Loving can hurt sometimes escrita por Luna Lovegood


Capítulo 23
I fall in love with you every single day


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim.
Essa é oficialmente a última vez que posto um capítulo nessa fanfic.
Eu demorei né? Bom, eu tentei adiar ao máximo porque eu sabia que esse seria o Adeus definitivo. O adeus à história que me introduziu a esse mundo incrível de fanfics, que me proporcionou tantas alegrias e me fez conhecer pessoas muito especiais.
Muito obrigada a todos que leram! Cada comentário, favorito, recomendação ou até mesmo a sua simples visualização me deixou muito feliz.
Agora Thay Thay, garota nem sei o que dizer sobre essa lindíssima recomendação! Foi perfeita eu amei, amei, amei! Muito obrigada, eu fico imensamente feliz em saber que você pensa tudo isso da história! E a citação que você usou “Ame profunda e passionalmente. Você pode se machucar, mas é a única forma de viver o amor completamente” realmente tocou o meu coração, essa sempre foi a premissa da fic! Só por causa dessa recomendação incrível esse capítulo é especialmente para você!
Essa história só começou por causa de uma música maravilhosa do Ed Sheeran (Photograph), nada mais justo do que terminar com outra perfeição desse cantor (Thinking out loud).
Espero que vocês gostem desse... Segundo epílogo? Capítulo bônus? Hahaha, nem sei mais o que é. Agora vou ali marcar a história como finalizada (espero conseguir fazer isso sem chorar!)
Para quem lê minhas outras histórias “Burning it Down“ “Falling in Love” e “Loving-Como tudo começou” devem estar querendo me matar né?! Está sendo difícil atualizar por enquanto, pois estou me concentrando exclusivamente no meu original “Lost Stars”. Mas prometo que em breve vou organizar tudo! Espero que vocês sejam compreensíveis com isso! ;)
Aqueles que leram essa história depois de finalizada, eu quero dizer que amei escrevê-la! E espero que a leitura seja prazerosa.
Beijos e abraços!
Ps.: Feliz aniversário para mim! =D



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Darlin' I will be lovin' you

Till we're seventy

Baby my heart could still fall as hard

At twenty three

I'm thinkin' about how

People fall in love in mysterious ways

Maybe just the touch of a hand

Me, I fall in love with you every single day

I just wanna tell you I am

So honey now

Take me into your lovin' arms

Kiss me under the light of a thousand stars

Place your head on my beating heart

I'm thinking out loud

Maybe we found love right where we are

(Thinking out loud - Ed Sheeran)

 

Felicity Smoak

Acordei aninhada dentro do abraço caloroso de Oliver, meu lugar favorito no mundo inteiro. Continuei ali com meus olhos fechados apenas aproveitando a sensação daqueles braços fortes ao redor do meu corpo, a qualquer momento nosso pequeno Robert iria acordar e eu perderia aquele conforto. Senti a respiração do Oliver em meus cabelos ficar mais acelerada e ele puxou meu corpo apertando-o ainda mais contra o dele. Corei ao perceber que ele realmente estava acordado.

— Bom dia amor. - Ouvi a voz rouca de Oliver ao meu ouvido e imediatamente meu corpo se arrepiou. Eu me virei ainda em seu abraço e fiquei de frente para ele. Os olhos azuis dele me fitaram com evidente felicidade. Uma de suas mãos subiu até o meu rosto afastando uma mecha de cabelo, e realizou um pequeno carinho em minha bochecha. Seus olhos se focaram em minha boca e logo os lábios dele desceram até ela me dando um beijo lento e delicado, repleto de sentimentos.

— Feliz aniversário de sete anos de casamento amor. - Oliver falou me fitando com seus olhos azuis, ele mantinha um sorriso nos lábios, um sorriso tão lindo que era impossível não corresponder. Eu podia estar de mau humor ou de tpm, mas sempre que eu via aquele sorriso eu me esquecia de qualquer pequena frustração do meu dia-a-dia, e focava apenas no que era realmente importante: ser feliz.

