Loving can hurt sometimes escrita por Luna Lovegood


Capítulo 17
May I be your shield


Notas iniciais do capítulo

Bom dia leitores!
Sinto muito, eu prometi o capitulo para sábado, mas foi simplesmente impossível conclui-lo. Principalmente por ter decidido mudar o destino de um dos personagens aí tive que refazer todo o roteiro do fim.
Muito obrigada pelos comentários do capitulo anterior (a grande maioria expressando um ódio eterno ao Ray), vocês são os melhores! A quem tem favoritado e acompanhado deixo o meu agradecimento também!
Deixo aqui meu agradecimento especial para a May Braga que me indicou essa musica perfeita que serviu de inspiração para o capitulo! Escutem enquanto leem!
Espero que gostem! Nos vemos nas notas finais!



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Let me raise you up.

Let me be your love.

May I hold you

as you fall to sleep,

when the world is closing in

and you can't breathe.

May I love you.

May I be your shield.

When no one can be found

may I lay you down.

All I want is to keep you safe from the cold...

to give you all that your heart needs the most.

(May I - Tranding Yesterday)

 

Felicity Smoak

Passamos a maior parte do dia na delegacia, a polícia colheu o meu depoimento e o de Sara. Oliver em nenhum momento saiu do meu lado, ele permaneceu calmo e segurando a minha mão o tempo todo. Eu sabia que ele estava se corroendo de ódio por dentro, mas que tentava se manter firme por mim. Essa era uma das muitas razões pelas quais eu o amava, não importava o quão ruim uma situação parecesse ele sempre estaria ali para me confortar. Ele era a minha rocha. Eu queria ser assim para ele também.

Agora com o ataque do Ray e o desaparecimento de Laurel, a polícia estava considerando a possibilidade de ambos terem agido juntos. Eu achava que isso era improvável, mas Ray havia me confirmado a participação dele na armação da traição três anos atrás, então nada mais me surpreenderia.

Voltamos para casa e assim que chegamos eu reparei que tudo estava limpo e organizado, sem cacos de vidro no chão, sem tapete ensanguentado. Eu olhei diretamente para Oliver ele apenas confirmou com um leve assentir de cabeça. Eu não sei quando ele resolveu isso, mas fiquei agradecida por não ter que lidar com aquilo também. O dia já tinha sido tumultuado demais.

Nós trocamos poucas palavras e nenhuma delas em relação com o ataque de Ray, acho que Oliver estava tentando me dar um tempo para digerir a situação ou apenas esperando que eu me sentisse a vontade para desabafar. De qualquer forma aquele silêncio era bem vindo porque o que eu realmente queria era esquecer o dia de hoje.

Embora ele não me questionasse diretamente sobre nada eu percebi que Oliver simplesmente não conseguia me deixar sozinha nem por um segundo que fosse. Se eu ia a cozinha ele me seguia, se eu ia ao banheiro ele ficava no corredor. Era um pouco irritante, mas eu acabei relevando porque sabia que ele realmente havia ficado assustado com toda a situação.

Já à noite, Oliver pediu comida italiana no meu restaurante favorito, e nós nos sentamos à mesa para o jantar, mas eu não sentia fome. Era como se houvesse algo preso dentro de mim, algo me restringindo, um peso do qual eu não conseguia me livrar.

— Amor, você precisa se alimentar direito. - Oliver falou delicadamente lançando-me um olhar angustiado. Notei que estava apenas brincando com o talher, e a comida ainda estava intocada no meu prato. Eu tentei comê-la, mas ela simplesmente passava pela minha boca e eu não sentia sabor de nada e acabei desistindo.

Oliver deu um suspiro frustrado, ao perceber minha falta de apetite. Conversamos um pouco e ele me contou que Tommy havia o procurado e relatado a história da Laurel. Pode soar idiota, mas eu senti ainda mais pena dela. Oliver por sua vez, havia ficado balançado, mas a notícia do desaparecimento dela no mesmo dia do meu “incidente” o deixara ainda mais convicto da culpa dela.

Depois do jantar eu tomei um banho demorado, esperando inutilmente que água fosse capaz de lavar aquele dia ruim da minha memória. Mas ele estava impregnado na minha mente e eu ficava vendo o rosto de Ray em todos os lugares. Quando saí do chuveiro eu vesti uma blusa larga de Oliver e fui para o quarto, apaguei as luzes me deitei na cama ao lado dele. Fiquei ali por alguns minutos deitada de costas apenas olhando para a escuridão.

