Lembranças - Dramione escrita por Licia


Capítulo 13
O patrono inconveniente


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Postarei hoje porque amanhã não terá como, pois estarei fora de casa o dia todo. Leiam as notas finais por favor.... Espero que apreciem.



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O barulho do estilhaçar do vidro no chão foi o que fez a castanha voltar para a realidade e sair daquela lembrança dolorosa. Suspirou fundo, fixando seus olhos no estrago que fizera. Definitivamente, Hermione não iria derramar mais lágrimas do que já o fizera naquele dia. Tinha certeza que seu rosto deveria estar inchado e vermelho por causa daquela choradeira toda. Assim, segurando as lágrimas foi em busca de sua varinha. Com toda a certeza, um bom feitiço repararia e tiraria aquela bagunça do hall de entrada e ela também poderia ter sua poção de volta, afinal precisava dormir.

– Droga de lembranças inúteis! – A grifinória esbravejou alto, pulando a sujeira que a poção fizera em seu tapete e em seguida subindo as escadas, havia deixado à solução de seus problemas ao lado de sua cama. Quando a achou, pegou-a e andou rápido até o local do estrago e com um simples feitiço tudo estava em ordem novamente e seu frasquinho intacto. Aquilo a aliviara porque não tinha certeza se havia outra poção do sono no saquinho e não queria ficar remoendo as lembranças da primeira noite com Draco e de como sentira ódio e raiva de si por se deixar ser enganada. Mesmo sendo tudo passado, ainda doía um pouco, no entanto não deveria afinal a guerra estava ganha e Voldemort morto. Porém sabia que a sombra de Draco pairava sobre sua mente e coração e sim, ela se perguntava onde ele podia estar e o que estava fazendo, porém Hermione, nesse meio tempo que se passara, não se permitira especular sobre isso. Ele jamais quebraria a tradição puro sangue da família por causa dela, deixara isso mais que claro e embora a rejeição dele ainda doesse um pouco, a castanha era forte e decidida e por mais que às vezes a tristeza inevitavelmente tomasse conta dela, erguia a cabeça e seguia em frente. Tomou, assim, todo o conteúdo do frasco que estava em suas mãos e subiu as escadas vagarosamente já sentindo os efeitos da poção a deixando um pouco zonza. Ao menos ficava tranquila por saber que uma noite de sono teria.

Acordou naquela manhã com a luz proveniente da janela batendo em seu rosto. Havia se esquecido de fechar a bendita cortina quando fora dormir e o sol forte agora a acordara. Já perdendo a esperança de voltar para o seu mundo de sonhos colocou a mão para fora das cobertas a fim de pegar o relógio de cabeceira e ver as horas, porém ouviu o abrir da porta e seus olhos direcionaram para lá rapidamente. Era seu pai que trazia um prato com panquecas e um copo com que era provavelmente leite. Ele lhe sorriu.

– Bom dia minha filha! – A voz amável trouxe calma para Hermione. Não pode deixar de pensar e ter a esperança que provavelmente ele resolvera tudo e a castanha não precisava mais se preocupar com conversas conflituosas com sua mãe. Seu pai sempre fora o pacificador do lar, e quando ela e sua mãe brigavam, ele sempre dava um jeito das coisas voltarem ao normal.

– Bom dia pai. – Ela disse se sentando na cama e espreguiçando. Richard colocou o prato e o leite na mesa de estudo que ficava ao lado da porta. Hermione foi direto para lá. Estava faminta.

– Então você já inaugurou a cozinha!? – A grifinória soltara amena cortando um pedaço da panqueca e colocando na boca. O gosto da panqueca recém-feita fora para a castanha como voltar aos tempos de criança, ou mesmo as férias, com seu pai sempre cozinhando coisas demasiadamente gostosas para ela.

– Sim. Encontrei um pouco de dificuldade em achar os ingredientes e cozinhar tudo, mas no fim deu tudo certo. – Richard sorriu para a filha, orgulhoso de ter conseguido se virar na cozinha dela, entretanto um ar de curiosidade tomou seu rosto rapidamente. – Sabe filha, uma coisa que me deixou intrigado foi o porquê de você ter comprado fogão e geladeira trouxas e não utensílios bruxos. Seria fascinante saber como os bruxos lidam com isso. – Seu pai falava enquanto sentava na cama. Hermione quis rir, é claro que ele ficaria curioso sobre isso.