Desde o nascimento de Robert eu não me lembro de ter visto uma sombra sequer de infelicidade nublando o semblante de Oliver. Ele estava sempre feliz, não importava se teríamos que trocar a fralda ou se éramos acordados de madrugada pelo choro de bebê. Acho que ambos apreendemos que a vida é curta, e temos que aproveitar cada pequeno momento, cada pequena lembrança. Sorri ao me recordar do passado, tudo o que passamos, todas as provações, tudo isso nos trouxe até este momento. E eu não poderia querer mais. Por isso eu agradeci mentalmente por cada parte desses sete anos, até mesmo a parte em que ficamos separados porque tudo aquilo nos ensinou que amar é muito mais do que apenas dividir uns bons momentos na cama. É ser companheiro, é ser amigo, é cuidar, e muitas vezes amar é sacrificar tudo em prol da felicidade de quem você ama. Esse era o verdadeiro amor e eu o sentia todos os dias.

— Obrigada amor, por cada pedacinho desses sete anos. - Falei sentindo meus olhos arderem com as lágrimas que teimava em aparecer, eu estava muito sensível naqueles dias. - Eu espero comemorar essa data por muitos anos, até o fim de nossas vidas.

— Talvez mais. - Oliver falou me olhando sério.

— Sim, talvez mais. - Concordei sorrindo, já sabendo ao que ele se referia.

Oliver girou seu corpo colocando-o sobre o meu e quando a boca dele encontrou a minha pela segunda vez, foi um beijo mais exigente e faminto, aquela mistura de amor, paixão e desejo que eu só sentia com ele. Meu corpo reagia da maneira habitual, completamente entregue a cada toque de Oliver. As mãos dele estavam por todo o meu corpo, sua boca em meu pescoço beijando e mordendo-o, e eu mal conseguia respirar... Foi quando eu ouvi pela babá eletrônica um choro já conhecido. Oliver emitiu um suspiro, os lábios dele logo deixaram a minha pele e ele se virou para o outro lado da cama, tentando controlar a respiração ofegante.

— Continuamos depois. - Falei, me levantando e dando-lhe um pequeno beijo antes de ir checar o nosso pequenino.

Robert sorriu assim que me viu mostrando todos os seus dentinhos, estava de pé dentro do berço e esticava seus bracinhos exigindo ser retirado dali. Eu o peguei em meu colo onde ele se aconchegou ainda sonolento. Aproveitei a sensação de ter o seu pequeno corpinho protegido em meus braços. Existe algo em ser mãe, algo no fato de saber que aquela pequena vida depende de você e que você não deseja desaponta-la, mesmo que o bebê não entenda nada do que está acontecendo ao seu redor. Você se compromete a fazer o melhor, a dar o seu melhor. É um tipo de amor único, puro e incondicional.

Rob já tinha dois anos de idade, já falava muitas palavras e era um garoto muito ativo. Por vezes eu não conseguia acompanhá-lo, por isso era Oliver quem sempre estava correndo com ele pelo quintal afora. Falando em Oliver ele parecia ter sido moldado para ser pai, era paciente, carinhoso e firme nas horas em que precisava ser. Ouvi o som de passos entrando no quarto e imediatamente Rob se remexeu em meu colo.

— Papai. - ele exclamou animado, qualquer resquício de sono tinha ido embora com a presença de Oliver.

— Como vai meu campeão? - Disse pegando-o de meus braços e jogando-o para o alto obtendo gargalhadas do nosso filho. - Pronto para começar o dia?

— Sim! - Respondeu todo animado. Era sempre assim, com Oliver ele era só animação e comigo só manha.

— O que quer fazer agora pela manhã? - Oliver o perguntou.

— Hum.. - Falou colocando a pequena mãozinha sobre o queixo, e fazendo uma carinha como se estivesse pensando em como solucionar uma equação de segundo grau. - Desenhos? - Pediu com o rostinho se iluminando de felicidade.

