Moments by Ares escrita por Benihime
Encontrei Lidya na biblioteca, enrodilhada em uma poltrona, olhando as chamas da lareira e bebericando chocolate quente.
— Oi. Sem sono também? — Cumprimentou ao me ver entrar.
— Na verdade, eu estava procurando você. — Confessei, sentando na poltrona à sua frente.
— Eu só precisava de um tempinho a sós. A festa me deixou cansada.
— É, dessa vez a dupla do barulho exagerou.
— Ah, não finja que não gostou! Eu vi você com Hefesto e Éris.
— Ok, talvez eu tenha aproveitado um pouco. Mas, ano que vem, nada de festa. Vamos comemorar do nosso jeito. Que tal?
— Boa ideia.
Ficamos um momento em silêncio, apenas olhando as chamas.
— Quer dar uma volta? — Convidei.
— Quero, sim.
Lá fora, a neve dificultava nossos passos, mas eu até que gostava. Lidya caminhava bem perto de mim, e uma de minhas mãos descansava em seu quadril.
— Adoro noites de inverno. — Ela comentou.
— Tem suas vantagens, isso nem eu nego.
Eu a derrubei em um monte de neve. Ela caiu por cima de mim, e parecia não ter a mínima pressa de levantar.
A festa durara um bom tempo, então já estava amanhecendo. Lidya abriu um sorriso lento, indolente. A neve e o gelo em seu rosto pareciam cristais, brilhando aos primeiros raios de sol. Mechas de seu cabelo negro caíam ao nosso redor. Ela estava absolutamente linda.
— Feliz Natal, Lidy.
Ela inclinou-se um pouco mais, e seus cabelos roçaram meu rosto. Tinham cheiro de maçã verde.
— Feliz Natal, Ares.
E então o mundo todo foi eclipsado pela cortina escura de seus cabelos. Nada mais existia além de nós dois. O beijo foi tão bom que lamentei quando ela se afastou.
— Vem, é melhor voltarmos.
— Fale por você. — Repliquei, prendendo-a pela cintura para que não se levantasse.
— Anda logo, Ares. — Insistiu, rindo.
— Argh, tá bom! Mas só porque hoje estou de bom humor.
Soltei-a e ela pulou de pé. De repente, fui atingido por uma bola de neve. Revidei, mas ela desviou.
— Há, errou! Você não me pega, idiota!
— Veremos, morena. Veremos.
Desviei de uma bola e atirei outra, que acertou-a no ombro.
— Ponto!
— Agora a coisa ficou séria! — Rosnou, atirando cinco bolas de neve de uma vez só.
Sua pontaria foi certeira, acertando-me no peito. Saí correndo e me escondi atrás de uma árvore.
— Vem me pegar agora, gata!
Foi exatamente o que ela fez, mas eu continuei me escondendo atrás das outras árvores em volta, sem deixar que ela me visse. Preparei a bola de neve e dei um passo à frente.
— Hey, Lidya.
Ela virou-se e acertei a bola de neve bem na sua cara, o que me fez gargalhar.
— Droga! Você sempre consegue me enganar.
— Claro que consigo. Você atira como uma minhoca cega.
— Ah, vá se foder, Cabeção! Vem, temos mesmo que voltar. Zeus vai pensar besteira se nos vir assim.
— Já cansou, é? — Provoquei.
— Não, mas vou, se alguém colaborar.
— Isso quer dizer o que estou pensando que quer dizer?
— Talvez. — Respondeu inocentemente.
— Safada. — Acusei, bagunçando ainda mais seus cabelos. Ela riu e deu um tapa na minha mão.
— Idiota.
— Seu. — Rebati, e voltamos para casa de mãos dadas.
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