The Gray War escrita por Maxtrome


Capítulo 11
Capítulo 11 - Mal Entendidos


Notas iniciais do capítulo

Heey! Obrigado Kayme phb pela recomendação! Eu fiquei super feliz quando li!
Agora, ao capítulo 11

E agradecimentos ao meu irmão Samuel por revisar o capítulo e dar ideias



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Depois de uma hora, Yosafire acordou se perguntando onde estava. A luz do sol da manhã batia em seu rosto. Em sua volta, viu as altas árvores de pinheiro com folhas verde escuro, e troncos de madeira em um tom de marrom bem escuro. Levantou a cabeça e viu o tronco cortado que ficava no centro da pequena floresta.

Então, viu Macarona e Rawberry conversando. Enquanto tentava entender o que tinha acontecido, gritou pelo nome de Rawberry.

A amiga correu para ver Yosafire acordar.

“Yosafire! Você está bem!” ela exclamou.

Macarona correu para ver a amiga também, sorrindo.

“Sim, eu acho que estou... Espera, o que aconteceu?” a menina perguntou. Sua mente ainda estava confusa, e ela tentava se lembrar do que acontecera na noite passada.

Seu corpo estava um pouco dolorido. Ela começou a se lembrar de ter caído de um lugar muito alto, e imaginou que era esse o motivo da dor.

Um segundo depois, sentiu uma mão em seu ombro.

“Hey, Yosafire” era Froze, com a voz séria de sempre.

Yosafire se virou, sorrindo.

“Oi, Froze!” exclamou. “Que bom que vocês todas estão bem!”

“E você também! Graças a Froze!” Macarona explicou.

“S-sério?” ela perguntou.

“Sim, a Froze te trouxe de volta e ajudou a pegar uma pomada no antigo acampamento da Greif e do Lowrie” Rawberry explicou.

Yosafire não sabia como agradecer, então a abraçou, dizendo:

“Obrigada, Froze! Amiga do coração!”

Isso deixou Froze feliz, mesmo ela não demonstrando isso. Em vez disso, afastou Yosafire.

“Tudo bem, eu já entendi” resmungou. Macarona entendia que era parte da personalidade dela.

Então, Yosafire também ficou séria. Lembrou-se do acordo que tinha feito, sobre matar a Froze ou a Macarona. Ela não podia fazer isso, mesmo podendo reencontrar a mãe. Se ela estava viva, havia outro jeito.

“Espera... O que você estava fazendo ontem à noite?” perguntou Yosafire. Ela expressava dúvida.

“Bom, eu queria ajudar Greif e Lowrie, é injusto eles irem sem nós. Eu fugi porque... não queria que nada acontecesse com nenhuma de vocês.” Froze respondeu. Então todas ficaram quietas, pois não encontraram mais sobre o que conversar. “Eu queria ter ajudado... eles podem estar mortos num momento desses” a anjo continuou, virando-se. Yosafire observou-a andando até uma árvore e colhendo uma maçã. Então percebeu que estava com fome.

Levantou-se para pegar a cesta onde estavam alguns sanduíches quando sentiu algo em sua nuca. Colocou a mão e percebeu que era um tipo de papel.

“Ei, Rawberry, o que é isso?” ela perguntou ainda animada.

A amiga hesitou. Lembrou-se da pior parte que teria que contar agora.

“Uh... eu não te contei?” ela perguntou, com um tom de voz procupado.

Yosafire ficou quieta e encarou a amiga.

“Certo. Você começou a sangrar um pouco. Isso é um curativo. E o seu chifre...”

A demônio colocou a mão na cabeça. O chifre esquerdo estava normal, mas o direito... não estava inteiro. Ela caiu ajoelhada, com uma expressão muito assustada agora.

“O que aconteceu...?” Ela perguntou, com as mãos no rosto.