Nossos dias agora eram assim, repletos de desenhos animados, músicas infantis e brinquedos espalhados pela casa. Observei Oliver levá-lo para a sala e ouvi a tv ser ligada. Sentei-me na cadeira onde eu costumava niná-lo, era uma benção pensar no quanto ele havia crescido, no quanto Oliver e eu aprendemos e ainda estávamos aprendendo diariamente sobre sermos pais.

Eu amei cada parte da maternidade e eu estava ansiosa para viver isso outra vez. Eu podia imaginar como seria a casa repleta com sons de risadas e passos de crianças... Eu queria que Robert usufruísse da cumplicidade de ter um irmão ou irmã. E Oliver sempre dizia que queria ter dois ou três filhos...

— Vem Mamãe? - Robert entrou no quarto caminhando em minha direção e tão logo me viu sentada veio para o meu colo.

— Não chora mamãe! Eu amo você. - Falou carinhosamente levando a mãozinha até o meu rosto. Eu nem percebi que tinha uma lágrima ali.

— Eu amo você também! - Respondi dando-lhe um pequeno beijo na testa.

— Vem ver desenho! É legal! - Pediu, levantando do meu colo e puxando a minha mão.

Assim que chegamos à sala vi Oliver me lançar um olhar intrigado, eu podia ver pela feição do rosto dele que ele havia percebido o brilho de lágrimas em meus olhos.

— Está tudo bem amor? - Oliver me perguntou preocupado.

— Está tudo perfeito. - Falei me aconchegando no sofá, Oliver passou o braço ao redor do meu corpo me puxando para perto dele e ficamos ali assistindo desenho animado com Rob em nosso colo.

A felicidade definitivamente estava nesses pequenos momentos.

***

Eu não sabia quais eram os planos de Oliver para a nossa comemoração a dois, ele apenas me disse que me levaria à um lugar especial, mas de certa forma eu esperava que fosse algo mais privado. Desde que Robert nascera nós nos concentramos nele, em nossa família e tínhamos pouco tempo sozinhos. Não que eu estivesse reclamando, eu amava cada segundo que passava com eles. Mas eu sentia de falta de estar apenas com Oliver, sem me preocupar com as interrupções.

— Pronta? - Oliver me perguntou entrando no quarto e me tirando de meus devaneios.

— Acho que sim. - Falei me olhando meu reflexo no espelho de corpo inteiro que havia ali. Eu estava com quase trinta anos, a idade que um dia eu tanto temera ter. Mas eu não me sentia diferente, ou velha como eu pensei que me sentiria. Na verdade eu me sentia exatamente como antes, apenas um pouco mais mãe.

— Você está linda. - Oliver disse olhando para mim admirado e então sacudiu a cabeça e revirou os olhos como se tivesse dito a maior bobagem do mundo. - Isso nem é um elogio, você é linda. Apenas um fato incontroverso.

Sorri. Não pelo elogio dele, mas pelo olhar apaixonado que ele me lançou. Ele sempre me olhava assim, desde quando nos vimos pela primeira vez na sala de T.I da Queen Consolidated. E eu tinha essa certeza de que ele continuaria a me olhar dessa forma ainda que eu tivesse setenta anos. E isso era recíproco, porque eu sabia que o tempo nunca mudaria o que eu sinto por Oliver Queen, meu coração aceleraria da mesma forma e eu coraria sempre que encontrasse seus belos olhos azuis me fitando.

Suspirei, satisfeita por poder vivenciar esse amor todos os dias da minha vida.

— Vamos? - Disse estendendo a mão para mim. Eu estava curiosa, Oliver havia feito todo um mistério sobre esse lugar especial que ele me levaria hoje. Mas seja lá onde quer que fosse eu sabia que essa noite seria inesquecível, pelo simples fato de estar com ele.

Assim que chegamos a sala e eu me deparei com Thea, Roy e um Robert muito contente com suas mãozinhas repletas com os mais variados tipos de doces e a boca toda suja de chocolate.

