Se eu fosse você escrita por Adri M


Capítulo 14
Oliver Queen virou mocinha.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu demorei, eu sei que demorei. Então devo iniciar essas notas com um pedido de desculpas, me perdoem pelo meu atraso. Agora eu vou me explicar, esse cap foi incrivelmente dificil de escrever, eu tentei ele com pov Felicity e pov Oliver, sem exito. Aí eu tentei em 3° pessoa, consegui 800 palavras, mas ai eu bloqueei. Retomei e finalizei o cap há dois dias, mas me senti indecisa, porém, apesar de não gostar muito do que escrevi, resolvi postar, espero que vcs achem o contrário. Tenham uma boa leitura.



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Não estava sendo um dia normal para Felicity, não quando sua cabeça insistia em leva-la para aquele momento novamente, o da noite anterior. Aquele beijo, ela não conseguia tirar o maldito beijo da cabeça. E também tinha a forma como Oliver havia retribuído, ele não recuou e o mais estranho, ele não rebobinou a fita e começou seu discurso de sempre, ao contrário, algo ainda mais estranho aconteceu depois, quando eles estavam sozinhos no covil.

Felicity podia jurar que havia algo mais atrás daquela simples pergunta de Oliver, é claro que naquele momento ela gostaria até de tacos cheios de pimentas do México, ele estava tão próximo dela que era impossível negar qualquer pergunta. E ela se perguntou mentalmente se estava preparada para mais um beijo, e sim, ela estava, e teria rolado se Thea e Roy não tivessem aparecido.

— Isso deve ser apenas coisa da minha cabeça. — murmurou Felicity, deitada no colchonete no centro da sua sala.

Sentou-se e encostou as costas no sofá, olhou ao redor e Oliver estava deitado no maior sofá da sala, ele dormia tranquilamente, com alguns fios de cabelos soltos ao redor do rosto, os lábios secos e as bochechas levemente vermelhas, Felicity ficou o admirando e não entendia a vontade que sentia de rastejar até ele e tocar em seu rosto, talvez fossem sinais de que o corpo de Oliver é fraco quando está perto dela, mas logo fez uma nota mental com letras maiúsculas dizendo: ISSO É SUA IMAGINAÇÃO.

Ou talvez não... ela ponderou, cruzando os braços sobre o peito. As lembranças do beijo voltaram a sua cabeça novamente, e ela não se privou de lembrar, a sensação que sentia era boa, mas logo seu raciocínio estava fazendo nós e procurando uma forma de explicar o que estava acontecendo com os dois, por que a troca de corpos?

Felicity se fazia essa pergunta diversas vezes ao dia, mas nem o seu q.i elevado era capaz de responder, e ela se perguntará se existia alguém na face da terra capaz de responder tal pergunta. A verdade é que, não existe resposta, aquilo havia acontecido por alguma razão e nem um físico, astrólogo, cosmólogo ou matemático eram capazes de responder. Nem a bruxa do Glades tinha uma solução.

Felicity também tinha outra dúvida, como seria se os dois ficassem para sempre presos nos corpos errados? Por enquanto eles estavam se virando sem a ajuda do arqueiro, mas e se algo mais grave rondasse a cidade, e se um vilão como Slade resolvesse acabar com a população de Starling.

Ela chacoalhou a cabeça para afastar tais pensamentos, eles com certeza não a fariam bem, ficaria apenas com as imagens do beijo na cabeça, isso sim a faria bem. Quando percebeu que grandes olhos azuis a fitavam com curiosidade, ela esboçou seu melhor sorriso. Oliver sorriu, ao ver sua face tão serena e tranquila, com se uma muralha indestrutível impedisse que o perigo o assombrasse.

— Bom dia. — sibilou ele, com a voz rouca.

— Bom dia. — ela devolveu. — Dormiu bem?

— Sim. — respondeu, passando as mãos no cabelo e fazendo um esforço para se sentar no sofá, uma dor chata se espalhou por seu abdômen, mas nada que ele não pudesse aguentar. — E você?

