Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 3
A Rainha.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Como foi o dia das mães de vocês? Bom, espero que o de todos tenha sido maravilhoso, e para quem já é mamãe aqui, desejo tudo de bom a você que é o maior presente de Deus para nós.
Olha, eu particularmente gosto desse capítulo, pois um lado a mais do príncipe é revelado, e tem a Sra. Queen (literalmente, já que ela é a rainha), que vai bom, vocês verão!
Boa leitura!



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FELICITY

Primeiro dia de trabalho, e posso dizer que sou a imagem do desânimo. Escolhi um vestido azul de mangas cumpridas devido ao dia frio que estava fazendo, por isso também deixo meus cabelos soltos. Coloco meus óculos e pego um casaco quentinho. Quando chego a porta Ted já me espera escorado no carro que me levaria ao palácio.

—Bom dia. –cumprimento educada.

—Bom dia, Srta. Smoak. –responde abrindo a porta do carro para mim.

—Pode, por favor, me chamar de Felicity? –pergunto ignorando a porta do passageiro aberta e me sentando ao seu lado no banco do carona.

—Tudo bem... –responde com um sorriso de lado, indo em direção ao banco do motorista. –Só não inventa de dirigir! –pisca para mim dando partida no carro.

Chegamos ao palácio em poucos minutos, vejo de longe Diggle e outros guardas aguardando em frente a uma porta, onde provavelmente deve estar acontecendo alguma reunião importante de governo. Estava pronta para seguir um caminho oposto, quando percebo que Ted estava me guiando para a mesma direção. Ah merda, não estava pronta para vê-lo assim tão cedo.

Toco no braço de Dig ao passar por ele que estava parado como uma estátua, ele sorri para mim de forma discreta. Respiro fundo, aliso a saia do meu vestido e entro. Já na porta uma mulher loura, muito bonita se oferece para pegar meu casaco, murmuro um obrigada o entregando a ela.

Havia uma enorme mesa de conferencia, na ponta estava Rei Robert e a sua direita o príncipe Oliver, à esquerda deles estavam o primeiro ministro Walter Steel e o conselheiro real Malcom Merlin. Faço uma reverencia ao rei quando minha presença é notada.

—Walter, Malcom, essa é Felicity Smoak, nossa nova chefe de inteligência. –apresenta e sorrio para eles de forma educada, tentando evitar olhar em direção a Oliver, mas completamente ciente de seus olhos queimando sobre mim. –Srta. Smoak acaba de se formar no MIT, suas referências são impressionantes. –elogia.

—Obrigada, majestade. –respondo em voz baixa, e a loura me guia a meu assento.

—Oi. –escuto uma voz masculina sussurrar para mim. Quando olho vejo Barry Allen sentado ao meu lado com um enorme sorriso no rosto.

—Oi. –devolvo da mesma forma, tendo meu olhar desviado, quase que por uma força externa em direção ao príncipe, que observava minha interação com Barry.

—Acredito que possamos começar agora.

Barry discretamente me explicou que teríamos uma reunião dessas por semana, onde os riscos do reino eram expostos. Nosso trabalho era manter a veracidade dos fatos, expor pontos fracos em nossas defesas e evitar conflitos desnecessários. Caso não estivéssemos atualizados, uma guerra começaria de forma injusta.

—E temos Gotham. –Merlin diz depois de discutirem por horas sobre pobreza, desemprego e filantropia. –Acredito que seja a hora de revidar.

—Não temos nenhuma prova. –o Rei Robert diz imediatamente, dando a entender que não queria prolongar esse assunto.

—Aconteceu a sete anos, e graças a Deus não tivemos nenhuma baixa significativa... –Merlin acrescenta e vejo os olhos assustados de Oliver parar nos meus confusos.

—Estão falando do atentado ao palácio que aconteceu a sete anos atrás. –Barry sussurra para mim.

Então entendo o que estava acontecendo, e sinto uma fúria intensa tomar conta de mim. –O que é considerado baixa significativa? -pergunto olhando diretamente para o conselheiro, interrompendo seu discurso enérgico. Todos se calam e me olham como se eu fosse um ET na sala. –O fato de ninguém da nobreza ter morrido no atentado?

—Todos nos sentimos responsáveis pelas mortes de Alfred e Andrew. –Oliver diz, e por mais que veja sinceridade em suas palavras e até mesmo dor em seus olhos, tudo o que escuto é a voz de Malcom afirmar que meu pai não foi uma baixa significativa.

—Contudo, eles não são importantes. –solto nervosa.

—Malcom, Srta. Smoak, por favor, queiram se acalmar. –o Rei pede com sua voz normalmente tranquila. –Malcom, o pai da Srta. Smoak era Albert Smoak, o homem que se sacrificou para salvar o príncipe Oliver. –esclarece, olho para minhas próprias mãos, concentrada em controlar o buraco em meu estômago. –Sinto muito, Felicity. –escuto o Rei dizer, levanto meus olhos para ele. –Se quiser alguns minutos para se acalmar, faremos uma pausa.

