Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 5
A Lembrança.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas mais lindas do mundo!
Quem tá vivo depois da coisas mais maravilhosa que foi o episódio de ontem?
Então, agora o que nos restou foram fics, até que outubro chegue outra vez... Essa é a parte triste, mas pensar no que aconteceu com os dois já me alegra.
Sem mais delongas, espero que gostem do capítulo!



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OLIVER

Sexta-feira à noite, costuma ser meu dia preferido da semana, eu geralmente passo no asilo para ver Clair e depois vou para alguma boate aleatória, vestido como um civil. Mas desde à volta da minha melhor amiga, não apenas para Starlling, mas para minha vida, todos os dias tem sido meus preferidos, claro que devido a quantidade de trabalho que tenho, e viagens que preciso fazer, mal a vejo. Mas não tinha ideia de como me sentia perdido sem sua amizade.

Termino de me vestir e Diggle já me espera, sentado folheando uma revista no sofá do meu quarto. Me sento a seu lado para amarrar meus sapatos e o sinto me olhar com um estranho sorriso no rosto. Tento ignorar, passando para o outro pé, mas seu olhar continua.

—Pode pegar a câmera Dig, sei que quer uma foto minha para que possa admirar antes de pegar no sono. –reviro meus olhos me levantando.

—Estou pensando se devo te dar essa informação ou não. –responde se erguendo, cruzo meus braços sobre o peito e o encaro, esperando que desembuche logo o que tem. –Felicity, estava passeando nos jardins quando subi, ela disse que precisava pensar, e como não anda usando o posto de troca para bom, para a troca...

Não fiquei para ouvir o restante da história, apenas sai em disparada em direção aos jardins a última coisa que escuto de Dig é que nos esperaria no carro. Quando chego a vejo em uma saia azul e uma blusa colorida que mostrava um pedaço da pele clara de seu abdômen, Felicity segurava seus saltos para sentir a grama entre os dedos. Thea, ela e eu fazíamos isso quando crianças, passávamos horas andando sobre a grama e olhando as flores, engraçado, algo que nunca mais fizemos depois que Felicity se foi.

—Oi. –falo para me anunciar, e ela olha em minha direção com um sorriso largo nos lábios.

—Oi. –calça os sapatos, o simples gesto dela se equilibrando em uma perna só, era tão delicado, tão cheio de graça que preciso me concentrar para manter minha expressão impassível. Ela caminha em minha direção.

—Pensei que já estivesse em casa a essa hora.

—Estava pensando em Thea, em nós três aqui. –fala olhando para as flores ao nosso redor. –Eu passei tanto tempo evitando todo tipo de notícias... –para de falar, como se lembrasse que eu era uma das notícias que ela evitava, aquilo machuca mais do que gosto de admitir. –Me desculpe por isso. –murmura parecendo envergonhada.

—Vamos tentar recomeçar. –sugiro e ela parece gostar da ideia.

—Preciso recomeçar com ela também. –pondera.

—Tenho certeza que Thea gostaria muito disso, mas estou atrasado, há um lugar onde preciso estar. –não posso mentir, a decepção em sua face quando digo que preciso ir, infla instantaneamente meu ego. –Tem algum plano para essa noite?

—Bom, eu acabei a maratona de Bones ontem, talvez comece uma de Breaking Bad, não sei, acho que talvez algo mais dramático como Grey’s Anatomy ou... –dispara a falar sozinha, mais rápido do que posso acompanhar, acho que perdi a prática.

—Ou, você pode vir comigo, conhecer Clair. –uma estranha expressão passa por sua face. –Já passou da hora de a apresentar para minha melhor amiga!

—Quer me apresentar para... Clair? –seu rosto perde a cor por um momento e está repleto de dúvida.

—Claro que sim! –não entendo o porquê da pergunta. –Olha Felicity, acho que vocês tem mais em comum do que pensa, e sempre imaginei ter vocês duas na mesma sala. –confesso sorrindo. –Por favor? –faço a ela minha melhor cara de cachorro pidão, Felicity parece engolir em seco.

—Tudo bem, soube que o Dr. Bonitão morreu mesmo, e não estou pronta para lidar com a perda dele. –dá de ombros e não faço ideia do que ela está falando, mas lhe ofereço meu braço que ela entrelaça com o seu.

Abro a porta do carro para que se sente a meu lado. –Oi Dig! –cumprimenta sorrindo.

—Oi Fel, vai conhecer Clair hoje? –um sorriso debochado surge nos lábios dele, e vejo o sorriso de Felicity desaparecer.

—Essa é a ideia. –responde olhando pela janela para as ruas pacatas de Starlling.

