Intuição escrita por TheEpic


Capítulo 10
Quando as coisas não podem ficar piores (certo?). - Parte I de II -


Notas iniciais do capítulo

OLHA QUEM VOLTOOOU :D

Quero agradecer pelos reviews do capítulo anterior, pela chegada de novos leitores e pelos novos favoritos na história.

Sem delongas, desejo o mesmo de sempre. ♥



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― De acordo com o que eu descobri, a base da Akatsuki fica em algum lugar do País da Chuva, provavelmente na Vila Oculta. Eles montaram algo como um quartel-general onde ficam durante o período sem missões.

Tsunade suspirou forte com a informação dada por Jiraiya. Ela entendia muito bem a complexidade da situação. Amegakure era muito fechada ao exterior, até mais do que Iwa. Tudo o que se sabia era que eles ainda estavam em guerra civil e quem tentava entrar por lá em missões de espionagem nunca mais aparecia. Uma vila isolada, misteriosa e onde ninguém com bom senso ousava entrar.

O lugar perfeito para um covil de monstros ser construído.

― As coisas ficam mais complicadas dessa forma. É praticamente impossível de recuperar Sakura invadindo o lugar. Se todos da Akatsuki ficam em um mesmo ambiente, e ainda por cima em Ame, seria suicídio enviar pessoas para lá, mesmo que fossem ANBUs.

― Exatamente. Só poderíamos trazer Sakura de volta em uma situação onde a levassem para fora do País da Chuva e fossem pegos em emboscada. Poderíamos deixar vigilância constante e reforçada por perto das fronteiras da Chuva com a Areia e o Fogo. Em algum momento eles precisariam vir por aqui e, caso o aviso chegasse até uma das duas vilas a tempo, poderíamos pegá-los ― Jiraiya sugeriu ― caso Sakura não estivesse com eles, futuramente estará. Acredito que, com a perda de mais criminosos rank S, passariam a enviar um iryou-nin em missões para dar apoio.

― É uma boa estratégia. Podemos tentar discutir e aprofundar ela em breve, mas no momento quero manter a localização a Akatsuki como uma informação extremamente confidencial. Se de alguma forma o líder deles descobrir que sabemos onde estão, atacarão Konoha sem medo.

Tsunade largou-se em sua cadeira, grunhindo irritada. Ela precisaria de meia dúzia de garrafas de saquê naquela noite.

