Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 33
Odin


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente linda!!!
Antes de mais nada, tenho que compartilhar com vocês um número: 98.
NOVENTA E OITO. noventa e 8. Isso mesmo! Esse e o número de visualizações de Our Imortality só ONTEM! Pra quem estava achando que ia ficar por baixo, meus queridos... ISSO QUE É REVIRAVOLTA!

Há 3 anos nós passávamos disso por dia, porém essa vitória agora é um sinal de que as pessoas realmente estão lendo e se envolvendo com a história (novamente e, é claro, pela primeira vez).

Agora, queria dizer que estou alegríssima por ter visto mais um comentário novo, hein! Mwaddox (senti uma referência de Belo Desastre com teu nick, me segura!), você une-se ao grupo seleto e especial que habita o espaço em meu coração destinado àqueles que comentam minhas histórias. Prometo que nesse espaço você não passará fome, sono e irá se divertir demais, porque nós temos um rio de chocolates (só cuidado quem é diabético), uma cama de algodão doce (que não agarra no cabelo, porque né?!), uma sala repleta de livros surpreendentes para você aproveitar me momentos de lazer e, é claro, uma banheira de nutella. Aproveite o espaço, tenho certeza de que será muito bem recebida!

Aos demais, ainda há vagas em meu coração, então não percam tempo e comentem também!

Sobre esse capítulo: SENSACIONAL!
Só tem coisa pra enlouquecer nossa Lilly, então apertem os cintos, pois um almoço de família irá deixar essa menina perturbada.



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Eu me sentia com uma fome de elefante depois da conversa destruidora que tive com Loki, então fui em busca de comida na cozinha.

Após ter sido expulsa duas vezes pela mesma mulher, entendi que elas já haviam acolhido minhas súplicas por comida e estava montando um banquete para mim na mesma sala que fiquei acomodada no primeiro dia após meu regresso do lago.

Surpreendentemente só percebi agora que já se passaram dois longos e tumultuados dias e consegui fazer mais inimigos que em toda minha vida. Além, claro, de ser capaz de ver os problemas daquela gente por uma outra perspectiva.

Agora não odiava Semha, muito pelo contrário, temia pela sanidade daquela mulher de uma maneira afetuosa. Eu não repudiava Ilídia, pois compreendia seu sofrimento, apesar de desejar nunca viver nada parecido, e sentia um aperto no peito toda vez que relembrava nossa discussão e com quem ela havia me assemelhado. Além das duas, eu podia dizer que amava Iuel e, para ser sincera, o considerava meu irmão de verdade. Tinha medo de que ele não fosse realmente feliz ali e meus desejos mais profundos consistiam em leva-lo para a Terra comigo, apesar de saber que era algo inteiramente egoísta de minha parte pensar assim.

Dessa vez, eu não almoçaria sozinha. Percebi isso quando, ao entrar na sala, deparei-me com Semha, Iuel e Ilidia sentados em um grande sofá disposto na mesa, possivelmente aguardando a comida.

─ Ah, você demorou, Ellizabeth. ─ Iuel levantou-se rapidamente e deu alguns passos em minha direção ─ Eu e a mamãe fizemos uma aposta e ela acabou ganhando. Eu disse que você logo sentiria fome, mas ela acreditava que você tinha algumas outras coisas para fazer.

Ouvi-lo chamar Semha de mamãe e um sorriso crescente em seu rosto com aquele pequeno momento verdadeiramente ao lado de sua progenitora, me trouxe mais uma questão que pairaria no ar: “Depois de tudo que conversei com Semha e de seu desabafo, será que ela realmente acordou para a vida e percebeu que tem dois filhos além de Ignis?”

─ Iuel sempre perde para a mamãe. ─ Ilidia também se pronunciou, enquanto eu me aproximava mais daquele pequeno grupo. Sua voz não possuía o tom mais amistoso, porém já era alguma coisa para quem esperava que jamais fosse compartilhar do mesmo espaço que ela novamente.

