Moments by Ares escrita por Benihime


Capítulo 11
Natal




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Encontrei Lidya na biblioteca, enrodilhada em uma poltrona, olhando as chamas da lareira e bebericando chocolate quente.

— Oi. Sem sono também? — Cumprimentou ao me ver entrar.

— Na verdade, eu estava procurando você. — Confessei, sentando na poltrona à sua frente.

— Eu só precisava de um tempinho a sós. A festa me deixou cansada.

— É, dessa vez a dupla do barulho exagerou.

— Ah, não finja que não gostou! Eu vi você com Hefesto e Éris.

— Ok, talvez eu tenha aproveitado um pouco. Mas, ano que vem, nada de festa. Vamos comemorar do nosso jeito. Que tal?

— Boa ideia.

Ficamos um momento em silêncio, apenas olhando as chamas.

— Quer dar uma volta? — Convidei.

— Quero, sim.

Lá fora, a neve dificultava nossos passos, mas eu até que gostava. Lidya caminhava bem perto de mim, e uma de minhas mãos descansava em seu quadril.

— Adoro noites de inverno. — Ela comentou.

— Tem suas vantagens, isso nem eu nego.

Eu a derrubei em um monte de neve. Ela caiu por cima de mim, e parecia não ter a mínima pressa de levantar.

A festa durara um bom tempo, então já estava amanhecendo. Lidya abriu um sorriso lento, indolente. A neve e o gelo em seu rosto pareciam cristais, brilhando aos primeiros raios de sol. Mechas de seu cabelo negro caíam ao nosso redor. Ela estava absolutamente linda.

— Feliz Natal, Lidy.

Ela inclinou-se um pouco mais, e seus cabelos roçaram meu rosto. Tinham cheiro de maçã verde.

— Feliz Natal, Ares.

E então o mundo todo foi eclipsado pela cortina escura de seus cabelos. Nada mais existia além de nós dois. O beijo foi tão bom que lamentei quando ela se afastou.

— Vem, é melhor voltarmos.

— Fale por você. — Repliquei, prendendo-a pela cintura para que não se levantasse.

— Anda logo, Ares. — Insistiu, rindo.

— Argh, tá bom! Mas só porque hoje estou de bom humor.

Soltei-a e ela pulou de pé. De repente, fui atingido por uma bola de neve. Revidei, mas ela desviou.

— Há, errou! Você não me pega, idiota!

— Veremos, morena. Veremos.

Desviei de uma bola e atirei outra, que acertou-a no ombro.

— Ponto!

— Agora a coisa ficou séria! — Rosnou, atirando cinco bolas de neve de uma vez só.

Sua pontaria foi certeira, acertando-me no peito. Saí correndo e me escondi atrás de uma árvore.

— Vem me pegar agora, gata!

Foi exatamente o que ela fez, mas eu continuei me escondendo atrás das outras árvores em volta, sem deixar que ela me visse. Preparei a bola de neve e dei um passo à frente.

— Hey, Lidya.

Ela virou-se e acertei a bola de neve bem na sua cara, o que me fez gargalhar.

— Droga! Você sempre consegue me enganar.

— Claro que consigo. Você atira como uma minhoca cega.

— Ah, vá se foder, Cabeção! Vem, temos mesmo que voltar. Zeus vai pensar besteira se nos vir assim.

— Já cansou, é? — Provoquei.

— Não, mas vou, se alguém colaborar.

— Isso quer dizer o que estou pensando que quer dizer?

— Talvez. — Respondeu inocentemente.

— Safada. — Acusei, bagunçando ainda mais seus cabelos. Ela riu e deu um tapa na minha mão.

— Idiota.

— Seu. — Rebati, e voltamos para casa de mãos dadas.


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