Hurricane escrita por Moriah


Capítulo 9
8. Home


Notas iniciais do capítulo

Sobre esse capítulo: ele é tipo um trailer do que ainda está por vir.



Bem, a música de capítulo é Home - Gabrielle Aplin.

P.S: essa música é de Totalmente Demais, e é tão viciante, que peço que antes de lerem esse capítulo, escutem ela.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617639/chapter/9

O moreno se aproximou sorrateiramente de America e algo no subconsciente de Maxon gritava para ele descer correndo as escadas do segundo andar, e fazer America se afastar do estagiário, uma pequena parte de Maxon dizia que contratar Aspen Leger era um erro. Algo dizia que ele ia perder uma grande coisa se o moreno continuasse por perto. Mas esse pensamento foi tampado pelo sentimento de raiva que o cegou. America Singer devia estar de olho em Alexia e não flertando com qualquer um.

...

— É que você age assim, como se todos fossem seus filhos, como se o mundo fosse colorido e o mal não existisse. Como se amasse todos e qualquer um, sem ao menos conhecer.

— E eu amo. — ela responde encarando-o nos olhos. — O mundo não é colorido Maxon. Não mesmo, ele é preto e branco. — respira fundo, se virando de lado e ficando mais ou menos de frente para ele. — Mas a vida também tem um kit de sobrevivência com lápis de cor, canetinhas e giz de ceras, para você colorir ele do jeito que quiser. — ele franze o cenho e ela muda de tática, por algum motivo queria fazê-lo entender. — O mundo não é bonito, nem feio. Ele não é bom e não é ruim. Ele não tem dois lados. Não tem sequer um. O mundo é o que você quiser que seja ou o que você consegue ver. Veja: se eu acredito que unicórnios existem, quem é você para me provar o contrário?

...

Porque dentro de toda mulher há uma mãe e de todo homem um herói.

...

Você tem que curar as feridas do passado, ou nunca vai conseguir se machucar de novo.

— Eu não quero me machucar de novo. — ele exclama como se fosse obvio, olhando confuso para a ruiva.

— Você não entendeu. A vida se define em se machucar e ser machucado, em perdoar e se perdoado, para finalmente amar e ser amado. — ela explica suavemente. — Ahren, é caindo que você aprende a levantar, acredite em mim. Não cair é equivalente a nunca ter a oportunidade de se levantar sozinho e mostrar para os outros que é independente, não é isso que você quer provar para o seu pai? Que você é independente sendo você? Que você não é uma copia perfeita do Maxon Schreave?

Ele não a responde.

— Se você fizer direito... — ela sugere.

...

“Muitos chamam de destino, outros de acaso, tem os que simplesmente chamam de vida. Independente do nome que der isso brinca com a gente. Não brincadeiras divertidas e legais que te fazem soltar gargalhadas. Não, a infância já passou há algum tempo para ambos, mas brincadeiras cruéis que acontecem com qualquer um, a vida não tem um alvo específico, ela pega quem passar na frente. E bem... Digamos que os dois meio que brigaram para ver quem iria passar primeiro, literalmente.”

...

— E você está tão machucada assim por quê?

— Porque era incrível, era ótimo, mas eu sempre estrago as coisas boas. Eu sempre dou um jeito de fazer todo confete virar merda. — ela me encarou com seus olhos azuis marejados. — Ele disse que eu ia me arrepender. Ele disse. Ele falou que eu ia sentir falta.

— E você sente? — America pergunta idiotamente.

— Acho que está obvio. — Eadlyn responde rispidamente, passando a mão na testa e fazendo com que sua franjinha ficasse toda erguida e bagunçada.

— Não para ele. — America responde sem ligar para o tom da garota, ela realmente estava em desespero. — Mostre para ele que estava certo. Mostre que se arrepende e mostre que sente falta.

— Eu faria papel de boba.

— E você está esperando exatamente o quê? — America a pergunta, deixando a garota sem palavras. — Você está esperando que ele venha aqui e faça isso para você, não é? Que ele faça o papel de bobo e/ou idiota?

— Mas é claro, ele é o garoto. — Eadlyn para pensando em um jeito de explicar seu ponto de vista sem parecer tão machista.