Permanecemos em silencio por todo o caminho, Felicity parecia muito incomodada, o que não fazia nenhum sentido em minha mente, ela mesma sempre foi inclinada para filantropia e projetos sociais. Por que uma visita a um asilo a assustaria tanto?

—Então, como conheceu Clair? –pergunta quebrando o silencio e escuto o riso baixo de Dig.

—Ah, isso vai ser divertido! –ele fala em meio a um suspiro.

—Em minha primeira visita, Clair é... –tento encontrar uma palavra apropriada. -Maravilhosa, me contou diversas histórias, e quando dei por mim, já estava completamente fascinado por ela! –conto feliz.

—Nossa. –diz surpresa. –Nunca te vi falar de ninguém dessa forma antes. –bom, isso por que ela nunca me viu falando dela mesma, mas prefiro não a deixar ainda mais desconfortável com esse fato.

Diggle estaciona em frente à casa de repouso e vejo Felicity franzir a testa confusa. Saio do carro para abrir a porta para ela que agradece olhando ao redor. –Clair trabalha aqui? –pergunta quando a ofereço o braço mais uma vez.

—Não, Clair mora aqui. –então toda a confusão passa a fazer sentido e preciso segurar o riso, olho para Dig atrás de nós dois que fazia o mesmo. –Pensou que Clair era minha namorada? –questiono a ponto de explodir em gargalhadas.

—Não! –protesta fechando a cara, olhando de mim para Diggle.

—Ah, ela pensou sim! –ele confirma e ela puxa seu braço do meu com raiva por caçoarmos dela.

—Tudo bem Felicity, meu coração ainda é só seu. –coloco a mão sob meu peito de forma dramática, como esses príncipes de contos de fadas.

—Você é um idiota, alteza. –segura meu braço de novo e começa a caminhar em direção a porta onde somos recebidos por Marry, mas posso ver um leve rubor em sua face devido minha declaração.

A apresento a todos e ela se impressiona a cada nome que digo, e a forma nada formal pela qual sou tratado. Não me lembro de já ter estado tão feliz assim anteriormente, era como apresentar uma das pessoas mais importantes da minha vida para meus amigos. Por fim, após conversar com todos seguimos para o quarto de Clair, o sorriso enorme em meu rosto não escondia minha satisfação.

Clair estava deitada, sem aparelhos dessa vez e isso quase trouxe lágrimas a meus olhos, tudo estava perfeito. Seus olhos azuis nebulosos brilham ao perceber que não estava só, puxo Felicity pela mão para que não ficasse envergonhada, parada na porta feito uma estatueta. Sorrio para minha senhora preferida, que me devolve um sorriso genuíno, no rosto que um dia foi de tirar o fôlego.

—Sra. Thompson. –cumprimento beijando sua mão.

—Meu príncipe! –sorri corando levemente. –Quem é a moça adorável? –seus olhos pousam sobre Felicity que sorria para ela com simpatia.

—Essa é Felicity Smoak. –o sorriso de Clair se alarga no momento em que revelo o nome.

—Então essa é a garota dona do nome mais lindo de toda Starlling. –cita minhas próprias palavras pegando o óculos na escrivaninha para poder vê-la melhor. –Acho que esqueceu de mencionar que o nome não era o que ela tem de mais bonito, você é linda minha querida! –exclama estendendo a mão para minha amiga que a segura com carinho.

—Obrigada. –responde tímida, e pego duas cadeira para que possamos nos sentar em frente à Clair.

—Olá John. –cumprimenta.

—Como se sente hoje, Sra. Thompson? –ele pergunta parado no batente da porta, em sua postura profissional.

—Como uma velha meu querido. –responde e damos risada de sua sinceridade. -Então, conseguiu sua amizade de volta?

—Parece que sim. –olho para Felicity que balança a cabeça confirmando.

—Isso é bom, me preocupa que a única amiga que tenha seja uma velha à beira da morte.

—Você não está à beira da morte Clair. –reviro meus olhos e pego sua mão. –Não gosto quando fala assim. –acrescento com seriedade. –Como o novo médico está lhe tratando?

—Ele é jovem e bonito. –responde em tom de segredo olhando para Felicity. –Mesmo se trabalhasse mal, o que não é o caso, não me atreveria a reclamar! –Felicity não contém a risada.

—Clair, desse jeito vai me deixar com ciúmes, e serei obrigado a contratar uma médica para cuidar da senhora. –provoco vendo Clair sorrir divertida.

—Ah alteza! Ele não chega a seus pés. –responde e me faço parecer satisfeito.

