Nós andamos até o píer pra comprar os ingressos. Não tinham esgotado. Sorte nossa. Na volta pra casa, Rachel veio comentou o tempo todo. Ela sorria, eu sorria. Ela estava feliz. Eu queria vê-la feliz.

Depois de almoçarmos, minha mãe disse que queria descansar, então foi para o quarto e deixou eu e Rachel, encarregados de arrumar a cozinha.

Não tinha muita coisa, era só alguns pratos e talheres e a vasilha da lasanha.

- Eu lavo, você seca. – Disse Rachel.

- Tudo bem. – Respondi.

Rachel não parava de falar no show. Eu não estava tão animado. O show começaria as 23:00h, e não sabíamos que horas ia acabar. Então, eu avisei para minha mãe não nos esperar acordada por que provavelmente iríamos chegar tarde.

- Sabe, eu sempre quis ter esse momento com a minha mãe. Mas ela nunca esteve presente. – Rachel comentou.

- Eu e minha mãe sempre fazíamos isso. Era como um costume. Eu lavava e ela secava. – Sorri lembrando disso.

- Você tem sorte. Muita.

- Sim, eu sei. Mas vamos mudar de assunto. Como você acha que vai ser o show hoje? – Perguntei.

- Sinceramente? Não tenho a mínima idéia. O show desses caras são muito imprevisíveis. É por isso que são legais.

- Eu não sei se vou gostar muito disso. Ainda mais se for imprevisível, como você diz.

Ela riu. E eu tive que acompanhá-la. Seu sorriso mostrava toda a sua felicidade. Eu podia sentir. Rachel não se dava muito bem com as pessoas depois que virou o Oráculo. Eu era o único em que ela confiava plenamente.

- O que foi? – Ela perguntou.

- O que?

- Você está me olhando de um jeito estranho, engraçado. – Ela sorriu, corando.

- Não, não é nada. É que eu vejo o quanto você está feliz.

- É, eu estou.

Eu não percebi que estávamos quase no final, já tínhamos arrumado tudo, a casa estava limpa, tudo lavado e seco, e nós estávamos procurando alguma coisa pra fazer.

- Filme? – Eu disse.

- Sim, e com pipoca. – Ela respondeu.

- Tudo bem. – Respondi. Sai da sala para fazer a pipoca, enquanto Rachel escolhia um filme.

Quando terminei com a pipoca, fui andando até a sala. Rachel estava deitada no sofá, eu percebi que ela tinha trocado de roupa, estava com um short jeans e com uma regata branca. Seu cabelo estava preso em rabo de cavalo.

Eu cheguei perto do sofá e Rachel levantou e se sentou, e eu me sentei junto com ela, coloquei a pipoca no meio, e quando ela foi pegar, nossas mãos se encontraram. Não sei quanto tempo nós ficamos nos olhando, mas quando Rachel tirou sua mão, ela corou.

Começamos a assistir o filme, não sabia do que se falava. Não gostei dele, pra falar a verdade, nem estava prestando atenção.

Rachel tinha se levantado pra ir pra cozinha, quando ela passou por mim, ela tropeçou, e eu rapidamente peguei sua cintura e a joguei no sofá. De repente, eu estava por cima, ela por baixo.

- Tudo bem? - Eu perguntei.

- S-sim. – Ela gaguejou.

Ela corou mais ainda. Seus lábios estavam entre abertos, e de repente eu senti uma enorme atração por eles. Eu precisava, não, eu necessitava deles.

Precisava sentir aqueles lábios rosados em mim, queria sentir o seu gosto. Não pude evitar fazer o que eu fiz, encostei de leve meu lábios dos delas.

Ela não pareceu recuar, então eu pedi passagem pela para sua boca com a minha língua. Ela deu passagem e eu continuei com o beijo, de repente, minha mão estava em sua cintura e suas mãos em eu cabelo. Eu sabia que era errado, mas naquele momento, parecia tão certo, tão bom.

E então, eu não sabia mais o que fazer.