 

~~~~~~~~#~~~~~~~~

 

Três semanas haviam se passado desde a noite do quarto de Deidara e Sakura achava que ficaria insana.

Depois da série de eventos que aconteceram naquele dia e dos olhares que trocaram quando se despediram, a kunoichi sabia que eles se afastariam consideravelmente; no entanto, não imaginou que sentiria tanto a falta de Deidara.

O rapaz não a procurou mais. Quando se esbarravam em algum lugar e se cumprimentavam, ela sentia que nada entre eles havia mudado: a sintonia ainda estava ali. Ela tinha a esperança de que ele fosse procurá-la em seu quarto para conversarem sobre os dois, porém ele nunca o fez e não seria ela que o faria.

Kisame havia voltado a ser sua única companhia agradável. Itachi ainda fazia suas consultas quando não estava em missão, e o jeito que ele a analisava meticulosamente a cada vez que se viam a deixava cada vez mais incomodada. Eles não trocavam mais palavras além do necessário e, sinceramente, Sakura preferia continuar daquela forma.

Sakura já havia se sentido sozinha muitas vezes ao longo de sua vida, mas nunca de forma tão intensa como naquele momento. Ela não sabia explicar nem mesmo para si própria, mas a falta que Deidara fazia era gigantesca. Ele havia se tornado um amigo que a fazia escapar do terror que vivia sempre que estavam juntos e, como ele havia se ausentado pelo bem dos dois, a iryou-nin se viu como uma criança que lhe é tomada um doce enquanto sentia o sabor do mesmo.

Sem mais nada para fazer naquele esconderijo, a garota havia terminado o antídoto naquele dia e estava pronta para aplicá-lo em Itachi. Saiu da enfermaria e partiu a procura do Uchiha. Encontrou-o na biblioteca lendo algo que remetia à história antiga.

― Itachi-san, o antídoto está pronto e preciso aplicá-lo em você. Quando se sentir confortável ou preparado, me avise ― informou o homem.

― Podemos fazer isso agora, então. Só quero terminar de ler antes. Em meia hora eu te encontro.

― Certo. Vou te esperar na enfermaria ― despediu-se e voltou a fazer seu caminho.

Distraída com pensamentos genéricos, Sakura mal percebeu que Tobi passava ao seu lado.

― Oi, Sakura-san! O tempo está bom hoje, não é mesmo? ― ele chamou-a.

― Não para de chover faz dias, Tobi. Não acredito que isso seja um tempo bom.

― Mas a chuva é ótima! Ela traz um vento muito bom. Tome cuidado com seus segredos, ou alguém pode acabar ouvindo o que o vento leva.

A menina tensionou com os últimos dizeres do mascarado e percebeu que a voz esganiçada e enérgica mudou para um tom muito mais grave, ameaçador e que certamente não era condizente com Tobi ao todo.

Droga, droga, droga, droga! Ele com certeza sabia ou ao menos suspeitava que ela estava envolvida com os planos de Itachi e, se o implacável Itachi Uchiha temia Tobi, com certeza ela deveria temer muito mais.

― Sakura-san, está tudo bem? Ficou calada de repente ― Tobi chamou-a. Sakura piscou os olhos algumas vezes, disfarçou o nó na garganta e tentou passar uma imagem natural.

― Está, sim. Eu só estava pensando demais ― disfarçou miseravelmente.

― Ah, sim. Eu faço isso direto! Mas olha, eu tenho que ir para a cozinha pois estou morrendo de fome. Tobi precisa de comida, você sabe ~~! Mande um olá para o Itachi-san!

Sem esperar resposta, Tobi andou alegre para a direção que ia antes de encontrar Sakura, agora atônita e com as pernas trêmulas. Ela nunca soube quanto tempo ficou paralisada no meio do corredor, mas só conseguiu se mexer novamente quando ouviu o vocabulário desagradável de Hidan ficando cada vez mais próximo, se forçando a sair dali antes de encontrar o desgraçado.

Ao chegar na enfermaria, largou-se em sua cadeira e não sentiu mais os próprios membros. Ela estava morta. Aquele era o fim para ela, com toda a certeza do mundo. Ela já poderia sentir a presença ameaçadora do “novo” Tobi, as mãos famintas se aproximando do pescoço claro...

Céus, ela precisava de Deidara mais do que nunca. Ela queria tanto a presença reconfortante dele, aquele sorriso torto que fazia ela se sentir segura e do apoio que ele oferecia a ela, mesmo sem ele nem sequer saber. Era o errado a se fazer e eles estavam indo muito bem naquela coisa de não continuarem nada que tivessem, mas ela precisava fazer a coisa errada pelo menos uma vez na vida.

Quando decidiu finalmente ir atrás do loiro, Itachi entrou na sala. O olhar negro do homem analisaram Sakura com cautela, notando que algo nela estava definitivamente diferente.

Ele não perguntou nada sobre aquilo e a kunoichi agradeceu mentalmente. Ela também não falaria nada para ele.

O processo ocorreu sem conversas. Sakura o orientava com o que tinha que fazer e ele atendia aos pedidos em silêncio. O nukenin estava muito mais tenso do que o normal, sendo que naquele dia a atenção era exclusiva aos seus olhos, sua arma mais letal. A garota percebeu que ele lutava contra a urgência de atacá-la ou se defender, admirando o autocontrole que ele possuía. Ela não conseguiria resistir ao impulso de agarrar o pescoço mais próximo, se estivesse no lugar dele.

Quando tudo acabou e Itachi abriu os olhos novamente, parecia um mundo diferente. A visão estava menos borrada e ele conseguia ver com mais nitidez. Analisou o rosto da iryou-nin a sua frente, distinguindo os tons de rosa do cabelo dela e as nuances de verde de seus olhos.

Os olhos de Itachi, ainda mais atentos do que antes, não passaram despercebidos por Sakura. Uma possibilidade ruim passou pelo fundo de sua mente e ousou tirar a dúvida de sua cabeça.

― Está sentindo alguma diferença?

― Eu vejo melhor ― Itachi respondeu ― não claramente como antes, mas estou conseguindo enxergar tudo com mais nitidez.

Ah, que ótimo. Aquilo definitivamente não estava nos planos de Sakura. Ela não fazia a mínima ideia de que o seu antídoto tinha propriedades que melhoravam a visão. Ela teve que admitir para si mesma que foi por pura falta de atenção que aquilo aconteceu, já que ela não havia se desempenhado em analisar meticulosamente o que havia feito e nem sequer tinha passado pela sua cabeça a possibilidade de sua criação reverter a cegueira.

― Que bom, então ― não fez questão de disfarçar a mentira e Itachi notou sem esforço algum. ― Eu não posso fazer mais aplicações por um período de tempo, provavelmente alguns meses. Tente não desgastar demais seus olhos ou sua visão vai voltar a se deteriorar, talvez até mais rápido do que antes.

O homem mexeu a cabeça em sinal de entendimento e ficou na enfermaria até Sakura terminar seu relatório sobre o procedimento, apreciando o ambiente como se tudo ali fosse novo. Quando viu que a menina não precisava mais dele ali, se despediu de forma curta e saiu do lugar.

Sakura, provavelmente pela vigésima vez naquele dia, deu um resmungo cansado. Itachi a arrastou para seus esquemas insanos, Tobi havia descoberto sobre isso e estava a ameaçando, ela não tinha mais Deidara e agora o Uchiha havia recuperado parte da visão.

As coisas não poderiam ficar piores, poderiam?

 

