Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 23
Our princess


Notas iniciais do capítulo

Sumi? Sumi.

Não fazem nem ideia de como meu final de ano foi difícil. Tantas notícias ruins, tantas coisas ruins, tristes, desesperadoras...

Mas prometi à mim mesma não desistir daqui. Não desistir dessa linda história que construí com a ajuda de vocês. Por isso voltei. E, pra melhorar minha vida, vejo que duas lindas pessoas, almas maravilhosas, voltaram para mim. Agradeço, meninas, por não terem desistido.
Aguardo vocês nos comentários. ♥



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No fim das contas, eu não poderia simplesmente arrombar a porta do meu quarto, matar vários guardas e fugir na companhia de Loki. Não mesmo.

Assim que minha irmã saiu, esperei por Loki, ou, pelo menos, que algum guarda misterioso entrasse novamente em meu quarto. Como fui tola.

Na melhor das hipóteses, Loki voltara ao seu quarto e se encontrava neste instante preparando sua bagagem para nossa fuga. Na pior delas, ele havia sido capturado e estava sendo sentenciado neste exato momento pelo conselho.

Pensei em ir imediatamente à porta de meu quarto para buscar notícias de meu amor, contudo, minha vestimenta ainda se encontrava inapropriada, já que a única coisa que escondia minha nudez era o fino lençol da cama.

Sem pensar em combinações, vesti a primeira saia e camisa que fui capaz de encontrar, além de calçar a primeira sandália disposta. Nada de joias. Não era momento para esbanjar beleza. Rapidamente olhei meu reflexo no espelho e percebi que, minimamente, precisava prender meu cabelo de modo que não deixasse tão aparente a bagunça que havia nele. Uma trança rápida foi suficiente e senti-me pronta para sair do quarto.

Ao abrir as portas, todos os quatro guardas encararam-me surpresos. Acho que ninguém esperava me ver naquele momento.

─ Onde está Loki? ─ Não havia tempo para rodeios também, portanto contei com a sinceridade dos homens à porta.

No fundo, o que desejei mesmo era que um deles se desmaterializasse e se apresentasse como aquele que buscava.

─ Ele partiu, senhora. ─ o guarda prostrado ao lado esquerdo de minha porta foi o que respondeu, após uns segundos de silêncio.

─ Para onde? Seu quarto?

─ Não sabemos, alteza. ─ o guarda à minha frente, do outro lado do corredor, pronunciou-se dessa vez. ─ Ele esperou que a princesa Ilídia saísse para acompanha-la pelo corredor.

Eram guardas de Nifhleim. Pude constatar isso, pois, além do sotaque forte em suas palavras, a lealdade à mim era perceptível.

─ Conseguiram ouvir algo que indicasse para onde eles iriam? ─ resolvi perguntar, ciente de que conseguiria respostas verdadeiras daqueles homens.

─ Mulher, volte ao seu quarto. ─ o terceiro guarda, também do outro lado do corredor era, obviamente, um asgardiano.

Antes que eu pudesse insistir, um movimento rápido fez-me ficar brevemente surpreendente. O guarda à minha esquerda, na porta, usou sua lança para alcançar a cabeça do guarda asgardiano e, antes que ele pudesse reagir, o outro guarda do outro lado do corredor também o atingiu, desta vez, fatalmente, em uma das partes desprotegidas em seu abdome, com a ponta da sua lança.

Nunca desrespeite nossa princesa, homem. ─ o guarda que deu o golpe fatal pareceu sussurrar algo similar em seu ouvido antes que o corpo do asgardiano deslizasse pela parede e caísse no chão desfalecido.

Arfei em surpresa e senti, brevemente, meus olhos mareados. Meu povo estava do meu lado. Meu povo me protegia.

─ Não ouvimos muito, alteza. Tudo que conseguimos ouvir foi algo sobre a reunião do conselho. ─ o guarda ao meu lado disse enquanto se desfazia de sua posição de proteção e colocou-se no centro do corredor, como se buscasse por alguém, além de nós, que viu o ataque de seu parceiro.

─ A reunião ainda está acontecendo?