— Isso é tão machista! — a ruiva exclama indignada. — Eu não conheço esse garoto, mas ele não parece o tipo que vai atrás querida, e mesmo assim ele foi uma vez. Dois dias depois do termino onde ele estava? — indagou para ela, e a mesma nada responde. — Arthur Richman estava aqui, Eadlyn. Dizendo que queria você de volta, que te amava e todos os blábláblás que faria qualquer garota se derreter, menos você. Agora é a sua vez de ir lá e dar a cara à tapa.

— E se ele me humilhar? Se não me quiser mais?

— Se não der certo, vai doer, vai doer muito. Mas vai ser apenas mais um para a sua lista. E acredite ela ainda vai ser tão grande. Você vai segurar as lágrimas enquanto estiver na frente dele, porque é isso que Eadlyn Schreave faria diante de qualquer situação, então quando você já estiver umas duas quadras longe dele, você vai permitir que as lágrimas caíam, depois quem sabe você vai tomar um ar ou vir direto para a casa, você poderia me ligar e eu te encontraria em algum pub ou você iria até o meu apartamento, que dependendo da sua escolha de ir ou não, estaria com a geladeira entupida de chocolate, porque ajuda bastante nessa hora. E muitas, muitas comedias românticas clichês esperando para serem assistidas. E então no outro dia ainda vai estar doendo. Mas depois de um tempo, vai sarar, toda ferida sara. Nenhuma dor é para sempre. E é com esse pensamento que você vai conseguir enfrentar qualquer coisa que vier, Eadlyn. Isso é ser corajosa, temer, mas enfrentar.

...

“As coisas nunca acontecem do jeito que você planeja, aí está a aventura da coisa, agora quem tem que decidir se isso é bom ou ruim é você, não os outros. Dá um pouco de medo no inicio, um frio na barriga e tudo o mais, isso não significa que vá ser ruim. E ser for? Vamos ser sinceros, tudo vai dar errado, para, só então, dar certo.”


...

— Osten, filho... O amor... — respira fundo. — O amor nem sempre é bonito desde o primeiro instante. Às vezes você ama e a pessoa não corresponde, talvez a pessoa ame e você não corresponda, às vezes os dois se amam e simplesmente não podem ficar juntos, dependendo das circunstâncias nenhum deles se ama e ainda assim vivem lado a lado. Há vários tipos de amor e vários jeitos de amar. Mas eu preciso que você prometa que quando conhecer uma garota incrível, que te faça rir sem falar nada, que te roube sorrisos e te faça se sentir muito especial, que faça você sentir algo que nunca sentiu antes, não deixe ela ir. Se você tiver certeza de que não consegue conviver sem ela, já pode ter a convicção de que nenhum outra mulher vai te fazer se sentir assim de novo, é algo que apenas uma pessoa faz você sentir, então você vai ter certeza de que a ama de verdade.

— É o que a America faz você sentir, pai? — Osten pergunta para Maxon com um sorriso de canto.

...

Porque no meio de uma multidão, ele reconheceria aqueles pés pequenos, com aqueles coturnos pretos e surrados que ela ama e os cabelos ruivos bagunçados, lábios carnudos e avermelhados, olhos azuis brilhantes e a pela branca como se feita de porcelana.

...

— Você não vê o mundo como eu vejo, e eu não vejo o mundo como você vê. A mesma coisa acontece com o Maxon, Meri. — Carter comenta, fazendo-a levantar os olhos da revista de lingerie e olhá-lo.

— O quê?

— Analise tudo o que Maxon passou. Como você se sentiria se tudo isso ocorresse com si mesma? Perder tantas pessoas, em tão pouco tempo. É demais para qualquer pessoa. Eu, no lugar dele, já estaria em um manicômio. — ele a explica.

America abre a boca para responder, mas ele continua:

— Eu sei que você já sofreu. Sei que conseguiu passar por cima de tudo e que é alguém mais maduro do que deveria ser. Mas isso não significa que todos sejam. Às vezes algo é fácil para você, mas se torna impossível para outra pessoa. — ele respira fundo.

— Eu não preciso de conselhos, Carter, nós dois sabemos quem sabe mais daqui. — ela fala se aproximando dele, com o semblante sério e os olhos tempestuosos.

— Então prove. Prove que é madura o suficiente tentando entender o que estou falando. Quem melhor manda é quem já muito obedeceu. Você dá conselhos ótimos, America, mas tem que saber ouvir eles também. Nossos conselhos nunca servem para nós mesmos. Por isso você não consegue seguir os seus, então ao menos escute os meus, ao menos tente entender os meus.