“Eu acho que... você caiu de cabeça...” Rawberry contou. Ela tentava continuar com o senso de humor para distrair a amiga. Mas não adiantou. Uma lágrima saiu do olho de Yosafire. Ela estava muito assustada agora.

“Eu nunca... mais... vou voar.” Mais lágrimas saíam de seus olhos. Ela passou a mão para limpar o rosto, então voltou para pegar os sanduíches, agora triste e de cabeça baixa.

Rawberry ficou com uma expressão triste também. Então, correu para consolar a amiga e sentou ao seu lado. Primeiro, não disse nada. Depois, perguntou:

“Ei, aquele pedaço de tecido vermelho ainda está com você?”

Yosafire colocou a mão no bolso e revelou o pequeno tecido, a única lembrança de sua mãe. Rawberry abriu a mão e a amiga entregou o tecido vermelho.

“Agora, imagine. Um pouco de fio vermelho em uma agulha e ela vai passando de um lado a outro. E, em vez de fazer uma blusa, é feito um chapéu vermelho. Quando você coloca na cabeça, se esquece do chifre quebrado. Apenas consegue pensar no que o chapéu representa: a sua mãe. O que acha da ideia?” Rawberry sugeriu.

Yosafire olhou para ela. Ficou imaginando a cena por alguns segundos. Então, sorriu. Era uma boa ideia. Ela abraçou Rawberry sorrindo. A amiga sorriu também.

“Por favor, nunca vá embora!” Yosafire pediu.

“Eu prometo que não vou, eu prometo...”

As horas passaram. Já era de tarde, quando ouviram alguns passos. Greif e Lowrie estavam de volta. Machucados, mas inteiros.

A primeira a notar foi Macarona, que estava observando as árvores. Ainda sem avisar ninguém, correu para receber os amigos.

“Vocês estão de volta!” A anjo exclamou. Um sorriso abriu em seu rosto, combinando com os olhos vermelhos e alegres.

“Eu não disse que voltaríamos?” Lowrie respondeu. Sua voz estava um pouco fraca. Depois de falar, tomou um gole de água de um cantil cinza que carregava.

“Sim, nós voltamos” afirmou Greif enquanto passava a mão no cabelo branco. Seus olhos cinza claro estavam alegres, e não sérios como da última vez.

Ao ouvir as vozes, Froze, Rawberry e Yosafire foram vê-los. Yosafire e Rawberry foram correndo pelo chão de terra, enquanto Froze andou calmamente.

“E então, como foi?” Rawberry perguntou, enquanto parava de correr.

“Nada que não pudemos resolver!” Lowrie contou, rindo um pouco. Ele abriu uma mochila preta e branca, com detalhes cinza, que estava segurando e pegou as ervas verdes amarradas com uma fita branca.

“Isso vai dar para curar três pessoas de ferimentos graves e veneno dos monstros da noite” Greif explicou “Ah, e tem muito mais na mochila.”

Assim que Greif disse, Lowrie mostrou a mochila por dentro. Várias “folhas mágicas”, como chamou Yosafire, estavam amarradas em fitas brancas. E em cima de tudo, um pingente azul em formato de estrela, amarrado a um cordão.

Macarona pegou o pingente, perguntando o que era. Lowrie apenas tirou da mão dela, respondendo, com senso de humor:

“Não é nada importante!”

A anjo fez uma cara confusa, e pouco depois continuou a olhar. O tom de verde das folhas era vivo e parecia até brilhar.

“Oh, então uma dessas folhinhas mágicas que me curou!” Yosafire concluiu.

“Certo, certo. Agora, vocês precisam de cuidados! Olhem o estado de vocês!” Froze disse, com os olhos azuis claros ainda sérios.

“Sim! Ouçam a Froze!” Macarona recomendou.

“Se quiserem, conseguimos algumas maçãs nas árvores do caminho” Rawberry ofereceu “Ou se preferirem, posso pegar alguns insetos deliciosos!”

