Loving can hurt sometimes escrita por Luna Lovegood


Capítulo 8
Just hold my hand


Notas iniciais do capítulo

Lindos comentários, só tenho a agradecer quem tá acompanhando e favoritando a fic!

Esse capítulo só ia sair amanhã, mas como eu tenho algumas leitoras que não conseguem esperar para saber quem estava lá na porta do apartamento do Oliver...

Divirtam-se :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617447/chapter/8

Hold my hand,

I hear ghost calling.

Help me stand,

Even if the sky is falling.

And I want you to know,

I can't do it alone.

Hold my hand, my hand, my hand.

(Hold my hand - The Fray)

 

Oliver Queen

Eu medi bem aquela visita inesperada, me recordando vagamente dele. O jovem perito da polícia de Central City, aquele que esteve no hospital para fazer algumas perguntas a Felicity, mas que quando cheguei eu percebi que ambos estavam conversando e rindo de forma amigável demais para o meu gosto. Lembro-me de não gostar nem um pouco daquela aproximação dos dois e tratei de enxotá-lo rapidinho. O que ele estava fazendo aqui batendo na porta do meu apartamento?

— Senhor Queen? Eu sou Barry Allen do departamento de polícia de Central City.  — se apresentou — Nós nos conhecemos no hospital quando eu estava fazendo algumas perguntas à sua esposa, Felicity. — Ele logo disse estendendo a mão e me cumprimentando.

— Eu me lembro. — falei um pouco ríspido. “Perguntas” na minha visão ele estava era flertando com ela. Me lembrar disso me fez corresponder ao cumprimento dele com mais força do que deveria. Sorri satisfeito ao vê-lo puxar a mão e tentar massageá-la discretamente.

— Eu preciso falar urgentemente com a sua esposa. Ela está em casa? — Me perguntou.  O garoto parecia nervoso na minha presença. Achei aquilo bom.

— Sobre qual assunto? — inqueri, não era porque eu e Felicity estávamos temporariamente separados que eu iria deixar o moleque se aproximar dela.  Já tínhamos problemas demais e eu não queria ter que lidar com um concorrente.

— Na verdade é um assunto de interesse da polícia de Central City. — ele disse se esforçando ao máximo para dar um ar de convicção e credibilidade as suas palavras.

— Você não pode me dizer o que é? — eu devolvi tentando soar intimidador, o que aparentemente funcionou já que o vi engolir em seco.

— Na verdade, eu não posso, senhor Queen. Eu tenho que discutir esse assunto pessoalmente com a senhorita Smoak. — ele disse firmemente, fitando-me nos olhos.

Eu poderia tê-lo pressionado um pouco mais, porém aquilo parecia realmente sério. O que a polícia poderia querer com Felicity? Só havia uma forma de descobrir.

— Tudo bem, então eu vou com você até onde ela está. — decidi por fim, Felicity podia até estar com ódio mortal de mim nesse momento, mas isso não significa que eu deixaria esse garoto ficar tão próximo da minha mulher, sem que eu estivesse por perto para vigiá-lo.

***

Felicity Smoak

Eu estava melhor depois conversar com Thea. Aquele tempo longe de Oliver me possibilitou entender muitas coisas e principalmente perceber que eu estava sendo um pouco teimosa com relação a tudo. Claro, isso não mudava o fato de que Oliver havia mentido para mim e de certa forma se aproveitado da minha amnésia. Eu ainda estava magoada. E isso não era algo que se curava da noite para o dia, eu precisava de mais tempo.

E sim, toda a história com a Laurel poderia ser uma grande armação. Agora que eu me permiti pensar mais na história, eu via as rachaduras, as partes que não se encaixavam e que não faziam o menor sentido. E isso me assustava, porque tudo o que aconteceu, toda a dor que tanto eu, quanto Oliver sentimos desde então foi por causa disso, dessa possível mentira. E isso me fazia pensar que se eu tivesse apenas o escutado há três anos, permitido que ele ao menos tentasse provar a sua inocência, nossas vidas estariam muito diferentes agora. Se eu tivesse ao menos confiado nele. Mas não, eu permiti que outras pessoas ficassem entre nós, eu fui teimosa e nos neguei uma conversa. Eu falhei neste ponto com o nosso casamento. E eu estava decidida a não cometer o mesmo erro duas vezes.