─ Eu tive que resolver realmente algumas coisas antes. ─ decidi que seria uma mulher de poucas palavras ali, até, pelo menos, entender o que estava acontecendo.

─ Agora só nos resta esperar a comida e, depois, poderemos contar a novidade. ─ Iuel voltou a se sentar, feliz, quando percebeu que eu me acomodaria ao seu lado, por ser o único espaço (estrategicamente, talvez?) vago no sofá.

─ Que novidade? ─ indaguei curiosa.

Depois, Ellizabeth. Mamãe pediu que eu deixasse para depois. ─ o menino ainda sorria, contente com meu recém interesse pelo assunto que parecia ter lançado no ar com exatamente aquele propósito.

─ Não solte sua ira nele, Lady Ellizabeth. Também não faço ideia do que se trata e, ainda sim, não estou alimentando meus ímpetos mais agressivos por causa disso. ─ a acidez na voz de Ilidia se fez presente e antes que eu fosse capaz de revidar de qualquer forma, afirmando que nunca atacaria o menino, alguns criados começaram a entrar no espaço e iniciarem a organização da comida.

Dessa vez haviam mais folhagens na mesa do que carne, o que pareceu satisfazer a quase todos. O único pedaço farto de carne foi direcionado ao meu prato, enquanto os outros se serviram das folhas e frutas, além dos bolinhos e algumas flores que também pareciam ser comestíveis.

Tive medo de que meu almoço fosse condenado a um eterno instante sem conversa, em que a única coisa possível ouvir seria Iuel, ao meu lado, mastigando sua salada, o bater de talheres nos pratos e a incansável unha de Semha que batia sem cessar em sua taça de vinho. Por sorte, Iuel pareceu incomodado também e começou a me perguntar sobre que tipos de comida nos tínhamos na Terra.

Ele pareceu surpreso quando contei sobre as imensas possibilidades de cockies ─ meu alimento favorito ─ e detalhei da melhor forma que consegui as massas italianas que haviam em um restaurante próximo ao Bien Sür. Ele pareceu ainda mais empolgado e tentou tirar de mim mais algumas informações sobre o comércio de lá e se surpreendeu quando revelei que o dólar era a nota de valor que utilizávamos para comprar algo.

Semha, então, passou a participar do diálogo e começou a perguntar mais sobre minha vida pessoal, até que chegou em um assunto crucial que preferia deixar por fora naquele momento.

─ Thor comentou comigo sobre seu romance com uma espécie de capitão. Se não me engano seu nome é Steve. ─ sua voz não possuía acidez ou qualquer tom que pudesse parecer mordaz ou inimigo, muito pelo contrário, a animação pelo assunto e sua curiosidade saudável estavam ali, pela primeira vez, sendo relevadas em sua fala.

─ É... Pois é. ─ O que eu ia falar sobre o Steve para eles?

 

─ Conte-nos como o conheceu, Ellizabeth. O príncipe Thor disse que ele é um homem de um belíssimo caráter.

Eu estava mesmo fazendo aquilo? Tendo um almoço de “domingo” com a minha família e prestes a falar sobre meu namoro que nem era bem um namoro com um cara de outro mundo?

─ Steve não é bem um capitão. ─ comecei a falar e vi que até mesmo Ilidia parara de olhar tanto para seu prato e direcionar sua atenção à mim que possivelmente estava com as bochechas coradas de constrangimento ─ Na verdade, para muitos, ele é conhecido como Capitão América. ─ deixei escapar um sorriso quando recordei de nossos primeiros contatos e sobre como eu falava com ele a respeito do “Capitão América” ─ Ele lutou bravamente em uma guerra em meu mundo e, como um ato heroico, deu a própria vida para acabar com uma espécie de equipe secreta que possuía armamento pesado e ideais terríveis para todo o nosso planeta.