– Achei que ficaria melhor assim, já estamos acostumados com eles. Mas os bruxos não tem eletrodoméstico pai. Há um fogareiro simples feito por elfos e a geladeira deles é um tipo de cômodo na casa pequeno, como uma dispensa com feitiços de resfriamento muito duradouros. Acho que é necessário renovar os tais feitiços de seis em seis meses, mas quem cuida disso nas famílias bruxas são os elfos, na maioria das vezes.

– Fascinante como eles lidam com as coisas cotidianas com magia. - A castanha riu. Era realmente fascinante mesmo. A garota voltara para seu delicioso prato e para seu leite quentinho enquanto seu pai parecia estar quieto na cama. Passaram-se alguns minutos nos quais o silêncio perdurara com a castanha comendo avidamente, ela bem sabia que ele estava arrumando um jeito de começar uma conversa séria. Queria não ter que conversar sobre nada daquilo depois daquela dolorosa lembrança, no entanto tinha que enfrentar o assunto de cabeça erguida. Ela resolveu quebrar o silêncio quando viu seu pai com o olhar perdido.

– Que horas são? – Ela perguntou tentando trazer seu pai de volta a realidade, ele pareceu sair de seu estado de torpor e olhou no reloginho da cabeceira da cama.

– Meio - dia.

– Deus do céu! Dormi demais! – Seu pai riu concordando e depois uma face seria e postura ereta se fizeram presentes, ele iria começar a falar.

– Hermione, não quero que você se desestabilize como ontem. Mas temos que conversar sobre como as coisas serão daqui para frente. – Hermione assentiu olhando para o pai e suspirando cansada.

– Onde está a mamãe?

– Achamos uma portinha no jardim que dava para um beco e posteriormente para uma rua pouco movimentada de Paris. Ela foi andar pela cidade. Sabe como sua mãe é cabeça dura, mas ela ama você. – Seus olhos encheram de lágrimas e ela desviou a visão de seu pai. Sim, ela sabia... Porém duvidava muito que ela fosse voltar a falar com ela normalmente tão cedo. Percebeu seu pai vindo em sua direção, ajoelhando na sua altura e levantando seu rosto fazendo-a olha-lo.

– Eu pensei muito essa noite e conversei com sua mãe. Ela errou ao falar em aborto porque percebi pela sua reação ontem que você já ama essas crianças e sei o quão forte você é para lutar para que eles tenham a melhor vida possível. – A castanha já chorava com tais palavras do pai. – Você errou minha filha e te conheço bem para saber que não importa o quanto eu insista para você me contar sobre o pai dessas crianças você não vai contar, não estou certo? – A castanha balançou a cabeça para o pai. Ele suspirou abaixando a cabeça, porém a levantou rapidamente olhando para a filha.

– Mas apesar de qualquer coisa nós a amamos muito e não vamos te abandonar, minha filha, jamais! Decidimos que se você quer mesmo isso vamos te apoiar e ajudar. – Hermione arregalou os olhos e pulou nos braços do pai.

– Eu sinto por ter decepcionado vocês, mas meu coração fica em paz e agradecido muito por vocês me apoiarem papai. Eu amo vocês tanto, tanto!

