What you need escrita por Clarice Alessandra


Capítulo 24
Nicolas


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meus amores.
Fiz mais um.



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Pov’s Tony

Eu pensei por bastante tempo antes de tomar a decisão de pedir Ziva em casamento. Eu não falei com o Gibbs e nem com a Jenny, eles me matariam depois, mas eu não ligo. A única coisa que quero agora é a resposta de Ziva.

Ela estava me olhando e novamente não demonstrava nenhuma reação. Será que ela não entendeu que estou a pedindo em casamento? Será que ela não quer se casar comigo? Droga, eu devia ter esperado mais ou pouco.

Após ficar uns dois minutos ajoelhado no chão eu me levanto e me aproximo dela. Quando penso em dizer alguma coisa eu finalmente escuto Ziva se pronunciar naquela sala:

– Sim Anthony. Sim!

Não pensei duas vezes, passei meus braços por sua cintura e beijei-a intensamente, ignorando todos os outros que estavam naquela sala. Mas nosso momento foi interrompido por um pigarro de Gibbs:

– Desculpa chefe. – disse arrumando minha gravata no corpo.

– Por que você não nos contou isso DiNozzo? – Gibbs me perguntou. Droga, eu não sei o que dizer.

– Por que ele queria pedir a mim em casamento, não um de vocês dois. – Ziva disse. Eu percebi que ela teve a intenção de ser grossa para eu não ficar encurralado nas perguntas dos meus sogros.

Jenny e Gibbs ficaram parados tentando digerir aquilo. Nossa o clima estava bem tenso, então senti um braço macio me puxar pela casa inteira e me trancar dentro de um quarto:

– Desculpa por esse constrangimento. – Ziva disse passando a mão no meu rosto.

– Tudo bem amor. Constrangimentos fazem parte da vida de um ser humano que escolhe L.J. Gibbs e Jenny Shepard como sogros. – Ela me beijou novamente. Eu só queria entender como ela consegue ter beijos tão doces. – Eu te amo.

– Eu também amo você Anthony.

– Eu estava com saudades.

– Eu também. Mas como conseguiu entrar aqui.

– A Tali sabia de tudo. Então ela me deu a chave da sua casa.

– Tali! Eu deveria saber. Eu quero muito ver aquela pirralha.

– Tenho certeza que ela também.

– Dormi aqui comigo? – ela me pediu. Em outra ocasião eu entenderia aquilo como um pedido normal de uma namorada, mas eu via pesadelos nos olhos de Ziva. Outro dia ela tinha me falado que não estava com medo, mas agora eu sentia que ela estava com medo.

– Será que sua mãe não vai se importar? – eu queria muito ficar com ela, mas também não queria arrumar discórdia entre mãe e filha.

– Você vai dormir comigo, não com ela.

– Nossa como você está engraçadinha David.

– Mas é serio, fica. Por favor.

– Como posso negar qualquer coisa pra você amor.

Escutamos um barulho na porta, provavelmente deveria ser Tali tentando ouvir alguma coisa. Confirmamos nossas suspeitas quando Ziva abriu a porta e realmente Tali estava lá na porta:

– Algo a me dizer Tali?

– Eu só queria ouvir. – Tali abaixou a cabeça.

– Eu poderia brigar com você, mas estou com tanta saudade que não vou conseguir. – Ziva abraçou Tali. Em nenhum momento suspeitei que ela brigaria com a irmã. Foi bem legal ver as duas daquele jeito sabe.

O jantar foi completamente tenso e estranho. Gibbs não parava de me olhar. Quando eu subi para o quarto de Ziva eu senti a minha cabeça doer de tanto que o olhar de Gibbs estava pesando sobre mim:

– Não vai deitar? – Ziva me despertou de minhas paranoias.

– Vou sim amor.

Me deitei na cama e ela já se aninhou em mim. Puxei a coberta, mas cobrindo somente ela, eu pretendia levantar assim que ela dormisse. Queria tomar água, mas também queria sentir novamente a sensação de sentir Ziva cair no sono em meus braços. Não demorou muito, ela estava realmente cansada. Assim que tive certeza que ela havia dormido, desci para tomar água, quando cheguei na cozinha Gibbs estava lá:

– Não consegue dormir DiNozzo?

