Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 22
Confidence


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Ontem não postei capítulo algum, pois eu estava extremamente focada em elaborar o trailer da 4º temporada.
Isso mesmo, vocês leram certo: QUARTA TEMPORADA DE AMF.

Por isso, esse capítulo também não ficou tão grande (na verdade, ele fazia parte do capítulo anterior, porém tive que quebrá-lo para não ficar tão extenso).

Espero que curtam, assim como eu curti apresentar à vocês que Ignis acabou de restabelecer a confiança em alguém.

Quem será?



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Algumas verdades foram feitas para serem ditas. Outras, no entanto, deveriam ficar escondidas e protegidas à 7 chaves, para que nenhum mal se apoderasse de sua inocência e lhe fizesse mal. Porque, em minha opinião, se muitas pessoas acreditam que a verdade é cruel, eu já nasci entendendo que a verdade possui um quê de inocência avassalador.

Meus sentimentos por Loki era a mais pura, simples e completa verdade, em sua melhor essência. E desfrutar disso, sem medo de que qualquer mal pudesse acontecer com um de nós, infelizmente, nunca nos foi privilegiado.

─ Preciso ir. Antes que sua mãe volte ou algum guarda decida entrar no quarto, por achar que está silencioso demais. ─ a voz de Loki era abafada por meus cabelos, enquanto aproveitávamos o tempo que o universo nos concedeu de bom grado.

─ Como escapou? ─ resolvi indagar, enquanto o mantinha ainda embaixo de meu corpo, aproveitando o que restava de nosso contato físico e sem tecidos como barreiras.

─ Do mesmo modo que consegui entrar aqui ─ ele simplesmente falou: ─, materializando neles a visão de um guarda. Eles logo acreditaram que eu seria convocado pelo rei e, portanto, materializei outros três para me acompanharem por um curto período de tempo. Até que estava livre de minha prisão e pude me disfarçar para correr até aqui. ─ sua mão passou a deslizar pela minha coluna, causando calafrios por toda minha espinha.

─ Você precisa ir. Antes que sintam sua falta ou algum guarda invada seu quarto, achando que você está quieto demais. ─ concordei com sua afirmação anterior, já me preparando psicologicamente para o afastamento eminente.

─ Sim. ─ ele assentiu, mas não moveu um músculo sequer para se afastar de mim.

Não fazia ideia do que o futuro nos programou ou que consequências teríamos que pagar pelo que fizemos, contudo, eu estava determinada a sofrer tudo de novo se, futuramente, pudesse ficar ao lado de meu amado. Loki e eu nos tornamos um só e isso, definitivamente, ninguém poderia mudar agora.

Independente da decisão do conselho, de Haz ─ que agora eu me recusava a chamar de pai ─ e Odin, eu estava livre de todas as barreiras que antes me impediam de amá-lo abertamente e sem segredos. Não fazia ideia de qual seria a reação do meu povo ao descobrir sobre minha decisão de livre e espontânea pressão abandonar o trono, mas tinha certeza de que minha família forçaria uma aceitação imediata. Ilídia se tornar a sucessora era a prova disso.

A questão é que, por séculos de existência, minha família sempre esteve na liderança. Eu era muito nova na época, mas, apesar da terrível batalha entre Surt e Odin, que se sucedeu na derrota de meu avô, nós ainda possuíamos o apoio, amor e adoração de nosso povo. Ainda éramos seus líderes.

Mas agora... eu não fazia ideia de em qual patamar me encaixaria após minha deserção.

A imprudência e a nova descoberta de quebras de regras nos forçava a fazer coisas terríveis. Manter Loki em meu quarto, após tudo que passamos foi, absolutamente, uma dessas. Infelizmente, só fomos descobrir isso justamente em cima da hora.

─ Ignis? ─ a voz abafada chamou-me do outro lado da porta, segundos após tentar destrancá-la ─ Ignis, o que está acontecendo?

 Eu não sabia o que fazer. Meu corpo instantaneamente ficou paralisado e um tremor percorreu por toda minha espinha. Estávamos perdidos.

Felizmente, Loki agiu com mais rapidez do que eu. Jogou-se para fora da cama e começou a vestir-se o mais rápido que conseguiu. Infelizmente não foi tão rápido quanto a situação ordenava.