FELICITY

Eu estava encantada, claro que já sabia do tamanho do coração de Oliver, e o quanto ela amava o povo de Starlling, mas o ver com essas pessoas, ver como elas o amavam, aquilo era de tirar o fôlego. E a melhor parte era como ele flertava com Clair, não era deboche, Oliver a achava realmente fascinante, e aquilo me deixava fascinada.

—Por que não conta a história hoje querida? –Clair pergunta, e olho para Oliver confusa.

—Como?

—É uma tradição, sempre dividimos uma história. –começa a explicar. –E como você é a novata, é sua vez de nos contar uma história. –ele esclarece.

—Mas, não tenho nenhuma interessante...

—Oh, claro que tem! –interrompe Clair. –Nos conte algo sobre os anos em que esteve fora.

—Eu era uma nerd que se formou anos antes do previsto. –começo a pensar alto revirando minha mente atrás de algo que fosse no mínimo empolgante. –Okay, acho que tenho uma, mas ainda não sei se é apropriada...

—Conta logo Felicity! –para minha surpresa, foi Diggle que protestou impaciente.

—Tudo bem, acho que foi a única loucura que fiz em meu tempo de MIT. –respiro fundo me sentando melhor para começar a contar minha história.

Como faltavam apenas alguns dias para a formatura, eu e minha colega de quarto Iris West, estávamos atoladas de trabalhos finais e projetos a serem entregues. Iris era uma boa amiga, e tão empenhada nos estudos quanto eu. Ela fazia jornalismo, e era muito mais popular do que uma nerd do TI, mas nunca me deixava por festas.

Só que nesse dia aconteceu algo que nenhuma de nós contava. Precisávamos de mais livros para concluir o artigo sobre violência doméstica no qual estava ajudando Iris, então resolvemos ir a biblioteca. Não sei por qual motivo, resolvemos fazer um caminho diferente, acho que estávamos tão estressadas que até mesmo ver as mesmas caras era irritante.

Mas acontece que encontramos Cooper, meu namorado até então, se agarrando com uma ruiva peituda em um dos corredores. Eles se separaram abruptamente assim que me viram, mas não sei explicar o que senti naquele momento, se era dor, ou raiva, mas sei que uma revolta imensa tomou conta de mim. Para me ajudar a esquecer o safado, Iris me contou sobre uma festa a fantasia que aconteceria no dia seguinte em Stanford...

Nove meses atrás...

—Ninguém conhece essa tal de Hit Girl! –reclama Iris.

Olho no espelho com minha roupa de couro preto e a peruca roxa de corte Chanel que usava. Ajeito a máscara sobre meus olhos e me viro para minha amiga dando uma voltinha. Estava irreconhecível, e não ligo se as pessoas não conhecem Kickass, a verdade é que a esse ponto, essa era uma vantagem. Não queria ser Felicity Smoak essa noite.

—Melhor do que enfermeira sexy Iris, sério, tem como ser mais previsível do que isso? –revido e ela apenas sorri sem se importar.

Estávamos hospedadas em um hotel barato, voltaríamos para o MIT no dia seguinte, supondo que estivéssemos sóbrias o suficiente. A festa aconteceria em uma irmandade masculina do campus a Kapa Tau, reza a lenda entre as universidades que ninguém sabe dar uma festa como os Kapa. E pude comprovar que dessa vez, a lenda era real.

A casa estava lotada de pessoas fantasiadas, ao colocar meus pés dentro contei sete enfermeiras sexy, o que me fez olhar para minha amiga com ar de superioridade, a fazendo revirar os olhos. Dançamos juntas por um tempo, até que Iris foi arrastada por um cara fantasiado do que eu acho ser um cospobre do Sherlock Homes, mas a verdade é que ele me era um tanto familiar. Vou atrás de algo alcoólico, e me sento ao lado de um dos barris de chope, por que Deus sabe que preciso ficar bêbada.

—Você é a única outra heroína nessa festa. –um cara vestido como um Robin Hood moderno, se senta ao meu lado, enchendo seu copo em seguida. –Acho que precisamos formar uma liga Hit Girl.

—Sabe o tema da minha fantasia! Cara, eu te acho incrível! –exclamo contente, na verdade estava era um tanto bêbada, e não conseguia ver o rosto da minha nova pessoa preferida, pois estava encoberto por um capuz. –Você é o Robin Hood?

—De início. –dá de ombros virando sua bebida. –Mas depois de terminar a fantasia resolvi me chamar de Arqueiro, Arqueiro Verde.

—Gostei disso. –concordo.