— Carter... — America começa.

— Você vê o mundo colorido, das cores que você pintou, não é mesmo?Eu vejo o mundo do jeito que eu pintei, também. Porém Maxon perdeu os lápis de cor, e foi tirado dele todo o resto, o mundo dele é escuro e sombrio. Pior do que preto e branco, ele é pura trevas. Você queria unir aquela família, mas tem que entender que o coração de cada um é como um sótão empoeirado e pouco usado, você terá que ter paciência para limpar cada sujeira, tirar o que não presta, concertar o que está quebrado, para então conseguir fazer com que voltem a conviver uns com os outros. Mas antes de tudo isso. Você tem que perdoar si mesma. Você tem que se permitir viver outra vez. A culpa não foi sua. No fundo você sabe disso, America.

— Eu não quero falar sobre isso. — ela fala se levantando.

— Quanto mais você adiar, mais vai doer. Sabe disso. Por que não por um ponto final? Por que não ir aquele tumulo vazio e se despedir de Sofia Runner? Permitir que ela vá. Permitir se libertar. Você. Precisa. Disso.

...

“Acho que essa instabilidade nos relacionamentos é o que faz com que as pessoas não se interessem em ter algo assim. Relacionamentos são relativos, mudam de pessoa para pessoa. As pessoas costumam confundir amor com relacionamentos, quando entre um e outro há um abismo e uma corda bamba, só chega ao mais pleno amor quem se arrisca a passar pela corda bamba do relacionamento, mesmo com medo de cair e se machucar.”

...

— Eu não sei bem se realmente tentei seguir em frente, mas a verdade é que eu não quero. Eu estou completamente e loucamente apaixonado por você. E eu tenho 38 anos, sabe quão idiota eu me sinto? Eu amo você. E já sofri o bastante para saber que se você for embora, eu vou aprender a conviver com a dor, mas isso não torna o que eu sinto menos verdadeiro. Eu só não posso prometer que vou te amar para sempre, mas posso afirmar que nesse momento, te amo por mil vidas.

...

“A verdade era essa. Ponto final. Está cansado de tentar mudar para fazer os outros felizes e só vacilar toda vez que tenta se sentir bem consigo mesmo. Porque as coisas ali costumam ser bem simples: a cada dez coisas erradas, onze são culpa dele. Ele já tentou ser o filho perfeito para Maxon, mas ele não consegue! A verdade é que ele não é maravilhoso e promissor como o pai e não é confiante e carismático como Elayna, a única coisa que conseguiu puxar dos dois foi a teimosia. E é isso: ele é teimoso. Quando quer algo consegue, e nesse momento tudo que ele quer é que as pessoas entendam que ele não é uma mini copia do pai, nem parecido com a mãe, ele é simplesmente ele. Simplesmente Ahren Stoles Schreave. Imperfeito, mais sincero.”

...

— Você quer sinceridade? Ok. — ele fala apertando os lábios um contra o outro pensando em por onde começar. — Vou ser sincero. Eu não sei que tipo de coisa muito louca jogaram para cima de mim, mas ter conhecido você não foi por acaso. E você quer saber como eu sei que te amo? Eu sequer sei. Pensando bem rápido, só passando os olhos por você, não consigo achar nem sequer dois motivos.

— Eu preciso ir agora, Maxon. — interrompe, se a grande declaração dele é falar que ela não tem nenhuma qualidade, ela prefere ir embora sem ouvir.