Logo que meu amado conseguiu terminar de vestir suas calças, ambas as portas foram arrombadas com o auxílio dos quatro guardas de prontidão. Acompanhada deles, estava Ilídia, que entrou no quarto imediatamente.

Tive tempo o suficiente para averiguar a tiara dourada que ela ousadamente usava no topo de sua cabeça, demonstrando que claramente estava satisfeita com o caminhar das coisas. Era tudo o que ela mais queria: tornar-se rainha.

─ O que está... ─ ela começou a indagar, mas se interrompeu ao observar nosso estado.

Primeiro ela encarou o peito nu de Loki e a calça que ainda pendia em sua cintura, pois muito mal foi colocada. Depois averiguou as roupas a nossa volta, sendo apenas uma única peça a minha e, possivelmente, a que mais se destacava por conta de sua coloração esverdeada. Em seguida, ela encarou-me e suas feições mudaram de surpresa para espanto. Eu estava coberta com o lençol da cama de modo que cobrisse todo meu corpo até os seios, mas deixava explícito o que havia acabado de acontecer, pois meus cabelos estavam desgrenhados e meu colo possuía um tom avermelhado que se proliferou por conta da vergonha que eu estava sentindo.

Loki aproveitou o tempo de surpresa para terminar de vestir a camisa que já estava em suas mãos, enquanto eu me limitei apenas a encarar minha irmã e continuar segurando o lençol que cobria minha nudez, já sentada com a melhor postura que me era cabível apresentar.

─ Lidy ─ apelei, mais uma vez, para seu apelido, na esperança de conseguir alguma vitória ─, por favor.

─ Vocês. ─ ela chamou os guardas que prontamente a encararam, tentando disfarçarem a surpresa estampada em suas faces ─ Saiam do quarto imediatamente e fiquem de prontidão no corredor. Não deixem ninguém entrar e, em hipótese alguma, contém o que viram aqui para qualquer pessoa.

Como fantasmas, eles desapareceram, fechando a porta atrás deles e Ilidia voltou a me encarar, fazendo o máximo de força possível para mudar suas feições de espanto para algo mais frio e calculista, talvez.

Não compreendi inicialmente o que minha irmã queria, porém a perspicácia de Loki me fez ligar os mesmos pontos que ele e tentar entender quais eram seus planos.

─ O que quer em troca pelo seu silêncio? ─ ele indagou, enquanto esperava ela se aproximar em passos lentos.

─ Quero, primeiro, que você se vista e saia desse quarto da mesma forma que entrou: sem que ninguém saiba. ─ ela olhou-o de cima a baixo, evitando demonstrar o que pensava realmente sobre o que acabara de ver.

─ Não vou deixa-la sozinha com a Ignis. ─ foi tudo o que ele precisou dizer para ela erguer uma das sobrancelhas e encará-lo friamente.

─ Se você não quiser que eu ordene aos guardas da porta para leva-lo para as masmorras, sim. Você vai sair daqui agora. ─ sua ameaça possuía a mesma força que uma lâmina afiada e acertou-o em cheio.

─ Vá, Loki. ─ pedi, incapaz de controlar o tremor de minha voz ─ Eu ficarei bem. ─ Ao proferir essas palavras, ele me encarou, possivelmente tentando entender para quem eu realmente estava dizendo aquilo: ele ou eu.

─ Vou me materializar como um guarda e ficar na porta. ─ era o máximo que conseguiríamos dele e Ilidia não era idiota o suficiente para prosseguir com aquela discussão.

Enrolei-me nos lençóis e observei Loki terminar de pegar suas coisas e vesti-las de modo apropriado. Ao fim de tudo, ele lançou-me um olhar cúmplice, que dizia: Grite se precisar, e saiu do quarto, sem deixar de encarar friamente minha irmã, fazendo desta simples ação uma ameaça vedada.

Ao fechar a porta, Loki levou consigo toda a nostalgia e alegria que há poucos rodeava todo o meu ser. Tudo o que restou foi amargura, decepção e até mesmo um pouco de raiva.

─ Vocês precisam partir. ─ Ilida lançou a frase ao ar, enquanto se aproximava da cama, deixando transparecer, finalmente, o que estava tentando esconder há poucos. O seu medo.

─ Qual o seu problema? ─ indaguei deixando abertamente exposto o que eu sentia por ela naquele instante: a mais pura raiva.