Quando o abraço foi desfeito a castanha percebeu os olhos de seu pai marejados, e com uma desculpa de que precisava fazer o almoço saiu rápido do quarto. Sabia que ele não gostava de chorar na frente dela e de ninguém. Assim, com um sorriso enorme Hermione se jogou na cama, tinha certeza que por mais bravos e decepcionados que eles estivessem jamais a abandonariam, mas não podia dizer que não teve medo por um minuto de ficar ali na França sozinha, todavia seu pai aliviara seu coração e ela não podia estar mais feliz, embora soubesse que sua mãe não seria tão fácil de lidar quanto ele, porém sabia que com o tempo as coisas melhorariam entre ela e sua mãe. Ficou ali sorrindo como boba pelo que pareceram horas e quando parecia que isso iria se protelar ouviu um forte tec tec em sua janela, olhou, rapidamente, na direção do barulho tendo vislumbre de Edwiges. Correu até lá deixando a coruja entrar, que logo pousou na sua cama com uma carta no pé. Nela Harry respondia a última carta que Hermione mandara e se desculpando pela demora, contou que capturar os adeptos de Voldemort ainda fugitivos não estava sendo nada fácil e outras coisas sobre como estava Gina e os demais Weasley. Depois que terminou de lê-la, vestiu roupa e desceu rapidamente para a biblioteca para pegar pergaminho e tinta para responder o amigo. Porém algo a fizera parar seu caminho no fim da escada. Sua mãe gritara em alto e bom som o nome do pai na cozinha. Estranhando aquilo rumou para lá.

– Eu não acredito que disse isso para Hermione, Richard! - A grifinória estancou na hora quando ouviu aquilo.

– Nós conversamos sobre isso hoje de manhã e concordamos em apoia-la.

– É claro que vou apoia-la, é minha filha e eu a amo. Jamais forçaria ela abortar. Mas agora ela vai achar que está tudo bem ficar grávida aos dezessete anos. – Aquilo fizera Hermione engolir em seco, é claro que sua mãe ainda estava mais que brava.

– Já chega Jane! – seu pai disse com a voz dura e alta, Hermione não podia vê-los de onde estava - Quantos anos vocês acha que Hermione tem? Cinco? Ela sabe que errou, mas sempre se mostrou responsável em tudo. Sabe disso! Por que esta agindo assim? Parece querer puni-la ainda mais. Já basta uma gravidez precoce sem apoio paterno que ela vai ter que enfrentar.

– Não sei, eu só não queria que ela tivesse esse tipo de futuro.- A voz de Jane saíra menos ríspida.- Mas você está certo... Eu só estou exagerando e sendo cabeça dura. Hermione sempre foi exemplar e responsável. Algo deve realmente ter acontecido, Richard, para que ela deixasse ser tão imprudente. – A voz de sua mãe saiu cansada e amena. Embora aquilo tenha acalmado o coração da castanha sua mãe estava certa em uma coisa: Algo realmente acontecera, ela se apaixonara por uma pessoa tão improvável que a fazia ter ações imprevisíveis e impensadas. No entanto não queria pensar naquilo agora, então tratou de sair logo dali para que seus pais não percebessem que ela escutava atrás da porta. Não queria dar mais motivos para que eles ficassem bravos, sabia o quanto eles reprovavam esse tipo de atitude.

Quando seu pai veio chamar para almoçar, ela estava acabando a carta que mandaria para os amigos. Pedira alguns minutos a ele e depois de despacha-lá descera as escadas para a cozinha. Sua mãe estava sentada ao lado do marido assim que ela se acomodara na mesa.

– Antes de almoçar Hermione... - Jane disse a olhando com um olhar mais calmo e brando. – Precisamos conversar algumas coisas. – A castanha assentiu e sua mãe continuou – Quero te pedir desculpas pela minha explosão de ontem, embora esteja ainda decepcionada não podia ter falado daquele jeito. E bem, eu e seu pai conversamos sobre voltar ou não para a Inglaterra e decidimos que não vale a pena tentar reestruturar tudo depois desse tempo todo e que não a deixaríamos aqui sozinha e grávida e, portanto vamos tentar atuar aqui como dentistas e te ajudar. Mas eu quero saber quem é o pai dessa criança Hermione e não adianta vir com aquele papo de que não vai contar porque é complicado. Quero saber por que abomina a ideia de voltar para Inglaterra e por que Harry e Ronald não sabem sobre isso. - a castanha suspirou.

– É inútil querer ou não saber quem é. Isso não mudaria nada e sobre Harry e Ronald, eu não contei por que eles não me deixariam em paz até saber quem é o pai e quando soubessem com certeza ficariam sem falar comigo por meses! Sei disso, os conheço bem demais...

