Lidya inclinou-se sobre o caderno, seu lápis voando pela página enquanto o desenho tomava forma. Era quase hipnotizante de assistir.

— Você desenha muito bem, sabia? Ainda não vi alguém que se compare.

Sem erguer os olhos, ela sorriu.

— Obrigada.

Eu roubei seu lápis. Seus olhos chisparam com aquele brilho de raiva que ficava tão sexy nela.

— Devolva, Ares. Agora.

— Vem pegar, docinho. Eu te desafio.

— Ok. Você quem pediu.

Ela ficou de joelhos na cama e esticou-se para pegar o lápis, mas perdeu o equilíbrio e caiu por cima de mim. Imediatamente passei um braço por sua cintura, prendendo seu corpo ao meu.

— Se queria me agarrar, era só ter feito, gata.

— Você é muito convencido.

— E você me adora.

— Babaca.

— Sai de cima de mim, sua gorda.

— Hey! — Protestou, rolando para deitar-se ao meu lado, mas mantendo a cabeça em meu peito. — Eu não sou gorda.

— Claro que não, amor. É apenas robusta.

— Idiota. Se eu sou gorda, o que é que sobra pra você?

— Isso são músculos, lindinha.

— Seu bombadinho sem cérebro. — Disse, ficando novamente por cima de mim, sustentando-se pelos cotovelos.

— Ai, está me esmagando!

— E você está adorando.

Passei os braços por sua cintura novamente e lhe roubei um beijo rápido.

— Detesto quando você tem razão, morena.

— Sei disso. — Falou, aproximando-se devagar.

Quando estávamos quase nos beijando de novo, ela pulou de pé.

— Lidya!

— Engole essa, Cabeção. — Replicou, correndo para fora do quarto.

Atirei-lhe um travesseiro, mas errei, o que a fez gargalhar. Peste, pensei, mas não consegui evitar rir também.