— Thea... Não dê muitos doces a ele. - Repreendi minha cunhada.

— Vocês educam e os tios estragam! - Falou, me ignorando deliberadamente. - Agora vocês podem ir, porque eu e meu sobrinho favorito estamos animados para começar a festa! - Falou piscando um olho para Rob que sorriu.

— Ele é seu único sobrinho. - Oliver a respondeu.

— Só porque vocês não fizeram mais. Mas a julgar pelo olhar no rosto de vocês eu aposto que estão praticando. Muito. - Estreitou os olhos. - Aproveitem a folga e me deem uma sobrinha dessa vez!

Fiquei vermelha com o comentário dela, e por incrível que pareça senti Oliver ficar um pouco sem graça também.

— Ok. Então nós estamos indo. - Oliver finalizou.

Nos despedimos de Thea e Roy, e eu os enchi de recomendações, números de emergências, o horário de colocar Rob na cama e falei novamente que não deveriam deixá-lo comer mais doces.

— Eu ainda não sei se deixar Rob com Thea e Roy foi a melhor ideia. - Falei preocupada assim que deixamos a casa.

— Não se preocupe, pedi Jonh para vir checá-los. Ele trará Layla e a pequena Sara. - Oliver me respondeu, e eu não pude evitar gargalhar.

— Então isso será uma festa. Porque Nyssa e Sara passarão aqui também. - Ele sorriu para mim.

— Nós somos pais muito preocupados. - Falou.

— Com certeza. - Confirmei pensado que havíamos chamado todos os nossos amigos para cuidar do nosso filho.

— Ele vai ficar bem. - abriu a porta do carro para mim. - Mas hoje a noite é só nossa. - Falou com aquele brilho no olhar.

Sorri com aquela promessa.

****

Oliver dirigia por uma estrada repleta de árvores, nós estávamos deixando Starling City. Por isso ele insistira em sair tão cedo, o sol ainda estava se pondo quando deixamos a cidade e rumamos para o “local especial”. Observei atentamente o caminho que ele seguiu, notando que aquilo me era estranhamente familiar. Mas eu só percebi onde realmente estávamos quando senti o cheiro da maresia e o gosto úmido do ar.

Pensei que Oliver me levaria a um restaurante e depois passaríamos a noite em um hotel. Mas não aquilo.

Oliver tinha um grande sorriso no rosto quando percebeu que eu havia reconhecido o lugar onde estávamos. Parou o carro na garagem da casa que ficava em frente a praia e abriu a porta para mim.

Eu ainda estava sem palavras, aquele lugar era a definição de especial.

Tirei meus sapatos de salto dos pés. Eles não combinavam com a areia branca da praia, Já havia escurecido, o céu estava límpido e a luminosidade da lua cheia dava a tudo um tom etéreo e romântico. Oliver me pegou pela mão e me guiou até o deque onde havia uma mesa de jantar posta. Eu me lembrava daquele deque, de me sentar ali com Oliver, ficar observando as ondas quebrarem na areia e apenas conversar sobre as nossas vidas, nossos sonhos, nossos medos.

A casa de praia da família Queen era incrível, como todas as outras propriedades do império Queen. Mas essa era especial, foi aqui que Oliver me trouxe em nosso primeiro encontro, foi aqui que ... Sorri só de lembrar dos momentos que passamos aqui quando éramos apenas dois jovens apaixonados e ansiosos para descobrir mais sobre o amor.

— Oliver! - Finalmente consegui dizer - Eu pensei que tivessem vendido essa casa! - Já fazia oito anos que eu não colocava os pés naquele lugar, Moira havia vendido a propriedade pouco depois de anunciarmos o nosso noivado.

— Eu a comprei de volta. Eu tenho tentado isso por anos e finalmente eu consegui. - sorriu para mim. - Ela faz parte da nossa história amor, eu precisava trazê-la de volta para nós.