– Só vou tomar uma água. – peguei minha água e bebi. – Gibbs, por que você não aceita minha relação com a Ziva? Assim, eu amo ela. Faria de tudo para protege-la, mas por que você não aceita isso?

– Por que ela é minha filha. – Gibbs disse apenas essa frase. Okay. Eu estou bastante confuso.

– Só isso? Quer dizer, não é nenhuma empatia comigo?

– Não é você Tony. Isso é coisa de Pai. Quando você tiver uma filha vai saber como é esse sentimento de não querer que a sua menininha namore, se case e transe com caras por aí, mesmo que seja apenas com o namorado dela. Vou te dizer uma coisa que pretendo nunca mais dizer. – fiquei parado prestando atenção em todas as palavras que saiam da boca de Gibbs. – Ziva não poderia ter escolhido homem melhor para se casar.

E foi com essa frase que meu chefe deu meia volta e me deixou lá na cozinha sozinho. Eu sorri para as paredes e voltei para o quarto onde minha NOIVA, isso mesmo mundo, minha noiva estava.

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Pov’s Ziva

Os dois primeiros meses depois do hospital foram horríveis. Eu tinha pesadelos todas as noites. Apesar de Tony dormir comigo todas as noites também. Eu estava com medo e aquilo me incomodava muito. Semana passada eu decidi que me mudaria para o apartamento de Tony. Meus pais já haviam aceitado o nosso casamento e tudo, mas não gostaram muito da ideia de eu me mudar tão cedo. Tony saia para trabalhar cedo e eu ficava em casa lendo e cozinhando a tarde inteira. Tudo bem que as coisas com Anthony estavam incríveis, mas nossa relação não havia voltado por completa. Eu ainda não consiga ter relações sexuais com ele. O problema não era ele, era eu. Mas Tony nunca me cobrou nada. Acho que por ele ser tão assim, incrível, que eu o amei tão rapidamente. Peguei um envelopezinho que estava em minha mesa. Era um convite, o convite do casamento da Abby e do Timmy. Eles iriam se casar no final do mês. Eu e Tony éramos padrinhos, juntamente com Kate e Daniel, o noivo dela.

Ouvi um barulho na sala e vi Tony entrando:

– Bom dia amor. – ele disse enquanto me dava um beijo.

– O que você está fazendo aqui? – isso foi bastante grosseiro, mas era uma hora da tarde, ele tinha que estar trabalhando.

– Nossa, amei a recepção.

– Desculpa amor. Mas é sério. Aconteceu alguma coisa?

– Eu quero te levar em um lugar.

– Que lugar?

– Surpresa meu anjo. Agora vamos. Estamos atrasados.

Tony não disse nada o caminho inteiro e isso me deixou completamente nervosa. Eu odeio surpresas por isso. Fico tão curiosa que acabo ficando chata. Ficamos uma meia hora dentro daquele carro, esse tal lugar parecia não chegar nunca. Eu já estava bastante inquieta, Tony havia percebido isso, porque eu vi um sorrisinho se formando em seus lábios:

– Vai demorar muito?

Ele não disse nada apenas passou a mão em minha perna e voltou a se concentrar na estrada.

Finalmente ele parou o carro. Quando descemos pude ler “Orfanato da Marinha”. O que estávamos fazendo aqui? Ver crianças me fazia lembrar do meu filho ou filha que eu havia perdido.

Tony pegou em minha mão:

– Vem comigo.

Andamos por entre várias crianças. Todas bem pequenas, mas todas eram diferentes. Todas tinham suas características próprias e ver aquele monte de pequenos seres correndo por todo canto me fez sorrir. De repente senti uma bola bater em minha perna, quando me agachei para pegar meu olhar encontrou lindos olhinhos azuis. Peguei a bola e me levantei. Fiquei parada analisando aquele menininho que estava na minha frente. Ele tinha no máximo 3 anos, tinha longos cabelos pretos que escondiam seus lindos olhinhos azuis. Ele ficou parado me olhando como se quisesse dizer “Eai Tia, não vai devolver a minha bola?”. Então me agachei novamente com a bola ainda nas mãos:

– Como você se chama?