─ Mas se ele morreu, como estão juntos hoje? ─ Ilidia indagou um pouco cética da minha história.

─ Ah, não! Ele não morreu. Na verdade, ficou congelado durante muitos anos. O corpo dele foi conservado, assim como a saúde e hoje ele vive perfeitamente bem. ─ Será que eu estava contando aquela história direito?

─ E como se conheceram? ─ Semha insistiu naquilo, como se fosse uma mãe doida para saber mais detalhes do primeiro namoro da filha.

─ Fui eu quem encontrou seu corpo congelado. ─ revelei, por fim.

─ Verdade?! ─ Iuei indagou surpreso ─ Fico imaginando a gratidão dele por saber disso.

─ Ah, mas ele não sabe. ─ cortei a animação dele no mesmo instante ─ Nós nos encontramos dias depois e, bom... ele estava muito assustado para ter conversas decentes naquele dia.

─ Mas estão juntos hoje, não estão? ─ Iuel pressionou, sem esconder a ansiedade por mais detalhes.

─ Se ele realmente aguentou me esperar por três meses na Terra, sim. ─ afirmei e não pude evitar um sorriso.

─ E você tem família na Terra, Lady Ellizabeth? ─ a pergunta de Ilidia cortou todo o momento amistoso, causando um efeito desconfortável que ela queria realmente proporcionar.

Eu poderia mentir para saciar a alegria daquela família, mas no fundo de meu ser, sabia que seria errado esconder minha relação perturbada de pai/filha/chefe/subordinada com Fury.

─ Recebi o sobrenome “Fury” de um homem muito gentil que me adotou como sua filha. ─ encarei Ilidia de forma séria ─ Ele me educou, me alimentou, cuidou de mim até que atingisse idade suficiente para seguir meu próprio caminho.

─ Então você realmente não vive com sua família humana, Ellizabeth? Não há ninguém para lhe fazer companhia? ─ a mínima dor que Semha deixou transparecer em sua fala ficou em evidencia, porém a ignorei, recordando de que fora ela quem me deixara num gelo terrível, onde eu acabei realmente morrendo de hipotermia antes de ficar permanentemente no braço de Fury.

─ Eu tenho família. ─ Por assim dizer ─ Eu tenho Fury, que, apesar de tudo, foi um pai prestativo. Tenho Tony que me deu um emprego legal, a Pepper, namorada do Tony, que me ajuda em muitas coisas, além de ser uma boa confidente. Tenho Rhodes, um maravilhoso parceiro de jogos. Também tenho Clint e Natasha, que sempre me ligam para contar alguma de suas histórias e nós saímos para beber algumas vezes. E, acima de tudo, agora tenho o Steve. ─ não era necessário uma explicação mais detalhada sobre ele, pois acho que tudo o que contei anteriormente já fora o suficiente (apesar de não ter contado nada).

─ Mas e em almoços, festas de família, eventos, bailes...─ Iuel foi listando incontáveis coisas que ele considerava pertinentes para uma família fazer junto. Enquanto isso, fui refletindo sobre a sorte que eu tivera de encontrar cada uma dessas pessoas e que eu seria grata eternamente por poder passar um tempo de qualidade com cada uma ao voltar para casa. Principalmente Steve.

O almoço terminou quando finalizei aquela discussão sobre família afirmando que estava extremamente contente com a que tinha. Com isso, Iuel murchou um pouco, mas evitou deixar isso a mostra. Ilidia e Ignis trocaram poucos comentários sobre o sabor da comida e eu limitei-me a dizer “concordo” e “pois é”, para que minha voz não despertasse mais questionamentos sobre minha vida na Terra.

Ao fim, voltamos para o sofá, a pedido de Iuel, que decidiu ficar de pé para fazer as honras de contas as novidades que, de forma muito ansiosa, ele as poderia revelar somente após o almoço.

─ Bom, eu tenho o orgulho de informar que... ─ ele prolongou um pouco sua fala para dar mais ênfase no suspense ─ todos nós voltaremos para casa, no castelo de fogo e gelo!