— Esse é o meu presente? - Perguntei erguendo meus olhos para ele.

— Não exatamente. Esse é um presente para nós. O seu presente vai ser algo mais singelo, porém com um valor ainda maior. - Disse com um sorrisinho nos lábios. Todos os anos no nosso aniversário de casamento era a mesma coisa, fazíamos uma pequena competição com nossos presentes.

— Eu acho que o meu vai surpreender você. - falei convencidamente.

— Quer apostar? - Ergueu uma das sobrancelhas.

— Definitivamente. - Falei, certa de que não importava o que Oliver pudesse me dar, o meu presente seria o melhor. Vi o sorriso dele vacilar por um segundo, ele estava começando a questionar o que eu poderia dá-lo de tão especial.

— Vamos Jantar? - Falou puxando a cadeira para mim, como um verdadeiro cavalheiro.

— Como você organizou tudo isso? - Perguntei enquanto Oliver me servia uma taça de vinho que eu não tomei.

— Tommy e Laurel me ajudaram - Respondeu e eu sorri. Era bom saber que hoje todos nós éramos bons amigos e que conseguimos deixar o passado no passado e apenas seguir em frente, sem mágoas ou ressentimentos.

O jantar foi perfeito, mas isso não é surpresa já que todos os meus momentos com Oliver eram assim. Nós conversamos, relembramos algumas histórias engraçadas e aproveitamos aquele tempo como há muito não fazíamos. Parecia certo estar com Oliver, eu não conseguia imaginar dividir a vida com mais ninguém, ele era a minha metade.

— Dança comigo? - Oliver disse de repente se levantando e estendendo a mão para mim.

— Mas não tem música. - o questionei.

— Nós não precisamos de música, apenas encoste seu corpo no meu e feche os olhos. - falou suavemente. - nossos corações irão cantar uma canção.

E eu fiz o que ele pediu, coloquei minhas mãos ao redor de seu pescoço e ele me puxou pela cintura eliminando qualquer distância entre nossos corpos. Deixei minha cabeça repousar sobre seu peito, e fiquei concentrada em ouvir as batidas do coração dele. Aquilo era melhor que qualquer música.

— Eu amo tanto você! Não consigo pensar em um modo diferente de viver. Te amarei até o fim das nossas vidas. - Declarei enquanto inspirava o cheiro gostoso de Oliver.

— Eu tenho uma ligeira impressão que nos amaremos além dessa vida amor. - Me abraçou ainda mais forte e beijou meus cabelos. Ficamos assim por um tempo, dançando sob aquele seu estrelado usando as batidas dos nossos corações como música.

Eu gostava de ficar assim com Oliver, dentro de seus braços eu me sentia amada, protegida e feliz.

— Hora de trocar os presentes? - Oliver sussurrou ao meu ouvido. Ergui meu rosto e encarei seus olhos ansiosos.

— Você primeiro. - Desafiei.

Oliver apenas sorriu e retirou uma caixinha de veludo de do bolso do paletó colocando-a delicadamente sobre a minha mão. Assim que a abri me deparei com um lindo colar de ouro com um pingente em formato de coração.

— É lindo Oliver. - Exclamei, mas honestamente eu não esperava ganhar uma joia. Os presentes dele tendiam a ter um significado maior.

— Pensei que esse seria um jeito de você carregar a sua família sempre com você. - Franzi o cenho, eu não estava entendendo. - Abra seu coração. - Completou sorrindo.

E então eu entendi, era um daqueles colares com fotografia dentro. Eu abri e me deparei com a foto do dia que Rob nasceu, um dos melhores dias da minha vida.

— Obrigada amor! - Falei emocionada com aquele gesto, as lágrimas de felicidade ardiam em meus olhos.

— E eu sei o quanto você ama essa fotografia. Agora nós sempre estaremos com você, perto do seu coração. - Falou, pegando o colar da minha mão e o colocando ao redor de meu pescoço. Suas mãos ergueram meus cabelos e antes de fechar o colar, Oliver plantou um beijo em minha nunca, me deixando arrepiada.