─ Sim, senhora. Mas não demorará a findar-se. ─ o outro guarda da porta falou. ─ Precisa saber, alteza... ─ ele tentou continuar, mas antes encarou seus parceiros e, sentindo-se firme do apoio que recebia, terminou sua fala ─ Não são melhores as expectativas do resultado desta reunião.

─ Uma das sentenças é a prisão surtiniana, estou ciente disso. ─ confirmei. Senti-me mais confiante para dar alguns passos para fora de meu quarto e enfiar-me no pequeno círculo formado ali pelos homens.

─ Além disso, alteza... ─ outro continuou ─ ouvimos que... bem. A outra sentença seria a morte ao príncipe Loki.

Algo estava quente. Começou tão rápido que não pude perceber de onde viera. Um calor transcendental subiu por meu corpo, consumindo-me por inteiro.

Os homens ao meu entorno deram alguns passos para longe, como se estivessem assustados com algo.

Uma espécie de energia continuava a fluir por todo meu corpo e, depois de alguns segundos, só então, fui perceber que todo meu corpo flamejava. Todo. O. Meu. Corpo.

Isso nunca havia acontecido antes, já que eu dependia de muita energia para realizar simples feitos com meu poder, contudo, naquele momento, o fogo fazia parte de mim por completo. Era extensão de mim, exatamente como deveria ser. Eu era feita de fogo. O mais intenso fogo. O fogo eterno.

Por um instante tive medo do que eu poderia fazer com todo aquele poder ou, simplesmente, do que ele faria comigo.

Mas fui subitamente interrompida e minhas chamas desapareceram, quando, ao fim do corredor, pude ouvir por alguém me chamar.

─ Ignis! Ignis! ─ era a voz de minha irmã que gritava em plenos pulmões enquanto seu salto alto exercia um som estrondoso no mármore do chão ao chocar-se contra ele ─ Ignis, venha! ─ Por um momento, quando ela percebeu que eu estava fora do quarto, seu corpo retesou no meio do caminho, mas não demorou muito, visto que logo já estava correndo pelo corredor em minha direção.

Não entendi, de início, o motivo do pânico que gritava em seus olhos, mas uma aflição tomou conta de mim, pois havia realmente algo de errado.

─ Precisamos ir, Ignis. Por favor, venha! ─ ao aproximar-se de mim, começou a puxar-me pelo braço ─ E vocês, não ousem me impedir. Eu serei a rainha de-

─ Ilídia, o que está acontecendo? ─ interrompi-a e puxei meu braço de volta, esperando por uma resposta.

─ Ele... ele...

─ Ilídia. ─  meu tom saiu firme. Insistente. Havia algo de errado, mas o que?

Eu deveria tê-la seguido logo no primeiro grito. Não deveria ter questionado. Infelizmente, só fui perceber isso depois de suas palavras:

─ Nosso pai irá matar Loki. Foi decidido. ─ seu arfar não a impediu de pronunciar tais palavras cortantes.

Meu coração paralisou, mas meus pés não. Em um súbito movimento, comecei a correr pelo corredor, mas fui seguida, sabe-se lá por quem. Desde que não fosse impedida, até mesmo o Sol poderia descer à terra e seguir-me que não seria um empecilho.

Estava correndo... Mas para onde?

Eu poderia correr até a reunião do conselho, mas de nada adiantaria. Então, só me restava Loki. Mas onde ele estava?

Um soldado caminhava em nossa direção no corredor e, apesar das suas feições deixarem claro que ele estava estupefato pela visão de uma princesa correndo pelo corredor, tentou impedir-me, colocando seu corpo ao centro do corredor.

Eu não sabia lutar. Não era uma boa lutadora, pois nunca foi necessário usar minha força para tal ato. Mas eu era poderosa. E, talvez isso, era surpresa para aquele homem, já que ao se deparar com uma imensa bola de fogo voando em sua direção, ele não soube o que fazer e foi atingido imediatamente.

─ Mais guardas virão, Iggy. ─ a voz de Ilídia soou ao meu lado, já que eu havia parado para atacar aquele homem que ousara tentar me impedir.

─ Onde está Loki? ─ resolvi indagar à ela, ciente de que aquele deveria ser meu alvo.