~~~~~~~~#~~~~~~~~

 

Sim, as coisas de fato poderiam ficar piores.

A aprendiz da Godaime amaldiçoava seus próprios pensamentos enquanto voava em um dos pássaros de Deidara. Pouco depois da saída de Itachi da enfermaria, o próprio Pain apareceu por lá pedindo que ela acompanhasse Tobi e Deidara em mais uma missão, dessa vez em direção ao País do Fogo para cobrar dinheiro de um empresário que estava devendo para a Akatsuki. Ela não entendia o motivo de precisar ir junto já que não era uma missão onde um médico era necessário, mas nem pensou em contestar a decisão do usuário do Rinnegan.

Daquela vez, Sakura não estava feliz ao sentir o calor do sol.

Ela tentava parecer calma perto do mascarado, porém sempre que podia, soltava olhares alarmantes para Deidara. Ele havia percebido que tinha algo de errado com ela, mas não conseguia entender o que era. O loiro queria poder quebrar suas próprias regras, falar com ela e tirar todas as preocupações que ela tinha, mas não faria aquilo na frente de Tobi.

Sakura e Deidara sempre conversavam somente o necessário, sabendo que uma nova aproximação resultaria em um patamar de relacionamento que ambos não queriam nem pensar em chegar. Ele sentia sua falta tanto quanto ela, sempre se desconsertando quando pegava a menina encarando-o com vontade de falar com ele sobre tudo e, ao mesmo tempo, sobre nada.

A cobrança foi feita de forma rápida e eles estavam no caminho de volta para Ame, voando pelo País do Fogo. Ela pensou que fossem matar o homem, porém ele parecia importante o suficiente para ser poupado e continuar negociando com a organização criminosa.

A viagem estava sendo extremamente estressante desde que encontrou a dupla na entrada do esconderijo para saírem a voo: ela e Deidara estavam em um momento complicado, o lugar onde estavam era sua terra natal e, claro, havia Tobi no meio daquilo tudo.