─ Todos nós quem?  ─ a mínima suposição de ter sido incluída nos planos fez-me fechar a cara instantaneamente. Já me bastava lidar com o fato de que eu teria de implorar à Odin... Ter que brigar com aquela gente sobre minhas vontades era demais!

─ Eu, mamãe e Ilidia! ─ o sorriso de Iuel se espalhou mais ainda ao revelar aquele grande feito.

─ Mas que coisa boa, Iuel! ─ não pude deixar de sorrir, mais aliviada com o esclarecimento.

─ É, mas tem mais. ─ ele sentou-se em um lugar próximo à Semha e a olhou, como se aguardasse que ela prosseguisse.

A mulher sorriu com os olhos para o menino, apesar da boca ainda possuir a mesma expressão de linha fina e dura. Ela deixou que o tempo se prolongasse e a ansiedade aumentasse, como se desejasse isso. Ilidia também não parecia saber desta outra novidade, pois parara de ler seu livro que trouxera consigo para prestar atenção na mãe que agora brincava com um detalhe dourado em seu elegante vestido preto.

─ Hoje nós almoçamos juntos e eu senti em meu coração uma paz que há anos não sentia. ─ ela começou e parou de encarar à sua volta para fitar apenas aquele pequeno tecido que balançava entre seus dedos ─ Quando perdi o pai de vocês e, sem muito tempo para luto, perdi Ignis também, fiz a escolha de endurecer meu coração ao ponto de que nunca mais sentiria aquela dor antes. Fechei-me para o mundo e as coisas que haviam nele. Mas então... quando Odin confidenciou-me que Loki e Thor haviam encontrado a fênix na Terra, meu coração voltou a bater como antes. Sei que Ellizabeth não é Ignis e nunca será. Sou extremamente grata por essa diferença, pois nenhuma mãe espera que seus filhos sejam idênticos. ─ sua voz começou a falhar, porém ela decidiu prosseguir ─ Sei que há pessoas lhe esperando em Midgard, Ellizabeth. Mas também sei que minha família só seria completa se você nos desse a honra de completa-la com sua presença e ir conosco para casa. Pode ter sido criada na Terra, como você costuma chama-la, mas seu sangue, seu corpo, suas origens vêm dos altos campos de gelo de Niflheim e do poder do fogo oriundo de Muspelheim. Queremos você em casa. Sua família quer você em casa.

O que eu poderia fazer, se não aceitar? Um pedido como aqueles, repleto de argumentos, sentimentos e tantas verdades... Ouvir aquelas palavras fizeram com que meu coração batesse mais forte, enviasse o sangue ainda mais rápido pelo corpo através de minhas circulações, que acarretou em meu corpo se erguendo de onde eu estava sentada e olhando a todos estupefata.

─ Desculpem, mas... eu preciso ir. ─ corri o mais rápido que pude para a porta, sabendo que só conseguiria parar onde feriria ainda mais aquela família: eu teria de encontrar Odin e implorar, se necessário, para que eu volte para a Terra.

↜❁↝

Estava ofegante quando alcancei uma sala que um dos guardas indicou que Odin estaria. Se não me falhava a memória, aquele era um salão especial, onde ele se recolhia para planejar novos ataques, orquestrando alguma batalha ou, simplesmente, se recolher do tumulto do castelo.

Bater seria educado, porém o meu coração e toda a energia que fluía por meu corpo me impediam de fazê-lo.

─ Eu preciso ir embora. ─ talvez as palavras tenham saído atropeladas, mas eu não estava me importando muito com isso. O que importava é que ele captasse a mensagem.

─ O que houve, lady Ellizabeth? Há algum problema? ─ a preocupação em Odin me surpreendeu, mas eu não tive tempo para pensar nas surpresas. Precisava partir, no mesmo instante.