Eu iria conversar com ele, eventualmente, eu só não estava pronta para isso ainda. Eu precisava tomar o controle da minha vida antes de sentarmos e termos essa conversa decisiva. Eu queria ao menos me lembrar de tudo o que aconteceu. Era horrível ter que depender de informações de terceiros e pequenos pedaços de memórias, que em nada me ajudavam.

Thea, Sara e eu estávamos na sala assistindo um filme e esperando a pizza chegar. Na verdade elas estavam assistindo enquanto eu apenas fingia. Porque havia todas essa coisas rondando na minha cabeça, e eu sabia que precisava tomar uma decisão logo, não poderia deixar a minha vida na espera, como eu tinha feito nas últimas semanas. Eu estava pensando se deveria voltar a Central City, tentar recolher algumas informações da minha vida lá na esperança de que algo voltasse, mas a mera ideia de ir e deixar tanto para trás, ainda que apenas por um tempo, parecia errada. Na verdade,  havia apenas uma coisa que parecia errado deixar para trás, um uma pessoa  que tomava conta de todos os meus pensamentos e me impedia de concentrar no resto ao meu redor.

Oliver.

Eu não queria admitir isso, porque não queria parecer fraca. Mas eu sentia falta dele, em cada minuto do meu dia. Eu queria seus braços ao redor do meu corpo, eu queria ao menos poder encostar minha cabeça na curva de seu pescoço e inalar aquele cheiro tão familiar. Eu sentia falta do seu corpo quente abraçado ao meu, eu tinha certeza que meus pesadelos seriam muito menos frequentes se ele estivesse comigo na cama.

Porque tudo tinha que ser tão complicado?

A campainha tocou e deixei meus pensamentos saudosos enquanto voltava a me concentrar no ambiente ao meu redor. Sara se levantou para atender a porta, e eu imaginei que fosse a pizza. Eu não estava muito animada com isso, já que eu andava um pouco sem fome nos últimos dias. Mas quando Sara retornou não foi o cheiro de queijo derretido, molho de tomate e orégano que eu senti.

Fiquei de pé imediatamente quando o vi adentrar na sala. Não esperava vê-lo assim tão rápido. Ver o motivo da minha confusão ali na minha frente fez meu coração dar um salto involuntário. Oliver parecia abatido, embaixo de seus olhos haviam fortes olheiras que denunciavam a falta de sono, a barba também estava muito maior, precisando ser aparada assim como os cabelos precisavam de um corte. Ele não estava se cuidando e perceber que aquilo tinha ligação com a minha partida me fez me sentir um pouco culpada.

Suspirei, desviando os olhos para a pessoa que estava ao lado dele e me surpreendi ao reconhecer o simpático perito com o qual eu conversei no hospital. Barry Allen. Mas o que ele fazia aqui?

— Felicity... — Oliver sorriu tristemente ao dizer meu nome, sua voz também continha uma emoção diferente que não consegui distinguir com exatidão, quase como se ele tivesse sentido saudades de dizer meu nome. — O detetive Allen precisa falar com você. — Oliver comunicou, parecendo nervoso. Seus olhos azuis me analisaram enquanto disseram isso. Primeiro verificando se eu parecia bem, e depois buscaram entendimento e perdão nos meus. E talvez tenha encontrado um pouco, porque imediatamente sua postura se tornou menos tensa.

— Na verdade, eu sou apenas o perito. Não porto armas, só sacolas plásticas. — Barry disse, quebrando a minha conexão com Oliver.

Foi inevitável rir naquele momento, Barry era engraçado. Ele lembrava um pouco a mim mesma, aquele hábito de falar bobagens quando se está nervoso. Acho que era por isso que eu senti uma certa conexão quase imediata com ele, não romanticamente falando, era mais uma afinidade. Algo que renderia uma boa amizade um dia.

Oliver limpou a garganta e lançou um olhar frio e intimidador para Barry, que imediatamente adotou uma postura mais séria.

— Bom, Felicity nós terminamos a perícia no seu carro... E encontramos algo que não estava certo. — começou a explicar, percebi que Oliver franzia o cenho como se não gostasse do que ouvia.

Eu tinha tanta coisa na minha cabeça, que nem mesmo me lembrava mais do acidente. Achei que já tinham mandado meu carro para o ferro velho há tempos e encerrado o assunto.