— Eu preciso de você mais perto. - Oliver falou num tom de exigente me tirando do meu transe, puxou meu corpo junto ao dele e me segurou intimamente. Ficamos assim de conchinha, as mãos dele repousavam sobre a minha barriga e fizeram um carinho ali, um quase sorriso surgiu em meu rosto ao pensar o que aquilo parecia e pela primeira vez naquele dia eu tive um pensamento feliz. Eu podia sentir a respiração profunda de Oliver sobre o meu cabelo, e ele me apertou ainda mais forte. Era quase como se quisesse ter certeza de que eu realmente estava ali.

Foi então que eu entendi a reação dele, Oliver ainda estava em choque pelos acontecimentos recentes. Acho que ele se sentia um pouco culpado por ter me deixado sozinha naquela manhã, se ele não tivesse ido para a tal reunião tudo isso teria sido evitado.

Fechei meus olhos e tentei dormir no calor daquele abraço, mas minha mente se recusava a descansar. E eu comecei a sentir todos os efeitos daquele dia terrível finalmente me atingirem como uma bala de canhão. E as lágrimas simplesmente começaram a cair compulsivamente sem que eu conseguisse detê-las. Virei meu rosto e o escondi no travesseiro tentando abafar aquela reação. Oliver pareceu perceber que algo não estava bem, pois senti seu corpo ficar tenso e seu coração bater acelerado.

— Você está chorando? - Perguntou num tom suave, mas repleto de preocupação.

Eu não respondi, minha voz parecia presa na garganta. Oliver acendeu a luz do abajur que havia sobre o criado mudo se sentou sobre a cama me colocando em seu colo. Seus olhos escaneavam cada parte do meu rosto.

— Eu não quero ver você chorar amor. Mas se você precisa disto, então chore. - Falou apertando-me contra seu peito, e eu chorei, e não foi um choro bonito. Foi um mistura de desespero com desabafo, eu precisava deixar aquelas lágrimas jogarem para fora de mim toda a raiva, o medo, que até então eu estava guardando dentro de mim. E as poucos aquele aperto no meu peito foi ficando menor, se abrandando.

— Eu amo você tanto! Você não faz ideia do quanto, e eu estarei aqui para você sempre que precisar. Nada nem ninguém vai tirar você de mim, eu não deixarei. - Falou com convicção segurando o meu rosto entre suas mãos e olhando dentro dos meus olhos. Me assustei com a intensidade deles, com a profundidade do quanto ele me amava. Sua boca veio em direção ao meu rosto e ele começou a beijar cada lágrima que ainda caia em minha face.

— Agora eu preciso que você me deixe te proteger. Me deixe ser o seu escudo. - A intensidade do olhar dele me desarmou, e eu deixei que a segurança daquelas palavras me invadissem, e meu corpo aos poucos se acalmou. As lágrimas finalmente cessaram e o aperto no meu peito desapareceu completamente.

Olhei dentro daqueles olhos azuis e vi tantos sentimentos ali: amor, ternura, paixão e medo. Ele estava preocupado comigo, havia essa tristeza, esse medo absurdo de me perder que partia meu coração. Tudo o que eu queria era que Oliver fosse feliz. Eu não queria mais que outras pessoas tivessem esse poder sobre nossas vidas, sobre o nosso relacionamento.

— Eu amo você. - afirmei encostando meus lábios suavemente nos dele. - Amo. - Repeti com ainda mais convicção, e vi um sorriso brotar no rosto dele. Tomei aquele sorriso para mim num beijo lento e profundo, nossas línguas acariciando uma a outra calmamente se provando. As mãos dele passeavam pelas minhas pernas e em um movimento rápido as colocou envolta de seu torso me puxando firmemente contra ele, e tornando o contato ainda mais íntimo. Me afastei de seus lábios exigentes por alguns segundos, apenas para erguer meus braços em um convite para que ele retirasse a blusa que eu vestia. Oliver entendeu.

Eu não usava sutiã o que facilitou o acesso de Oliver aos meus seus seios, sua boca logo deu-lhes atenção beijando-os, sugando-os e me fazendo delirar. com o calor de sua boca morna sobre meus mamilos sensíveis. Oliver me deitou sobre a cama e cobriu meu corpo com o dele, logo sua boca estava atacando o meu pescoço beijando e deixando seus dentes rasparem ali em suaves e deliciosas mordidas. Sua mão desceu até meus quadris, seus dedos brincando com o tecido da minha calcinha. Gemi com aquele toque, não havia percebido o quanto eu necessitava dele.

Cada toque cada, carícia tinha uma sensação diferente essa noite, a minha pele parecia queimar como brasa em contado com a dele, meu desejo era ainda maior. Era uma sensação boa, eu me sentia diferente com cada toque dele, como se tudo fosse ainda mais intenso do que costumava ser. Talvez tenha sido a pequena batalha daquele dia, a possibilidade de quase nos perdermos um do outro que nos tenha feito apreciar ainda mais o que tínhamos.