— Também. — Felicity levantou-se e dobrou o colchonete, estava dormindo naquele troço desde o dia que Donna apareceu em Starling, não era a melhor cama, mas com certeza era mais agradável do que o sofá de dois lugares. — Você está com fome?

— Com muita fome. — respondeu Oliver, levantando-se, ele começou a dobrar a coberta.

— Vou ao banheiro, e depois vou fazer waffles. — comentou. Oliver a observou, tão alegre e irradiante, capaz de fazer seu coração pular dentro do peito, só ela o fazia sorrir de forma tão natural e espontânea. — O que foi? — ela perguntou, notando a cara de bobão desenhada na face do corpo que ele habitava.

— Nada. — murmurou, e voltou à atenção para a coberta que dobrava há minutos atrás. — Você quer ajuda para fazer Waffles?

— Você me ajudaria? — indagou, fitando as costas de Oliver, ele se virou, encarou-a e sorriu.

— Eu adoraria. — Felicity retribuiu o sorriso dele, guardou o colchonete no pequeno armário no canto da sala e disse:

— Okay, eu já volto. — saiu dando pulinhos pelo corredor, gesto que fez o sorriso de Oliver se alargar ainda mais, nunca imaginou ver seu corpo dando pulos que não fossem de um prédio para a outro, e Felicity fazia de forma leve e divertida, em um simples ato de alegria.

Felicity entrou no banheiro e fechou a porta, depois encarou seu reflexo no espelho, ou melhor, o reflexo de Oliver, uma expressão de dúvida ganhava espaço naquilo que agora era o seu rosto. Oliver visivelmente estava diferente, ele sorria abertamente, não estava fechado como nos últimos dias antes da troca de corpos, eram os hormônios femininos, de fato, pensou Felicity. Ou fosse apenas ele mesmo, o Oliver que se priva de tudo, talvez ele esteja se dando uma chance.

Felicity chacoalhou a cabeça, se livrando daquele impasse que se formava em seu raciocínio. Ainda tinha waffles para fazer, devia se concentrar neles.

Saiu do banheiro depois de lavar o rosto e escovar os dentes e seguiu para a cozinha, encontrou Oliver colocando a cafeteira para funcionar. A casa de Felicity nunca esteve tão cheia, mas ela gostava disso.

— Eu vou ao banheiro. — comentou ele, Felicity assentiu e não pode deixar de pensar no quanto era vergonhoso essa situação para os dois. Já passara por sua cabeça diversas formas de ambos se conhecerem intimamente, mas não nesse tipo de situação, era um tanto quanto estranho.

Deixou o assunto morrer em seus pensamentos e começou abrir as portas da despensa, a procura dos ingredientes que usaria. Algum tempo se passou e Felicity já estava com a massa pronta e a máquina ligada, Oliver ainda não tinha dado as caras. Escutou um barulho no corredor, e logo olhou para checar se era ele. Entretanto, era Thea.

A mulher estava parecendo um errante, seus pés arrastavam no chão, os braços estavam caídos ao lado do corpo, os cabelos pareciam uma juba de leão menos charmosa. Thea usava uma camisola azul cobalto de alcinhas e detalhes em renda branca. Chegou perto de Felicity e apoiou os cotovelos sobre a bancada da cozinha.

— Acordar cedo devia ser um crime. — resmungou.

— Bom dia para você também.

— Ahh, bom dia, Felicity. Você dormiu bem?

— Muito bem.

— Onde está o meu irmão? — Thea olhou para os lados e não o encontrou. Talvez ele estivesse correndo. Pensou.

— Ele está no banheiro faz um bom tempo já, eu pensei em ir atrás dele... Acho que eu vou ver se está tudo bem.

— Deixa! — exclamou Thea. — Eu vou, preciso usar o banheiro.

— Está bem.

Thea esticou os braços e bocejou, se livrando dos últimos resquícios de sono. Seguiu para o banheiro e bateu na porta, porém não teve respostas. Com certeza havia algo errado.

