Now What? escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 9
Capitulo 8 - Ethan


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, MEUS AMORES!
Como vão? Eu estou bem, obrigada.
Bem, esse é o maior capitulo de 'NW?' e... Não vou falar dele para não dar spoiler. Só, espero que gostem. Obrigada por tudo, amo vocês.
Beijos,
Manu Schreave



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Nobody, nobody. Nobody can drag me down — canto alto, logo caindo em risos, enquanto passo pano no chão do quarto de Peeta. — O que eu estou fazendo da vida? — me pergunto enquanto rio alto, cantando Drag Me Down.

Continuo cantando alto, em meio às gargalhas, limpo a casa, tomando cuidado para não acordar o pequeno e dorminhoco Arthie. Peeta pediu para eu ficar com o pequeno príncipe hoje, pois depois do trabalho ia sair com Finn, já que estava se sentindo um péssimo amigo, por não estar passando tanto tempo com Finnick. E, eu não me importei, eu realmente preciso de um tempo para mim. Para me jogar no chão, rir, cantar, pensar e, até, faxinar. Arthur, por enquanto, é um anjinho, mas o pai compensa na bagunça e, obviamente, a faxina sobra para mim.

Suspiro observando tudo, finalmente, arrumado e me jogo no sofá, podendo ter meu momento de preguiça e liberdade. Aproveito e ligo para Gale para questionar sobre o estado de saúde de Madge que já está chegando aos oito meses de gravidez.

— Ei, Kat. Aconteceu alguma coisa? — meu irmão questiona, preocupado.

— Está tudo ótimo, Gale, por quê? — respondo me levantando do sofá e indo para a cozinha.

— Ah, você nunca liga, principalmente depois das nove da noite, achei que podia ter acontecido algo. Mas, então, por que ligou? — pergunta mais calmo.

— Queria saber como estão minha cunhada e minha afilhada. A última vez que você ligou falou que a Mad tava de repouso, ela melhorou? — demonstro minha preocupação enquanto ‘ataco’ a geladeira.

— Ah, ela está bem melhor e, por isso, não para nem por um segundo, eu fico brigando com ela, mas ela nunca fica quieta, a não ser quando faço chantagem falando sobre o melhor para Kathle... — é interrompido pela voz de Mad gritando-o. — Espera um segundinho, Kat. — pede. —Tô falando com a minha irmã, querida, ela está preocupada com você. — fala mais baixo, mas ainda compreensível para mim. — Certo. Aham. Tudo bem. — responde após fazer uma pausa, ouvindo-a falar. — Ela mandou um abraço, Kat, e te convidou para vir aqui ver o quarto e as roupinhas que ela comprou. E ela, também, exigiu que venha rápido, porque, segundo a mesma, em pouco tempo não vai aguentar nem levantar da cama. — conta, fazendo-me rir.

— Aposto que ela está exagerando. — comento colocando a ligação no viva-voz e preparando um sanduíche para mim.

— Parabéns, você venceu a aposta não feita. O que você quer agora? — questiona, brincalhão.

— Hum... Já arrumei a casa, coloquei Arthie para dormir e fiz algo para comer. — conto nos dedos. — A única coisa que quero é dormir.

— Seu desejo é uma ordem, madame, a senhorita sabe onde é o quarto, certo?

— Com certeza sei, bom senhor, mas eu tenho que tomar banho antes de dormir, porque eu gosto de ser uma pessoa cheirosa ao contrário de uns e outros. — brinco.

— Vou fingir que a indireta não foi para mim e seremos pessoas felizes que não ofendem o irmãozinho. — responde, fazendo-me gargalhar. — Então, como você está?

— Com preguiça. — respondo após dar uma mordida no meu lanche, e Gale faz um barulho demonstrando estar descontente. — Não era isso que queria saber? Desculpa. Hum... Eu estou ótima, saudável, alimentada, feliz, livre para fazer o que eu quiser, desde que não saia de casa, porque tenho que olhar Arthur.

— Como está esse pequeno?