“Ei, Rawberry, é óbvio que eles não vão querer insetos!” Macarona disse, um pouco brava.

“Obrigado, é claro. Mas nós damos conta, podemos pegar comida nós mesmos” Lowrie explicou.

“Então tudo bem, eu acho?” Yosafire perguntou, em dúvida.

“Mesmo assim, ali estão as maçãs.” Froze apontou para uma cesta de madeira “E ali vocês podem se sentar para descansar.”

“Obrigado, Froze” Greif agradeceu.

Enquanto eles se arrumavam, Yosafire ficou olhando em direção ao rio onde fizera o acordo. “Será que o Lowrie ou a Greif sabem algo sobre o... Encapuzado?” se perguntou, em pensamento. Ela fazia uma expressão pensativa, e seus olhos estavam meio fechados. Ela ficou observando e esperou até todos se acalmarem. O sol estava se pondo e ela andou até onde Greif e Lowrie estavam conversando. Eles comentavam sobre o que viram no caminho e se perguntavam se o grande inimigo que enfrentaram poderia voltar.

“O-oi... Desculpem interromper, mas eu tenho uma dúvida” ela disse. Depois disso, olhou em volta para ver se alguém estava olhando. Macarona e Froze conversavam juntas e Rawberry procurava por mais insetos.

Sem perceber, seu rosto começou a ficar um pouco avermelhado de vergonha.

“Uma dúvida? Qual?” Lowrie perguntou.

“Vocês por acaso já viram um anjo com um capuz branco tampando todo o seu corpo?”

Os dois hesitaram e olharam um para o outro. Yosafire ficou com uma cara de dúvida, mas continuou esperando. Os dois trocaram algumas palavras. A demônio olhava atentamente para eles. Então, ela começou a tremer um pouco, sem deixar ninguém perceber.

“Ele falou com você?” Greif perguntou.

“Ele apareceu na noite anterior e me ofereceu um acordo. Que eu estou certa que não vou fazer.” Yosafire contou.

“Ele apareceu há muito tempo para nós. Nos ofereceu um acordo, mas nos enganou. As palavras nos fizeram pensar uma coisa, mas era totalmente diferente. E isso custou a vida de alguém muito próximo.” Lowrie contou. Depois, perguntou: “Qual acordo ele te ofereceu?”

“Eu me reencontraria com a minha mãe. Mas teria que matar a Froze ou a Macarona” ela contou. “Eu não faria isso. Primeiro, porque elas são as únicas pessoas que trouxeram paz para mim e para Rawberry. E segundo, porque a Froze salvou a minha vida.”

“Salvou a sua vida?” Greif perguntou.

“Sim, quando vocês saíram, aconteceram algumas coisas.”

“Mas, espere...” Lowrie começou a falar. “Você saiu da floresta?”

“Bom, eu fui pegar água e...”

“Você não devia ter feito isso. Essa floresta é protegida contra monstros e seres de outros mundos. Por isso eu mandei vocês para cá.”

“Oh. Me desculpem!”

“Se for a mesma pessoa, ele vai aparecer novamente essa noite, e vai te chamar. Você precisa cancelar o acordo.”

“Certo, é isso o que vou fazer.”

***

Naquele mesmo dia, de manhã, Grora andou até o campo de batalha, seguida por Dialo e Chelan. Vários anjos também saíam do castelo Blanc para batalhar mais uma vez. Como todos os dias.

Dialo sentia um pouco de medo. Os anjos ainda não confiavam totalmente nela e certamente ainda não a mataram porque foi Etihw que permitiu sua presença.

As três observavam o outro lado do campo de batalha, onde ficava o castelo Black. Os demônios se preparavam: alguns ficavam nas janelas, alguns nas portas e outros saíam para o campo de batalha. E na frente de todos, estava Wodahs.