Concordo me levantando, saio da sala e escoro meu corpo na parede ao lado da porta, concentrada em minha respiração. Preciso me recompor, não devo ficar abalada todas as vezes que esse maldito atentado for abordado. Escuto a porta se abrir em seguida, e passo rapidamente a mão em minha face, tentando estar apresentável para quem for. Mesmo antes da pessoa se anunciar sinto algo quente, como uma brisa em um dia de sol atingir minha face, seguido de um cheiro amadeirado que me parece familiar.

—Srta. Smoak, se sente bem? –todo meu corpo gela ao reconhecer a voz, abro meus olhos e vejo Oliver parado a minha frente, estudando meu rosto com atenção.

—Srta. Smoak? –verdade, poderia ter dito um milhão de coisas, mas a pergunta mais estúpida foi a que escapou de meus lábios.

—Você fez reverencia a última vez que nos vimos, e me chamou de alteza. –revida, mas um sorriso tímido surge em seus lábios. –Isso me deixou um pouco confuso a respeito da maneira que deveria te tratar. –só percebo que ficamos nos olhando em silencio por algum tempo, quando Oliver tosse.

—Como vai Thea? –digo a primeira coisa que me vem em mente, e o sorriso desaparece.

—Não anda lendo jornais não é mesmo? –um suspiro cansado escapa de seus lábios. –Thea está internada, no que podemos chamar de clínica de reabilitação exclusivamente dela, a rainha achou melhor. Sabe como funciona, tudo para manter as aparências de família perfeita. –cada palavra estava repleta de desaprovação.

—E você, como está? –ele parecia cansado, triste, desiludido. Não precisava de respostas, podia ver tudo isso em seus olhos. Oliver respira fundo, depois me olha nos olhos, os seus brilhavam, podia ver um pequeno sorriso querendo se formar em seus lábios.

—A um longo tempo ninguém me pergunta isso. –confessa admirado.

—Então, que bom que eu estou de volta. –falo com meus olhos presos aos seus, por puro impulso.

—É sério? –seu tom de voz é repleto de surpresa e dúvida, bom, eu mesmo tenho minhas dúvidas, mas vê-lo daquela forma, só me lembra do garotinho que dançou comigo ao som de My Girl em seu aniversário.

—Alteza, Srta. Smoak, o rei aguarda vocês. –nos assustamos ao som da voz da loura e damos dois passos para trás, o que nos faz dar risada.

—Por favor, Sara, avise a todos que estamos a caminho. –pede sem olhar em direção a garota que sai em seguida. –Está pronta?

—Não. Mas vou entrar mesmo assim. –encho meus pulmões de ar, Oliver abre a porta para mim e entro seguida por ele.

—Você está bem? –Barry pergunta baixinho quando me sento ao seu lado.

—Estou sim, obrigada.

O restante da reunião se passa de forma controlada, ninguém mais toca no assunto do atentado, e em menos de duas horas estamos todos seguindo nossa rotina diária. A minha hoje seria seguir esse garoto, Barry Allen. Oliver apenas sorri a distância quando percebe que estou prestes a sair da sala de reunião, sorrio de volta e sigo meu caminho. Não posso reclamar, Allen é paciente e carismático, em pouco tempo já me sinto amiga dele.

Cisco e Caitlin são ainda mais legais, eles tem aquele tipo de amizade onde as pessoas se tornam família. E me sinto grata por estar rodeada por pessoas assim, isso torna a minha estada no palácio mais fácil do que esperava ser. Por volta das sete horas da noite, Ted aparece na porta da minha sala.

—Pronta para ir?

Nós andamos em silencio pelo castelo, chego a ver Diggle de relance, parado na porta de mais uma sala de reunião. Acho que Oliver tem mesmo se empenhado em seu papel de príncipe herdeiro. Entro no carro sem esperar que Ted abra a porta para mim, em poucos minutos estou na porta de casa, pronta para mais uma maratona de Bones em minha tela plana, tudo para não me permitir pensar em minha casa vazia, e na falta que um pai pode fazer.

Sete anos atrás...

Sempre gostei do jardim real, da janela do meu quarto posso o ver com clareza, o que me faz sentir privilegiada. Em dias em que o vento está mais forte, o perfume das variadas flores da rainha, tomam conta do meu quarto. Geralmente existem muitas pessoas andando de um lado a outro nos jardins do palácio, mas hoje tudo está silencioso demais.

—Donna, não temos tempo. Pegue apenas um casaco para Felicity e as chaves do carro. –escuto a voz grossa de Diggle.

John acabara de fazer vinte e dois anos, e estava a cada vez mais parecido com meu pai em sua postura profissional e forma de falar. Mas naquele momento, ele se parecia com meu pai por outro motivo, ele estava sendo protetor. Vou correndo para sala e vejo Carlie em um canto com seu bebê Andy Jr. nos braços, segurando o choro. Os olhos de minha mãe estavam vazios, como se a vida tivesse acabado de deixá-la.