— Eu não entendo o porquê vocês fizeram uma perícia no carro, se foi apenas um acidente. — eu comentei lançando um olhar questionador a ele.

— É um procedimento de rotina, o departamento de trânsito precisa saber as causas, apenas para trabalhar melhor na prevenção. — esclareceu como se não fosse nada demais — Mas, Felicity, quando analisamos o seu carro verificamos que o cabo do freio estava parcialmente cortado. — pisquei temendo onde ele estava tentando chegar com isso — Ele não estava deteriorado, era mais como se alguém tivesse usado um estilete ou algo muito afiado para garantir que ele se arrebentasse logo. O que indica que alguém queria que você sofresse esse acidente. — Barry conclui com a voz nervosa.

A sala inteira se viu num silêncio mortal, todo mundo em choque. Abri a minha boca, mas não consegui falar nada, meus pensamentos estavam ainda mais confusos. Alguém tentara me matar? Quem? Por quê? Oliver imediatamente atravessou a sala e parou ao meu lado, senti o toque leve e vacilante da mão dele sobre o meu ombro, tentando me confortar. E não me afastei, eu aceitei seu conforto, porque naquele momento eu precisava dele mais do que tudo.

— Você esta dizendo que alguém tentou me matar? — minha voz saiu tremida quando externei minha preocupação, e o toque no meu ombro ficou mais firme, a respiração de Oliver se tornou alterada saindo em lufadas rápidas e profundas. 

Barry apenas confirmou com a cabeça.

— Mas que inferno! — Oliver xingou baixo, quase que para si mesmo.

— Eu sinto muito, mas achei que você devia ser informada. — Sua voz soou confortadora. — ainda mais considerando que não sabemos quem pode ter feito isso.

— Claro. — eu disse ainda em choque com aquela reviravolta, sem saber o que fazer. Já não bastava ter que lidar com a crise no meu casamento, a perda de memória, vamos acrescentar uma tentativa de assassinato a lista!

— Eu sei que por causa da sua amnésia, você não se lembra de quem possa ter feito isso. Mas qualquer pedaço por mais distorcido da memória pode nos ajudar muito na investigação... — Eu apenas afirmava com a cabeça, não estava realmente ouvindo o que ele dizia. — ...Qualquer lembrança por menor que pareça, eu gostaria de ser informado. — ele requisitou me entregando um cartão com o número dele.

— Claro. — eu confirmei automaticamente, enquanto olhava para o cartão embora mantivesse o meu pensamento longe.

— Eu preciso checar algumas informações com você, local de trabalho, sua rotina, quem são seus amigos do trabalho e sociais. Se existe alguém com que teve um desafeto recentemente... — Barry começou a perguntar.

Eu apenas me sentei e deixei que as perguntas fossem respondidas por Oliver e Sara, já que eu não sabia nada da minha vida em Central City, Oliver ficou o tempo todo sentado ao meu lado, segurando firme a minha mão na sua, as vezes eu sentia seu olhar em meu rosto, ele estava preocupado, eu conseguia ver isso por seus atos e pelo modo como ele se negava a deixar o meu lado, ele estava preocupado não apenas com a situação, mas comigo. Mas eu não estava realmente presente, eu apenas encostei meu corpo no seu e deixei meus pensamentos vagarem. Quando foi que a minha vida se tornou um livro de romance policial?

— Muito obrigada. — Barry agradeceu depois do que eu deduzia terem sido horas de perguntas — Eu tenho que voltar agora para Central City, qualquer novidade na investigação eu te aviso. —  ele disse me olhando nos olhos e me lançando um sorriso solidário. — Nós vamos descobrir quem fez isso. Não se preocupe, Felicity. — eu apenas assenti agradecida pelo apoio, mas eu não tinha tanta certeza disso. Talvez minha mente tivesse respostas sobre quem me queria morta, mas ela se recusava a cooperar.

Merda de amnésia!

Sara acompanhou Barry até a saída, e quando ela retornou ninguém se atreveu a quebrar aquele silêncio mortal.

Oliver permaneceu ao meu lado com sua mão na minha, seu polegar desenhando círculos na minha na parte interior do meu pulso e enviando um misto de sensações ao meu corpo. Aquilo era bom, e estava me confortando, mas eu temi passar a ideia errada a ele.

— Podemos deixar essa conversa sobre nós em suspenso? — eu sussurrei a Oliver, pegando-o completamente de surpresa ao dirigir a palavra a ele.