— America, você é a mulher mais idiota e teimosa que eu já conheci. Eu não sei como falar isso e fazer você não pensar que é mais uma das declarações que eu fiz para minhas ex-esposas. — respira fundo e se aproxima devagar, a fazendo encará-lo. — Eu errei, eu fui um tremendo idiota. Mas dizer que eu gosto de você porque você me lembra Elayna, Celeste, Olivia ou Janell é mentira. Não posso dizer que eu amo você mais do que eu amei elas, mas eu posso afirmar que meu amor por você é mais profundo. E eu não me importo com o que a droga da mídia e do mundo vão pensar. Eu me importo com o que você pensa. Eu me importo se você me acha bonito todas as manhãs, eu me importo se você gosta do meu cabelo um pouco grande, eu me importo em saber se você prefere que eu deixe a barba crescer ou não, me importo com o que você acha de como me visto, me importo do que você acha de mim dormindo, eu me importo, qualquer coisa que for relacionada a você me importa. Me importo se o que faço te agrada ou não. Me importo em saber porque está chorando ou sorrindo. Me importo e sinto ciúmes em saber quem faz você gargalhar como eu consigo raramente. Me importo. Me importo com você. Com a sua vida. Com os seus hobbies e suas manias. Eu me importo. Eu amo você, America. Não porque você é teimosa como Elayna, mas porque até mesmo ela sabia que eu ia pertencer a você. Não porque você é decidida como Celeste, mas porque tem um jeito tão seu de agir sem pensar. Não porque você é deslumbrante até com um saco de batata como Olivia, mas porque você é linda de um jeito só seu. Não porque você tem um coração enorme e tem uma humanidade que emana em você, e que consegue admitir os erros sempre que precisar como Janell, mas porque sei que você jamais me abandonaria. Não tem nada haver com elas, elas foram importantes, elas são mães dos meus filhos, eu as amei e as amo. Mas elas são passado. Eu quero você agora. Eu quero você do meu lado não me permitindo ser mais uma vez um completo idiota e pondo tudo o que você conseguiu ajeitar fora.

...

America podia chamar aquilo do que quisesse, Marlee sabe que é medo. Medo de estar sendo iludida e idiota. Medo de estar sendo usada. Medo. Muito medo. De tudo e todos eles. E ela tem razão. Meri havia entrando em uma roubada desde que aceitou o emprego, mas Marlee não consegue se arrepender de ter chantageado a ruiva a aceitar aquela proposta louca.

Só não consegue se conformar. Achou que a ruiva fosse a melhor aposta como babá dos Schreave porque ela simplesmente nunca desiste, e o que ela está fazendo exatamente agora? Desistindo.

Fugindo como um animal assustado.

Isso tudo é medo de se machucar mais.

Só que ela não entende — e Marlee não sabe como explicar — que foi por tudo isso que Maxon passou quando a ruiva começou a mexer na vida dele.

No fim a resposta é simples:

America está com medo de ser mais uma na lista interminável de pessoas que já habitaram a cama do famoso magnata. Só que ela também não entende que está olhando pela percepção errada. Como Marlee vê é assim: America pode ser mais uma na lista de quem já fez sexo com ele — convenhamos que Louisville inteira já esteve lá, fora algumas exceções, como Marlee —, mas foi uma das únicas que teve paciência para conseguir traçar um caminho demorado e trabalhoso, mas firme, concreto e inquebrável até o reino gelado que é o coração daquele homem. E o fato de não saber como agir é normal, já que ninguém antes conseguiu essa façanha e continuou por perto para explicar quais devem ser seus próximos passos agora.

Mas de uma coisa a loira tem certeza: fugir não é uma delas.

America Singer não foge, pelo amor de Deus! America Singer não age como uma garotinha indefesa, America Singer enfrenta!

O que faz Marlee se indagar pela vigésima quinta vez, se a America Singer que conheceu é a mesma que está entrando naquele avião, por que ainda não tentou impedi-la? Por que Maxon ou as crianças, ou qualquer um que a conheça tanto quanto a loira, não impediram ela de fazer a maior burrada de todas as historias de comedias românticas do mundo?

Maxon não ia estar esperando ela no Brasil. Essa palhaçada toda não é um filme. Ele não vai atrás dela, porque ele já fez isso umas duas vezes, e acredite, duas vezes é como mil tentativas para ele.

...

—... Por que você não conseguiria conviver sem ela. Nenhum de nós conseguiria.

— Ai entramos no que eu te disse antes. Às vezes uma pessoa te ama e você não corresponde, e logo depois, do nada, os papéis se invertem e você começa a amar a pessoa e ela não quer mais você. Eu deixei à senhorita Singer ir e eu a perdi para sempre. Por isso digo para que não deixe o amor da sua vida partir.

...

A vida é romântica, eu que não sou, ou talvez eu seja, apenas não consigo lidar com coisas muito doces, sou mais de... Eu não sei explicar. Eu sou muito eu.

...