– Por que ele, eu quero dizer, o pai dessas crianças, não esta aqui, minha filha, e por qual razão todo esse medo sobre ele? O garoto não sabe ou morreu na guerra? – Seu pai emendou ignorando sua fala, já sua mãe a olhava brava. Hermione realmente não queria contar, por tantos motivos. Mas seus pais mereciam saber de tudo, embora ela soubesse que para eles seria estranho, pois se lembrassem de Draco o associariam a raiva e ignorância que ela sempre adicionava quando falava dele. Seria até engraçado.

– Ele não sabe. – Ela começou, se preparando para contar tudo de uma vez, mas sua mãe interrompeu-a.

– Por que Hermione? – Jane disse brava. A castanha suspirou olhando para seus pais.

– Mãe, eu realmente não vejo o porquê contar a vocês, mas sei também que você não me deixará em paz até saber, então eu vou contar tudo logo de uma vez. Ele se chama Draco Malfoy, eu já falei dele para vocês uma ou duas vezes sobre ele sempre me insultar por causa da minha origem trouxa. – Hermione percebeu a surpresa na face de seus pais, provavelmente se perguntando o porquê dela ter se envolvido com alguém que a desprezava. A verdade era que nem mesmo ela entendia. – Bem, aconteceram muitas coisas e nós acabamos nos aproximando no sexto ano, e quando a guerra estourou houve um incidente que nos fez encontrar e ele salvou a mim e meus amigos e acabou acontecendo. Com toda a guerra correndo e com todos os problemas de Harry acabei não tomando nenhuma poção de prevenção e engravidei. Mas somos de lados opostos e tem todo o preconceito dele então achei melhor criar meus filhos, sozinha. Talvez um dia eu conte a ele, não sei. – Seu pai e sua mãe a olhavam como se quisessem saber mais detalhes.

– Não adianta, esse é o máximo que vou contar a vocês! Agradeço muito por me apoiarem e ficarem aqui comigo, porém eu realmente gostaria de não ficar tocando nos pormenores desse assunto. – Já bastava ficar se lembrando de Draco o tempo todo ela emendou mentalmente. Afinal para Jane e Richard o preconceito contra trouxas era algo infundado e distante, eles não entendiam de fato e nunca sofreram aquilo ou viram de perto, apesar dela sempre falar sobre o que moveu Voldemort foi também o preconceito. Seus pais assentiram e voltaram para o seus pratos a fim de apreciar a comida e Hermione ficou grata por eles não insistirem mais.

Demorou algumas semanas para que sua mãe voltasse a tratar ela na normalidade de sempre. Porém apesar de sua frieza, ela e seu pai acompanharam-na no medibruxo e seu pai deu bastante apoio para ela estudar e seguir aquela profissão, ainda mais depois de ver as coisas que Raul vez nela com magia. Richard achou fascinante e ficou falando daquilo uma semana inteira. Eles acabaram começando a trabalhar em um consultório que adquiriram nas proximidades do forte Valois e venderam a casa da Inglaterra. Logo depois que seus pais começaram a trabalhar, Hermione começara a frequentar as aulas e tudo parecia estar caminhando para ficar bem.

Cinco Meses depois...