Aquela pergunta possuía um zilhão de interpretações, contudo, em meu descontrole, acabei permitindo-me sentir tudo que me afligia em um só momento e deixar que aquele homem fosse onde eu despejaria tudo.

─ Sim. Aconteceu algo. Eu nasci. Nasci uma deusa e acabei morrendo. Depois renasci em um mundo estranho. Aí fui criada como uma arma e fugi, mas continuei vivendo como se me sentisse uma. Eu fui um milhão de mulheres diferentes para fugir do passado que eu achava ruim. Eu matei muita gente em troca de dinheiro. Eu roubei, falsifiquei, enganei muita gente. E, ainda sim, depois de tudo, meu pai me aceitou de volta, capaz de perdoar tudo o que eu havia feito e me ensinar muitas outras coisas. Uma dela foi amar. Caramba!. Como eu achei que fosse possível me apaixonar por alguém, ser reciproco e tudo dar certo. Mas claro que o destino foi um escroto e fez o homem que chama de filha jogar um milhão de coisas na minha cara e me deixar no fundo, do fundo, do fundo da foça. Aí tive que me reestruturar como pessoa, como mulher, com ajuda de amigos que realmente se importavam comigo para que, simplesmente, meu pai voltasse e implorasse minha ajuda para salvar o MUNDO! E, meu querido, se você acha que acabou por aí a minha história, adivinha? O homem que foi considerado uma ameaça global era, nada mais, nada menos que o amor da minha eu passada. Ah, sem esquecer o noivo ferrado que foi pra Terra para tentar evitar uma catástrofe! E, pra completar com tudo, uma verdadeira cereja no bolo, EU NÃO LEMBRAVA DE PORCARIA NENHUMA DA MINHA PRIMEIRA VIDA! Sem esquecer, é claro, que, para tentar mudar minha vida pra melhor, fui imbecil de ter vindo até aqui, Asgard, pra me livrar de uma vez por todas dessa camada de azar e acabo afundando ainda mais nessa lama colossal! Descobri coisas que não deveria, estou envolvida em passados que não me pertencem e sentimentos que eu nem compreendo direito estão me dominando e fazendo questionar até mesmo se eu devo ou não correr! Eu. Preciso. Voltar!

Eu soltei tudo feito um jato e atropelei-me em algumas palavras sem me importar. Tudo o que eu queria agora era correr pela ponte Bifröst, me jogar num abismo sem fim e voltar pra Terra onde a segurança da estabilidade me esperava. Não estava me importando muito com o que deixaria para trás, com as pessoas que magoaria e que, possivelmente, NUNCA voltaria a ver. O que eu mais precisava agora era deitar na posição fetal da minha cama king size na sobreloja do Bien Sür, coberta por meu edredom quentinho onde nada daquilo poderia me ferir ou afetar.

Eu queria voltar para casa.

Mas o que tive em resposta aflorou uma raiva ainda maior.

─ Fugir agora pode ser um pouco precipitado. ─ Odin estendeu a mão para uma pequena cadeia de madeira, convidando-me a sentar nela.

─ Não quero me sentar. Quero sua autorização para Heimdall me enviar de volta à Terra.

Ele olhou-me de forma desafiadora, parecendo me ceder um tempo parar refletir nas palavras que eu usara anteriormente. Ao invés de debater, inicialmente ele sentou-se em uma das cadeiras e aguardou que eu o acompanhasse no movimento. Como eu não o fiz, ele simplesmente cruzou os braços e encarou a janela ali desposta que estava realmente aberta e trazia consigo a luz do fim do que parecia ser o fim do dia.