— É que eu me apeguei, Maxon. E isso não estava nos meus planos. Não posso dizer que não estou assustada, porque eu estou. — desvia os olhos do lago onde os flocos caiam e olha para o homem na sua frente. — Eu estou morrendo de medo. — ele ri com a sinceridade que transbordou da voz da ruiva. — Também não posso dizer que não vai doer ir embora. Mas eu preciso disso. Eu me conheço bem o suficiente para saber que não vou agüentar mais um segundo aqui. — sua voz falha e seus olhos marejam. — Eu consegui. Ajeitei cada um de vocês, como se fossem uma casa abandona, pintei as paredes, construí divisórias, concertei os móveis e limpei as janelas, mas eu não vou morar dentro dessa casa. Porque a intenção nunca foi essa, e eu não sou o tipo que foge do roteiro. E agora que estão ajeitados, é hora de “enfeitarem” uns aos outros, para o natal, páscoa, ano novo e eticétara... Eu não faço parte da sua família. — encara suas duas orbitas azuis e sorri.

O sorriso rasga seu rosto, é com muita dor que sua face projeta o que o cérebro havia mandado, como se suas bochechas pesassem dez quilos.

— America... — Maxon levanta a mão e acaricia seu rosto, chegando ao seu queixo e segurando firme. — Singler... — brinca, rindo em seguida, fazendo uma lufada de ar gelado bater contra o rosto pálido da ruiva.

— Maxon... — mexe a cabeça como um gato a procura de mais carinho, fechando os olhos.

Esperou um beijo que não veio. Ao contrário ouviu algo que a acordou para a realidade.

— Sou velho o bastante para saber que a vida prega peças. — ele comenta, levantando a mão em um rastro e pegando alguns fios de cabelo, pondo carinhosamente atrás da orelha dela. — Velho o bastante para saber aceitar elas, apesar de nunca conseguir me acostumar com a dor.

— O que quer dizer? — pergunta America, abrindo os olhos vagarosamente e se arrependendo ao perceber o quanto estavam perto.

— Quero perguntar se tem certeza disso.

— Diz me amar e ainda não percebeu? — ela ri. — Eu nunca tenho certeza de nada, falo o que vem na cabeça, digo o que tiver que dizer, ajo sem pensar nas conseqüências. Ainda não posso te dizer se isso é bom ou não. Aprendi muito com a sua família, e não me arrependo de nada que fiz, espero que vocês também não.

— Não respondeu minha pergunta. — Maxon rebate, soltando-a e deslizando para trás no banco. — Você age sem pensar nas conseqüências, tudo bem. Mas parar para analisar a situação, você não faz isso? Faça agora então, por tudo que viveu com a minha família.

— Isso é golpe baixo.

— Me responda, America.

— Não, Maxon. Eu não tenho certeza. E não sei se isso é certo. Mas estou indo embora de qualquer jeito. — ela responde e vê ele se levantando e começando a se afastar. — Eu sei que está doendo. Mas, é como uma anestesia, para que não doa mais depois.

— Não diga que sabe o quanto está doendo. — ele exclama furioso se virando para ela, que agora se encontra em pé na frente do banco. — Você foi sincera e eu agradeço, agora é minha vez: você não faz ideia do quanto está doendo. Quantas vezes você foi machucada? Alguma historia que não tenha haver com Adriano Rissi Runner e Sofia Runner? Vamos conversar como adultos, essa foi à única vez que você realmente foi machucada. E se quiser contar como duas, não importa. Eu já fui cinco vezes. Cinco vezes. E você só está terminando o serviço que outras cinco pessoas deixaram incompletos, minhas ex-esposas e minha ex-noiva com toda a certeza estão orgulhosas de você. Agora, você pode ao menos me dizer qual o nome da próxima mulher que vai vir e me fazer se sentir incrível, para logo em seguida me abandonar? Porque assim fica mais fácil tentar não me apaixonar.

...

Por que fazer a vida valer à pena é ter certeza de que se pudesse escolher a vida de qualquer um no mundo, escolheria a sua própria.

...

— Acho que nós colecionamos lágrimas, Ames. E ela coleciona sorrisos, entende? — a azulada pergunta para a ruiva, ambas olhando Alexia dormir suavemente. — Mesmo tão pequena, tem uma coleção enorme.

— Não é como se não tivéssemos. — America comenta.

— Mas as nossas são erradas. — May completa.

...

“Clarkson não sabe o que a babá está fazendo com os seus netos e com os seus filhos, mas seja lá o que for, reza para que ela não pare, porque definitivamente está dando certo.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, qual a sua parte favorita do que está por vir?

Twitter: https://twitter.com/Fubies

Ask: https://ask.fm/Fubies

Spirit: https://spiritfanfics.com/perfil/mr-bean