—Oi querida! –ela exclama forçando um sorriso para mim, com seus olhos marejados. –Pode ir a seu quarto e colocar uma muda de roupas naquela sua mochila rosa? –pergunta como se tivesse cinco anos ainda, estava prestes a argumentar, mas sou silenciada pelo olhar que John me lança.

—Tudo bem. –digo apenas e volto para meu quarto para fazer o que ela ordenou, mas Diggle vem em seguida com sua arma nas mãos e puxa minha persiana.

—Fique longe das janelas. –nesse momento eu percebi que algo estava muito errado.

—Dig, onde está meu pai? –pergunto sentindo meu coração se espremer em meu peito.

—Seu pai está com Oliver, eles irão ficar bem, mas nesse momento não pode me fazer perguntas, okay? –ao perceber meu desespero, Dig se agacha em minha frente, com seus olhos fraternais cheios de carinho. –Sei que não é mais uma garotinha Fel, sei que pode entender que estamos em perigo, mas preciso que seja corajosa. Quero levar vocês em segurança para o abrigo, mas preciso que confie em mim. Pode fazer isso? –balanço a cabeça concordando.

No castelo existem dezenas de abrigos espalhados, eles servem para qualquer tipo de emergência que coloque em risco a família real, e os empregados do castelo. Nós saímos por uma das passagens internas, que nos levou a um corredor próximo a cozinha, em menos de dez minutos, estávamos no abrigo. Quando penso que não poderia me apavorar mais, Diggle, apenas nos fecha lá dentro, junto com outros funcionários, e vai enfrentar, seja lá o que for, que estava nos ameaçando.

—John! –grito sentindo os braços de minha mãe me envolver, me contendo.

—Tudo vai ficar bem, meu amor. –murmurava em meio ao choro.

Agora...

OLIVER

Me jogo em minha cama, por volta das dez horas da noite. Sinto minha cabeça rodar, e sou capaz de enumerar estatísticas nesse momento, acho que se fechar meus olhos verei gráficos. Mas estou bem, o dia se mostrou mais promissor do que esperava que fosse. Tiro a gravata e a jogo de qualquer jeito no chão do quarto, quando escuto as batidas na porta. Me levanto sem vontade e vejo minha mãe do outro lado, com um sorriso educado nos lábios.

—Que bom, não está dormindo. –diz entrando em meu quarto e olha ao redor com ar de reprovação.

—Do que precisa mamãe? –faço força para conter a ironia em minha voz, mas não é o suficiente, a rainha me olha com um sorriso quase de diversão por minha petulância.

—Soube que o primeiro dia de trabalho da Srta. Smoak foi polêmico. –comenta em tom casual se sentando no sofá. Fecho a porta revirando meus olhos.

—Ela teve os motivos dela. –me limito a dizer virando um pouco de whisky em um copo, só assim para aturar questionamentos a essa hora.

—Foi o que seu pai disse, eu a mandaria embora no mesmo instante.

—O pai dela se sacrificou por mim, e por Thea, majestade. –agora sim estou fora do sério, abro a porta do quarto para que ela saia. –Morreu por seus filhos, deveria mostrar mais gratidão. –digo seco, indicando a saída.

Ela se levanta com sua postura impecável e seu olhar faz com que me sinta um garoto mimado. –Precisa colocar a coroa acima de seus sentimentos, Oliver. –fala parada a minha frente. –Ou nunca será um rei de verdade.

—O que aconteceu com você? –a pergunta escapa dos meus lábios sem que possa contê-la. Por um momento me lembro da mulher doce que ela foi um dia.

—O que espero que não aconteça com você, por isso me escute. Seja a pessoa que foi treinado para ser, todo o nosso futuro depende disso! –responde entre dentes.

—Boa noite, rainha. –me limito a dizer desviando meus olhos dos seus e fecho a porta assim que ela passa, trancando em seguida.

Resolvo logo encher o copo de whisky e o viro de uma só vez. Depois encho outro, e outro. Um por Thea, que por ser a mais corajosa da família, foi parar na reabilitação. Outro pela coroa que cria hipócritas arrogantes que pensam ser os donos do mundo, e usam os servos como formigas operárias. E o ultimo por Alfred. Paro nesse momento olhando para o copo cheio em minha mão, um sorriso irônico se forma em meus lábios. Se pudesse, Alfred me daria uma surra por beber em sua memória. Como um ato de rebeldia, por que ele não deveria ter morrido, e não deveria me dar ordens, não deveria ter sido o melhor homem que conheci, apenas para me deixar com essas cobras que chamo de parentes, eu viro até a última gota do copo, e deixo meu corpo cair sobre a cama. Por que sou o príncipe herdeiro, não recebo ordens, eu as dou.


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Notas finais do capítulo

Pois é, Oliver está "P" da vida, e Moira está bem ao estilo megera dela hahaha, mas pode ser que tenha mais coisas encobertas por trás disso, por que apesar de ser uma megera, sabemos que a Sra. Queen faz tudo pela família. Me falem o que acharam, sugiram, reclamem, mas conversem comigo, prometo, sempre respondo todos com o maior prazer. Quero muito a opinião de vocês!
Bjnhos



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