— Seu futuro genro? — provoco, sabendo que consigo irritar Gale. — Ele está muito ocupado, sendo fofo, como sempre, está dormindo com as bochechas vermelhas e eu estou me segurando para não mor... — sou interrompida pelo choro de Arthur que vem da babá eletrônica. — E ele não está dormindo mais. — Suspiro. — Tenho de ir. Até mais, Gale.

— Até, Kat. Boa sorte com aquela banho relaxante que você ia tomar agora. — Ele ri alto, antes de desligar, enquanto apenas reviro os olhos, mesmo sabendo que ele não pode ver.

Chego ao quarto, podendo ver Arthie se segurar nas laterais do berço para se colocar de pé, mais que rápido abro a câmera do celular e filmo-o.

— Olha, papai, eu consigo ficar de pé sozinho. Fala pro seu pai, Arthie, conta pra ele. — falo, gravando-o se levantar. Bato palmas para ele que ergue uma mão para mim pega-lo enquanto a outra segura firmemente no berço. — Você quer o colo da tia Kat, quer? Então, vem, meu amor. — Pego-o no colo, desligando a gravação. Confiro sua fralda e a troco. — Tá com fome, amorzinho, vamos comer mamão? Vamos, sim, vamos bagunçar tudo que a titia arrumou. — falo com ele, fazendo voz de bebê e lembrando de Peeta me zoando.

Sento Arthie na cadeirinha própria para dar comida que fica na cozinha e vou amassar mamão para ele, aproveitando e enviando o vídeo de Arthie ficando de pé para Peeta. Coloco o mamão amassado no pratinho azul, pegando uma colherzinha de plástico e indo alimenta-lo.

— Olha o aviãozinho, Arthie. Vruuuum, vruuum. — brinco com ele, dando-o de comer. — Aviãozinho gostoso, né, meu amor? — termino de alimenta-lo. — Que tal ver a tia Kat tomar um banho bem rápido e nem um pouco relaxante. — resmungo, sorrindo, pegando o macaco de pelúcia de Arthie e levando-o comigo, para o banheiro do meu quarto.

Coloco Arthur em um carrinho e o prendo com cuidado, entregando-lhe o macaquinho, enquanto, rapidamente tiro minha roupa e tomo um banho. Termino em pouco mais de cinco minutos, enquanto Arthur está quase voltando a dormir. Visto meu pijama, uma calça de moletom e uma blusa, e o levo para meu quarto, tirando-o do carrinho.

— O que acha de dormir com a tia Kat hoje? Cabe nós dois nessa cama. — converso com ele, enquanto cerco de travesseiros seu lado. — Vamos dormir que o dia foi longo. — coloco-o na cama cuidadosamente e me deito.

Fecho os olhos, querendo dormir, mas não conseguindo, enquanto minha mente reproduz, repetidamente, imagens minhas e de Peeta. Desde o primeiro dia, no parquinho, quando ainda falávamos enrolado e sorriamos com facilidade, até hoje, no café da manhã, quando riamos de Arthur que se sujava todo para comer, não deixando de ser fofo. Mas, de todas nossas memorias, nenhuma parece brilhar tanto quanto nosso primeiro e único beijo, quando percebi que, talvez, possamos nos tornar, realmente uma família.

Tento dormir, aperto minhas pálpebras, abraço Arthie, conto carneirinhos, mas nada parece funcionar. A ideia de que Eta não está adormecido no quarto ao lado, não me deixa ter meu tão merecido descanso. Me assusto, ao escutar a porta de casa ser fechada com força, mas logo me acalmo, lembrando que é apenas Peeta. Em um pulo, levanto-me da cama, para ir vê-lo, perguntar sobre a noite e contar sobre Arthur ter ficado de pé sozinho. Abro a porta do quarto e estou para chama-lo quando escuto algumas risadinhas femininas, mesmo assim, dou uma leve espiada por trás da porta.