─ Iggy... Eu sinceramente... Eu sinto muito. ─ seus olhos mareados estavam voltados para mim de modo suplicante. Ela deu passos curtos em direção a cama e deixou seus olhos passearem em meu colo, onde a marca da espada já estava quase desaparecendo, graças ao efeito curativo das minhas lágrimas ─ Se eu pudesse ao menos... Eu fui tão... Iggy. ─ frustrada, ela deixou lágrimas escorrerem de seus olhos, mas logo protegeu sua expressão com ambas as mãos, que limpavam os sentimentos ocultos que jorravam por sua face. ─ Não há tempo para explicar, então serei breve. ─ ergueu sua cabeça, na intenção de fazer o possível para soar convincente ─ Eu não tinha intenção nenhuma de me casar com Thor. ─ dito isso, ela esperou uns segundos até continuar ─ Casar-me com ele, me tornar rainha? Não mesmo! Ignis, nunca quis ficar no seu lugar desse jeito.

─ Ah, não?! ─ perguntei, sem me importar com o tom alto de minha voz. Aproveitei sua surpresa com minha reviravolta para erguer-me da cama e andar em sua direção até ficarmos cara a cara ─ E que discurso foi aquele ontem? Sobre destruir a minha vida e sabe-se lá mais o que.

─ Eu estava irritada! Estava com ciúmes! ─ ela começou a responder, mas eu a impedi de prosseguir

─ Ciúmes de mim?! ─ gritei de volta ─ Mas você acabou de dizer que-

─ Porque eu tinha acabado de pegar você beijando o Loki, sua boçal! ─ finalmente ela respondeu à altura e gritou tão alto que eu tinha quase certeza de que todos em Asgard puderam ouvir.

Calei-me na mesma hora.

A verdade é que, com seu discurso no dia anterior, tudo o que eu consegui pensar foi na possível inveja que ela sentia de mim e, por isso, fez tudo o que fez.

Agora, depois de seu pequeno discursar, tudo pareceu fazer mais sentido. Ilidia estava apaixonada por Loki. O meu Loki.

─ Você, sempre imersa em seu mundo particular, com seus problemas da alta realeza, do trono, tendo que lidar com regras... Nunca parou pra pensar que, talvez, só talvez, existisse uma irmã com sentimentos, Iggy? Eu estava aqui, à sua sombra, vendo-na passear para cima e para baixo com Loki e incapaz de dizer qualquer coisa, porque me foi negado a chance. ─ seus olhos voltaram a permitir que algumas lágrimas escorressem ─ E então, quando eu finalmente tomei coragem para pedir ajuda à você e ter, ao menos, alguma chance de me aproximar mais de Loki... Eu...

Agora, eu era capaz de ligar os fatos, as peças e tudo fazia sentido. Por isso, talvez, consegui completar sua frase que morreu antes mesmo de se findar.

─ Você me viu beijá-lo na cúpula.

─ Eu os vi se beijarem. ─ ela concordou e encarou-me desolada, com suas feições mais legíveis, demonstrando o coração partido que eu causei ─ Fui incapaz de raciocinar. Principalmente quando você relatou o tempo que esse... essa... isso que vocês possuem dura. Simplesmente agi sem pensar e... quando acordei já era tarde demais. Seu corpo já estava jogado no salão do trono e meu pai, enfurecido, ameaçou matar Loki caso você não sobrevivesse.

─ Foi por sua causa que sobrevivi. ─ constatei, percebendo o motivo de eu ainda estar viva.

─ Papai ordenou que eu usasse minha bênção em sua ferida e assim o fiz. ─ ela concordou com a cabeça, enquanto terminava de preencher as lacunas vazias na minha história ─ Iggy... Eu juro pela minha vida e pelo fogo eterno que se eu soubesse que daria tudo errado, que eu fosse forçada a me casar com Thor... nunca teria falado nada.

─ Mas você se casaria com Loki. ─ meu cérebro demorou para raciocinar, mas finalmente cheguei no ponto crucial ─ Por isso contou para Odin. Sabia que ele forçaria um casamento entre vocês dois, para assegurar a minha parte do trato. E, então, você poderia viver com Loki, me forçando a permanecer presa ao trato entre nosso pai e o pai de todos. ─ ela não precisou afirmar ou negar, aquilo que eu havia dito era um fato e ponto final.

