar para a garota. – Eu não estudava em Hogwarts.

Franzi o cenho, pensando em como ela poderia me conhecer, então.

— Eu conheço o Draco desde pequena. Costumávamos brincar quando crianças. – encolheu os ombros.

Seu olhar era tão melancólico e perdido que eu começava a ficar confusa. Não teria como ela ser a mesma pessoa que tinha cortado meu cabelo há um tempo atrás.

Pensei em perguntar o que tinha acontecido, mas parei ao ver seu olhar transformando-se em um de total fúria.

— Draco adorava minha companhia até entrar na escola. – seu sorriso era cínico e causava-me arrepios. – E então, ele conheceu uma garota.

Senti meus batimentos cardíacos acelerarem.

— Uma bruxa que era filha de trouxas. – levantou-se da cadeira, vindo em minha direção. Comecei a arrastar-me para longe dela até que fui barrada pela parede.

Engoli em seco, sentindo o desespero consumir-me.

— Ele odiou-a no começo. – não pude evitar ficar triste ao escutá-la. Draco realmente tinha me odiado algum dia. – Mas, depois, por algum motivo, ele acabou se apaixonando por ela.

Arregalei meus olhos ao vê-la a poucos metros de distância de mim. Em sua mão, a mesma tesoura que havia cortado meu cabelo. Merlin, onde mais ela queria cortar?

— Eu fui idiota, sabe, deveria ter te eliminado assim que descobri sobre você. – prendi minha respiração, sentindo meu coração falhar uma batida quando vi a tesoura ser levantada em minha direção.

Fechei meus olhos, não querendo ver onde seria o ataque. Um som estrondoso fez-se presente e ambas viramos-nos para a porta. Sorri, aliviada.

Era Draco e a polícia.

— Hermione! – ele correu em minha direção, enquanto que os policiais iam interceder a garota. Olhei-os, não querendo que machucassem-na, apesar de tudo.

— Você não pode me abandonar, Draco! – ela gritou, tentando soltar-se do policial.

— Samantha, você precisa voltar a clínica e se tratar. – vi Draco aproximar-se dela. – Precisa curar-se.

— Por que você me abandonou? – arregalei meus olhos ao vê-la chorando. – Você era o meu único amigo. Você disse que ficaria ao meu lado para sempre!

— Eu não te abandonei. Foi você que se abandonou primeiro. – Samantha lançou um último olhar em minha direção e eu senti como se ela quisesse pedir desculpas. Eu senti como se ela estivesse realmente arrependida.

Draco puxou-me para um abraço forte e eu permiti que minhas lágrimas passassem a molhar meu rosto e sua camiseta. Estava tudo bem, novamente.

Olhei para cima e encontrei os orbes de Draco. Os olhos que eu temi nunca mais poder ver.

— É, parece que não irei me livrar de você tão cedo. – senti uma veia saltar de minha testa ao escutá-lo.

— Destruidor de momentos. – reclamei com um bico e Draco apenas sorriu de canto, puxando meu rosto de encontro ao seu, colando nossos lábios.

Sorri em meio ao beijo. Não seria qualquer coisa que iria separar-me dele.

—-x--

Autora Pov’s

Abriu os olhos lentamente, acostumando-se com a claridade e com o irritante som que faziam em sua porta. Suspirou pesadamente, levantando-se de sua aconchegante cama e caminhando em direção à porta para abri-la.

— Draco, carta para você! – franziu as sobrancelhas em surpresa ao deparar-se com Henry. Viu o envelope rosa sendo estendido para ele e pegou-o, curioso. Pensou em perguntar de quem era, mas Henry já tinha ido embora.

— Quem raios me mandaria uma carta a essa hora da manhã? – resmungou, voltando a sua cama e sentando-se nela.

“Bom dia, Malfoy.

Quero que venha para minha casa hoje, tenho um presente para lhe entregar.

— Hermione.”

Sorriu, malicioso. Levantou-se, animado para ir ver a namorada. Ele já até imaginava o que podia ser o tal presente.

—-x—

Tocou a campainha do apartamento da castanha, tinha um buquê de flores em mãos. Sentia-se ansioso, embora não soubesse o motivo. Ou talvez soubesse e não queria admitir.

Esperou por alguns minutos e a garota não veio lhe atender. Bufou, impaciente, passando a apertar o botão constantemente.

— Com licença. É o senhor Malfoy? – virou-se ao escutar alguém lhe chamando. Era o segurança do prédio. Assentiu e viu-o sorrir. – A senhorita Granger pediu que eu lhe entregasse.

Draco fitou a chave, confuso. Hermione não estava em casa?

— Ela não me disse mais nada. – encolheu os ombros e o loiro somente assentiu novamente, pegando a chave e entrando no apartamento.

Arqueou uma de suas sobrancelhas ao ver um papel pregado bem na entrada da sala, chamando bastante atenção.

— Seu presente está na terceira porta à direita. – leu em voz alta, não conseguindo evitar que um sorriso malicioso surgisse em seus lábios.

Passou a rumar em direção ao local indicado e entrou em um cômodo, arregalando os olhos ao ver sobre o que se tratava.

“Draco, eu tive que ir ajudar Ginny em algo e não pude limpar a casa. Minha mãe vai vir passar o final de semana comigo e preciso que o apartamento esteja limpo. Nessa caixa, está todos os meus produtos e utensílios de limpeza.

Ps. Obrigada por ser tão compreensivo.”

— Ela só pode estar brincando com a minha cara. – resmungou, começando a pegar os materiais.