Sakura estava olhando os dois idiotas que chamava de amigos rindo de sua cara. Karin tinha chegado a vila e estava hospedada com ela, rindo de sua desgraça junto com Kiba. Será que ninguém conseguia respeitar a ressaca alheia? E por que mesmo contou a eles? Podia simplesmente ter omitido os detalhes sórdidos... Ou melhor, nada sórdidos, porque Sasuke saiu pela janela.

Cobriu o rosto com a almofada resmungando.

— Hey... Nada de ficar com pena de si mesmas, todo mundo já tomou um fora na vida...

A ruiva finalmente estava tomando a postura de uma boa amiga, até porque se Sakura ficasse deprimida sua estadia na cidade seria um porre. E sinceramente, aquela coisa com Sasuke já estava um porre, ele não fazia nada para melhorar a própria vida.

— Eu praticamente ataquei o Sasuke??  - sentou no sofá e olhou feio para Kiba – E a culpa é sua, seu cachorro!! Ficou colocando essas ideias na minha cabeça!!

— O que?? Minha? O cara decidiu que não quer transar com você e a culpa é minha?? Sai dessa, garota!! Veja pelo lado bom, agora que sabe disso pode sair dessa!

Jogou o travesseiro em Kiba e se jogou no sofá de novo.

— Parem de rir de mim!! Minha cabeça dói e eu levei um fora!!

— Eu não tenho culpa se você é hilária!! – o ninja riu – Calma, Haruno, não é tão ruim assim... Okay, é péssimo e uma vergonha para levar o resto da vida, mas são as vergonhas que fazem a gente crescer!

— E podia ser pior. – Karin ajeitou os óculos.

— Como?? – a rosada sentou e a olhou exasperada

— Sasuke mal abre a boca para falar o necessário, então não vai contar para ninguém.  – deu os ombros.

A haruno ficou um momento em silêncio e diante de toda aquela tragédia aquilo era muito bom. Mas ainda sim estava se sentindo um lixo.

— Eu ainda me sinto mal... – resmungou rolando para o chão.

— Isso passa, isso passa... – Karin olhou feio para Kiba – Hey dogboy, mantenha esses dedos longe de mim, você não faz meu tipo!

— Que isso, moça, eu só estou querendo fazer amizade! – disse erguendo as mãos

— Eu arranco fora esses dedos se vier de gracinha... – bufou – E nós vamos sair hoje, Sakura, eu não viajei para Konoha para ficar te olhando em autopiedade.

— Tem alguém sofrendo aqui, Karin, cadê seu coração?

— A única coisa que cura isso é tempo e bebida, não posso te dar tempo, mas posso te dar bebida!

— Eu não quero beber!!! Estou quase morrendo aqui!

— Que nada! Nada cura melhor uma ressaca que uma rebatida!

— Vocês dois não tem coração! – resmungou.

— Ou você que tem coração demais! – Kiba deu os ombros – Para mim isso é mais porque ele te dispensou do que outra coisa.

— Muito obrigada pela consideração com os meus sentimentos. Foram anos da minha vida indo pro lixo.

— Sakura, convenhamos, vocês nunca tiveram nada além de amizade. O que teve com ele nesses últimos anos foi a amizade que você achava que tinha antes disso. Mas antes disso você não tinha nada. Desculpa aí a sinceridade para o Uchiha se lixou para você e para o Naruto a maior parte da vida! O cara é um porre e vocês ficam passando a mão na cabeça dele...

— Dogoboy, pega leve...

— O que? Por estar falando a verdade? O cara teve uma vida difícil, sinto muito por isso, mas ele não é a única pessoa do mundo que teve. Vocês estão sempre pisando em ovos... Sasuke kun pode ficar magoado, Sasuke kun não está pronto para isso, Sasuke kun tem dificuldade... E a porra do Sasuke Kun está se fodendo para vocês! Se quer ficar ai sofrendo por alguém que não move uma palha para retribuir a amizade que deram para ele, boa sorte... Mas quer saber, para mim, ele não merece todo esse escarcéu.

Levantou colocando as mãos nos bolsos.

Sakura fechou os olhos e sabia que muito ali era verdade. Ela e Naruto sempre deram muito mais que receberam. Dóia pensar assim, mas Sasuke realmente era uma pessoa bastante egoísta, melhorou muito ao longo dos anos, mas ainda sim o mundo estava sempre de algum modo ao redor dele... Ou melhor, eles faziam girar.