─ Loki está bem, está a salvo, por enquanto. Ele está à esperando, escondido, na cúpula. Mas não há tempo! Antes, precisa impedir nosso pai. Ele não vai demorar a perceber que Loki não ficou em seu quarto e a qualquer momento estará em direção à cúpula.

─ O que espera que eu faça? ─ questionei, desnorteada.

─ Precisamos encontrar nossa mãe. Talvez ela faça alguma coisa. Na verdade, tenho de que ela fará algo por sua causa, irmã.

Ouvi estrondos no chão de mármore não muito longe de nós. Alguns guardas ─ talvez sete ou oito ─ se aproximavam, equipados, como se estivessem rumo à uma batalha.

Ilídia e eu estávamos exatamente no centro de uma encruzilhada no corredor e, portanto, não seria muito fácil escapar, caso desejássemos.

─ Vá. ─ ela indicou ─ Eu cuido deles. Precisa correr até a ala leste. Há um caminho longo até conseguir alcançar nosso pai antes que ele chegue até Loki. ─ ela alertou e me fez voltar à realidade imediatamente. Ilídia amava meu Loki.

─ E quanto à nossa mãe? ─ questionei.

─ Não há tempo! Ele vai matá-lo, Ignis! Precisa correr! Ainda hoje irá matá-lo! Corra e salve-o!

Suas palavras foram o gás necessário para que eu a abandonasse ali, no centro daquele corredor, sozinha, para lutar contra tantos homens. Ilídia saberia se virar, já que era a irmã mais velha e, diferente de mim, deveria buscar meios para se defender, já que não fora abençoada da mesma forma que eu.

Os corredores dourados tornaram-se borrões em minha visão, já que eu estava usando toda a velocidade de meu corpo para alcançar meu pai antes que qualquer tragédia acontecesse.

─ Ignis! ─ fui interceptada por uma mancha verde e vermelha que estava ao centro do corredor e fui forçada à parar.

─ Mamãe! ─ gritei, talvez feliz por encontra-la ou desesperada pelas circunstâncias ─ Ele vai mata-lo! Mamãe, ele vai mata-lo!

Por um breve momento, seus olhos perderam o foco, mas não demorou à voltar-se para mim, estender sua mão e tomar a minha entre seus dedos frios e finos.

─ Não há tempo. Precisamos correr se queremos salvá-lo. ─ sua voz estava falha, trêmula, mas eu senti o calor materno vindo de suas palavras tocarem minha face e me aquecerem, trazendo esperança. Ela estava do meu lado. ─ Use a conexão com seu pai para tentar localizá-lo. ─ ela sugeriu, enquanto voltei a caminhar depressa, dessa vez em sua companhia, pelo corredor.

Nunca havia tentado nada parecido e, portanto, tive medo de falhar. Fechei meus olhos e deixei-me ser guiada por minha mãe através dos corredores enquanto tentava buscar qualquer sinal de meu pai.

Nada. Absolutamente nada.

Até que... uma simples fagulha pude sentir não muito longe de mim.

Uma mistura de ódio, ira e sede de sangue.

Meu pai.

─ E o achei. ─ meus olhos abriram no mesmo instante e pude sentir firmeza ao, desta vez, conduzir minha mãe entre os corredores.

Por sorte, meu pai precisava percorrer um pequeno caminho até alcançar Loki e, graças à tudo que fosse sagrado, havíamos chegado à tempo.

Ele estava sozinho, atravessando um dos salões vazios e longos do castelo, que estavam ali apenas para serem cobertos de ouro e ocuparem espaço desnecessário no castelo de Odin.

─ Haz, por favor. ─ antes que eu dissesse ou fizesse qualquer coisa, minha mãe adiantou seus passos, ultrapassou-me e caminhou em direção ao imenso homem que, surpreso, parou no meio do corredor e virou-se em nossa direção. ─ Não precisa ser assim, meu querido. Não pode ser assim. Você não pode se render à sede de sangue.


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Notas finais do capítulo

Está acabando o suspense, graças à Odin (risos).

O próximo, prometo, não demorará 9573535 dias.

Estava ansiosa por esse momento e, finalmente, chegou.

O combate final. Quem será que matou Haz?

Vejo vocês nos comentários, por favor? ♥



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