Ele nem parecia mais o anjo que existia antes. Suas asas ainda eram feitas de penas, mas eram penas escuras, quase todas caindo. Não parecia um demônio, mas sim um anjo negro. No lugar do olho arrancado no dia anterior estava um tapa-olho.

Ele segurava uma espada, assim como Grora. A anjo percebeu que não se tratava de uma espada normal. Era uma espada mágica, mais forte que as outras. Com as penas caindo, Grora imaginou que ele não pudesse voar.

“Você vai achar uma maneira de salvá-lo” Dialo cochichou no ouvido de Grora, que se virou e balançou a cabeça, afirmando. Chelan, que não tinha tempo para escrever em um papel, fez um sinal com as mãos, que Grora entendeu como “Boa sorte”.

“Obrigada pelo apoio. Acho que agora precisarei agir sozinha.”

Ela acenou com o braço e correu em direção ao campo de batalha junto aos outros anjos. Ela evitou Wodahs pelo máximo de tempo que pode. Apenas o localizava em meio aos anjos e demônios para evitá-lo. E assim o dia passou, em uma grande batalha. O sol passou de um canto a outro. E novamente, chegou o entardecer. Foi quando Grora não pode evitar.

O anjo negro, Wodahs, chegou a ela, não dando escolha senão lutar.

As espadas batiam uma nas outras, fazendo barulhos que atingiam todo o campo de batalha. Eles estavam exatamente no centro, entre os dois castelos, onde poderiam ser vistos por todos.

Wodahs levantou sua espada e rapidamente abaixou para acertar Grora, que conseguiu defender. Na verdade, a anjo conseguia defender todos os ataques dele, e teve muitas chances de matá-lo.

Sua espada “andava” de um lado a outro defendendo cada golpe. Em um momento, ela usou a força para acertar a mão de Wodahs, que jogou a espada para longe.

“Por favor, me deixe falar” ela pediu, apontando a espada para ele. O anjo negro não respondeu nada, apenas fez uma cara de desgosto e raiva.

Rapidamente, puxou um diamante de Kcalb escondido em sua armadura, que transformou-se em uma espada bem maior. Com a nova espada, seus movimentos ficaram muito mais rápidos.

“Eu não quero ouvir o que um anjo vai falar!” Ele exclamou enquanto movimentava o braço, fazendo ataques novos.

Começou a fazer uma sequência de ataques. Primeiro, tentou atacar por cima. Com o movimento bloqueado pela outra espada, movimentou o braço para o lado, tentando atacar pelos lados. Ao falhar novamente, procurou uma chance de perfurar.

Mesmo assim, Grora estava mais bem treinada, e desviou do último ataque. Em poucos segundos, a espada de Wodahs tornou-se um arco, que quando a corda era puxada, uma flecha aparecia magicamente.

Com um impulso das asas, ele saltou e atirou uma flecha em direção a Grora. Por pouco ela conseguiu desviar. Várias flechas vieram em seguida. As que a anjo não conseguiu desviar foram bloqueadas pela espada.

Então, o arco tornou-se um enorme martelo de guerra, como o de Froze, que quase esmagou Grora várias vezes. Mas suas habilidades eram ainda maiores. E nesse momento, ela percebeu que essa luta não levaria a nada. Enquanto desviava de mais marteladas.

Ela esquivou mais algumas vezes e deu um pulo para trás. Soltou a espada e abriu os braços.

“Eu sei que isso não vai levar a nada. E é melhor por um fim. Mas antes, quero que saiba de uma coisa: Eu te amo” Grora finalmente disse. Seus olhos ainda estavam abertos e ela esperava a morte.

Mas não era sua hora. Ainda não. Apenas sentiu uma dor como a de Wodahs na tarde anterior. Seu olho fora arrancado também.

“Isso foi apenas uma vingança pelo que você fez ontem” disse o anjo. Com o olho que restava, o olho direito, Grora viu que incrivelmente algumas penas cresciam novamente nas asas de Wodahs. Algo tinha mudado.