Passamos muito tempo conversando sobre heróis, ele não parecia o tipo nerd, mas tinha algo naquele cara, algo que me fazia pensar que ele saberia como continuar qualquer conversa, sobre qualquer tema que propusesse a ele. Quando percebo estávamos na pista de dança, ao som de Black I Peas. Eu dançava colada a seu corpo, o Arqueiro era forte, e enquanto nos provocávamos, era como se ele estivesse em todos os lugares à minha volta, seu perfume amadeirado, e seu corpo quente, me rodeavam.

—Qual o seu nome Hit Girl? –pergunta em meu ouvido, sinto sua barba por fazer roçar em minha face, ele estava me levando a loucura, de um jeito que Cooper nunca chegou nem perto de fazer.

—Essa noite, é esse. Só Hit Girl. –respondo em um surto de coragem puxando seu rosto em direção ao meu. Foi o melhor beijo de toda a minha vida. Seu hálito estava com gosto de álcool, mas seus lábios eram macios contra os meus, suas mãos possessivas em minha cintura...

Agora...

—Você beijou um cara que nunca tinha visto antes! –escuto a voz irritada de John me trazendo de volta a realidade.

Oliver estava branco a meu lado, sem nenhuma expressão no rosto. Clair sorria contente, e nem sei o que acabei de dizer em voz alta, mas algo me diz que foi mais revelador do que gostaria. Olho temerosa para Diggle que me encarava esperando uma resposta. E eu tentava formular uma adequada.

—Eu o conheci. –falo com inocência. –O conheci naquela noite!

—Eu nunca, nunca esperaria isso de você! –repreende Diggle olhando de um lado a outro, se controlando para não gritar. Só faltou o “mocinha” no final, e então teria certeza de que ele acabara de ser possuído pelo espírito do meu pai. Me levanto sem alarde e paro em sua frente, pegando uma de suas mãos.

—John, eu juro que foi só essa vez. –falo olhando em seus olhos, que foram se acalmando aos poucos. –Me desculpe.

Resolvo ficar calada pelo resto da noite, Clair conta uma história de sua juventude, acredito que para amenizar a visão que John deveria estar mantendo em sua mente a meu respeito. Oliver não parecia mais tão à vontade, e antes de irmos embora Clair pede para falar com ele sozinho. Diggle e eu nos despedimos dela e esperamos pelo príncipe no corredor.

—Não fica com raiva. –tento mais uma vez com Dig que não me olhava nos olhos a três longos minutos, que já estavam me levando a loucura. Ele bufa, passando a mão na face.

—Não estou com raiva Felicity, só não esperava isso de você. –quando seus olhos escuros encontram os meus, sinto falta dos três minutos que ele não me olhava, pois me sinto como uma criança levada que acabou de se perder no parque.

—Vamos. –Oliver aparece, me livrando do trabalho de precisar responder.

Ele mesmo vai todo o caminho calado, não entendo o motivo, não é algo assim tão ruim eu beber após um termino e beijar um gostosão em uma festa. Paramos na porta da minha casa, me inclino para dar um beijo no rosto de Dig antes de sair, e Oliver me acompanha até minha porta. Paro mexendo em minhas chaves, sem nenhuma vontade de me despedir dele.

—Está desapontado comigo também? –pergunto ao notar que assim como Dig ele estava evitando me olhar nos olhos, desde que contei minha história. –Por que meu coração ainda é todo seu. –cito suas palavras contra ele, o que finalmente o faz sorrir. E diferente de Dig, quando seus olhos incrivelmente azuis encontraram os meus, o que vejo, não é decepção, era algo novo, algo que não sei descrever, por que nunca ninguém me olhou assim antes.

—Não estou. –fala simplesmente.

—Tão sério. –murmuro tocando seu rosto, Oliver fecha seus olhos instintivamente e posso admirar toda a beleza de seu rosto, sem medo de ser pega. Ele segura minha mão, a tirando de sua face, mas não a solta.

—Eu estou feliz que tenha voltado, Felicity. –ele beija a palma de minha mão, posso sentir seus lábios quentes sobre minha pele, e é como se uma corrente elétrica percorresse todo meu corpo. –Boa noite. –um suspiro involuntário escapa por meus lábios quando nossos olhos voltam a se encontrar. Era como se estivesse vivendo um Deja Vu.


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Notas finais do capítulo

Então pessoinhas, comentem, reclamem, mandem sinal de fumaça! Preciso saber o que estão gostando, o que não estão gostando, ou se não estão gostando de nada na história. Os acompanhamentos estão altos, mas os comentários vem caindo, e não sei se é por que realmente acharam que a fic não é boa, ou por... Não sei, por mais o que. Mas falem comigo okay? Quero saber se querem mesmo que continue com ela.
Ah, e a galera que está comentando e favoritou, muito obrigada mesmo meus amores, isso significa demais, só quem é autor que sabe!
Bjnhos