O consultório de Raul Auvegner não mudara nada desde a primeira vez que viera ali e já estavam na quarta vez. Tinha quase que decorado as feições das mulheres que sorriam e acenavam, acalentando seus bebes, afinal ela e sua mãe esperavam o medibruxo já fazia algum tempo. A enfermeira, que estava ali de castigo também e em pé, dissera à castanha que ele estava em algum procedimento extremamente complicado e por isso o atraso. Jane soltara um muxoxo quando ouvira aquilo da mulher, quis rir dela que sempre parecia muito ansiosa para ter alguma notícia dos netos. Mas, embora, quisesse rir, a realidade era que ficava verdadeiramente emocionada quando via que com o passar do tempo, sua mãe se encantara pelos seus filhos e pelo fato de que ia ser avó. Aquilo ficava ainda mais nítido quando percebia os olhos de sua mãe cheios de lágrimas ao ver as imagens que Raul fazia dos bebês e quando também ela se empolgara tanto depois de descobrirem o sexo das crianças que, aliás, eram dois meninos e saíra comprando todo artigo que via tanto em Bougxton quanto em Paris, o quarto dos meninos já tinha tantas coisas que Hermione não sabia como organizaria tudo. Mas aquilo era quase que tarefa proclamada de seu pai. Jane perto de Richard parecia quase desinteressada pelos netos, é claro que não era assim e sabia disso, mas seu pai tinha tendência ao exagero e a mimava e superprotegia tanto que às vezes a irritava, sem falar na empolgação com a arrumação do quarto: era a escolha de papel de parede, móveis, organização dos brinquedos e etc. Tinha ainda a escolha de nomes que ambos decidiram serem eles os autores: um se chamaria Julian e o outro Arthur e pronto! Ela não dissera nada sobre não querer colocar nenhum desses nomes, afinal seria uma discussão gasta atoa. Deus! Às vezes tinha impressão que os filhos eram mais deles que dela. Todavia estava sendo injusta, quer dizer, o que faria se eles não estivessem cuidando tão bem dela? Sem eles não conseguiria estudar o tanto que estava estudando sem ter que ficar preocupada demais com todos os outros por menores da gravidez e dos filhos.

– Será que ele, ainda, vai demorar muito? – Sua mãe soltara a retirando de seus pensamentos.

– Acho que na... – Antes de concluir a frase direito o medibruxo idoso entrara pela porta. Aquela seria uma consulta rotineira, onde ele veria os bebês, escutaria os batimentos cardíacos e perguntaria a Hermione se estava tudo bem.

– Me perdoem a demora, senhoritas, mas estava cuidado de um parto com complicações. – Ele sorrira para ambas se sentando na cadeira de sua mesa. Quando Raul separou a ficha de Hermione e abriu a boca para começar a fazer as perguntas para ela, um patrono entrou na sala e ela pode ouvir a voz de sua vizinha sair daquela massa branca.

– Hermione esconda a barriga antes de vir para casa. Há visitas te esperando. – A mensagem era curta, e isso era óbvio por vir de um patrono. Porém tal aviso a deixou com um pouco desconcertada. Hermione desde que a barriga dera indícios de estar grande o bastante para as pessoas perceberem, a escondia, era uma heroína de guerra e sabia que para sua gravidez virar manchete nas páginas de fofocas de todos os jornais bruxos era só questão de alguém descobrir sobre ela, afinal jornalistas de vários diários bruxos já haviam descoberto até onde morava e batiam em sua porta pedindo entrevistas por causa da guerra, imagine uma gravidez precoce, assim decidiu que manteria isso em sigilo o máximo que pudesse. Pediu para Raul manter segredo e disfarçava o máximo que podia indo ao consultório em horários em que Nicolle, a enfermeira, que era uma das poucas pessoas que sabiam de sua gravidez e aparatava direto nele. Outra pessoa que descobrira meio que por acaso fora Marcelle, sua vizinha, que depois de ver sua proeminente barriga quando Hermione se descuidara e saíra no quintal sem o feitiço, virara uma grande amiga. Ela era jornalista esportiva e escrevia a coluna desportista do jornal bruxo local e depois de Hermione implorar para que não contasse a ninguém, ela guardou seu segredo, foi ainda leniente e discreta não fazendo perguntas sobre quem era o pai, mesmo depois de terem desenvolvido uma amizade um tanto forte em tão pouco tempo e a castanha agradecia por isso. Com o tempo ela fora adentrando em sua família ficando amiga tanto de seu pai como de sua mãe. Era muito frequente Marcelle e o marido jantarem em sua casa, afinal Arthur, o jogador de quadribol galante, era tão amante de trouxas quanto o Senhor Weasley e adorava bombardear seu pai com perguntas sobre o mundo deles, talvez fosse algo do nome. Sorriu sem graça para Raul, sim ele sabia que escondia a gravidez e tudo, mas Marcelle não fora nada discreta e tão pouco achava que tinha como ser, afinal quem iria à sua casa uma hora tarde daquelas? Bem ela não sabia e teria que descobrir logo.