***

Naquela noite, Etihw conseguiu passar pelo campo de batalha, voando, sem ser vista pelos monstros. Era um momento de sorte, pois em muitos anos, isso nunca tinha acontecido. Os monstros apenas estavam concentrados nas florestas.

Aproveitando isso, montou um plano que efetuaria quando chegasse lá. Em uma das portas laterais do castelo Black, viu um guarda demônio segurando uma lança. Era a primeira parte do plano.

Ela começou a pousar lentamente até que chegou na pequena porta. Quando percebeu a estranha presença, o demônio se assustou e preparou-se para ativar o alarme.

“Eu quero um pedido de trégua” Etihw disse, seriamente enquanto olhava para o demônio.

Ele continuou parado, pensando no assunto.

“O quê? Por que eu confiaria em você?” Ele perguntou.

Etihw mostrou que não tinha nenhuma arma. Apenas pediu para ser levada ao Kcalb. O demônio colocou algemas na deusa e aceitou. Ele começou a subir as escadas que levariam a sala onde Kcalb estava.

No momento certo, a deusa usou toda a força para dar um soco no guarda, que caiu desmaiado.  Assim, ela conseguiu pegar a chave das algemas e se libertar. Aproveitou e pegou a lança para não ficar desarmada.

Depois disso, começou a correr pelos corredores para chegar até a torre principal. E no caminho, ouviu a voz de Kcalb por trás de uma das portas.

“Seis dias, certo?” Era o que o diabo dizia.

Uma outra voz respondeu:

“Sim. Relembrando o acordo: nós iremos ajudar vocês na guerra e poderemos viver nesse mundo, longe do Reino do Sol, certo?”

Então, Etihw ligou todos os pontos.

O plano de Kcalb era um acordo com o Flame World para vencer na guerra. E assim, os demônios se mudariam para o Gray Garden e ficariam livres de Siralos, o deus de lá, e os anjos.

“Então eu realmente devo fazer a trégua!” Etihw disse baixinho.

E pouco depois, ouviu uma voz diferente, vindo de trás dela:

“Alerta! Etihw está aqui! Ela matou um guarda e está tentando destruir todos os demônios!” era o que a voz dizia.

A deusa olhou para trás. Viu uma figura que reconheceu no momento.

“Você de novo! Qual é o seu nome e o que você quer?” a deusa perguntou, com raiva.

“Eu? Sou apenas um anjo de passagem” ele respondeu, com um sorriso maléfico, e se desmaterializou em frente aos olhos de Etihw, sem deixar rastros.

***

Já era noite, e todos foram dormir. Menos Yosafire, que só fingia estar fazendo isso. Depois de horas deitada, quando quase pegou no sono, observou as amigas e percebeu que estavam em um sono profundo.

Calmamente, ela se levantou, evitando fazer barulho. Quando conseguiu ficar de pé, percebeu que ninguém tinha acordado. Ela começou a andar para fora da floresta pisando na grama macia sem nem olhar para trás.

Andou um pouco mais para chegar até o riacho. Então, se ajoelhou e observou seu reflexo. Pegou em um bolso escondido a moeda que o anjo lhe deu. Era dourada e leve, com o símbolo de um sol desenhado em sua face.

Sem perceber, o anjo encapuzado apareceu atrás dela e colocou a mão em seu ombro. Em um susto, ela se virou, quase dando um grito.

“Percebi que você ainda não cumpriu sua parte do acordo” ele falou, calmamente.

A demônio observou a figura alta. Olhando atentamente, percebeu que usava um óculos por baixo da capa.

“É porque eu não vou cumprir o acordo. Eu vou desistir dele” ela explicou, decidida.  Os olhos estavam fechados e a voz calma e séria.

“Mas você não deseja reencontrar a sua mãe?” ele perguntou. Sua voz era calma e convincente “Tem certeza que não quer isso? A pessoa que mais te amou na sua vida?”