— Ollie, está tudo bem? — perguntou, segurando a maçaneta e girando. — Abra essa porta, Oliver. — gritou. — Está acontecendo alguma coisa?

— Está. — escutou o resmungo de Oliver, logo ele abriu uma fresta da porta e encarou a irmã, que parecia mais calma.

— O que aconteceu? — insistiu.

— Aquela coisa que toda mulher passa uma vez por mês. — Thea franziu o cenho, estava cedo demais para raciocinar. — Eu menstruei, Thea!

— Você o que? — Oliver franziu os lábios e respirou fundo, não era hora para Thea bancar a surda.

— Eu menstruei, não é isso que acontece com vocês todos os meses?

— Você... Você... — Thea não resistiu, cobriu a boca com as mãos e explodiu em gargalhadas, Oliver ficou a encarando sério, na verdade ele tinha uma carranca amedrontadora. — Oliver Queen virou uma mocinha.

— Isso não tem graça Thea!

— Desculpa Ollie. Mas é que isso é cômico demais. Você menstruou. — Thea dava tanta risada que em um momento ela se encostou na parede e colocou as mãos sobre os joelhos.

— Você vai ou não me ajudar?

— Só um minuto. — ergueu a mão, respirou fundo. — Okay, vou lhe ensinar algumas coisas. Por acaso você está sentindo dores no abdômen?

— Sim, é uma dorzinha chata.

— Então, é melhor você rezar pedindo para que fique apenas nessa dorzinha chata. Pois quando você sentir um bicho mastigando seu útero, vai querer sair esmurrando quem cruzar seu caminho.

(...)

— Você entendeu tudo direitinho? — perguntou Thea, depois de uma breve explicação sobre como usar um absorvente com ou sem abas, e os internos também. — Responda Ollie!

— Eu é... — pigarreou e olhou para o pequeno estojo que a irmã tinha lhe dado. — Eu entendi Thea.

— Ótimo. — sibilou ela. — Eu vou falar com a Felicity.

— O que você vai falar com ela?

— Vou falar o que aconteceu com você. — Oliver retorceu a cara em uma expressão de incômodo, era iminente que Felicity saberia o que acontecerá, mas ainda era embaraçoso para ele.

— Está bem.

Thea deu um leve aceno com a cabeça e então se retirou do banheiro, para deixar Oliver a só, e fazer sua higiene. Seguiu pelo corredor e logo um cheiro bom de Waffles a invadiu, entrou na cozinha e Felicity estava terminando de por a mesa.

— E então, seu irmão está bem? — questionou Felicity, quando notou a presença de Thea.

— Aconteceu algo. — afirmou, fazendo-a lhe encarar. — Sabe aquela coisa que acontece todos os meses com uma mulher?

— O que tem? — Thea olhou para Felicity como se tivesse uma resposta obvia, e então sua cabeça deu um estalo. — Oliver, ele...é... Está acontecendo com ele?

— Sim. E ele está apavorado.

— Eu vou ajuda-lo.

— Não precisa, eu já ensinei o básico para ele. — comentou Thea. — Ele vai ficar bem, Felicity.

— Tem certeza disso? — Thea assentiu. — Okay... Eu vou chamar mamãe para tomar café.

— Tudo bem.

Felicity tirou o avental que usava e guardou, depois saiu da cozinha e seguiu para o seu quarto, que Donna estava usando. Não podia deixar de pensar no quanto seria difícil para Oliver os dias que se seguirão. Chegou à porta do seu quarto e bateu.

— Mamãe.

— Entra docinho. — quando abriu a porta encontrou Donna arrumando suas roupas dentro de uma mala.

— O que você está fazendo? — questionou.

— Meu voo está marcado para hoje, as seis. — informou. — Era passagem de ida e volta, e estava na promoção.

— Ahh. — resmungou Felicity.

— Você me levará ao aeroporto, né?