– Me desculpe Senhor Auvegner. Pela invasão no consultório...

– Oh não querida! Não há problema, mas já adianto que esconder a barriga daqui para frente será muito difícil, pois a tendência é, por causa dos gêmeos, ela ficar meio gigante. – Ele rira. Hermione enrubescera um pouco. Feitiços desilusórios tinham sido sua rotina desde que a barriga começou a aparecer, lera muito sobre eles, mas não tinha tanta certeza quais eram seus limítes. Entretanto não queria e nem conseguiria escondê-la para sempre, embora quisesse segurar o quanto pudesse. Mas também sabia que hora ou outra iria ter que dizer, não podia esconder os filhos para sempre. Por isso, precisava contar a todos os amigos antes que a notícia de alguma forma vasasse ou então teria pessoas bastante bravas com ela. Suspirou, pensando em Draco e nos pais dele, era certo que ambos não sabiam sobre o envolvimento dela com o loiro e com eles não precisava se preocupar. Mas se Draco visse por uma acaso ou chegasse aos seus ouvidos à notícia dos seus filhos e de sua gravidez, será que ele viria, será que daria alguma importância? Ela não sabia e se caso ele nunca aparecesse, talvez um dia o procurasse para que ele pudesse conhecer os filhos. Foi retirada de seus pensamentos com sua mãe puxando seu braço, percebendo que a filha tinha estado meio perdida.

– Senhor Auvegner, me desculpe, mas podemos remarcar a consulta? – Jane dissera em voz alta.

– Claro que sim, por que não vem aqui amanhã no mesmo horário. – ele disse escrevendo algo em um pergaminho e o enfeitiçando para que seguisse para a recepção, para provavelmente remarcar o horário de Hermione.

– Então amanhã nós viremos neste horário! – ela disse já puxando Hermione que continuava meio desligada.

– Tudo Bem Senhora Granger, até amanha! – Hermione parecendo já estar recomposta refez o feitiço desilusório que vinha usando e pegando o braço da mãe aparatou. Quando se materializaram em frente a casa, a mãe de Hermione soltou o que ela já esperava.

– O que deu em você no consultório? Pareceu desligar do mundo...

– Eu só comecei a pensar em um monte de coisas, sobre esconder a minha gravidez de todos e... - Hermione disse suspirando.

– E nem pensou que é mais que estranho Marcelle mandar aquela mensagem, quando tantos já bateram aqui em casa procurando por você? – Ela pensara nisso sim e tinha quase certeza de quem era, porque provavelmente para seu pai ter se dado ao trabalho de ira até a casa de Marcelle pedir um favor assim, só podia ser alguém que era importante para ela, já que esses jornalistazinhos ávidos por fofoca eram despachados por qualquer um que estivesse em casa e os únicos que sabiam que ela morava ali, bem ali eram Harry e Ronald.

– Mamãe, são Harry e Ronald, papai não se daria ao trabalho se não fossem eles. – Sua mãe assentiu concordando. Assim subiram a escada e entraram em casa, estava com saudade dos amigos mesmo que tivesse medo da reação deles quando descobrissem tudo. Do hall de entrada, pode ver Harry e Rony sentados na sala de visitas prestando atenção no que seu pai falava. Rony que parecia um pouco entediado fora o primeiro a vê-la entrando no recinto e o primeiro que ela abraçara.

– Ronald, Harry! Que saudade de vocês! – ela emendara abraçando Harry que já estava de pé ao lado dela.

– Mione! Você sumiu, não foi em nenhum baile dado aos heróis de Guerra. – Harry disse se sentando junto com o amigo ruivo, sua mãe os cumprimentara com um sorriso e um leve aceno de cabeça dizendo que ia pegar chá para todos.

– Sim! Eu lhes disse nas cartas que a Instituição Villeardium não tem me dado descanso, eles são bem exigentes.

– Ah sim! Creio que você que não dá descanso a eles filha! – seu pai soltara rindo e Harry e Ronald o acompanharam.

– Conhecemos bem Hermione para saber que ela já esta estudando a matéria do próximo ano! – Rony emendara fazendo piada.