Toquei aquele pingente. Oliver me compreendia, conhecia cada pedacinho de mim o que se passava na minha mente e no meu coração. Era tão bom pertencer inteiramente à alguém assim.

Respirei fundo, agora era a minha vez.

— Eu comprei algo também, mas não é exatamente para você. - Falei entregando-lhe a uma pequena caixinha branca. As sobrancelhas de Oliver se uniram claramente intrigado pelo o que eu havia dito.

As mãos dele desataram o laço sobre a caixa então ele finalmente a abriu. Eu vi quando seu semblante mudou de curioso para surpreso, e logo em seguida para emocionado. As lágrimas começaram a cair quando ele retirou o pequeno par de sapatos cor-de-rosa e os colocou sobre a palma da mão.

— Você com certeza ganhou a aposta amor! - A felicidade em seu rosto era latente, seus olhos brilhavam e seu sorriso era tão grande que parecia iluminar o mundo. - Como você tem certeza que vai ser uma menina? - Me perguntou.

— Da mesma forma que você sabia sobre o Rob! - Falei, mas a verdade é que eu vinha sonhando com a nossa garotinha há meses, ela parecia querer avisar que estava chegando. - Eu simplesmente sei que aqui dentro está a nossa pequena Olivia. - Coloquei minhas mãos sobre o meu ventre, eu sei que ainda era cedo, mas eu podia senti-la ali. O sorriso de Oliver se tornou ainda maior com a menção ao nome que eu escolhi, ele se aproximou e colocou as mãos dele sobre as minhas, juntando nossas testas.

— Eu me esforço para te fazer a mulher mais feliz do mundo, para compensar tudo de ruim que já te aconteceu, e para agradecer por você não ter me deixado ir. Você sabe que eu só estou aqui porque o seu amor me trouxe de volta. - E nessa hora ele abriu seus olhos e esses olharam tão profundamente dentro dos meus que pareciam enxergar a minha alma. - Mas tudo o que eu faço diariamente por você parece pouco em vista do que você faz por mim. Eu não sei mais o que fazer para te fazer feliz!

— Só peço para que fique comigo para sempre amor. É tudo o que eu quero e preciso. Só isso. - Disse sinceramente eu não precisava de mais nada além.

— Você não precisa pedir isso. Na verdade, eu duvido muito que você tenha uma escolha. Eu pertenço à você e você pertence a mim, simples assim. - Falou com um meio sorriso e senti suas mãos me puxarem pela cintura aproximando nossos corpos, logo em seguida seus lábios tocaram os meus em um beijo lento e terno, repleto de promessas de amor eterno.

****

TRÊS ANOS DEPOIS

Era um dia quente de verão, Oliver insistira que eu merecia um tempo só para mim. Então eu apenas passei umas boas horas na banheira lendo um livro enquanto ele cuidava dos nossos filhos. Nosso filhos, pensar isso sempre me fazia sorrir. Esse sempre foi o nosso maior sonho ter uma família, e nós tínhamos conseguido. Robert e Olívia, eles eram um presente para as nossas vidas.

Terminei meu banho e me troquei, desci as escadas pronta para me juntar a minha família. Parei por um momento e fiquei olhando para todas as fotos em nossas paredes, cada uma mais especial que outra. Cada foto representado um momento e uma lembrança diferente. Tínhamos quase uma linha do tempo em fotos. Tudo culpa minha, eu havia me tornado obcecada em fotografar tudo!

Parei e peguei na minha mão aquela nossa primeira foto, a do dia do casamento que eu costumava carregar para todos os lados dentro do bolso da minha calça jeans. Deixei meus pensamentos irem até aquele dia tão especial. Eu me lembrei da sensação de ansiedade e nervosismo antes de entrar na igreja, meu coração palpitava, minhas mãos suavam, mas tudo dentro de mim se acalmou e fez sentido quando encontrei os belos olhos azuis de Oliver me esperando no altar. Eu sabia que aquele era o meu destino, que ele era o único capaz de me fazer feliz e então eu caminhei até ele, com convicção, caminhei para a minha felicidade.