Karin levantou e passou as mãos pelos cabelos vermelhos. Sakura precisava de um tempo, não era só o fora, tinha muito mais sentimentos ali. A rosada precisava de um tempo.

— Vamos comprar almoço, Dogboy, e você pinky cura essa ressaca que a vai sair comigo hoje por bem ou mal.

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Depois do momento de total depressão, Sakura estava se sentindo melhor, se tinha algo que a vida a ensinou foi se levantar e ir em frente. Estava terminando de se arrumar e ficou uns minutos se olhando no espelho. Sasuke era um grande babaca!

Sentaram um barzinho no centro da cidade com música ao vivo e iam comer uns petiscos antes de beber. Karin contou como estavam as coisas e era incrível como ela sempre tinha algo a dizer de Suigetsu, apesar dela negar veemente qualquer interesse ou envolvimento com ele.

Ficaram conversando ali um bom tempo antes de decidirem ir para uma boate, aparentemente eles achavam que ela precisava de uma boate para curar o fora que tomou. E até que foi muito bom. As duas garotas dançavam com Kiba e ele provavelmente estava se sentindo o rei do camarote.

Tiraram algumas fotos fazendo graça e terminaram a noite mais bêbados do que o necessário sentados numa cafeteria.

— Oh Kami, eu nem quero imaginar a ressaca... – Sakura colocou a cabeça no balcão.

— Ressaca? Prr... Nada que um chá ruim não resolva... Eu tô mais preocupada como vamos chegar em casa, nenhum de nós sabe nem onde está. – a ruiva riu

— Como assim? Eu sempre sei onde estou! – Kiba bateu na mesa e riu fazendo a garçonete corar – Mas eu não me importaria nada em conhecer os lados da cidade onde mora, gracinha... – sorriu mostrando as presas.

— Kiba!! – Sakura bateu ele no balcão – Mau garoto! Nada de flertes hoje, lembra?

— Itaiii... Haruno!!! Isso dói sua maluca e isso foi ontem a noite, hoje já é de manhã! Hey gracinha, volte... Tá vendo? Ela foi para cozinha... Acabou com meu lance.

— Que lance? Você tá mais bêbado que um gambá e cheirando assim... fica na sua, Dogboy... Oh kami... o que tinha naqueles drinks...

— Alcool, muito álcool... Muitas doses... – Sakura disse deitando o rosto no balcão –

— Álcool de posto, só pode... – tirou os óculos e massageou a ponte do nariz – Infernos quem tá me ligando essa hora? – pegou o celular – Ah claro, só podia ser aquela sardinha irritante!!

Levantou e foi atender do lado de fora levando a caneca de café forte.

— Tsk... Sinto cheiro de negação, ela fala o tempo todo desse cara.

— Eles tem uma... sei lá... Coisa complicada...

Kiba começou a rir e sakura mexeu as sobrancelhas sem entender.

— Ai... eu lembrei de uma coisa... Pensa, as pessoas iam sofrer muito menos se soubessem que traição é traição, romance é romance, amor é amor e um lance é um lance...

— Ohhh Droga, Kiba!! Isso foi horrível!! Você é um babaca!!

— Eu sou um cara esperto, Haruninho...

— Tsk... Tem razão, se eu soubesse a diferença dessas coisas aí não tinha tomado um fora. – riu – Cara, mas realmente foi engraçado. Tipo... Porra quem foge de uma garota pela janela?

— Se te consola... se você me jogasse na parede, eu deixava até me chamar de lagartixa. – piscou para ela e os dois começaram a gargalhar – Se bem que ia preferir me chamar de meu cachorrão!

— Oh... vamos para casa, essa conversa tá ficando estranha...

Levantaram e pagaram a conta antes de sair e arrastar a ruiva para casa. Eles precisavam descansar.

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Eles terminaram na casa de Sakura, Karin no quarto de hóspedes e Kiba deitou e dormiu na cama da rosada, estavam todos bêbados demais para se importar com convenções sociais. O dia para o trio só começou bem mais tarde quando tocaram a campainha.

O Inuzuka olhou Sakura desmaiada na cama, ela não ia acordar nem tão cedo, no corredor Karin passava coçando a nuca. Sem camisa mesmo e descalço foi abrir a porta e a presença ali não podia ser mais ilustre.

— E aí, Uchiha?

Continua...