Oliver  seguiu espalhando seus beijos languidos demoradamente por cada centímetro do meu corpo nu, e eu me sentia derreter a cada toque. Depois foi a minha vez.

E ele me deixou ficar por cima sentindo seu membro excitado comprimindo-se contra minha entrada. Tentei manter a coerência enquanto espalmava minhas mãos pelo seu torso tocando cada parte de seus músculos. Desci um pouco mais apenas me maravilhando com a sensação de saber que aquele corpo sob o meu me pertencia. Então eu o despi, eu o beijei, eu o toquei, vagarosamente o torturando assim como ele me torturava. Oliver não era muito paciente, a qualquer momento ele não iria mais aguentar e simplesmente me tomaria com a urgência de sempre e eu queria fazer isso do meu jeito.

Me sentei sobre ele novamente, mas dessa vez guie seu membro fazendo-o deslizar dentro de mim. Oliver gemeu roucamente, ele não estava esperando por isso. Então eu comecei a ditar o ritmo. Deslizei minhas mãos pelo seu abdômen enquanto me movimentava sobre ele. A mão esquerda de Oliver estava firme ao redor dos meus quadris deixando o contato ainda mais profundo enquanto a outra acariciava meus seios, minha barriga.

Eu me senti viva. Plena. Feliz. E eu não deixaria ninguém tirar isso de mim.

Aumentamos o ritmo, ambos sedentos por prazer, cada vez mais acelerado, cada vez mais profundo. Meu corpo estremeceu de satisfação e logo em seguida Oliver chegou ao próprio prazer também. Deixei meu corpo saciado cair sobre o dele e ficamos assim aproveitando o êxtase pós-sexo até que adormecemos.

***

Eu acordei me sentindo horrível apesar da extraordinária noite de sexo com Oliver. Não sei ao certo se foi o estresse do dia anterior ou o fato de não ter me alimentado direito. Seja lá qual fosse a causa a consequência era péssima, me levantei indo direto para o banheiro aquela náusea estava me matando.

Quando a sensação passou depois de uns vinte minutos eu voltei para o quarto, e me deparei com Oliver me olhando de um jeito estranho, intrigado..

— Você está se sentindo bem? - Me perguntou, mas havia algo mais por detrás daquela pergunta. Era mais do que uma simples preocupação com a minha saúde.

— Foi só um mal-estar, nada com o que se preocupar. - Respondi dando lhe um sorriso.

— Nós precisamos conversar. - Geralmente quando alguém me fala essa frase eu fico apreensiva, mas a forma como Oliver disse, com um pequeno sorriso nos lábios me fez pensar que era algo bom. E Deus sabe que ando precisando de coisas boas.

— Podemos conversar comendo um bolo de chocolate? Estou morrendo por um desses! - Falei fazendo meu usual biquinho, e Oliver me deu um sorriso completo dessa vez.

Nos arrumamos e saímos em direção à uma padaria próxima ao apartamento. Acho que por não ter comido quase nada ontem hoje eu estava comendo desesperadamente. É sério, eu já estava com vergonha. Esse era o meu terceiro pedaço de bolo de chocolate, desse jeito eu ia virar uma orca.

— Então... - falei distraidamente depois de acabar o meu bolo, e olhando para o cardápio pensando no que mais eu poderia comer ali. - Sobre o quê você quer conversar?

Oliver sorriu, e abriu a boca para falar, mas fomos interrompidos pelo toque do celular dele. Ele olhou o visor do celular e pareceu ficar tenso, uma ruga surgiu entre seus olhos, vi uma pequena escuridão nublar seu rosto deixando-o indecifrável. Aquilo não parecia ser bom. Afastou-se, eu o observei de longe, a postura séria dele era um indicativo de que era algo importante.

— Quem era ao telefone? - Perguntei assim que ele voltou odiava quando Oliver se afastava para atender ligações, me lembrava da época em que ele escondia segredos de mim.

— Era da empresa. - Mentiu. Sim eu podia dizer que era mentira pela forma como ele havia evitado olhar em meus olhos quando me respondeu.

— Algo ruim aconteceu lá? - Perguntei entrando no jogo dele, tentando-o fazer escorregar.

— Não. - Negou automaticamente, com o pensamento ainda longe. - Só alguns documentos que esqueci de assinar. - Estreitei meus olhos, definitivamente havíamos voltado aos segredos. - Você já acabou?

— Sim. - Respondi, aquela situação havia consumido com a minha fome. - Sobre o que você queria conversar?