– ...colas. – Ele não conseguia dizer o próprio nome e eu achei isso tão lindo. – quero a bola. – ele me olhou tirando seu cabelo do rosto, sorri para ele e entreguei a sua bola. Ele saiu correndo com ela nas mãos.

Me levantei novamente e dessa vez me encontrei com lindos olhos verdes, que haviam me conquistado de primeira, igual esses olhinhos azuis:

– Sorrindo para outro homem David. O que eu devo fazer com você? – Tony sorriu para mim e eu o beijei, brevemente, até porque estava cheio de crianças por ali.

– Bom dia Senhor DiNozzo. – uma senhora estendeu a mão para Tony. Depois ela se virou para falar comigo. – Bom dia Senhora DiNozzo. – senhora DiNozzo, eu queria muito rir disso, mas apenas apertei a mão da senhora na minha frente. – Vocês podem me acompanhar. – Tony pegou na minha mão novamente e seguimos a senhora que eu ainda não sabia o nome. Ela nos conduziu até uma sala distante das crianças. – Agora podemos conversar em tranquilidade. Eu acredito que o senhor DiNozzo tenha falado com a senhora sobre o nosso processo de adoção. – eu olhei para Tony e ele virou o olhos para não me olhar.

– Claro que ele falou. Não foi mesmo amor?

– Foi sim senhora Fields.

– Ótimo. Nesse envelope temos a ficha de todas as crianças que podem ser adotadas nesse orfanato.

Eu peguei o papel rapidamente das mãos da senhora sei lá o que. Eu sei que era errado, mas fui direto procurar aquele garotinho que havia encontrado. Já estava acabando as fichas e meu coração foi se apertando conforme não via seu rostinho nas fotos. Ela já havia encontrado uma família? Mas a ultima ficha tinha a foto dele. Ele se chama Nicolas. Eu dei um sorriso ao me lembrar dele tentar pronunciar o seu próprio nome:

– Me fale sobre esse menino. – entreguei a ficha dele para a dona na minha frente que não parava de olhar pro meu noivo. Ela estava secando ele completamente, que abusada. Essas senhoras de hoje em dia.

– Esse é o Nicolas, eles têm três anos e chegou aqui bebezinho ainda. Sua mãe tinha 15 anos quando ele nasceu e seus pais a expulsaram de casa. Ela não deu conta de criar o menino e trouxe-o para nós.

Eu olhei para Tony e apertei sua mão. Eu havia entrado de cabeça nessa história. Meu Deus eu estava apaixonada por aquele menininho. Acho que minha ansiedade chegou em Tony:

– E você acha que podemos ficar com ele? – Tony perguntou.

– Ficar com ele Anthony? É serio que você disse isso? Você fica com um objeto, um carro ou qualquer outra coisa, ele é uma criança.

– Okay. Desculpe-me amor. Podemos leva-lo para casa? – eu o olhei novamente repreendendo sua fala. – Podemos adotar ele?

– Ótimo Tony. Agora sim você acertou. – disse baixou em seu ouvido.

– Vocês podem fazer o teste.

– Que teste é esse? – perguntei completamente agitada.

– Vocês levam ele para casa por uma semana. Depois uma assistente social vai até vocês e vê como estão as coisas e se estão aptos a adotar e se ele está apto a ser adotado.

– Vai ser ele mesmo amor? – Tony me perguntou olhando diretamente nos meus olhos.

– Sim. Ele mesmo.

– Ótimo. – disse a velha tarada que continuava a olhar pra Tony e agora ela sorria o tempo todo pra ele. Eu não mereço isso. Ela não estava vendo que esse loiro lindo aqui do meu lado já tem uma mulher e que está pretendendo formar uma família com ela. – Vocês podem pegar ele amanhã as 8:00.

– Posso ficar com a foto? – Perguntei segurando a foto de Nicolas antes de sair.

– Claro que pode.

Saímos daquele orfanato e eu era uma nova Ziva. Eu precisava daquele garotinho na minha vida. Ele me ajudaria em tanta coisa. Eu poderia ficar com ele todas as tarde ao invés de ficar sozinha.

Ele era a coisinha mais lindinha do mundo. Eu daria a ele tudo aquilo que não pude dar ao meu filho que morreu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Se der certo talvez eu post mais um hoje.



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