— Claro que sim. — Donna fechou a mala e a colocou no chão, depois virou-se para a filha com um sorriso maternal nos lábios. — Agora me dá um abraço. — abriu os braços, Felicity não demorou a se aconchegar nos braços da mãe.

— Esses dias que você esteve por perto foram legais. — declarou. — Desculpa se eu não fui tão presente quanto você esperava.

— Foram perfeitos, meu bem. E você não precisa se desculpar, eu entendo. — as duas se afastaram e Donna enxugou a bochecha. — Eu prometo que logo, logo farei outra visita.

— Eu vou esperar. — disse Felicity. — Agora vamos tomar café.

— Oba, eu estou morrendo de fome.

As duas saíram do quarto e quando passaram pelo banheiro encontraram Oliver, ele usava um conjunto de moletom cinza, que Felicity tinha no fundo do guarda roupa e jurou nunca usar perto de uma pessoa. Donna seguiu o trajeto, deixando os dois a sós.

— Oliver. — Felicity tocou o ombro dele, e ambos se fitaram nos olhos. — Você está bem?

— Sim. — respondeu, balançando afirmativamente com a cabeça. — Thea me ajudou bastante.

— Que bom. Mas você sabe que se precisar da minha ajuda pode pedir, ninguém conhece meu corpo melhor do que eu. — o comentário de Felicity fez um sorriso surgir nos lábios de Oliver, já ela, estava morrendo de vergonha. — O que eu quero dizer, é que você pode contar comigo.

— Eu sei disso, você sempre me ajudou em tudo. — comentou Oliver.

Tudo que ele dizia era verdade, Felicity sempre esteve ao seu lado, sempre foi o seu apoio, sempre mostrou o melhor caminho, sempre abriu seus olhos, ela é, e sempre foi à parceira perfeita, que lhe mostra o certo e o errado. E Oliver sempre admirou isso.

— Quanto tempo isso dura?

— Poucos, mas são os piores dias do mês, mas eu aposto que você vai passar muito bem por isso.

Oliver parou na metade do corredor, passou a mão pelo rosto e suspirou, definitivamente, era difícil ser mulher.

— Se sentir cólicas, me avise, eu farei um chá para você.

— Tudo bem.

Os dois entraram na cozinha e se juntaram a Donna e Thea na mesa do café. Oliver ainda tinha que pensar no jantar, e tinha certeza que Thea ajudaria. E Felicity, mais tarde teria que levar a mãe no aeroporto.

(...)

O dia passou rápido, Felicity almoçou com Donna em um restaurante italiano e depois visitaram o museu municipal, Donna também adorava artes, apesar de achar museus um tédio, aceitou o convite da filha.

Oliver acompanhou Thea até a verdant. Pediu que ela guardasse segredo sobre o que lhe havia acontecido, não poderia mais encarar Dig o Roy caso eles ficassem a par da situação em que Oliver se encontrava — tendo que trocar o absorvente frequentemente —. Ajudou Thea a organizar o estoque de bebidas e depois desceu para a caverna, mirar flechas em bolas de beisebol seria um bom passatempo.

— Thea me disse que estaria aqui. — comentou Diggle, descendo as escadas. — Como você está?

— Eu estou bem. — respondeu. — Algum problema?

— Não. Está tudo tão calmo, que às vezes eu sinto medo.

— Não posso pensar nisso, não nessas condições. Não consigo pensar em Felicity correndo riscos.

— E quanto você? — disparou Dig, cruzando os braços contra o peito. — Sua forma de pensar mudou, né?

— Eu não quero morrer Diggle. Eu não quero mais colocar minha vida em risco, mas eu ainda quero proteger Starling.

— Você tem muitas pessoas te ajudando nisso Oliver, não pense apenas em Starling e em nós, pense em você também.

— Eu estou fazendo isso, John.

— É bom saber disso.