Pensei que ele fosse querer discutir, mas ele apenas concordou.

— O tempo que precisar. — ele disse compreensivo, o canto dos lábios se erguendo num quase sorriso, seus olhos em mim parecendo ter tanto a dizer, eu não entendi de imediato a reação dele, mas era óbvia, depois de semanas de silêncio, semanas em que me recusei a falar com ele, ou ouvi-lo, semanas em que Oliver apenas esperou que eu fosse embora e nunca mais voltasse, e agora eu estava lhe dizendo que iríamos conversar.

O que era muito mais do que já lhe ofereci.

Mas eu não poderia lidar com uma tentativa de assassinato e com Oliver ao mesmo tempo. Eu precisava  ter as minhas memórias primeiro. Eu precisava me lembrar de quem eu havia irritado tanto a ponto dessa pessoa querer me matar.

— Então, o que nós faremos agora? — Sara perguntou.

— Que tal descobrir o gato de quem Felicity atropelou e enterrou no quintal? — Thea disse olhando para mim.

— Eu não consigo pensar em ninguém. — respondi — Essa amnésia é uma merda! Eu não consigo me lembrar de ninguém! Quem poderia me odiar tanto a ponto de me querer morta? —  verbalizei meus pensamentos.

Eu vi uma troca de olhares entre Sara e Oliver que mais parecia uma conversa silenciosa. Oliver olhava para Sara que apenas negava com a cabeça. Ah não! Eles não iriam começar com segredinhos bem na minha frente outra vez? Eu já estava farta disso!

— Vocês dois podem, por favor, falar o que estão pensando, ao invés de guardarem apenas para vocês? —  eu disse irritada, me levantando e soltando a mão do Oliver. — Eu pensei que faríamos isso sem mais segredos.

Sara ficou sem graça, mas rapidamente se recompôs.

— Diga a ela, Sara. — Oliver falou.

— Tem algo que eu não te contei sobre a Laurel... — ela disse vagarosamente observando a minha reação.  Tremi de raiva, tinha que ser justo sobre a Laurel? Eu já estava vendo que coisa boa não era. Voltei a me sentar, um pouco mais longe de Oliver dessa vez e esperei Sara lançar a bomba.

— Recentemente quando eu estava visitando os meus pais, eu descobri que quando tudo aquilo aconteceu,  Laurel estava fazendo um tratamento psiquiátrico... — Sara contou, e senti os olhos de todos em mim, observando a minha reação — Quando eu questionei meus pais sobre isso eles apenas disseram que tudo não passou de uma fase, que ela teve uma crise de nervos, mas que ela já estava curada.

Então ela era louca? Qual a novidade disso?

— Eu sempre achei que ela tivesse um parafuso a menos. — Thea comentou.

— Você acha que ela poderia ter sabotado o meu carro? — perguntei à Sara de uma vez. Uma coisa era arruinar o meu casamento com toda a história da traição, mas tentar me matar? Isso seria ir muito longe.

— Eu honestamente não sei, eu tenho tentado falar com ela desde que eu descobri isso, meus pais disseram que ela viajou e não me deram maiores informações. Desde a nossa briga, quando eu arranquei alguns tufos de cabelo dela por dormir com o marido da minha melhor amiga — olhei curiosa para Sara, ela não tinha dito que saíra no tapa com a irmã — eles tentam nos manter o mais afastadas o possível.  Eu tentei o celular, mas o telefone só dá caixa postal. Ela simplesmente desapareceu sem deixar rastros. — Sara explicou.

— Eu a vi. — comentei.

— O quê? Quando? — Oliver perguntou assumindo uma postura apreensiva, olhando para mim com temor.

— Aquele dia que eu fui com você na Queen Consolidated. — eu respondi, meio na defensiva.

— Ela te fez algo, disse algo para você? Porque não me contou? — Ele me perguntou com aquele tom preocupado.

— Não, na verdade ela disse apenas que precisava falar com você — Eu respondi, dando ênfase no “você” e arqueado as minhas sobrancelhas, esperando para saber como ele iria se safar disso.

Oliver me olhou com horror.