Risos, gemidos e suspiros. É o que consigo ouvir, mas a imagem que se passa a minha frente é ainda mais perturbadora: Peeta, aquele que até pouco eu considerava meu e pensava com carinho, está mamando nos seios de uma loira, que está com as pernas em volta da cintura dele, enquanto tenta abrir a porta de seu quarto. Não consigo me segurar e solto um soluço, encostando a porta novamente, e sentando-me na cama.

Eu sempre soube que não podemos controlar nada na vida. Soube isso quando Bob, meu primeiro cachorro, foi atropelado. Soube quando, ainda no Fundamental Um, Peeta deu seu primeiro beijo com uma garota que eu detestava. Soube isso quando vovô sofreu um enfarte e não sobreviveu. Soube quanto vovó não sabia quem eu era, por causa do Alzheimer. Soube quando Peeta namorava uma garota a cada semana e nenhuma delas era eu, quando me chamava para sair, mas eu sempre voltava para casa sozinha. Soube quando descobri que Peeta havia engravido uma mulher. E, tentei entender, até quando papai morreu, e eu me senti culpada por ter tentado diagnostica-lo, mas não o ter salvo.

Sempre achei isso injusto, mas com alguma lógica, o fato de não podermos controlar a vida, como controlamos a quantidade de sal na comida ou a febre de uma criança. Agora, nem lógico me parece. Eu fui a melhor amiga que alguém poderia ter, eu o ajudei, o amei e o perdoei por ter sido cego por todos esses anos. E, olhe como as coisas estão, eu estou, de novo, encolhida na cama chorando, enquanto Peeta está no ápice do prazer.

Choro, choro tudo que posso. Choro a dor de nunca ter superado Peeta, choro por todo o lindo futuro que imaginei para nós e choro por perceber que, nem mesmo nosso beijo, que parecia incrivelmente doce e apaixonado para mim, foi real para ele. Não somos um projeto de família feliz e os dois últimos meses não mudam isso. Na realidade, eu só estou aqui por Arthie, acho que me esqueci disso com o tempo.

Aos poucos, as lágrimas param de escorrer, de qualquer forma, ele não merece que eu chore. Lavo meu rosto e sorrio para a Katniss que está no espelho, mesmo que ela aparente estar acabada. Você não merece choramingar por amor, Katniss. Amor não deve ser mendigado, e você é incrível o bastante para não precisar mendigar o de ninguém. Nem mesmo de Chris Evans, muito menos de Peeta Mellark. Agradeço a mim mesma por, às vezes, me valorizar tanto quanto mereço. E, sinceramente, não são nem meia noite, eu não mereço ficar aqui, ouvindo aquela loira de voz irritante gemer.

Troco minhas roupas, vestindo uma calça jeans, uma camiseta qualquer e uma jaqueta de couro por cima, calço minhas sapatilhas e passo uma maquiagem básica. Observo Arthie dormindo como um anjo, eu não o deixo aqui por nada. Pego meu celular na cabeceira da cama e disco para Annie.

— Alô. — atendeu, sem a mínima voz de quem estava dormindo, como eu esperava.

— Tá ocupada, gata?

— Estou assistindo a nona temporada de ‘How I Met Your Mother’, acabou de sair na Netflix. Por quê? — questiona, já imaginando que eu quero algo.

— Tem como você ficar com o Arthie para mim? — peço, fazendo uma voz doce.

— Claro que tem, esse menino é a coisa mais fofa que já vi, mas por que quer que eu fique com ele?

— Eu quero dar um saída, relaxar, beber alguma coisa. — Suspiro.

— Minha última pergunta: E o pai dele? — pergunta justamente algo que eu não queria ouvir.

— Está no quarto ao lado... — conto, colocando Arthie no bebê conforto e pegando minhas chaves e carteira. — Comendo uma loira que tem o gemido mais irritante do mundo.

— Desculpa ter perguntado. Me dá um toque quando estiver chegando e eu saio para pega-lo.

— Está tudo bem. Já estamos indo. — anuncio, desligando a ligação e saindo de casa com o pequeno, após pegar sua bolsa que já deixo pronta para ocasiões de emergência e suas duas mamadeiras reservas.