+++

Felicity não estava feliz com a ida de Donna, os últimos dias — apesar de confusos e turbulentos, haviam sido legais com a mãe por perto. Ambas sempre tiveram uma relação difícil, mas sempre souberam que tinham uma a outra e o carinho, sempre prevaleceu.

— Você poderia ficar mais alguns dias. — disse Felicity, segurando as duas mãos da mãe.

— Filha, eu tenho um emprego em Las Vegas e preciso dele para me manter, eu tenho que voltar.

— Eu entendo. — resmungou Felicity, desanimada.

"Passageiros do voo 3348, destino a Las Vegas - Nevada, sigam para fila de embarque."

— Me dá mais um abraço. — Donna puxou a filha para mais um abraço e apertou a montanha de músculos de Oliver. — vou sentir saudades, meu bem.

— Eu também.

— Vou sentir saudades disso também. — a mão de Donna desceu pelas costas de Felicity e parou na bunda, que ela apertou.

— Mamãe. — repreendeu Felicity.

— Filha, eu sei que nunca fui uma boa conselheira, mas aceite de coração esse. Lute por Oliver, não sei o que impede vocês de ficarem juntos, mas tenho certeza que ele gosta de você. Agora eu tenho que ir, não posso perder o voo.

— Tudo bem. — Donna deu um beijo na testa da filha e seguiu para a fila de embarque.

O olhar de Felicity seguiu Donna até ela sumir no meio da multidão, então Felicity deus as costas e saiu do aeroporto. Tinha que ir para a Cave ainda, ver se precisariam da sua ajuda. Embarcou no taxi e passou o endereço da verdant.

(...)

A cidade estava calma, e isso era quase novidade para Felicity. Mas ela agradeceu mentalmente por nenhum super vilão estar atacando Starling nesse momento que ela não era ela e Oliver não era Oliver. Ela estava terminando de checar as câmeras da cidade quando Thea desceu as escadas com passos rápidos.

— então, algum vilão atacando o Glades? — perguntou.

— Não, a cidade está calma.

— Que bom. Então você pode ir para casa, ou se esqueceu do jantar com o Oliver? — Felicity subitamente colocou a mão sobre a boca e arregalou os olhos.

— Depois de tudo que aconteceu, Oliver nem comentou mais, eu pensei que ele havia desistido.

— Não, ele está lhe esperando.

— Okay, obrigada por lembrar. — checou as horas e eram quase 20hrs. Levantou-se e subiu as escadas. Ainda tinha que ligar para um taxi.

Quando chegou em casa, sentiu um cheiro bom de comida caseira. Entrou na cozinha e Oliver estava ao lado da mesa, usava um vestido amarelo com estampa floral, de alça única que ia até os joelhos. A mesa estava posta com flores brancas, e uma toalha vermelha. Oliver sorriu e cordialmente puxou a cadeira.

— Eu acho que preciso de um banho, primeiro.

— Tudo bem, eu espero.

Felicity seguiu para o banheiro, tomou um banho rápido e depois entrou em seu quarto e abriu o armário, onde tinha algumas roupas de Oliver. Escolheu uma calça jeans escura e uma camisa vinho com mangas longas, qualquer roupa ficaria bem em Oliver mesmo.

Deu uma última checada no espelho e então saiu do quarto. Oliver estava fazendo alguma coisa na pia, quando notou a presença dela, virou-se.

— Eu sei que tinha comentado sobre comida tailandesa, mas Thea disse que seria melhor algo caseiro.

— Thea mandou bem. — disparou Felicity.

Oliver puxou a cadeira para Felicity novamente e ela se sentou.

— Você que cozinhou? — questionou Felicity. Oliver encheu duas taças com vinho. Depois foi até o forno e tirou uma forma com carne assada.

— Lyla e Diggle me ajudaram. — respondeu. Sentou-se na cadeira a frente de Felicity e a serviu. — Eles mandam bem na cozinha.

— Sabia que não tinha feito isso tudo sozinho.