O som de gargalhadas me tirou de meus devaneios, e me deixei ser atraída na direção daquele som, parei encostada no pilar da varanda e fiquei ali apenas observando a minha família. Oliver havia ligado os irrigadores da grama e as crianças (e Oliver também) se divertiam despreocupadamente.

Robert brincava com Olívia pulando os jatos de água, ensinando-a. Ele segurava de forma protetora a mão da irmã mais nova, claramente preocupado que a pequena tropeçasse em seus próprios pés. Sorri ao perceber que além da aparecia física ele tinha herdado o instinto protetor de Oliver. Olívia por sua vez era mais parecida comigo, cachos loiro e olhos azuis e uma tendência a falar demais. É serio, nossa garotinha era curiosa, queria saber o porquê de tudo. Oliver dizia que era uma versão em miniatura de mim.

Eu não poderia reclamar da minha vida ao lado de Oliver, nós passamos por muita coisa, mas a felicidade que recebemos, essa sensação de estar completa, era muito mais do eu poderia sequer sonhar. Observei Oliver rir despreocupado, eu sabia que ele era feliz, que nós tínhamos tudo e um pouco mais.

Era estranho pensar naquele passado, todas as incertezas, as dúvidas, os medos. Tudo isso ficou lá atrás, em um lugar o qual eu não me permitia visitar. Me concentrava apenas em como o nosso amor se provou ser forte e principalmente digno dessa segunda chance. Sorri ao pensar em toda a nossa história de amor. Eu tinha certeza que o amaria até o fim da minha vida, e como Oliver gostava de ressaltar eu o amaria, além disso, também.

Eu pensei em tirar uma foto daquele momento. Mas aí eu percebi que eu já tinha muitas fotos, em álbuns, em porta-retratos espalhados por toda a casa. No meu colar. Eu não precisava de mais momentos felizes eternizados em fotografias. Eu tinha toda essa felicidade transbordando em cada parte da minha vida.

Oliver se virou e me viu ali parada apenas os observando, eu não precisei que ele dissesse nada, eu sabia o que os olhos dele me diziam então apenas me juntei a eles. Oliver imediatamente me puxou para seu abraço e ficamos ali olhando nossos filhos brincarem, aproveitando uma tarde de verão qualquer.

Fechei meus olhos e deixei as sensações me atingirem. O cheiro de grama molhada, o barulho gostoso do som daquelas risadas, o conforto de estar nos braços de quem se ama. Eu gravaria cada detalhe daquele momento na minha memória, num lugar tão especial que eu tenho certeza que jamais me esqueceria. E isso seria melhor do que qualquer fotografia.

 

"People fall in love in mysterious ways
Maybe it's all part of a plan"


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Notas finais do capítulo

Notas finais: Então, foi isso acabou :(
Vou sentir falta de escrever essa história, e falta de responder cada um de seus maravilhosos comentários.
Eu só espero que você que leu essa fic até o fim, a tenha amado assim como eu amei escrevê-la. Espero que cada minuto que você gastou lendo essa história tenha valido a pena. E por fim, espero que eu tenha conseguido passar um pouquinho da minha visão do amor (ou de pelo menos como ele deve ser).
Quero que saibam que cada um de vocês tem um lugar especial no meu coração! Muito obrigada pelo carinho, apoio e principalmente pela confiança nessa minha primeira fic!
Nos vemos em outras histórias...
Ps.: Alguém tem um lencinho? Eu odeio despedidas!
Ps (2): Para você que está lendo esta fic depois de concluída, eu espero que tenha amado essa história tanto quanto eu amei escrevê-la. Foi um prazer dividi-la com você! Fique a vontade para deixar seu comentário e me dizer o que achou!