― Vamos aterrissar e montar acampamento naquela floresta ali em baixo. Não dá pra continuar pela noite e estou cansado, hm ― Deidara informou, com Tobi concordando calorosamente. O bombardeiro encarou Sakura por alguns momentos antes de fazer o pássaro descer até o chão.

Ainda estava claro e não seria difícil de se abrigarem, já que o tempo estava seco. Tobi iria sair para procurar água e Deidara faria o reconhecimento do local quando, de repente, os três shinobis tensionaram. Uma marca de chakra se aproximava deles de forma muito veloz e Sakura a reconhecia perfeitamente. A tal marca se aproximava rapidamente pois havia reconhecido o chakra dela também. Ela rezou como nunca havia rezado antes para que a pessoa não fosse quem ela estava pensando. Se fosse, as coisas ficariam muito ruins.

Suas preces se provaram inúteis quando Rock Lee saiu do meio das árvores e parou na frente deles.

― Sakura-san! Você está viva! ― O ninja de Konoha deu um sorriso aliviado, porém não saiu de guarda. ― Eu sempre soube que você estava bem!

― Lee-san... ― Sakura tentava dizer com aquele chamado que era para ele sair dali o mais rápido possível, mas sabia que ele não o faria.

― Finalmente te encontramos e você está linda como sempre! Gai-sensei e os outros não estão muito longe, nós podemos te tirar pra longe desses caras e voltar para casa todos juntos!

Opa. Você não vai levar a Sakura-san ― Tobi interveio na conversa ― e Tobi não pode te deixar viver. Deixei da última vez com seus outros colegas, mas não hoje~~.

Sakura ficou ainda mais tensa e a cabeça passou a doer. Ela olhou suplicante para Deidara, implorando silenciosamente que eles só saíssem dali logo, que deixassem Lee em paz. Ela não resistiria, não chamaria a atenção de ninguém e nem sequer choraria. Eles só precisavam deixar Lee viver.

Por favor, Deidara.

O coração do nukenin doeu ao ver a expressão infeliz de Sakura. Se ele deixasse Lee viver por pura vontade, Pain puniria tanto ela quanto ele. Deidara fechou e abriu os olhos lentamente e a garota, mesmo que dolorosamente, entendeu que ele estava de mãos atadas. Ela quis sentir raiva do Akatsuki, quis amaldiçoá-lo até não conseguir mais, porém sabia que não conseguiria nem se tentasse com muita vontade. Da mesma forma que ele não podia fazer nada pela amizade deles, ele não podia fazer nada por Lee.

Deidara também queria terminar a luta que eles haviam começado após ele se livrar do Ninja Copiador e da Kyuubi meses atrás, afinal. Ele não gostava de deixar as coisas resolvidas pela metade.

― Lee-san, por favor, vai embora ― pediu ― eu vou ficar bem, mas você precisa ir. Por favor, volte pra Konoha.

― E te deixar sozinha aqui? Com eles? Eu prefiro morrer a não lutar por você! Vem, vamos embora...

O menino estendeu a mão para ela em forma de chamado e, antes que ela pudesse reagir de qualquer forma, Tobi partiu para cima de Lee em uma velocidade insana.

Foi tudo rápido demais para Deidara e Sakura poderem processar os acontecimentos. Seu amigo desviou e, na tentativa de atacar, atravessou o corpo do nukenin. Pego de surpresa pela situação, Lee não conseguiu desviar da kunai visando sua jugular, que perfurou-o rápida e profundamente. Seu olhar estava direcionado para Sakura quando ele caiu no chão, imóvel.

O grito esganiçado da garota anunciou a morte de Rock Lee.


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Notas finais do capítulo

Agora eu tenho certeza que vocês vão me xingar MUITO.

O final foi corrido e meio confuso, mas juro que foi intencionalmente. Venho planejando essa cena desde que comecei a escrever a fanfic e finalmente a redigi. Fiquei orgulhosa com o resultado, mas vi que causaria mais impacto se eu dividisse o capítulo em dois.

Venham me xingar nos reviews ♥ (brincadeira, viu? Mas sério, deixem reviews para eu ficar feliz).

Até a segunda parte. ♥



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