“Existe outro jeito. Eu sei. Por isso, eu não aceito o acordo.”

Depois de ela dizer isso, virou-se para voltar ao acampamento. Enquanto andava, algo apareceu em sua mão. Uma faca.

“Vamos lá, é fácil. Depois de terminar seu serviço, é só livrar-se dessa faca!” Agora a voz do anjo parecia mais preocupada e indecisa.

“Eu já disse que não quero o acordo!” Yosafire disse, com uma voz um pouco mais estressada, levantando a mão. Depois, virou-se e começou a correr.

“Espere, garota! Garota!” o anjo chamou, começando a correr atrás dela.

Yosafire pretendia passar pela barreira protetora da floresta, e lá estaria salva. E quando ia conseguir, o anjo a alcançou e entrou junto.

“O quê? Como você entrou?” Ela perguntou assustada.

“Com a sua ajuda!” Ele respondeu, sorrindo.

“Eu já disse que não quero o acordo!”

“Mas você entendeu o acordo?” Ele perguntou, quase gritando.

“Sim!”

“Então qual é?”

“Eu já entendi! Eu posso rever minha mãe se matar a Froze ou a Macarona!” Ela gritou, talvez alto demais.

“O quê...?” Alguma voz familiar atrás dela disse.

Quando se virou, viu Froze, acordada. Atrás dela, Macarona estava muito decepcionada e assustada. E Rawberry estava desapontada ao ouvir aquilo.

“N-não é o que vocês pensam!” Yosafire explicou.

“Eu tenho certeza que é” Froze contrariou “E não vamos deixar isso ficar assim” ela continuou, levantando o martelo de guerra.

Yosafire correu para fora da floresta. Pegou a moeda que o anjo tinha lhe dado e tentou chamá-lo. Enquanto ele não aparecia, ela continuou a correr.

“Você acha que eu realmente daria algo que me ‘prenderia’ para uma simples demônio?” Ele perguntou, com sarcasmo, atrás dela “É apenas uma moeda usada em meu reino, haha!” Ele riu.

Yosafire, com raiva, jogou a moeda no chão. Então pensou por um minuto, antes de Froze chegar até ela.

“Então era tudo seu plano! Você deu um jeito de acordar Froze, porque sabia que eu ficaria com raiva e acabaria gritando! Você pensou em tudo isso!”

“Sim” ele afirmou, sorrindo.

“E você... você capturou minha mãe! O símbolo do sol naquele dia! Tudo é sua culpa! Tudo! O que você quer? Destruir a paz desse mundo?”

“Talvez?”

Agora ela estava vermelha de raiva. Olhou a faca que ele a tinha entregado. Seu pensamento foi rápido. Pegou o objeto e com toda sua força, tentou enterrá-lo no corpo do anjo encapuzado.

Mas ele foi mais rápido e conseguiu desviar.

“Você não devia ter feito isso, Yosafire. Agora, nunca mais verá sua mãe” Foram as últimas palavras que ela ouviu antes de desmaiar.

Mais tarde, acordou em um lugar frio. O chão em que deitava era feito de pedra. Olhou em volta e viu paredes de tijolos acinzentados em todos os lados. Em uma das paredes, havia correntes que pareciam meio danificadas. Nessa mesma parede, viam-se duas janelas com grades na vertical: era um tipo de prisão.

A demônio olhou pelas janelas e viu um lugar ensolarado. A grama do lado de fora era verde clara, quase branca. O céu era azul claro. Ela não reconhecia o lugar.

Olhando na parede oposta, viu uma porta de ferro. Trancada, é claro. Diferente das correntes, não estava danificada. Yosafire deitou-se no canto, assustada e triste. Usou o pequeno tecido vermelho para se aquecer. Tudo o que queria era sua mãe de volta. Mas o que ela não sabia era que estava mais perto dela do que esteve em muitos anos: Hanahata estava deitada três celas ao lado.


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