Prendo a cadeirinha de Arthur com cuidado e sigo para a casa de Annie, não me permitindo pensar em nada além da estrada. Ligo o rádio, mas logo o desligo quando a voz de Chris Martin cantarola The Scientist. Quando estou quase na casa de Annie, dou um toque no celular dela e desligo.

— Tenha uma noite incrível. — a ruiva deseja, piscando para mim, após pegar a cadeirinha de Arthur e sua bolsa.

Sorrio para a ruiva e o pequeno bebê adormecido, logo dando a partida no carro. Tento me decidir em para onde ir, quando me lembro de um bar legal que tem no centro. Ele é todo rustico, cheio de pessoas simpáticas e músicas legais. Quando, finalmente, estaciono meu carro próximo ao bar, confiro meu cabelo, sorrio para o retrovisor, pego minha bolsa e desço.

Há quanto tempo não venho a esse lugar? É o que me questiono quando sento na bancada do bar e vejo Michael, um dos barmen, com o cabelo pintado de verde.

— Hey, Katniss. Como vai? — me cumprimenta.

— Eu vou bem, obrigada, Michael. O que aconteceu com seu cabelo? — brinco.

— Falta do que fazer. — responde, rindo. — E aí, o que vai querer?

— Hum... Vou deixar que você escolha por mim, dessa vez. — Sorrio, sem a mínima ideia do que pedir, ele apenas assente.

Olho ao redor, vendo todos rindo e conversando, enquanto alguma batida legal toca.

— Aqui. — Michael chama minha atenção, entregando-me algum drinque.

— É o que me sugere hoje? — questiono.

— Não, na realidade, esse foi um presente daquele cara ali. — Aponta discretamente para o outro extremo do balcão onde posso ver olhos verdes que conheço muito bem.

— Certo, obrigada, de qualquer forma, Michael. — Sorrio, bebericando um pouco.

— Ora, ora. Quem diria que a certinha doutora Everdeen frequenta bares. — Ethan comenta, sentando-se ao meu lado.

— Muito obrigada pela bebida, Ethan. — agradeço, olhando-o.

— Não foi nada, é pouco para o que uma incrível dama como a senhorita merece. — Pisca para mim, fazendo-me rir.

— Certo. — Balanço a cabeça. — É bom te ver aqui.

— É? — questiona surpreso. — Nunca pensei que escutaria isso vindo de você.

— É bom, sim. — Rio. — Todas as outras pessoas estão acompanhadas, conversando, rindo. Eu ia me sentir estranha aqui, sozinha.

— Então, está me considerando como um passatempo temporário, Everdeen? — se faz de ofendido. — Eu sinto que entre nós dois, daria mais certo se eu fosse um passatempo permanente. — Sorri.

— É esse charme que usa para conquistar as enfermeiras, Dr. Dell’Amore? — questiono, sorrindo, enquanto tomo mais um gole da minha bebida.

— Nesse momento e enquanto você quiser, não há enfermeiras, médicas, pacientes, não há ninguém. Apenas uma bela senhorita, sem qualquer aliança de compromisso, que quero convidar para um encontro. — responde, me cantando, olhando-me sem piscar, tentando me hipnotizar com seus profundos olhos verdes e lindo sorriso.

— Como somos amigos, devo dizer que ela gosta de comida italiana e está livre no próximo sábado à noite. — Resolvo dar uma chance a ele e, principalmente, a mim.

— Acredito que combina perfeitamente com minhas preferencias e horários... Será que ela aceitaria sair comigo? — pergunta, dando seu melhor sorriso.

— Tenha coragem e questione, o pior que pode acontecer é levar um ‘não’. — Sorrio para ele. E lá vou eu, me deixando cativar.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? O que fariam se estivessem no lugar da Kat? Deixem suas opiniões nesse quadradinho bonito que tem aqui em baixo. :D
Na dúvida, fiquem bravas com o Peeta não comigo. Saaabe, eu ficaria muuuuito feliz se recebesse alguma recomendação. De qualquer forma, obrigada por tudo. Vocês são incríveis.
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