— Falar o quê comigo? Felicity depois de tudo o que aconteceu, depois do que ela fez, eu nunca mais... Eu a evitei, amor. Eu não sei o que ela poderia querer comigo, mas eu juro a você, eu não falaria com ela. Se eu soubesse que ela estava no prédio, eu mesmo teria mandado os seguranças levarem ela embora — ele parecia nervoso ao tentar se explicar e com o olhar urgente no rosto, buscando por entendimento nos meus olhos.

— Ela me disse que ia viajar e deixou o número novo comigo, queria que você ligasse para ela. — Eu disse, tentando me manter neutra e não expressar meus pensamentos.

— Você ainda tem o número do telefone? — Sara me questionou ansiosa.

— Hum... Acho que eu perdi. — Menti sentindo minhas bochechas corarem, percebi que Oliver notou e franziu o cenho para mim parecendo curioso, ele sempre dizia que eu era uma péssima mentirosa, mas naquele momento eu não me importava em mentir,  era melhor do que assumir a minha pequena crise de ciúmes ao rasgar o número dela.

— Isso é um verdadeiro beco sem saída! Laurel pode nem ter nada a ver com essa confusão! — Sara desabafou.

— Depois de tudo o que ela fez com o meu casamento? Depois da forma mesquinha como ela simplesmente arruinou a minha vida e a da Felicity? Você não pode estar falando sério Sara! Vai defendê-la justo agora? — a voz de Oliver refletia toda a irritação que ele sentia.

— Não, eu não estou a defendendo Oliver. Eu só acho que é estupidez nos concentrarmos apenas nela e deixarmos passar outro suspeito. — Sara disse, exaltada.

Antes que Oliver pudesse rebater, eu cortei aquela discussão.

— Já chega vocês dois. — eu gritei, tomando o controle da situação. — Eu tenho uma ideia.

Todos imediatamente voltaram seus olhares para mim, esperando.

— Eu vou para Central City. — eu disse simplesmente.

A cor sumiu do rosto de Oliver e ele me direcionou um olhar alarmante repleto de medo e dor. Eu notei tardiamente que ele pensou que eu estava indo embora outra vez, que eu o estava deixando. E pela sua expressão de desespero eu podia dizer que ele não aguentaria mais um adeus.

— Você não pode ir. — Ele falou pausadamente tentando controlar o quão contrário à essa ideia ele era.

— Quando eu estive na nossa antiga casa, Oliver, as memórias vieram. — me expliquei esperando que ele entendesse porque eu tinha que partir — Se eu voltar para Central City, talvez eu me lembre de algo que possa ajudar a descobrir quem pode ter tentado me matar.

— Não, você não vai. — ele insistiu, muito mais incisivo agora — É perigoso. Seja quem for que tenha feito isso com Felicity, você ainda está viva. Essa pessoa provavelmente vai querer terminar o serviço. Você tem que ficar aqui, perto de mim onde eu possa garantir que estará segura. — Oliver determinou com aquele seu jeito autoritário, mas que ao mesmo tempo chegava a ser fofo.

Mas eu não poderia permitir que ele desse as cartas, era a minha vida, e por muito tempo outras pessoas se intrometeram, conduziram-na. Era hora de eu mesma tomar as minhas decisões.

— Eu vou, eu não preciso da sua aprovação! Sara irá comigo — rebati, Oliver Queen não iria mandar em mim.

— Eu? Na verdade eu pensei que seria melhor se eu tentasse achar a Laurel. Como ela é a principal suspeita de vocês e minha irmã... — Sara falou em uma voz baixa.

— Thea? — Olhei para ela esperançosa.

— Eu não posso. Felicity, tenho que ajudar o Roy com... Ah, umas coisas. —  Thea Queen sua pequena traidora! Fiquei decepcionada, ela nem ao menos conseguiu inventar uma desculpa decente.

Estreitei os olhos para as duas, eu sabia bem o que elas estavam tentando fazer.

— Então parece que eu sou a sua única alternativa. — Oliver disse se levantando do sofá com um meio sorriso satisfeito no rosto. — Eu vou com você. — determinou com aquela voz de quem dava o assunto por encerrado.

Eu sabia que não tinha uma saída. Mas Oliver e eu dentro do mesmo carro em uma viagem de quatro horas até Central City? Isso não parecia bom. Definitivamente nada bom.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Todo mundo achando que era a Felicty e ou a Laurel na porta da casa do Oliver... Sinto muito se trollei vocês! Foi totalmente não intencional (mentira)! E então? O que estão achando do rumo que a história está tomando? Comentem!