─ Que futuro você teria, Ignis? Se eu não tivesse feito aquilo? ─ Ilidia resolveu, então, rebater os fatos narrados por mim ─ Loki nunca se casaria, ou pior, se casaria com outra estranha e seria levado para longe de Asgard. Ao menos, comigo, ele ficaria por perto.

─ E você aceitaria esse destino? Casando-se com um homem que nunca a amaria? ─ franzi o cenho, incapaz de compreender ou aceitar que ela era a vulnerável na história ─ Você destruiu tudo, Ilidia. Por pura e simples imaturidade e incapacidade de aceitar meus sentimentos por-

─ Eu não aceito agora, Iggy. ─ ela calou-me e aproximou-se o suficiente para segurar minhas mãos nas suas e puxa-las firmes para perto de si ─ Por isso estou aqui. Vocês precisam fugir o quanto antes.

Paralisada permaneci por um curto período paralisada por suas afirmações e solicitações.

Era muita coisa para assimilar em um curto período de tempo, e além disso, eu não fazia ideia se devia acreditar em minha irmã ou era apenas um truque seu para me entregar, mais uma vez, ao meu pai e ao conselho.

─ Se eu for, você vai se casar com Thor mesmo assim. E, além disso, se tornará rainha. ─ transformei meus pensamentos em palavras e aguardei que ela me devolvesse. Aproveite-me de sua surpresa, para desvencilhar minhas mãos das suas e me afastar o suficiente para que ela não tentasse nada similar outra vez.

─ Mas você será livre. E Loki também.

Doeu, mas tive que abrir meus olhos para a verdade. Ilidia realmente estava tentando ajudar. Não por mim, sangue do seu sangue, sua irmã legítima. Mas por Loki. Ela fazia isso pelo homem ao qual ela estava encantada.

─ O que você ganharia me ajudando, Ilidia? ─ não me entreguei logo de cara, pois não havia muito tempo que ela me traíra e causara tudo de ruim em minha vida.

─ O seu perdão e... a certeza de que Loki estaria à salvo das garras do conselho.

Algo que ela disse me deixou perturbada, então resolvi indagar:

─ O que o conselho planeja para Loki?

Sua pele empalideceu ainda mais do que já era e entendi aquilo como mau sinal.

─ Odin está participando também ─ dizer aquilo era como tentar amenizar minha reação, mas não facilitou muito as coisas, pois o que ela disse a seguir me perturbou totalmente ─, mas meu pai e alguns membros do conselho já sugeriram coisas terríveis, como... como... a prisão surtniana.

─ Não... ─ a palavra fugiu como um sopro sussurrante e minha visão ficou turva no mesmo instante.

A nossa prisão era, possivelmente, o que outros povos considerariam o fim da vida. Ao entrar lá, ninguém poderia sair, nunca mais. Nenhum deus, nenhum mortal, absolutamente ninguém fora capaz de escapar. Só de pensar na mais remota possibilidade de Loki ser preso, meu corpo superaqueceu e algumas chamas escaparam por entre meus dedos.

Apesar da minha vontade surpreendente de gritar, Ilidia não me deu tempo para uma reação apropriada, pois logo fez-me voltar à realidade.

─ Ignis, não temos tempo para pensar. Vocês precisam fugir o quanto antes.

─ E como faremos isso? ─ resolvi questionar, já que ela insistia demais nessa possibilidade.

─ Não sei ainda. ─ admitiu, finalmente ─ Mas... agora não serei só eu a pensar em uma fuga mirabolante. Você e Loki são donos de seus destinos e podem pensar em um modo.

Assenti, rendendo-me, pela primeira vez, à possibilidade de dar uma nova chance à minha irmã e a tudo que ela me falara até agora.

─ Preciso voltar agora. ─ de repente ela se afastou e fingiu brincar com a calda de seu vestido exuberante ─ A rainha Frigga não quer perder tempo e organizar os preparativos para o casamento o quanto antes.

Não me despedi dela, pois ela foi tão rápido que quase nem a vi sair.

Meu corpo, mente e espírito estavam voltados para pensar em um jeito de ir embora sem deixar rastros.

Pena que eu não fazia ideia que a ideia de Ilidia nunca viria a se concretizar.


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Notas finais do capítulo

#TODASQUEREMOSLOKI

Eu juro que acho que nunca deduraria minha irmã, apesar de estar gamada no cara por quem ela está apaixonada, mas cada um tem um jeito de lidar com as coisas, né?

Espero vocês nos comentários!



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