─ Eu deveria ter sido um pai melhor, mais presente, com Loki. Sinto que falhei com ele de tantas maneiras que não há como reparar os cacos que ainda estão caídos pelo chão deste castelo. ─ virou-se então em minha direção, como se quisesse trazer seus devaneios à um único foco: eu ─ Quando Loki deixou transparecer a pequena possibilidade de que iria recuperar o seu amor perdido na Terra novamente, senti-me um tolo por não tê-lo apoiado. Se, minimamente, eu o ajudasse a recuperá-la, perdoasse seu exílio por saber que essa seria uma atitude de um pai bondoso... Mas escolhi ser um líder e falhei, mais uma vez com meu filho. Falhei, pois virei-lhe às costas ao perceber o mínimo de seus movimentos com relação à descobrir seu paradeiro na Terra. Falhei, pois entreguei um exímio homem à mercê de um futuro improvável e repleto de ódio. ─ respirou fundo e balançou a cabeça para os lados em pequenos movimentos de negação ─ Sempre acreditei que um pai moldava seu filho ao que ele desejava ver no filho num futuro e veja só o que fiz Loki se tornar... ─ um longo suspiro foi solto e então ele prosseguiu ─ Sabe, lady Ellizabeth, o que Loki é hoje é culpa minha. Talvez seja algo irreparável, mas sinto aqui, no meu coração que eu preciso tentar enquanto ainda há tempo. Então, tive a ideia de fazê-la ficar, fazê-la conversar com ele, até que, em algum momento, o Loki do passado, o que ainda tinha um brilho apaixonado nos olhos, voltasse e alegrasse novamente minha vida. ─ antes que eu pudesse argumentar, Odin prosseguiu com sua fala ─ Mas esse seria mais um ato cruel de Odin contra uma alma que almeja liberdade. Portanto, lady Ellizabeth, amanhã, quando o Sol assumir o ápice ao céu, você caminhará pela ponte Bifröst, voltará para o lugar que chama de lar e levará consigo a minha última esperança de ver meu filho Loki voltar para casa.

Eu queria realmente me sentar agora. Queria conversar decentemente, ouvir dele suas súplicas, pedidos e propostas. Mas aquilo seria algo que Ignis faria e não Ellizabeth. E eu não era Ignis. Não mais, pelo menos.

Então, como se fosse um robô coordenado para ações automáticas, balancei minha cabeça em um rápido aceno, coloquei minhas mãos para trás de meu tronco e olhei de forma branda o senhor à minha frente.

─ Obrigada, estarei pronta para amanhã.

Havia uma mínima parte minha que também queria simplesmente discutir com ele e exigir minha partida para ainda agora, contudo, após tudo o que ele relatara, como ser tão egoísta? E, fazer-me este questionamento, ia contra tudo o que eu entendia que Ellizabeth representava. Eu não queria mais ir para casa? Não queria mais ir para Terra? Porque eu era uma guerreira cheia de argumentos capazes de dobrar o mais terrível dos soltados. Eu conseguiria unir palavras para fazê-lo se render à minhas vontades, porém... agora... talvez não seja uma necessidade imediata.

Caminhei pelos corredores daquele lugar como uma despedida, depositando em cada canto um último adeus.

Meu coração soluçou em meu peito por lágrimas que não vieram e naquele instante percebi que não seria mais a mesma quando voltasse para casa.

Eu não poderia ser a mesma depois de tudo que vivenciei em Asgard.


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Notas finais do capítulo

Sim, a parte com Odin foi "curta", mas não acho que havia muito no que se estender após o diálogo estrondoso que ele nos proporcionou.

Se vocês fossem a Lilly o que fariam? Voltariam para a Terra, onde deixou um zilhão de promessas ou ficariam em Asgard, onde pessoas almejam por sua ajuda? Comentem aí para que eu veja se farão algo parecido com o que ela fará no próximo capítulo.

Sobre o teaser/trailer da 4ª temporada: Não divulguei aqui, pois o teaser (o primeiro a ser divulgado) trará MUITOS spoilers logo de cara, então queria deixar vocês na curiosidade só mais um tiquinho. No próximo, como as coisas ficarão mais claras, eu divulgo o teaser e vocês irão descobrir o que há por trás da trama da próxima temporada.


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