– Não sei se deveríamos. – respondi fitando seus olhos que me olhavam intensamente. Não pude evitar a leve acelerada que meu coração teve.

– Por favor, Nan. – ele disse suspirando e soltou uma das mãos de meus braços e a levou ao meu rosto, fazendo carinho.

– Está bem. – respondi meio a contra gosto me afastando dele.

– Não faz assim. – ele falou choroso.

– Não faz assim? – perguntei irônica – Dylan você foi um bruto estúpido comigo! Olha aqui! – mostrei meus pulsos que estavam com um pequeno hematoma devido ao apertão que ele deu.

– Desculpa Nan, sério. – ele falou dando dois passos à frente.

– Tirando o fato de você ter dito que eu havia gostado das investidas dele. – olhei para o céu, podia sentir as lagrimas chegando. Eu não iria chorar. Não de novo.

– Eu fui um otário, um idiota, imbecil. – ele falou me tendo em seus braços novamente – Me desculpa você sabe que isso tudo é novo pra mim, eu nunca senti ciúmes antes! E você... Você ta sendo pra mim como foi o jardim de infância. – não pude deixar de franzir a testa perante essa comparação. – Quando eu entrei no jardim de infância eu tinha poucos amigos, era tudo diferente tudo novo, eu tive que aprender a lidar com todo o tipo de coisa, o fato de que nem tudo era meu, que eu deveria ser educado e respeitar todo mundo, que não deveria ser bruto – ele disse acariciando meus pulsos – Você não é o jardim de infância eu sei... É muito mais importante Nanda, eu tento não errar... mas... mas... é difícil.

Ocorreu-se um longo silencio depois de suas palavras, eu apenas o olhava nos olhos e ele retribuía o olhar. O dele de suplica e o meu de analise.

Dentro de meu peito, meu coração explodia em emoções confusas eu não sabia o que iria fazer de agora em diante... Eu poderia acabar com tudo ali e me poupar de sofrimentos futuros.

Só um tolo acha que dali para frente Dylan iria parar de me magoar, não se ele gosta de mim mesmo... Ele ainda vai me magoar e muito. E cabe a eu decidir se eu agüento por ele ou não.

– Está bem. – falei levando minha mão a seu rosto – Eu te perdôo seu idiota!

– Já te disse que adoro quando você me chama assim? – ele deu um sorriso radiante como se tivesse ganhado uma visita na mansão playboy.

– Mas olha... – minha boca foi calada pelo beijo que ele me deu. Beijava de forma urgente e voraz, o que me fez perder o ar rapidamente – Não deveríamos beijar assim em publico.

– Vamos lá pra casa – ele disse me abraçando, sua boca colada a curva do meu pescoço.

– Nem pensar, quero distância da sua mãe – falei revirando os olhos – Opa, que indelicadeza....

– Tudo bem – pude sentir um sorriso em seus lábios – Ela não vai estar lá.

– Não? – eu disse afastando nossos rostos e dando lhe um sorriso cúmplice.

– Vem. – ele disse pegando minha mão e praticamente correndo em direção ao portão da casa de Fred, pensei em voltar e avisar Carrie mas a essa altura ela estaria... ocupada.

Não muito longe da saída da casa de Fred estavam paradas varias motos e entre elas a bela Ducati amarela de Dylan.

– Quer ir de taxi? – Dylan sugeriu se lembrando que não era muito fã de motos.

– Não é necessário, depois desses dias com você, perdi o medo. – falei sorrindo e ele subiu na moto dando-me o capacete, logo depois eu subi.

– Pronta? – ele perguntou virando o rosto.

– Pronta. – respondi agarrando fortemente em sua cintura.

Ele aproveitou a rua vazia para empinar a moto até a esquina me fazendo sentir todo o medo que eu achei ter perdido, parece que ele estava apressado em chegar a casa porque tudo o que eu conseguia ver a minha volta eram vultos das pessoas e carros. Ele era muito bom pilotando porque desviava dos carros com facilidade, mesmo às vezes eu achando que ele iria bater ou arrancar o retrovisor dos mesmos. Parou em frente à sua casa e fomos direto a garagem onde ele guardou a moto.

– E esses carros? – disse me referindo à bela BMW e uma McLaren.

– Minha mãe tem uma paixão absurda por McLaren, troca de dois em dois anos e essa BMW foi meu pai que me deu. – ele falou revirando os olhos – ele realmente acha que vai me comprar com dinheiro.

– Não querendo parecer interesseira – disse passando a mão no capo da BMW. – Se meu pai não me desse amor, um carro desses também não iria piorar nada.

– Eu não disse que piorava. – ele falou me agarrando por trás e beijando meu pescoço, ele me virou com rapidez e me levantou fazendo com que eu me sentasse no capo da BMW.

– Você vai amassar esse carro. – o repreendi.

– Como se eu ligasse. – ele falou dando um sorriso de lado e tomando meus lábios para os seus. Estávamos nos pegando mesmo, até eu ouvir um miado vindo da porta da garagem que estava entre aberta.

– Luna! – eu disse me soltando de Dylan e correndo para a gata – Estava com tanta saudade de você.

– É serio isso? – Dylan disse emburrado – Vai me trocar por uma gata?

– A gente já estava se beijando há 20 minutos, e eu não vejo essa fofa há um bom tempo. – fiz carinho embaixo de seu pescoço e ela ronronou em minhas mãos.

Dylan logo apareceu ali e me puxou para que eu ficasse em pé, sem meu consentimento o garoto me pegou no colo fazendo com que eu soltasse uma exclamação de surpresa.

– O que acha que está fazendo? – perguntei enquanto ele andava em direção as escadas.

– Te livrando dos encantos felinos. – ele falou maroto enquanto subia as escadas sem nenhuma dificuldade em estar me carregando, chegamos em seu quarto rapidamente e sem esperar nenhum segundo a mais me pos no chão e fechou a porta a trancando.

– Agora não tem Luna, nem minha mãe. – falou me tomando em seus braços e me beijando com ardor, o moletom preto que eu usava por cima da camiseta voou para o outro lado do quarto.

– Você é tarado demais. – falei fazendo um leve bico.

– Que bico sexy. – ele falou beijando a extensão do meu pescoço me fazendo arrepiar e naquele momento eu tomei uma decisão.

– Dylan.

– Hum? – ele perguntou não soltando meu pescoço.

– Olha para mim. – disse puxando seu cabelo.

– Oi? – ele disse me fitando.

– Quero ser sua. – falei decidida.