Ele pareceu hesitar antes de me responder, pensando no que dizer. Seu semblante era sério, isso estava me matando, antes da tal ligação nós estávamos bem. Oliver mantinha um pequeno sorriso e agora tudo o que eu vi ali era uma carranca.

— Eu estava pensando na sua segurança, com Laurel e Ray desaparecidos. - Estremeci com a menção ao nome do Ray, a lembrança do dia de ontem ainda estava muito fresca em minha memória. - Eu acho que seria melhor se mudássemos para a mansão Queen, temporariamente.

Pisquei, esperando que Oliver dissesse que aquilo era uma brincadeira. Mas ele não o fez, apenas me encarava ansiosamente esperando que eu me manifestasse.

— O quê? - Gritei, e as pessoas ao redor me olharam curiosas.

— Amor, lá nós temos o melhor sistema de segurança. - Tentou me convencer falando suavemente. - E você ficaria bem lá ainda que eu não estivesse em casa.

— Então é isso? Você precisa sair e não quer me deixar sozinha? - Questionei, odiando  ter tomado a posição de garota indefesa que não podia ficar sozinha por nem um segundo.

— Não, quero dizer talvez. - Falou um pouco sem jeito e eu emburrei a cara. Como dizer ao seu marido que você prefere ficar sozinha com um possível assassino atrás de você à ficar na casa da mãe dele? Não há um meio certo de dizer isso.

— Oliver. - Tentei falar delicadamente, precisava fazê-lo desistir dessa ideia e acabei optando por uma meia verdade. - Eu não acho que a sua mãe vai gostar da minha presença lá.

Oliver me lançou um olhar confuso. Eu ficava surpresa que depois de todos esses anos ele ainda não havia percebido a animosidade entre nós duas. Era óbvio para todo mundo.

— Ela já sabe, e não se importa. Na verdade a ideia foi dela. - Sério? Agora sim eu havia ficado preocupada.

— Mas... - Comece, precisava de uma ideia brilhante, qualquer coisa que me impedisse de ficar sobre o mesmo teto de Moira Queen. - Eu posso ficar com Sara, enquanto você resolve seja lá o que você precisa resolver. - Tentei.

— Eu não vou discutir isso com você enquanto você está nessas condições. Você vai e pronto! - Finalizou o assunto. Era irritante quando ele usava esse tom autoritário, e também perturbadoramente sexy. Foco Felicity. Espere... o que ele quis dizer com condições?

— Condições? Que condições? - Me exaltei.

— Amor. - Respirou fundo antes de continuar calmamente ignorando a minha pergunta - Nós vamos ficar na mansão isso não esta em discussão aqui. - Falou irredutível, e eu bufei vencida.

— Amanhã, eu prometo que teremos uma conversa importante, sobre algo que eu tenho adiado a dizer, mas que agora é bem óbvio para mim. - Seus olhos brilharam na minha direção, mas confesso que fiquei um pouco tensa. - Não se preocupe. É algo bom! Encare com uma surpresa. - Falou com um sorriso e eu me senti instantaneamente melhor, embora ainda estivesse emburrada com o fato de ter que ficar na casa da minha sogra.

— Espera amanhã? Porque não agora? - Perguntei, se era algo bom para quê adiar?

— Eu preciso resolver alguns assuntos pendentes antes, eu prometo que amanhã será o melhor dia da sua vida. - Falou, e eu acabei me deixando contagiar com o sorriso que ele me deu.

Pedimos a conta e voltamos para a casa, o restante do dia passou voando e assim que escureceu nós nos dirigimos para a intimidante mansão Queen, onde fomos recebidos pela minha calorosa sogra. E por mais estranho que pareça ela foi extremamente cordial comigo também, é claro estávamos na frente do Oliver.

Eu ainda não estava completamente de acordo com a nossa mudança súbita de moradia, mas Oliver tinha essa ideia fixa de que este era o local mais seguro para mim, e eu não queria deixá-lo mais preocupado comigo e muito menos obrigá-lo a ficar cada segundo ao meu lado.

— Eu não vou demorar, prometo. - Falou se despedindo de mim com um beijo digno de cinema, mas o nosso momento foi interrompido por um suave pigarrear de garganta.

— Obrigado, mãe. - Oliver disse, nem um pouco envergonhado de seu ato apaixonado.

— Não se preocupe querido, eu cuidarei bem dela. - Moira falou com um sorriso no rosto.

Ele se despediu da mãe com um suave beijo na testa partiu, para resolver algo que ele não queria me contar o que era. O observei ir embora, sentindo um vazio tomar conta do meu coração.

 


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Notas finais do capítulo

O que será que o Oliver tá escondendo da Fel? Me digam o que acharam!

ps: O próximo capitulo deve sair na terça!