— E você acha que não sou capaz de fazer um jantar sozinho? — Felicity sorriu de canto dos lábios. — Talvez você esteja um pouco certa. — ele bebeu um gole de vinho e observou Felicity levar uma garfada de comida a boca.

— Isso está bom. — resmungou. — Eu não entendo como que você consegue manter esse corpão, sua fome é enorme.

— Ser o arqueiro ajuda nisso. — Felicity sorriu bobamente com as imagens de Oliver fazendo exercícios na caverna.

— Treinar sem camisa nas horas vagas também. — logo suas bochechas pareciam pegar fogo e Oliver sorria. Era incrível a forma que ela conseguia tão facilmente fazê-lo sorrir como uma criança.

O jantar seguiu-se em um clima agradável, eles conversaram sobre o dia, sobre Donna e Thea. Mas Oliver esperava ansiosamente para comunicar a Felicity que a partir desse jantar ele seria uma pessoa diferente, que zelaria pela vida de todos, inclusive a dele. Ele estava disposto a dar uma chance para sua felicidade.

— Felicity. — cortou o papo dela sobre a salada de batatas. Ela o encarou e notou que ele estava nervoso. — Eu não sou mais como antes, muita coisa mudou desde a nossa troca de corpos. Antes eu não me importava com a minha vida, tudo que eu queria era manter as pessoas que eu amo e Starling livres de qualquer ameaça. — ele ficou em silêncio, e a ansiedade começou a tomar conta de Felicity.

— Isso mudou, não é? Agora você pensa em se proteger também, não é? — questionou, fitando firmemente os olhos dele.

Oliver sorriu nervoso, colocou a mão sobre a mesa e enlaçou seus dedos nos de Felicity. Continuou olhando profundamente nos olhos dela.

— Eu quero viver. Quero me dar à chance de ser feliz.

— Eu estou inclusa nisso? — a pergunta de Felicity escapou automaticamente da sua boca, mas ela não se sentia arrependida. Continuou encarando Oliver, destemida, esperando por sua resposta.

— Nunca serei completamente feliz se você não estiver ao meu lado. — Oliver respondeu, seus olhos brilharam e Felicity teve certeza que aquela era uma resposta sincera. — Felicity eu não sei como isso vai acontecer com nós dois nessa situação, mas eu quero que fique ao meu lado.

— E eu ficarei Oliver, eu sempre ficarei. — Oliver sorriu, e seu sorriso se refletiu nos lábios de Felicity.

Ele estava certo, era hora de deixar sua vida tomar novos rumos, era hora de ser feliz, e Felicity estava pronta para fazê-lo feliz. Ela sempre esteve.

— Que bom, porque eu estou morrendo de vontade de te beijar novamente.

Oliver levantou, segurou a mão de Felicity, fazendo-a levantar também. Mesmo na situação em que se encontravam — com os corpos trocados. —, seus corpos tinham o encaixe perfeito. Oliver ficou na ponta dos pés, Felicity segurou a cintura de Oliver, no mesmo instante em que sentiu as mãos dele envolver seu pescoço e a puxar para mais perto. Seus lábios estavam próximos e seus corpos colados. Não existia nada os impedindo.

No momento em que seus lábios se encostaram ambos sentiram borboletas batendo assas em seus estômagos. Foram tomados por uma deliciosa sensação, de ter um ao outro, naquele momento nem Oliver — com toda sua prepotência. — e nem Felicity faziam questão de acabar com aquele momento.

— Oliver... — Felicity se afastou e o encarou. — Isso não é estranho para você?

— Muito. — respondeu ele. — Mas podemos nos acostumar. — ele segurou seu rosto, e a beijou novamente. Um beijo urgente e doce. Felicity concordou mentalmente com a resposta dele. Podiam ao menos tentar se acostumar. Mas ainda precisavam encontrar uma solução para tal problema.


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Notas finais do capítulo

Gente, espero que ainda estejam acompanhando a fic, e por favor, cometem, preciso realmente saber o que acharam. Prometo tentar não demorar. Bjooos e até o proximo.