– Hey! Eu ainda estou aqui sabia! – A castanha disse em uma falsa voz de brava. Todavia ela não aguentara e seguira o riso dos amigos e pai. Sabia que aquilo era verdade, não era atoa que ela quase fora para a Corvinal.

– Então meninos o que os trás aqui na minha humilde residência? – Nessa hora sua mãe já voltara com o chá e os biscoitos e se sentara no sofá ao lado de seu marido.

– Nunca mais foi nos ver na Inglaterra Hermione... Isso é meio estranho, mamãe e Gina têm reclamado. – Rony dissera como se estivesse brigando com ela. Era fato que ele estava correto, mas realmente não queria encontrar os amigos e ficar mentindo para eles.

– Eu sei Rony. Sinto muito, porém prometo que eu e meus pais passaremos o natal e ano novo com todos na Toca, como vocês dois já haviam sugerido em carta.

– Bem! – Harry emendara colocando a xícara – Fora vir aqui jogar na sua cara que você sumiu Mione. Queríamos te entregar uma intimação do Ministério da Magia. As coisas na Inglaterra têm tomado seus rumos e os comensais capturados têm sido julgados e presos. Como os Malfoy se renderam no final da Guerra o caso deles só será julgado agora

– Eles estão então respondendo o processo em liberdade? – Hermione perguntara um pouco desesperada demais. Ela queria ter saído casual, mas não fora tão bem sucedida. Deus! Só de Harry dizer o nome Malfoy o coração dela já parecia querer sair de seu peito e sua barriga ficava gelada. Estava totalmente nervosa e sua mãe parecera perceber pegando sua mão e apertando-a, um gesto corriqueiro para quem observava, porém fez com que ela se acalmasse.

– Sim, mas agora com o julgamento deles o Ministério nos intimou para depor sobre tudo que ocorreu, já que eu vi Malfoy tentar matar Dumbledore, ele nos salvou na Mansão Malfoy e sua mãe me livrou de ser morto por Voldemort uma terceira vez. – Harry continuara não parecendo perceber que a amiga ficara nervosa, e se percebera não dera sinal algum.

– Aquele filho da mãe é um interesseiro, aposto que fez tudo que fez por que tinha certeza da derrota de Voldemort- Ronald emendara com asco na voz.- Harry dera os ombros e Hermione limitou-se a olhar os amigos, não culpava Ronald por odiar Draco, afinal o sonserino não perdia a oportunidade de humilha-lo e não é como se Draco fosse um santo.

– Enfim viemos saber se você quer depor a favor do Malfoy. Você se lembra de quando ele nos salvou na casa dele, não é? – Hermione assentiu para o amigo. Sim ela se lembrava daquilo muito bem, talvez bem até demais...


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Notas finais do capítulo

Sabe gente eu estou extremamente chateada. Eu amo essa história de verdade, criei um enredo em que eu particularmente gostei e uma fic nos moldes que eu leria. Sei que gostos são gostos, mas eu acho a minha fanfic boa, não muito boa como Cidade das Pedras e quero um dia poder escrever tão bem quanto a AplleFran, mas o que me chateia é que vocês devem odiar a historia para nem ao menos sei lá favoritarem ou comentarem. Eu não sei se vocês sabem mais eu vejo quem entra quem abre os capítulos e quem usa a ferramenta do Nyah para acompanhar as atualizações dos capítulos e tem oitenta pessoas acompanhando a fic e pelo menos 120 lendo e tipo menos de um por cento comenta. Cara eu detesto chantagem e não vou dizer que não vou postar o próximo capitulo se vocês não comentarem, mas eu só queria entender porque sei lá vocês deixam uma fic assim que eu dou duro para escrever da melhor forma possível e da minha beta de arrumar tudo certinho e vocês sei lá não fazerem nada. Sério eu queria entender. Enfim domingo que vem tem um novo capitulo e eu não vou deixar de postar porque vocês são relapsos e tudo. Porque eu faço isso por mim e por aqueles que estão sempre comigo comentando e pedindo por mais, eu amo essa historia e vou até o fim com ela... Até o próximo domingo...